Receita cobra dívida
atrasada de R$18,7 bilhões ao ITAÚ, este é o “preço” da vitória de Marina Silva
para a família Setúbal!
A dívida com o Fisco de
cerca de um bilhão de Reais das “organizações” mafiosas Globo parece uma
bagatela diante do que está sendo cobrado ao banco ITAÚ: R$18,7 bilhões. O
volumoso montante que a Receita Federal espera receber da família Setúbal diz
respeito a impostos não pagos referentes ao processo de fusão entre o UNIBANCO
e o ITAÚ finalizado em 2008, resultando na formação do maior conglomerado
financeiro da América Latina. Mas a direção do ITAÚ parece tranquila e em um
comunicado oficial já avisou que não irá provisionar os recursos (o que
obrigaria o banco a se desfazer de ativos), “acreditando" que a Receita se
equivocou em seus cálculos. Ainda mesmo com o processo “estacionado” na
primeira instância da Receita, as ações do ITAÚ na BOVESPA já começaram a
despencar, enquanto o presidente Roberto Setúbal afirmou que as chances de seu
banco pagar a multa aplicada são “próximas de zero”. Mas será que a suposta “certeza”
da impunidade fiscal dos Setúbal atende pelo nome de “Marina presidente”?
Os controladores da
holding ITAÚ não escondem de ninguém o fato de financiarem a legalização do
REDE de Marina, ainda que a ex-senadora demonstre falsos pruridos éticos em
aceitar doações do mercado de capitais. Também não é segredo a antipatia da
família Setúbal pelo governo da presidenta Dilma, acusada pelos “quatrocentões”
paulistas de favorecimento estatal ao
seu principal concorrente: o Bradesco. Em 2008 o ITAÚ esperava receber do
governo um “bônus” financeiro (via BNDES) pelo processo de fusão com o
UNIBANCO, como um reconhecimento pela redução do “risco sistêmico” do segmento
bancário, o “bônus” não veio e a Receita Federal não “engoliu” a manobra
tributária da fusão para economizar impostos. Por outro lado, em 2011 o
Bradesco recebeu do governo Dilma uma autorização especial para uma
capitalização acionária internacional, acompanhada de um “incentivo” adicional
do BNDES. Foi um sinal claro dado por Dilma ao mercado financeiro, no sentido
de apontar o banco privado preferencialmente “parceiro” comercial do governo.
Para o ITAÚ bastou esta ação para declarar-se como “oposição frontal” ao PT, apesar
dos enormes lucros obtidos na chamada era Lula. Quando Dilma acenou com a
campanha pela redução das taxas de juros, fazendo com que os bancos estatais
reduzissem momentaneamente seus spreads, o ITAÚ entendeu que já era hora de
patrocinar uma outra alternativa política de “poder” ao PT, capaz de garantir
aos rentistas a velha “estabilidade” Tucana do superávit primário e dos juros
escorchantes, assegurados pelo Banco Central através da taxa SELIC.
A liderança da
tradicional família Setúbal no setor financeiro é inquestionável e logo
passaram a articular junto aos banqueiros a candidatura de Marina Silva à
presidência da república como alternativa confiável às “variações” demagógicas
da Frente Popular. A única filha do falecido patriarca Olavo Setúbal (ex-prefeito
biônico de São Paulo), Neca, tornou-se da “noite para o dia” amiga íntima da
acreana Marina, passando a assinar “generosamente” os cheques para as despesas
organizativas do REDE. Roberto Setúbal, “CEO” do ITAÚ, já declarou que gostaria
de ver sua irmã ocupando o Ministério da Fazenda em uma eventual gestão de
Marina, ao mesmo tempo que o REDE começa a montar sua “equipe econômica” com
próceres neoliberais do governo FHC.
Apesar de não terem o
que reclamar do governo Dilma, rentistas nacionais e internacionais preferem
uma realocação da economia brasileira em direção aos EUA, que apresenta leves
sinais de recuperação do crash financeiro sofrido em 2008. Por isto, atacam a
política econômica dos governos da Frente Popular que “linkou” as exportações
do país ao bloco comercial liderado pela China, os BRICs. Sob a receita
prescrita por Washington ao Brasil, fica estabelecido que a política de “responsabilidade
fiscal” é “sagrada”, assim como a manutenção das altas taxas de juros para o
pagamento da dívida interna é intocável. Por outro lado, nosso mercado nativo
de commodities agrominerais não deveria mais nutrir o espetacular crescimento
chinês, concorrente direto do imperialismo ianque na disputa da hegemonia
econômica global. Em resumo, esta é tanto a plataforma política do REDE como o
programa gerencial defendido pelos rentistas, são idênticos politicamente e não
por coincidência!
A Frente popular não
fica atrás e também tem aliados de “peso”, como o Bradesco e as maiores
empreiteiras do país, sem falar no agronegócio e a quase totalidade das
oligarquias corruptas regionais. O embate eleitoral para a “gerência
capitalista” tupiniquim em 2014 promete ser bem acirrado, tendo as classes
dominantes já depurado suas duas candidaturas preferenciais: Dilma e Marina. A
primeira conta com o apoio fiel da velha esquerda reformista, PT e PCdoB,
enquanto a segunda deve marchar “criticamente” com os neorrevisionistas do PSOL
e PSTU. Nesta disputa interburguesa a classe operária deve se colocar pelo
derrotismo revolucionário de ambos os bandos, forjando na ação direta das
massas seu próprio projeto histórico: A Ditadura do Proletariado.