sexta-feira, 1 de agosto de 2025

FEMINISMO REVOLUCIONÁRIO VERSUS FEMINISMO IDENTITÁRIO E POLICLASSISTA: UMA POLÊMICA COM OS NEÓFITOS REVISIONISTAS DO MRT/PTS 

Nos últimos anos, o feminismo tem sido cooptado, fragmentado e, em muitos casos diluído por movimentos neoliberais que pouco têm a ver com suas verdadeiras raízes emancipatórias de sua origem histórica. A popularização do feminismo neoliberal e mercadológico desviou o foco de classe do conflito estrutural e coletivo que historicamente sustentou as primeiras lutas das mulheres.

Nesse contexto de colaboração de classes, o feminismo classista e revolucionário deve emergir com sua força social, como uma proposta que recupera a radicalidade do feminismo materialista e o articula com uma perspectiva da revolução socialista para demolir o modo de produção capitalista. Desgraçadamente os neófitos revisionistas do MRT/PTS, que formalmente reivindicam o legado teórico do marxismo, se lançaram na cruzada do feminismo identitário e policlassista, com suas “rosas” lançadas em direção a pequena burguesia, “todes”avessos ao programa da Ditadura do Proletariado, único regime social que realmente poderá libertar da opressão secular as mulheres operárias, camponesas e trabalhadoras em geral.

O feminismo classista e revolucionário parte de uma premissa materialista clara: Nem todas as mulheres vivenciam a opressão da mesma forma, mas todas são permeadas por uma estrutura comum de dominação capitalista. Essa vertente classista do movimento feminista entende que gênero não é uma identidade escolhida, mas uma hierarquia política imposta com base no sexo, e que as mulheres operárias compartilham com os homens proletários uma posição estrutural de subordinação aos capitalistas.

Mas essa subordinação a burguesia não opera no vácuo. Ela se cruza com classe social, racialização, migração e outras formas de opressão, moldando realidades materiais diferenciadas. Portanto, o feminismo de classe não pode ser separado da luta contra a precariedade, a exploração do trabalho, o racismo institucional ou a violência estatal. Não há emancipação feminina sem a revolução socialista!

O feminismo de classe denuncia esse falso empoderamento feminino que transforma a emancipação em um produto do consumo individual e transforma as mulheres em “empreendedoras de si mesmas”, responsáveis por seu destino em um mercado da força de trabalho ferozmente “competitivo” e desigual. Longe de ser libertador, esse discurso identitário culpa homens e mulheres pobres por serem “ignorantes e machistas”.

Um dos principais campos de batalha do feminismo de classe hoje é a crítica frontal à mercantilização dos corpos das mulheres, em todas as suas formas. A apologia da estética da “beleza” de consumo é uma “instituição” que exemplifica a aliança entre capitalismo e reformismo: Corpos de mulheres artificialmente “produzidas” e colocadas a serviço do desejo da “moda fashion”.

Diante da narrativa neoliberal que apresenta essas práticas modeladas como sendo a “livre escolha” das mulheres, o feminismo de classe responde claramente: Essa política do empoderamento não é uma manifestação de liberdade, mas sim o resultado de coerção estrutural do capitalismo contemporâneo.

O feminismo revolucionário não se contenta com reformas parciais ou as chamadas “cotas de representação”. Exige uma transformação radical das condições materiais de existência das mulheres operárias: salários dignos, moradia e creches estatais, livre acesso aos serviços públicos, educação gratuita, aborto legal e seguro.

O feminismo de classe não luta pelas mulheres de uma maneira geral, mas ao lado de todos os setores sociais explorados por esse sistema capitalista, com uma perspectiva socialista. Em tempos de confusão ideológica e revisionismo, o feminismo classista se apresenta como uma bússola política essencial para as massas proletárias enfrentarem a demagogia populista da conciliação de classes.