Banho de sangue no Egito: Golpistas massacram apoiadores de Mursi, decretam Estado de Emergência e toque de recolher
As FFAA promoveram um
novo massacre no Egito durante as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 14/8. Em uma verdadeira operação de guerra mais de 600 apoiadores da Irmandade Muçulmana foram
mortos pelo exército, que acaba de decretar o toque de recolher e o Estado de
Emergência por um mês como nos tempos de Mubarak. Mais de 10 mil apoiadores de
Mursi ficaram gravemente feridos quando protestavam contra a ampliação do prazo
de prisão do presidente deposto. A resistência ao golpe vem se ampliando no
Egito e o massacre provocou uma crise no gabinete golpista a ponto do
vice-presidente “interino” do Egito, Mohamed ElBaradei, homem de confiança do
imperialismo ianque, anunciar sua renúncia. Tal decisão demonstra que os EUA
resolveram aparentar que estão contra a repressão enquanto, de fato, apoiam a medida
de força tomada pelos generais que não agem sem o aval do Pentágono. Segundo a
imprensa local, houve intensos confrontos na capital do país com as FFAA atacando os manifestantes e acusando-os de
“terrorismo”. As forças de segurança - com policiais, metralhadoras, blindados e
helicópteros - atacaram acampamentos dos seguidores do deposto presidente, deixando um rastro de sangue e destruição pelas ruas de Cairo.
Frente a mais este massacre, o que nos dizem os apoiadores do “golpe
revolucionário” no Egito?
O imperialismo tratou com “moderação” o massacre desferido pelas FFAA. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou: “Diante das violências de hoje, apelo a todos os egípcios que concentrem seus esforços na promoção genuína, inclusive na reconciliação”. Já a União Europeia fez um “Apelo às forças de segurança para exercer máxima moderação e todos os cidadãos egípcios para evitar mais provocações e uma escalada da violência”, declarou a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton. Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, disse que a repressão “dificulta o progresso da situação” no Egito. Em resumo, reclamam em palavras genéricas dos acontecimentos, mas de fato avalizam o massacre na tentativa de sufocar a massas que resistem ao golpe, acusando seus líderes de “terroristas”. Como um típico ataque de guerra, logo após o amanhecer, helicópteros sobrevoaram os acampamentos dos apoiadores da Irmandade Muçulmana. Tiros foram disparados enquanto os manifestantes, entre eles mulheres e crianças, fugiam. Veículos blindados avançaram ao lado de tratores que começaram a derrubar as tendas. Cinicamente, o governo emitiu um comunicado dizendo que as forças de segurança mostraram o “maior grau de autocontenção refletido em poucas baixas diante do número de pessoas e do volume de armas e violência dirigidos contra as forças de segurança”. Os revisionistas que apoiaram o golpe de estado (como a LIT e a CMI de Alan Woods) apresentando-o como um triunfo popular e apregoavam que se deveria organizar as massas para atacar a Irmandade Muçulmana devem ter ficado eufóricos com o massacre, afinal de contas foram eliminados milhares de “islâmicos reacionários”!!!
O imperialismo tratou com “moderação” o massacre desferido pelas FFAA. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, declarou: “Diante das violências de hoje, apelo a todos os egípcios que concentrem seus esforços na promoção genuína, inclusive na reconciliação”. Já a União Europeia fez um “Apelo às forças de segurança para exercer máxima moderação e todos os cidadãos egípcios para evitar mais provocações e uma escalada da violência”, declarou a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton. Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca, disse que a repressão “dificulta o progresso da situação” no Egito. Em resumo, reclamam em palavras genéricas dos acontecimentos, mas de fato avalizam o massacre na tentativa de sufocar a massas que resistem ao golpe, acusando seus líderes de “terroristas”. Como um típico ataque de guerra, logo após o amanhecer, helicópteros sobrevoaram os acampamentos dos apoiadores da Irmandade Muçulmana. Tiros foram disparados enquanto os manifestantes, entre eles mulheres e crianças, fugiam. Veículos blindados avançaram ao lado de tratores que começaram a derrubar as tendas. Cinicamente, o governo emitiu um comunicado dizendo que as forças de segurança mostraram o “maior grau de autocontenção refletido em poucas baixas diante do número de pessoas e do volume de armas e violência dirigidos contra as forças de segurança”. Os revisionistas que apoiaram o golpe de estado (como a LIT e a CMI de Alan Woods) apresentando-o como um triunfo popular e apregoavam que se deveria organizar as massas para atacar a Irmandade Muçulmana devem ter ficado eufóricos com o massacre, afinal de contas foram eliminados milhares de “islâmicos reacionários”!!!
O governo golpista
defendeu a operação de guerra. O porta-voz do Conselho de Ministros Sherif Shauqi leu um
comunicado do Executivo no qual afirmou que perseguirão “os arruaceiros” para
proteger as propriedades do povo. Além disso, o governo pediu à Irmandade
Muçulmana que pare de estimular seus seguidores a prejudicarem a segurança
nacional. “O executivo atribuirá aos dirigentes dos Irmãos Muçulmanos a
responsabilidade total de qualquer sangue derramado e de todo o caos e a
violência atual”, advertiu o porta-voz. O ministro do Interior interino, Mohammed
Ibrahim, justificou a ação dizendo que “foram dadas todas as chances para uma
solução diplomática”, mas os partidários de Mursi não se retiraram das ruas.
“Nós não vamos mais permitir qualquer cidadão acampado em qualquer lugar do
país”, finalizou Ibrahim. Com muito sinismo todos que apoiaram o golpe, agora
se dizem contra a repressão “exagerada” desferida pelas FFAA, sendo que até ElBaradei
renunciou. O que ocorre de fato é que a resistência à deposição de Mursi se
fortaleceu ao ponto de questionar o novo governo, o que provocou a ira dos
generais aliados do Pentágono e apresentado pela “esquerda” como homens que
atuaram em função da pressão das massas. O picareta Allan Woods e sua corrente
internacional CMI (no Brasil representados pela Esquerda Marxista) chegaram ao
cinismo de afirmar literalmente sobre a “lenda do golpe”. Segundo estes
canalhas “O clamor dos ‘democratas’ burgueses sobre um golpe – que é
vergonhosamente ecoado por alguns da suposta esquerda – também não é uma defesa
da democracia, mas uma calúnia repugnante e um ataque à própria revolução. É
uma tentativa hipócrita de negar o direito do povo a realizar mudanças na
sociedade. Que a mídia burguesa prostituta possa usar o argumento de um suposto
golpe para tentar desacreditar o movimento revolucionário e desinflar sua
confiança, é perfeitamente explicável. Que pessoas que se reivindicam de
‘esquerda’ possam ecoar este miserável campanha burguesa, é simplesmente
desprezível” (sítio EM, 20/06). Diante das FFAA que massacram apoiadores de
Mursi, decretam Estado de emergência e toque de recolher no Egito, o que dizem
agora os apoiadores do “golpe revolucionário”? Lembremos que logo após o
massacre anterior a membros da Irmandade Muçulmana a LIT apregoava que “No
Egito, quando a Irmandade Muçulmana sai às ruas defendendo a volta do governo
bonapartista de Morsi, está protagonizando uma mobilização contra o regime, mas
de caráter contrarrevolucionário, e por isso não é correto defender nenhum tipo
de unidade de ação com essa organização. Essa mobilização, portanto, não tem
nada de progressivo, ainda que participem dela milhares de pessoas que
acreditam, erroneamente, que dessa forma estão ‘defendendo a democracia’ contra
um ‘golpe’. Para que a revolução avance é necessário derrotar esse tipo de
mobilização que só serve à contrarrevolução. Diante disso, se impõe a
necessidade de que as organizações populares, que derrubaram Morsi, tenham
planos e organismos de autodefesa para impor a vontade das massas contra a
reacionária Irmandade Muçulmana, de tal forma que não dependam do Exército e da
polícia para impor sua vontade.” (sítio LIT, 26/07). Como podemos observar,
trata-se de um programa em defesa da frente única política e militar com as
FFAA, responsáveis pelo verdadeiro banho de sangue dos últimos dias!
Agora que a repressão do
exército de abate com toda força sobre os apoiadores de Mursi fica
insustentável a posição da “esquerda” que foi fiadora do golpe, inclusive
daqueles setores reformistas e stalinistas que chegaram a dizer, como o próprio
PC do Egito, que com a ascensão dos militares ao governo se romperia o eixo que
o atual governo de Mursi formou com a Turquia e as petromonarquias do Golfo,
como Arábia Saudita e Qatar, contra a Síria e o Irã. Esta tese é completamente
falsa, já que o alto-comando militar encastelado no poder desde Sadat e Mubarak
sempre esteve alinhado com os objetivos estratégicos do imperialismo ianque,
tendo em vista que é diretamente financiado e orientado pelo Pentágono. O
exército egípcio é cúmplice histórico dos massacres ao povo palestino
perpetrado por Israel, tanto que o país é um dos poucos no Oriente Médio que
tem relações diplomáticas com o enclave sionista desde os acordos de Camp
David. Na verdade, ao Conselho Supremo das FFAA ter perpetrado o golpe militar
se aprofundou ainda com maior força o alinhamento político e militar do Egito
contra a Síria e o Irã, já que colaboram diretamente com os planos da OTAN! Os
fatos atuais só comprovam o que afirmamos! Neste momento é necessário chamar a
derrubada do “novo governo” golpista pela via da ação direta das massas,
convocando atos e manifestações em frente única com a Irmandade Muçulmana e os
setores populares que se opõem ao golpe, construindo comitês de autodefesa
contra a repressão estatal. Ao contrário dos canalhas da LIT e seus irmãos da
família revisionista, os genuínos trotskistas estão nas trincheiras dos que
combatem os golpistas, serviçais da Casa Branca!