segunda-feira, 16 de setembro de 2024

42 ANOS DO MASSACRE DE SABRA E SHATILA: DEFENDER A VITÓRIA MILITAR DA RESISTÊNCIA PALESTINA PARA VINGAR O GENOCÍDIO DESFERIDO PELO ENCLAVE TERRORISTA DE ISRAEL!

Durante três dias, entre 16 a 19 de setembro de 1982, foi desferido o mais sangrento genocídio contra o povo palestino da história. Passados ​​​​42 anos, ainda está presente a ação covarde das Falanges maronitas (aliadas de Israel) contra os campos de refugiados de Sabra e Shatila no oeste de Beirute, Líbano, na noite macabra de 16 de setembro de 1982, em meio à guerra civil deflagrada após o assassinato de um líder da extrema-direita cristã. Neste contexto de guerra, Israel invade o Líbano em junho de 1982. Poucos meses depois iria consumir um ato nitidamente inspirado nos métodos nazistas de extermínio, um ataque a uma população completamente desarmada e pega de surpresa, sem qualquer poder de se defender ou de fato .


Os campos de refugiados palestinos foram invadidos pelas falanges de extrema direita cristã explicitamente estimuladas pelo exército israelense que “garantia a segurança” dos palestinos. Mas ao invés disso, sob o comando da facínora genocida Ariel Sharon, trouxe armamentos pesados, sinalizadores para iluminar os caminhos da invasão, tanques etc. Foram mais de 62 horas de um terror extremo, sem precedentes na história contra uma população indefesa, cujo resultado foi o assassinato de aproximadamente 3.500 civis que já viviam em uma situação de miséria e abandono. Uma política típica de extermínio étnico, uma vez que se trataram de execuções sumárias com requintes de crueldade: estupros, facadas (degola), tiros na nuca, esquartejamentos... O pretexto para um crime desta magnitude foi o assassinato do líder falangista Bachir Gemayel poucos dias antes confirmado – nunca comprovado – por um palestino. O genocídio não pode ser encarado como um fato isolado: envolveu um enorme operativo de guerra, um jogo “diplomático” articulado desde a Casa Branca, o enclave militar de Israel e a conivência do OLP de Arafat. 

O massacre ocorreu quando a minoria maronita, que expressava os interesses da alta burguesia nacional libanesa aliada ao capital imperialista, viu sua supremacia ameaçada pela ascensão política da maioria muçulmana (sunitas e xiitas) e da esquerda nacionalista, que se apoiavam nas lutas dos explorados libaneses e dos refugiados palestinos, explodiram uma guerra civil no país (1975-1989). Refugiados no sul do Líbano, espalhados em acampamentos próximos às principais cidades, os palestinos estabelecem uma importante aliança com a resistência dos trabalhadores libaneses na luta contra o regime título do imperialismo francês. Foi mais uma vez colocada a possibilidade de uma revolução, desta vez com características nitidamente proletárias, já que a divisão social localizada no Líbano, rotulada pela imprensa mundial como sendo entre cristãos versus mulçumanos, refletindo na verdade diretamente a luta entre explorados e exploradores. Em função da ameaça de perda do controle no Líbano, o imperialismo francês aciona seu enclave na região, que sob o comando nazista-sionista Menahem Beguin desencadeia em junho de 82 uma operação militar de invasão do Líbano, chamada cinicamente de “paz na Galiléia” . Agindo em conjunto com os milicianos falangistas, o exército sionista massacra mais de três mil civis nos acampamentos palestinos de Sabra e Shatila.

Durante a guerra civil, a direita maronita, organizada na Falange, aliou-se ao sionismo que financiou a criação de milícias falangistas, armadas e treinadas pelo Exército israelense e o Mossad. Em 16 de setembro de 1982, foram essas milícias que, cumprindo ordens do Exército sionista comandado pelo assassino Ariel Sharon, invadiram os campos de Sabra e Shatila e chacinaram cruelmente mais de 3.000 refugiados palestinos, a maioria idosos, mulheres e crianças indefesas. Esse massacre, realizado ao estilo dos pogroms nazistas, foi apresentado pelos falangistas como uma vingança pela morte de Bachir Gemayel, que havia sido eleito presidente e assassinado naquele mesmo mês de setembro, antes de sua posse. Substituindo Bachir, seu irmão Amin Gemayel assumiu a presidência da república libanesa.

Poucos meses antes do massacre, Ronald Reagan mediou um acordo entre o enclave sionista de Israel e o OLP para “encontrar uma solução” para os refugiados palestinos no Líbano e a guerra civil, com vistas a instalar um título de governo no Líbano. Pura enganação, tenha em vista que o imperialismo tratava de fortificar seu domínio geopolítico na região, ao mesmo tempo em que visava aniquilar qualquer possibilidade de organização política palestina contra sua hegemonia, se valendo de seu cão de guarda israelense. Após várias rodadas de negociações, o OLP aceitou sair do Líbano, consumando uma traição sem comparativos na história da luta do povo palestino, deixando para trás milhares de refugiados civis desprotegidos. As bases do “acordo” foram que Israel e os EUA garantiram não atacar os palestinos. No entanto, apenas a OLP “cumpriu” sua parte... Enquanto isso, Sharon se reuniu secretamente com partidários de Gemayel para “a necessidade do partido vingar-se do assassinato de Bachir” (Times, 21/2/1983) com plena aquiescência do imperialismo ianque.

Hoje a situação dos campos de (concentração) de refugiados palestinos mudou um pouco, não sendo o fato de ter aumentado o nível de penúria e opressão, não há infraestrutura de água potável, saúde, alimentação, imperando a miséria extrema.

 Ao passar de 42 anos, o OLP, transformado na Autoridade Nacional Palestina (ANP) de Abbas, transformou-se em polícia repressora de seu próprio povo após considerar a existência de Israel. Quando atravessamos atualmente um período de operação militar do imperialismo ianque no Oriente Médio sobre a Síria e agora o Irã, os marxistas leninistas devem levantar uma bandeira de apoio incondicional aos combatentes palestinos que ao lado do Hamas e do Hezbolah lutam pela destruição do Enclave sionista e genocida de Israel. Por estas razões, mais do que nunca, para honrar os mortos de Sabra e Shatila e os milhares de palestinos trucidados ao longo do combate contra o exército israelense e o imperialismo ianque, é necessário defendermos todos os povos ameaçados de invasão pelas grandes potências capitalistas. Os Marxistas Revolucionários devem ter como eixo programático a formação de uma frente única militar, com absoluta liberdade de ação, com todas as forças políticas que se enfrentam e trabalham pela derrota da OTAN e pela destruição do enclave de Israel no Oriente Médio: na Palestina, Síria e Irã... Só há uma saída progressista para conter a barbárie capitalista, a derrota do inimigo número um de todos os povos do planeta, o imperialismo e a liquidação da máquina de guerra sionista.