terça-feira, 3 de setembro de 2024

ORGANIZAR PELA BASE A GREVE NACIONAL DOS BANCÁRIOS: REJEITAR O ACORDO REBAIXADO DE 4,64% DOS PELEGOS DA CONTRAF-CUT/CTB EM CONLUIO COM OS BANQUEIROS!

A CONTRAF-CUT/CTB, desde junho, arrastou as negociações da campanha salarial dos bancários, num claro teatro de leva-e-traz de esmolas com os banqueiros e o governo Lula, até o limite de expirar a Convenção Coletiva (31.08), cujo resultado foi um acordo bianual muito rebaixado que prevê míseros 4,64% (INPC mais 0,7% de "aumento real") de reajuste nos salários e demais verbas e, para 2025, o "aumento real" será de 0,6% para salários.  Se até o banco regional BANPARÁ obteve um reajuste com 4% de "aumento real", por que então a categoria tem que aceitar essa miséria quando os grandes bancos obtiveram uma lucratividade recorde de R$ 145 bilhões em 2023?

Evidentemente, os burocratas sindicais da Contraf-CUT que atuam, inclusive, como "ministros sindicais" de Lula, preferem subordinar os interesses dos trabalhadores ao caixa lucrativo do capital financeiro e aos seus apetites eleitoreiros enquanto camarilha. Em clara paralisia progressiva, têm a cara-de-pau de orientar às assembleias a aceitação desse acordo rebaixado que está muito aquém de nossas necessidades, possibilidades e capacidade de luta. Apresentaram a chamada “mesa única da Fenaban” como a estratégia responsável pela conquista de pífios “aumentos reais”, “acima da inflação, cujos índices são maquiados e manipulados pelo governo Lula para confiscar nossos salários.

Em 2022, fizeram a mesma coisa, fecharam acordo rebaixado sem qualquer greve nacional. Agora, requentam a mesma farsa: negociam o índice de reajuste com a Fenaban, enquanto as mesas específicas dos bancos públicos, cujo patrão é governo Lula, ficam em compasso de espera em negociações fajutas para enganar os bancários com seus "pirulitos" e desobrigando o governo federal de propor uma política salarial unificada para os bancos públicos.

Sob o surrado argumento de que é uma "conquista" e o “acordo possível”, os Sindicatos estão convocando "assembleias" híbridas e virtuais dia 04/09 para aprovar essa proposta vergonhosa do "trio firmeza" (Contraf, Fenaban, governo Lula). O objetivo é fragmentar a luta unitária dos bancários pra dividi-los e atomizar a decisão em assembleias por banco. Inauguraram uma nova modalidade de decisão: discute-se, de forma bem controlada, em algum momento presencial ou não, mas a DECISÃO sobre a aceitação dessa esmola é VIRTUAL, uma vez que a votação será realizada durante 24h na plataforma do Zoom, começando a partir das 20h do dia 04/09 até às 20h do dia 05/09para que a categoria delibere sobre a proposta! Pasmem! Não é a toa que manobram e manipulam o resultado das bases nessas assembleias.

Sem a força da pressão da base e um debate e votação presenciais, fica claro que essa manobra visa colocar sobre a retaguarda da categoria (gerentes, fura-greves, assediadores, puxa-sacos, lambe-botas), pela plataforma Zoom, o enterro de nossa campanha salarial através da aprovação de um rebaixado acordo bianual vergonhoso!

Os pelegos da CONTRAF-CUT/CTB tratam as assembleias, que deveriam ser presenciais, como meros protocolos artificiais, simplesmente para cumprir o rito de uma caricatura de campanha salarial, e não como uma instância de preparação e organização do enfrentamento real dos bancários contra a ofensiva dos banqueiros e do governo federal.

Nós do MOB chamamos a vanguarda classista e combativa a romper o cerco dos pelegos da Contraf-CUT/CTB à mobilização unitária para rejeitar esse acordo e preparar pela base nossa greve nacional, unificando com outras categorias em luta como os Correios e INSS. É preciso organizar e mobilizar os bancários, a partir de um trabalho de base consistente que aponte na direção de uma orientação de completa independência política dos trabalhadores, capaz de romper com a política de paralisia e conciliação de classes dessa burocracia sindical vendida.