RAFAEL BRAGA TEM RECURSO NEGADO EM SEGUNDA INSTÂNCIA NA
JUSTIÇA DO RJ E TERÁ QUE VOLTAR À PRISÃO: LIBERDADE IMEDIATA PARA TODOS OS
PRESOS POLÍTICOS DESTE AUTOCRÁTICO REGIME DEMOCRÁTICO-BURGUÊS
Preso em 2016 por tráfico e associação ao tráfico, o
ex-catador foi condenado a 11 anos e 3 meses, mas atualmente estava em prisão
domiciliar para tratamento de uma tuberculose contraída no superlotado sistema
penitenciário brasileiro. No recurso interposto pela defesa, os advogados
tentavam a revogação da condenação do jovem por tráfico e associação ao
tráfico, alegando que a decisão se baseava apenas em depoimentos dos policiais
militares. Através da defesa feita pelo IDDH (Instituto de Defensores de
Direitos Humanos), Rafael conseguiu liberação para se tratar em uma clínica da
família pelo período integral do tratamento, que dura seis meses e termina no
dia 18 de fevereiro de 2018. Com a negativa diante da apelação da defesa, após
o fim do tratamento, Rafael terá de voltar imediatamente ao presídio para
cumprir sua pena, que chega a 11 anos e 3 meses. O processo pelo qual Rafael
responde é diferente daquele de 2013, que ficou nacional e internacionalmente
conhecido. Preso em 20 de junho de 2013 por supostamente portar material
explosivo, Rafael Braga Vieira foi condenado em primeira instância após sua
detenção e prisão preventiva que durou cinco meses. Na realidade, o jovem
estava com dois frascos de produtos de limpeza. Atualmente, ele continua sendo
o único preso condenado no contexto das manifestações de junho de 2013. Em
setembro do mesmo ano, a Defensoria Pública pediu revogação da prisão
preventiva de Rafael, que foi julgada improcedente pelo juiz da 32ª Vara
Criminal. No dia 2 de dezembro de 2013, ele foi condenado a 5 anos e 10 meses
de reclusão, sendo transferido para Bangu 5.
Pouco menos de um ano depois, em outubro de 2014, Rafael
conseguiu progressão de regime para o semiaberto, que lhe permitia trabalhar
durante o dia e voltar à noite para a prisão. Porém, em novembro, Rafael teve o
benefício anulado após aparecer em frente à uma pichação de cunho político. Por
causa disso, ele passou cerca de um mês na solitária. No final de 2015, Rafael
conseguiu acesso ao regime aberto, sendo-lhe permitido voltar a morar com a
família, na Vila Cruzeiro, com o uso de uma tornozeleira eletrônica. Cerca de
um mês depois, enquanto saía para comprar mantimentos, Rafael foi preso
novamente, por quatro policiais militares da UPP (Unidade de Polícia
Pacificadora) local, sob a acusação de tráfico de drogas. Os PMs justificaram a
detenção pela suposta posse de 0,6 g de maconha, 9,3 g de cocaína e um rojão.
No dia 20 de Abril de 2017 o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou
Rafael à 11 anos e três meses de prisão por tráfico e associação ao tráfico de
drogas, conforme decisão do juiz Ricardo Coronha Pinheiro. As únicas
testemunhas ouvidas foram os PMs envolvidos no caso, através do dispositivo
chamado de Súmula 70. Na audiência de instrução, Rafael chegou a dizer em
depoimento que os policiais tinham forjado provas contra ele: “Mandaram eu
abrir a mão, botaram pó na minha mão, me forçando a cheirar”.
A defesa do ex-catador entrou com um pedido de habeas corpus
para que Rafael respondesse o processo em liberdade. Pediu ainda novas
diligências, uma vez que os policiais que o prenderam caíram em contradição
durante as audiências em que depuseram como testemunhas de acusação. A defesa
pediu também acesso ao registro legível do GPS da tornozeleira eletrônica que
Rafael usava e também as imagens da câmera da viatura em que ele fora levado
pelos PMs e da câmera da UPP Vila Cruzeiro, para onde fora conduzido antes de
seguir para a delegacia. O Juiz negou o pedido sob o argumento de que o
registro do GPS e as imagens das câmeras seriam desnecessárias para o desfecho
do processo.
Exigimos a liberdade imediata de todos os presos políticos
da democracia dos ricos, como Rafael Braga e dos ativistas do MST e MTST
perseguidos pela repressão estatal burguesa. Os genuínos trotskistas lutam pela
destruição revolucionária do Estado burguês e para implodir sua justiça de
classes em particular, amplamente conhecida pelos trabalhadores como um antro
de nababos que negociam sentenças e servem aos patrões e aos governos burgueses
para atacar o movimento de massas. Nesse sentido é necessário reforçar a
campanha pela liberdade de Rafael, Braga, Cesare Battisti (que também usará tornozeleira eletrônica e encontra-se ameaçado de extradição), unido essa luta ao
combate pela liberdade de todos os presos políticos no Brasil e contra os
ataques neoliberais ao conjunto dos trabalhadores promovido pela canalha de
Temer e a máfia de Toga que comanda a justiça burguesa!