UMA PERSPECTIVA LENINISTA PARA ENFRENTAR A BARBÁRIE
IMPERIALISTA QUE AMEAÇA TODA A HUMANIDADE
O ano de 2017 no Brasil foi marcado pelos desdobramentos do golpe
institucional comandado por Temer e o grosso da burguesia pouco tempo depois da quarta eleição
consecutiva da Frente Popular. A
conjuntura nacional aberta já no início de 2015 indicava que a ofensiva
capitalista neoliberal teria como principal ponto de apoio justamente o governo
central petista mas Dilma foi incapaz de levar adiante integralmente os planos
do imperialismo, por essa razão sofreu o impeachment em meados de 2016, abrindo uma conjuntura de aprofundamento dos ataques às condições de vida dos trabalhadores, como a Reforma da Previdência, que deve ser votada logo no começo de 2018. A “chave” para decifrar esta etapa
histórica consiste necessariamente na "ácida" compreensão de que o
acúmulo de derrotas mundiais do proletariado gerou um tremendo retrocesso em
sua consciência de classe, impondo novos "sujeitos" em suas
lideranças políticas e que nada tem a ver com o genuíno legado do Marxismo
Revolucionário. Não se trata de "apologizar" o pessimismo entre a
classe operária, mas de sempre falar a verdade "por mais amarga que
seja" como nos ensinou o chefe bolchevique Leon Trotsky! Se os
consecutivos triunfos do PT na arena estatal indicaram um giro à direita na
conjuntura brasileira redundando em um golpe parlamentar, mais além da
verborragia demagógica de esquerda, é porque a ausência de uma ferramenta
revolucionária para as massas impõe um verdadeiro vácuo na organização
classista do proletariado. A perspectiva estratégica se mantém integralmente,
porém é necessário afirmar que exigirá um redobrado esforço dos Leninistas que
se mantiveram firmes na férrea convicção da necessidade da construção de um
autêntico partido operário! É evidente que existe uma forte disposição latente
para resistir a ofensiva imperialista em curso, os "signos" desta
contraofensiva podem ser encontrados nas corajosas ações das camadas mais
exploradas do proletariado, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Contudo os Marxistas não cultuam no "mito" reacionário da espontaneidade
das massas, os Revolucionários para honrarem suas melhores heranças
programáticas sabem muito bem que devem se organizar em um partido
hierarquizado e centralizado democraticamente para conduzir a rebelião operária
até a vitória socialista. Não podemos confiar em charlatães políticos que
individualmente "criam seu próprio partido", para fugir da disciplina
revolucionária dos quadros comunistas. Como afirmou Lenin: "Fora do
partido não há existência revolucionária". A construção de um partido de
vanguarda não é um "capricho" de "dirigentes autoritários",
como costumam adjetivar os centristas que abandonaram o "peso de
carregar" princípios, é a expressão da necessidade histórica de dotar o
movimento operário na rota da conquista de seu próprio poder estatal, a
Ditadura do Proletariado. Se a correlação de forças entre as classes sociais se
encontra adversa ao proletariado, mais ainda se postulam os alicerces
programáticos do comunismo. Os arrivistas costumam "mudar de lado" e
de posições ideológicas quando a conjuntura se "estreita", este foi o
caso da esquerda petista e de seus parceiros "externos" que
convocaram uma suposta "cruzada contra a direita" para apoiar a
candidatura de Dilma e depois para combater o golpe visando capitalizar em 2018 o desgaste dos golpistas. Como se pode aferir
"sobraram " poucos na esquerda para travar o bom combate contra a
ofensiva global do mercado financeiro, mas os que não tombaram ou se
prostituíram pelas falácias palacianas estão de pé e dispostos a seguir em
frente na longa marcha da construção do Partido Revolucionário Leninista.
O período mundial iniciado com queda do Muro de Berlim
indicava uma "longa e escura noite" para os combatentes mais
abnegados dos ideais comunistas. A partir deste momento germinou com toda
intensidade uma (má)sorte de "novas" teorias propondo exatamente a
"flexibilização" da estrutura Leninista de partido e não por
coincidência no mesmo "pacote" político a defesa feroz da eliminação
histórica do planejamento central da economia. Era o "ovo da
serpente" do neoliberalismo que viria se consolidar logo após a destruição
do próprio Estado Soviético e a implantação da "liberdade do mercado"
no interior da antiga URSS. A esquerda revisionista mundial logo
"processou" programaticamente as mudanças ocorridas no Leste Europeu,
passando a se "qualificar" ela mesma como gestora da ofensiva
imperialista contra as conquistas históricas operárias. O proletariado confuso
após a derrota de seu "estado maior", vendida como
"vitória" pelos reformistas de todos os quilates, passou a depositar
sua confiança política nas "novas" lideranças da esquerda social
democrata, da qual o PT emergiu como o principal fenômeno internacional desta
etapa. Fazemos esta breve regressão no tempo para que nossos
leitores possam capturar melhor o peso e a influência mundial do PT no cenário
da efêmera "vitória neoliberal" contra o comunismo. Afinal quatro
mandatos estatais petistas (com a iminência de um quinto para Lula), com a
aplicação do receituário de Wall Street, sem que este partido se desmoralizasse
por completo no seio das massas deve ter uma razão bem profunda e não meramente
conjuntural. E o que parece ainda mais "inacreditável" politicamente
o PT nas últimas eleições conseguiu inclusive granjear suporte de setores que
se auto reivindicam "Leninistas e Trotsquistas", o mesmo fenômeno
pode se repetir em 2018. Caracterizamos enfaticamente que toda superestrutura
ontológica gira a direita, "arrastando" desde as pequenas seitas
revisionistas até as grandes vertentes da social democracia como o PT, posto a
convergência pragmaticamente exercida no "voto crítico" em Dilma para
derrotar o já derrotado Aécio, a mesma pressão que tende a se reunir diante da
candidatura Lula no próximo ano em nome de "derrotar a direita".
Acreditar que a ofensiva neoliberal em andamento agora
levada a cabo pelo golpista Temer foi uma "traição" do PT é no mínimo
uma piada de mau gosto. O "desenho" do atual ajuste já estava posto
muito antes mesmo da reeleição da "gerentona", que foi golpeada no parlamento justamente porque não conseguiu cumprir seu compromisso com o grande capital.
Vender a ilusão de nova derrota da direita pelas mãos do PT em 2018 serve apenas para
desarmar a resistência das massas diante de um quadro nacional bastante
"sombrio". Nós da LBI ousamos no limite de nossas forças militantes uma
vigorosa campanha de denúncia e enfrentamento contra o principal pilar da
ofensiva imperialista no Brasil, a Operação Lava Jato, antes aplaudida pelo PT
e grande parte da esquerda, como o PSOL. Hoje a história nos dá razão, e apesar
de "isolados" no meio da escória oportunista da esquerda revisionista
o Blog diário da LBI é a principal referência política para a vanguarda
classista do país.
As perspectivas mais próximas não são de uma "vitória
final" sobre o capitalismo e sua escalada de terror contra o proletariado
e seus direitos sociais, mas "cavalgar na aridez" é a nossa vocação
revolucionária. Os inimigos (abertos ou disfarçados de independentes) do
Partido Leninista festejaram em 2017 "conquistas" inexistentes em um
terreno de absoluto recuo político da classe operária. Os Comunistas ao
contrário erguem um brinde neste final de ano a firmeza programática e
ideologicamente de conservar viva a estrutura de um partido Leninista que soube
"remar contra a corrente" do neoliberalismo, aliado aos mais
corajosos ativistas sociais que não temem sequer a morte ou a perseguição
estatal. O único "temor" que deve permear a mente dos genuínos
revolucionários é a vergonha da capitulação política, "ato" muito
frequente e comum entre a "família" dos revisionistas!