Como já tínhamos prognosticado em artigos anteriores, o ex-“capo” da máfia tucana, Serra, declarou “oficialmente” que declina da missão de representar o PSDB na cidade de São Paulo nas eleições municipais deste ano. A decisão de Serra praticamente finaliza uma longa novela ocorrida no ninho tucano em torno das negociações com outras legendas oposicionistas “afins”. Completamente isolado politicamente, o PSDB paulista, através do governador Alckmin, quem de fato controla hoje o partido, resolveu “convidar” Serra a pular no precipício, ou seja “cristianizar” o desafeto nas próximas eleições municipais. Seria para Alckmin, sem nenhuma perspectiva de vitória eleitoral para os tucanos, uma questão de devolver a “traição” cometida por Serra na disputa de 2008. O ex-“capo” que de tolo não tem absolutamente nada, recusou a “generosidade” do governador paulista, passando a missão de comandar o naufrágio eleitoral do “Tucanic” para um “laranja” do PSDB. Agora os três pré-candidatos tucanos em São Paulo terão que “tirar no palitinho” quem será o figurante da “peça” eleitoral com um final previamente já conhecido por todos.
O destino final do tucanato paulistano foi mesmo decidido pelos rumos tomados pela ex-cria política de Serra, o prefeito Kassab do recém-fundado PSD, que optou por abrigar-se na frondosa árvore da frente popular. Com o único aliado eleitoral de peso “dominado” pelo governo, o PSDB não tem a menor chance de enfrentar a candidatura Lulista do Ministro da Educação, Fernado Haddad, nem tampouco os possíveis apêndices do Planalto como Chalita do PMDB. Nem mesmo em uma capital com uma forte presença da classe média reacionária, como em São Paulo, a desgastada oposição demo-tucana apresenta possibilidades de vitória, em função da enorme base social conquistada pela frente popular em plena etapa de “expansão” econômica nacional, ou o novo “milagre” da bolha de crédito.
Serra vive seu momento de “inferno astral” com o lançamento do livro “A privataria Tucana”. O melhor para a “entourage” corrupta tucana seria submergir por um tempo, além de estacionar o “carro” partidário muito próximo ao Planalto Central. O PT, discípulo da mesma escola da “privataria”, deve conquistar seu maior triunfo eleitoral, em toda sua longa história de disputa em eleições municipais. A conjuntura política do país aponta claramente no sentido de potenciar o atual projeto de colaboração de classes, pelo menos no próximo período histórico.
Mas não é só a oposição demo-tucana que apresenta sinais claros de “falência múltipla de órgãos”, a chamada oposição de esquerda caminha na mesma direção. Com a responsabilidade de dirigir uma parcela importante do movimento de massas, a oposição de esquerda trilha a senda do eleitoralismo sem princípios de classe, o que na atual etapa política revela-se no mínimo uma opção autofágica. A classe operária deve compreender a complexidade do difícil momento e só confiar em sua própria ação direta para superar a verdadeira camisa de força imposta pela política criminosa da frente popular.