domingo, 18 de agosto de 2013


Receita cobra dívida atrasada de R$18,7 bilhões ao ITAÚ, este é o “preço” da vitória de Marina Silva para a família Setúbal!

A dívida com o Fisco de cerca de um bilhão de Reais das “organizações” mafiosas Globo parece uma bagatela diante do que está sendo cobrado ao banco ITAÚ: R$18,7 bilhões. O volumoso montante que a Receita Federal espera receber da família Setúbal diz respeito a impostos não pagos referentes ao processo de fusão entre o UNIBANCO e o ITAÚ finalizado em 2008, resultando na formação do maior conglomerado financeiro da América Latina. Mas a direção do ITAÚ parece tranquila e em um comunicado oficial já avisou que não irá provisionar os recursos (o que obrigaria o banco a se desfazer de ativos), “acreditando" que a Receita se equivocou em seus cálculos. Ainda mesmo com o processo “estacionado” na primeira instância da Receita, as ações do ITAÚ na BOVESPA já começaram a despencar, enquanto o presidente Roberto Setúbal afirmou que as chances de seu banco pagar a multa aplicada são “próximas de zero”. Mas será que a suposta “certeza” da impunidade fiscal dos Setúbal atende pelo nome de “Marina presidente”?

Os controladores da holding ITAÚ não escondem de ninguém o fato de financiarem a legalização do REDE de Marina, ainda que a ex-senadora demonstre falsos pruridos éticos em aceitar doações do mercado de capitais. Também não é segredo a antipatia da família Setúbal pelo governo da presidenta Dilma, acusada pelos “quatrocentões” paulistas de favorecimento  estatal ao seu principal concorrente: o Bradesco. Em 2008 o ITAÚ esperava receber do governo um “bônus” financeiro (via BNDES) pelo processo de fusão com o UNIBANCO, como um reconhecimento pela redução do “risco sistêmico” do segmento bancário, o “bônus” não veio e a Receita Federal não “engoliu” a manobra tributária da fusão para economizar impostos. Por outro lado, em 2011 o Bradesco recebeu do governo Dilma uma autorização especial para uma capitalização acionária internacional, acompanhada de um “incentivo” adicional do BNDES. Foi um sinal claro dado por Dilma ao mercado financeiro, no sentido de apontar o banco privado preferencialmente “parceiro” comercial do governo. Para o ITAÚ bastou esta ação para declarar-se como “oposição frontal” ao PT, apesar dos enormes lucros obtidos na chamada era Lula. Quando Dilma acenou com a campanha pela redução das taxas de juros, fazendo com que os bancos estatais reduzissem momentaneamente seus spreads, o ITAÚ entendeu que já era hora de patrocinar uma outra alternativa política de “poder” ao PT, capaz de garantir aos rentistas a velha “estabilidade” Tucana do superávit primário e dos juros escorchantes, assegurados pelo Banco Central através da taxa SELIC.

A liderança da tradicional família Setúbal no setor financeiro é inquestionável e logo passaram a articular junto aos banqueiros a candidatura de Marina Silva à presidência da república como alternativa confiável às “variações” demagógicas da Frente Popular. A única filha do falecido patriarca Olavo Setúbal (ex-prefeito biônico de São Paulo), Neca, tornou-se da “noite para o dia” amiga íntima da acreana Marina, passando a assinar “generosamente” os cheques para as despesas organizativas do REDE. Roberto Setúbal, “CEO” do ITAÚ, já declarou que gostaria de ver sua irmã ocupando o Ministério da Fazenda em uma eventual gestão de Marina, ao mesmo tempo que o REDE começa a montar sua “equipe econômica” com próceres neoliberais do governo FHC.

Apesar de não terem o que reclamar do governo Dilma, rentistas nacionais e internacionais preferem uma realocação da economia brasileira em direção aos EUA, que apresenta leves sinais de recuperação do crash financeiro sofrido em 2008. Por isto, atacam a política econômica dos governos da Frente Popular que “linkou” as exportações do país ao bloco comercial liderado pela China, os BRICs. Sob a receita prescrita por Washington ao Brasil, fica estabelecido que a política de “responsabilidade fiscal” é “sagrada”, assim como a manutenção das altas taxas de juros para o pagamento da dívida interna é intocável. Por outro lado, nosso mercado nativo de commodities agrominerais não deveria mais nutrir o espetacular crescimento chinês, concorrente direto do imperialismo ianque na disputa da hegemonia econômica global. Em resumo, esta é tanto a plataforma política do REDE como o programa gerencial defendido pelos rentistas, são idênticos politicamente e não por coincidência!

A Frente popular não fica atrás e também tem aliados de “peso”, como o Bradesco e as maiores empreiteiras do país, sem falar no agronegócio e a quase totalidade das oligarquias corruptas regionais. O embate eleitoral para a “gerência capitalista” tupiniquim em 2014 promete ser bem acirrado, tendo as classes dominantes já depurado suas duas candidaturas preferenciais: Dilma e Marina. A primeira conta com o apoio fiel da velha esquerda reformista, PT e PCdoB, enquanto a segunda deve marchar “criticamente” com os neorrevisionistas do PSOL e PSTU. Nesta disputa interburguesa a classe operária deve se colocar pelo derrotismo revolucionário de ambos os bandos, forjando na ação direta das massas seu próprio projeto histórico: A Ditadura do Proletariado.