“Operação 7 de
setembro”: Anonymous, neonazistas e PIG organizam manifestação patrioteira reacionária
para desmoralizar o governo Dilma
Três meses depois das
denominadas “jornadas de junho”, quando multidões saíram às ruas para protestar
em todo o país, que pela ausência da intervenção organizada do movimento
operário com suas próprias reivindicações classistas abriu espaço tanto para demandas
direitistas (contra a PEC 37, prisão dos “mensaleiros” do PT) como para
manobras distracionistas por parte das centrais “chapa branca”, vem se
conformando uma ampla frente política em torno da convocação de manifestações
no dia 07 de Setembro, cuja pauta tem um caráter abertamente reacionário,
apesar de estar camuflada em torno do ponto central de “Abaixo a corrupção no
Brasil”. Grupos como o Anonymous, bandos neonazistas e o PIG, que tiveram
relativo sucesso em pautar o final das manifestações de junho de um sentimento
patrioteiro e anticomunista, articulam uma “grande manifestação” nas capitais
do país para o Dia da Independência, cujo eixo central na verdade é o desgaste
do governo da frente popular, visando claramente atacar o PT para fortalecer em
2014 a oposição conservadora (PSDB) e a “nova” direita (Marina). No lastro da
sanha contra a gestão petista e seus aliados, atacam tudo que simboliza a
“esquerda”! Os acólitos deste setor pregam através da internet em várias
páginas do facebook e diariamente pela boca dos comentarias da Rede Globo, como
Merval Pereira, que este ato de protesto será apartidário e patriótico, já que
representa a vontade “autônoma da cidadania por um Brasil melhor”. Esta tese
como se observa não se sustenta nem por um segundo sequer!
Diante desta realidade
desintegra-se por completo a tentativa deste espectro político direitista em
apresentar a “Operação 7 de Setembro” como uma manifestação popular espontânea.
Puro engodo. Toda a articulação política parte de uma confluência entre o grupo
Anonymous, que dá uma cobertura “progressista” ao chamado à manifestação, com a
ONG criada pela família do não menos asqueroso Jair Bolsonaro (PP-RJ) e de um
“cyber-ativista” tucano, Ari Cristiano Nogueira, conhecido funcionário fantasma
da Assembleia Legislativa do Paraná, ligado ao deputado Valdir Rossoni
(PSDB-PR), ambos enfrentam processos na justiça por corrupção ativa. Estas
espinhosas figuras têm como aliado útil um agrupamento estranho ao
proletariado, o “Anonymous” que em seu site lança seu manifesto: “O objetivo da
operação, é protestar contra a corrupção no Brasil e reverter esse quadro de
impunidade que faz com que os politicos sujos continuem a abusar do poder que
têm. Então se você tem esse sentimento dentro do peito, façamos o real DIA da independencia
no BRASIL!. Lembrando, que esse manifesto é totalmente APARTIDÁRIO e PACÍFICO.
Levantar bandeiras de ideologias individuais será considerado um ato de
desrespeito às pessoas que lá estão lutando por objetivos comuns”. Enquanto o
Anonymous levanta sua pauta “moralizadora”, a extrema-direita aproveita para
inflar a “operação” com o objetivo de atingir o governo Dilma, tendo como
principais motes “Eu não voto em Dilma”, “eleição 2014 Brasil sem PT”, “fora os
comunistas do governo”, “fora Dilma” e até mesmo “intervenção militar já!”, com
alguns bandos fascistas exaltando quase que de forma doentia símbolos das FFAA
espalhados pelo “Facebook”. Esta é a verdadeira frente política que tenta
vender a falsa ideia de organizar o “maior protesto da história do Brasil”.
Ao lado de abjetas
figuras fascistóides como verificamos está o “Anonymous”, grupo que não
representa as posições clássicas da direita brasileira, mas que em seu cerne
programático concentra um ódio de classe contra os partidos e organizações de
esquerda, o que lhe confere uma grande simpatia por parte dos setores mais
conservadores do capitalismo tupiniquim e atua, portanto, como aliado útil do
PIG. Sua atuação remonta desde a fracassada experiência dos “Indignados” e do
“Ocuppy” (We are the 99% - “Nós somos os 99%”), que abriram espaço para a
ascensão dos partidos de direita nos países em que deram a linha como em
Portugal, Espanha... Houve inclusive tentativas de “exportar” tal experiência
para o Brasil há alguns anos durante protestos no Dia da Independência, a qual
foi tomada por empresários, profissionais liberais e mauricinhos de classe
média, configurando-se em manifestações direitistas pela “ética na política”
que rejeitam a participação dos partidos de esquerda, mesmo assim a esquerda
revisionista, PSOL, LER e PSTU, lambeu como pode este movimento até serem
expulsos das passeatas.
A expectativa dos
“organizadores” da “Operação 7 de Setembro” é que um milhão e meio de pessoas
adiram à campanha que tem como eixos a “prisão dos mensaleiros”, “fim do voto
obrigatório” e “reforma tributária”, “fora os petralhas corruptos” e até mesmo
“fechamento do Congresso Nacional”. Seus diversos convocantes afirmam que quase
200 protestos já foram confirmados em todo o país. Os revolucionários não devem
participar dos protestos programados para este 7 de Setembro, nem apoiar as
referidas reivindicações porque elas respondem aos anseios da classe média
reacionária. A ausência do proletariado e a falta de uma perspectiva classista
nos protestos de junho abriram as porteiras para que os setores mais
reacionários e golpistas emergissem no cenário político, insuflados
principalmente pelo PIG (Rede Globo, Veja, Folha de S.Paulo...). Agora tentam
reeditar o mesmo cenário no 7 de Setembro, o que desde já nos parece que não
conseguirão seu intento, justamente porque a frente popular saiu das cordas e
aos poucos recompõe sua base política e social de sustentação!
A vanguarda classista e
combativa do proletariado não deve manter a menor expectativa política na pauta
do “Anonymous”, uma vez que não são nossos aliados “táticos” como defendem os
revisionistas do trotskismo, hoje profundamente adaptados a OTAN e suas ações
criminosas contra os povos e nações. O caráter reacionário das manifestações
programadas para o 7 de Setembro somente confirma nossas caracterizações já
realizadas em outras partes do mundo, nas quais manifestações “apartidárias” e
sem qualquer perspectiva revolucionária abriram caminho para a ascensão da
extrema-direita, ao contrário do que afirmava a LIT e seus satélites, segundo
os quais estava aberto o caminho da revolução em uma Europa mergulhada na crise
política e econômica. Contudo, esta grande aposta da direita golpista está
fadada ao fracasso porque não representa os reais sentimentos das massas
exploradas e suas necessidades imediatas (saúde, moradia, educação, transporte
público de qualidade). Cabe aos lutadores e ativistas classistas denunciar o
caráter fascistizante da “Operação 7 de Setembro” e intervir criticamente nas
atividades programadas em torno do “Grito dos Excluídos” cujo tema é “Juventude
que ousa lutar constrói o projeto popular”, em defesa de um programa
revolucionário para a luta da juventude oprimida e contra este regime de
exploração burguesa, balizado por um norte programático que coloque na ordem do
dia a perspectiva da revolução proletária, já que não será exigindo pequenas
reformas cosméticas no regime político bastardo que nossas reivindicações mais
sentidas serão atendidas.