Receita neoliberal petista para fazer inveja a tucanalha
derrotada nas urnas
Para quem esperava uma guinada à "esquerda" do
governo após a vitória eleitoral petista, diante da polarização política
estabelecida com o PSDB, deve estar se sentindo "traído". Como já
tínhamos alertado o programa de governo da Frente Popular representava uma
versão neoliberal da mesma cartilha seguida pelos tucanos. Porém agora veio a
confirmação oficial do rumo que o PT pretende imprimir no segundo mandato da
gerência Dilma, e pela boca do ministro demissionário Mantega: "Nós temos
agora que fazer uma redução importante das despesas que estão crescendo, como o
seguro-desemprego, abono salarial e auxílio doença". Não se trata de uma
mera "carta de intenções", mas de um ataque as conquistas operárias
já posto em marcha pelo governo Dilma, como o congelamento dos salários do
funcionalismo público e a redução das verbas estatais para os setores de saúde
e educação. O "couvert" do segundo mandato petista já subiu a taxa de
juros e liberou a flutuação do câmbio para a farra dos rentistas. Para finalizar
a semana a equipe econômica palaciana decretou um aumento do preço dos
combustíveis, que embora menor do que exigido pelo "mercado" deverá
desencadear uma forte cadeia inflacionária na cesta básica alimentar. Depois de
todo este estelionato político ainda existem aqueles que afirmam que o grande
"perigo" para a classe operária vem da parte de meia dúzia de
fascistóides drogados que costumam desfilar pela Av. Paulista. Mais uma vez
denunciamos o caráter estatal da ofensiva patronal em curso e responsabilizamos
diretamente o PT pelo ataque aos direitos e conquistas da classe trabalhadora.
A "direita" burguesa assiste passivamente a ala "esquerda"
das classes dominantes (com o suporte do Estado) descarregar no país os
"ajustes" que o capital financeiro exige para aumentar sua
rentabilidade em períodos de crise. Quanto a possibilidade de um golpe da
direita contra Dilma, só mesmo na mente de vigaristas políticos que pretendem
traficar sua política burguesa de colaboração de classes no movimento de massas
como sendo a melhor "expressão da esquerda" brasileira.
A senda capitalista de direita assumida claramente por Dilma após sua reeleição não se limita ao plano nacional. O governo da Frente Popular tratou logo de restabelecer plenas relações políticas com a Casa Branca, abaladas depois de Washington ter confessado publicamente que "grampeava" o Planalto. O vice-presidente Joe Biden telefonou para Dilma convidando a presidente para uma visita aos EUA, o que foi prontamente atendido pela "gerentona" neoliberal: "Parece-me extremamente oportuno que comecemos a planejar desde já minha visita de Estado". Por sua vez Biden não se fez de rogado: "Fiquei muito feliz com sua vitória. A senhora é uma grande amiga que temos na América do Sul", declarou o chacal ianque.
O movimento operário e popular não pode se deixar iludir por
uma polarização interburguesa (direita versus esquerda) que não conduz a
nenhuma conquista política ou social para o proletariado. Estamos diante de uma
ofensiva capitalista neoliberal dirigida pelo governo do PT e este deve ser
nosso inimigo central! Vamos organizar um amplo movimento de resistência e luta
para derrotar a política de "ajuste" da gerência petista, patrocinada
com todo "entusiasmo" pelos barões de Wall Street associados a Casa
Branca.
A senda capitalista de direita assumida claramente por Dilma após sua reeleição não se limita ao plano nacional. O governo da Frente Popular tratou logo de restabelecer plenas relações políticas com a Casa Branca, abaladas depois de Washington ter confessado publicamente que "grampeava" o Planalto. O vice-presidente Joe Biden telefonou para Dilma convidando a presidente para uma visita aos EUA, o que foi prontamente atendido pela "gerentona" neoliberal: "Parece-me extremamente oportuno que comecemos a planejar desde já minha visita de Estado". Por sua vez Biden não se fez de rogado: "Fiquei muito feliz com sua vitória. A senhora é uma grande amiga que temos na América do Sul", declarou o chacal ianque.
A falácia de que o governo petista poderia representar algum
contraponto as investidas imperiais na América do Sul não se sustenta diante
dos fatos. O papel de "moderador" das lutas sociais em nosso
continente, protagonizado pelo PT, só serve ao governo Obama para acentuar sua
escalada de combate as forças verdadeiramente antiimperialistas do Cone Sul.
Por outro lado, a gerência petista vem "encorajando", com recursos
estatais é óbvio, a burguesia brasileira a explorar mercados vizinhos em nome
de uma suposta "integração latino-americana" (capitalista!).