sexta-feira, 19 de setembro de 2025

DO MRT/PTS AO CORROMPIDO VALÉRIO ARCARY… TODOS LAMENTARAM O “BRUTAL ASSASSINATO” DE CHARLIE KIRK: MORENISTAS SÓ “COMBATEM” OS FASCISTAS NAS ELEIÇÕES…

O conjunto da família Morenista, um arco que vai desde o MRT (grupo satélite do PTS argentino no Brasil) até o corrompido Valério Arcary (Resistência-PSOL), lamentou a morte do fascista Charlie Kirk. A Fração Trotskista (FT-QI) condenou o “brutal assassinato público do influencer de extrema direita Charlie Kirk durante um evento na Universidade de Utah Valley” (La Izqueirda Diario, 12/09). Arcary, o representante mais direitista desse pântano político sintetizou a posição destes revisionistas do Trotskysmo: “Aqueles que defendem que o assassinato de Charlie Kirk remete a uma estratégia legítima que entende que a violência exemplar é revolucionária, estão errados. Não é legítima porque um dos critérios elementares de uma visão socialista do mundo é que ninguém merece morrer em função das ideias que defende”. Como podemos observar, os Morenistas não defendem ser justo e merecido o assassinato do provocador fascista Kirk, se opõem a eliminação física dessa escória nazi. Desde a LBI, ao contrário, festejamos a morte deste desgraçado moribundo da extrema-direita e defendemos que a classe trabalhadora se organize em comitês armados para enfrentar os bandos fascistas e seus odiosos representantes!

O mais revelador na posição dessa canalha revisionista é que seus membros só “combatem” os fascistas nas eleições, em inflamos discursos demagógicos de olho em conquistar votos em geral para o reformismo e nunca no terreno concreto da ação direta da classe trabalhadora e dos oprimidos. Essa “trupe” revisionista está se convertendo em abertamente Social Democrata. Alertamos que nem Lenin nem Trotsky defenderam estabelecer frente eleitorais para derrotar o “fascismo” votando na direta ou mesmo em candidatos da burguesia “progressista”. Como nos ensinaram nossos chefes bolcheviques, com o fascismo não se debate, se combate, destrói, antes que ele levante a cabeça e coloque em risco físico o conjunto da esquerda!

MRT/PTS, Valério Arcary e todos os membros da família Morenista rompem abertamente com as lições deixadas por Leon Trotsky. Herdeiro da tradição leninista, nosso mestre fundador da IV Internacional mesmo polemizando contra possíveis os equívocos do terrorismo individual, sempre frisou que suas simpatias estão com os “vingadores” e nunca com os “vingados” pertencentes às camadas do establishment burguês, ainda mais sendo fascistas ou membros da extrema-direita. Charlie Kirk não é uma vítima inocente, é um provocador e incendiário contra os explorados e oprimidos, um operador da extrema direita que semeia sua agenda reacionária baseada na repressão estatal e nos grupos supremacistas. Provas são seus discursos, conhecidamente racistas, sexistas e anti-minorias; sua aliança aberta com Trump e sua militância agressiva contra os direitos democráticos.

Kirk é cúmplice direto da escalada reacionária que configura o EUA, do clima de tentativa de legitimação a ataques contra trabalhadores, negros, imigrantes, mulheres e LGBTs. O seu “vingador” merece a nossa simpatia e não a condenação! Como afirmou Trotsky: “Um herói isolado não pode substituir as massas. Mas compreendemos com toda clareza a inevitabilidade de semelhantes atos de desespero e vingança. Todas as nossas emoções, nossa simpatia estão com os sacrificados vingadores, apesar deles terem sido incapazes de descobrir o caminho correto.” (Escritos sobre o terrorismo).

Trotsky sempre ressaltou que um elemento fundamental para tomar a posição diante de um crime político que tem características de terrorismo individual, como é o caso do assassinato de Kirk, reside na motivação política justa para sua utilização. Como Trotsky mesmo afirma, os oprimidos podem e devem utilizar-se dos recursos militares de que dispõem, regulares ou não. Nesse sentido é preciso registrar que Tyler Robinson, que matou Kirk, usou cartuchos de balas no seu rifle com a inscrição Hey fascist, catch! (“Ei, fascista, pega!”).

Nós, marxistas revolucionários da LBI, fiéis à herança revolucionária de Lênin e Trotsky, não nos juntamos à família Morenista e aos revisionistas do Trotskismo para condenar o assassinato de Kirk. O caracterizamos como justo e legítimo, todas as nossas simpatias estão com quem o executou mas apontamos pedagogicamente a incapacidade política de seu ato em conduzir os oprimidos a uma vitória cabal e definitiva sobre o imperialismo ianque, Trump e seu entorno ultra reacionário.

A polêmica em torno dos métodos do terrorismo individual não é nova, remonta à própria gênese do Partido Bolchevique, que na figura de Lênin foi obrigado a estabelecer uma rigorosa delimitação política e programática com os “narodiniks”, membros da organização “Narodnaia Volia” (Vontade do Povo, em russo). Lênin teve nada mais que um irmão (o mais velho, que lhe introduziu as primeiras noções de marxismo) executado pelo regime tzarista sob a acusação de praticar “atos terroristas”.

Como parte do combate político e ideológico pela construção do Partido Revolucionário, Lenin delimitou-se com os oportunistas sociais-democratas e também com aqueles que acreditavam que o terrorismo individual poderia colocar abaixo as estruturas do regime tzarista, como seu próprio irmão Alexandre Ulianov. Em 1887 Alexandre foi preso e condenado à morte por enforcamento após o fracasso de um atentado contra o czar Alexandre III. O irmão de Lenin pertencia à Narodnaia Volia (Vontade do Povo), organização secreta populista, que congregava elementos da “intelligentsia” russa e que, sob o regime de opressão encarava o terror como a única forma de ação imediata contra a autocracia czarista. A morte do irmão levaria o jovem Lenin a desenvolver uma reflexão crítica sobre o terrorismo como método limitado de luta proletária contra a opressão política e buscar na organização e mobilização das massas exploradas o caminho para a derrubada do regime czarista. Esta compreensão correta jamais serviu como pretexto para que Lenin se perfilasse em uma frente burguesa “contra o terrorismo” como fazem hoje setores da esquerda, incluindo os que se reclamam trotskistas e leninistas.

A crítica radical elaborada por Lênin não o levou a combater o “terrorismo” sob a ótica da moral burguesa como fazem os revisionistas do MRT/PTS e o restante da família Morenista. Lênin sempre ressaltou que sua crítica estava centrada na limitação da utilidade política do método do terrorismo individual e jamais em sua condenação pelo “excesso”, “brutalidade” ou “barbaridade” de seus atos, como fazem os Morenistas ao lamentarem o “brutal assassinato” de Charlie Kirk.

Esses bastardos do trotskismo, os mesmos que enlameiam a bandeira da IV Internacional nos mastros da frente popular, logo se apressaram a condenar o assassinato de Kirk, acusando seu autor de ter recorrido ao métodos do “terrorismo individual” que teria provocado a fúria de Trump “contra a esquerda”. Estavam na verdade temendo de serem identificados com a ação, trazendo enormes prejuízos aos seus “planos” políticos de ascenderem os degraus do Estado “democrático” pela via do sufrágio universal como faz o PTS na Argentina com a ultra-eleitoralista e oportunista FIT-U.

Nesse mesmo campo político, Valério Arcary, atolado até o último fio de cabelo no eleitoralismo do PSOL satélite do entorno lulopetista reforça o que pensam os demais membros da família Morenista “Condenar à morte inimigos políticos porque se discorda de suas opiniões é puro barbarismo, algo, não só, moralmente, repulsivo, mas, também, politicamente, odioso. Não se pode tolerar que diferenças de ideias sejam resolvidas à bala, porque o desfecho é a degeneração da luta política em um faroeste bárbaro, em que os explorados têm tudo a perder!”.

Ao contrário que apregoa Valério, defendemos que é necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou historicamente Trotsky: “Conclamar a organização da milícia é uma ‘provocação’, dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias ‘provoca’ os ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários que eles ‘provocam’ a reação, com sua luta de classes.” (Aonde vai a França).

Os revisionistas do genuíno trotskismo que condenam com veemência o “crime político” que levou Kirk para o “inferno” parecem “esquecer” que o canalha fascista defende a eliminação física dos imigrantes, negros e LGBTQI… por isso somente “combatem” a extrema direita nas eleições, em discursos demagógicos para angaria votos “anti-fascistas”. Longe de defender a legitimidade do ato de matar um canalha fascista (seja civil ou militar) no coração do império ianque, os revisionistas se levantam em uníssono para condenar a “crueldade” da morte do calhorda trumpista.

No que concerne a questão eleitoral propriamente dita, onde os revisionistas “combatem” somente em palavras os fascistas e paralelamente estabelecem amplas coligações partidárias burguesas para disputar votos (inclusive aliados com a direita!), vale lembrar que na Espanha Trotsky defendeu ampla unidade de ação contra o franquismo, porém criticou duramente o POUM (organização centrista) que votou a favor do governo Largo Caballero, derrubado posteriormente pela reação fascista…

Vejamos o que denuncia nosso mestre bolchevique no artigo “A traição do ‘Partido Operário de Unificação Marxista’ espanhol” escrito em 1936: “Os jornais nos informam que na Espanha o conjunto dos partidos ‘de esquerda’, tanto burgueses como operários, constituíram um bloco eleitoral sobre a base de um programa comum, que, evidentemente, em nada se distingue do programa da ‘Frente Popular’ francesa nem de todos os outros programas charlatanescos do mesmo gênero. Ali encontramos ‘a reforma do tribunal de garantias constitucionais’, a manutenção rigorosa do ‘princípio de autoridade’ (!!), a ‘libertação da justiça de todas as pressões de ordem política ou econômica’ (A libertação da justiça capitalista da influência do capital!) e outras coisas do mesmo gênero. O programa constata a recusa, da parte dos republicanos burgueses que participam do bloco, de nacionalização da terra, porém, em ‘em compensação’, ao lado das habituais promessas baratas aos camponeses (créditos, revalorização dos produtos da terra etc.), ele proclama (como um dos seus objetivos) o saneamento (!!) da indústria’, e a ‘proteção da pequena indústria e do comércio’ segue-se o inevitável ‘controle sobre os bancos’ no entanto, uma vez que os republicanos burgueses segundo o texto de este programa, rejeitam o controle operário, trata-se do controle sobre os bancos… pelos próprios banqueiros, por intermédio dos seus agentes parlamentares, do mesmo gênero de Azaña e de seus semelhantes. Enfim, a política exterior da Espanha deverá seguir ‘os princípios e os métodos da Sociedade das Nações’. E que mais? Assinaram, ao pé deste documento vergonhoso, os representantes dos dois grandes partidos burgueses de esquerda, o Partido Socialista Operário Espanhol, a União Geral dos Trabalhadores, o Partido Comunista (evidentemente!), as Juventudes Socialistas – ai! -, o ‘Partido Sindicalista’ (Pestaña) e, por último, o ‘Partido Operário de Unificação Marxista’ (Juan Andrade). A maioria destes partidos esteve à cabeça da revolução espanhola durante os anos do seu ascenso e eles fizeram tudo ao seu alcance para esgotá-la. A novidade consiste na assinatura do partido de Maurín-Nin-Andrade. Os antigos ‘comunistas de esquerda’ se transformaram simplesmente no vagão a reboque da burguesia ‘de esquerda’. É difícil conceber uma queda mais humilhante!”.

Trotsky literalmente repudia o apoio eleitoral a socialdemocracia em nome de derrotar nas urnas a “ameaça fascista” em uma realidade análoga a que passamos hoje no Brasil ou mesmo nos EUA. Os genuínos Trotskistas estão pela unidade de ação contra o fascismo e não pela formação de um bloco político comum eleitoral com a Frente Popular, que desarma a resistência de classe a ascensão do verdadeiro fascismo representado por Charlie Kirk… já os Morenistas que lamentaram sua morte só “combatem” os fascistas nas eleições!