domingo, 31 de dezembro de 2017

UMA PERSPECTIVA LENINISTA PARA ENFRENTAR A BARBÁRIE IMPERIALISTA QUE AMEAÇA TODA A HUMANIDADE


O ano de 2017 no Brasil foi marcado pelos desdobramentos do golpe institucional comandado por Temer e o grosso da burguesia pouco tempo depois da quarta eleição consecutiva da Frente Popular. A conjuntura nacional aberta já no início de 2015 indicava que a ofensiva capitalista neoliberal teria como principal ponto de apoio justamente o governo central petista mas Dilma foi incapaz de levar adiante integralmente os planos do imperialismo, por essa razão sofreu o impeachment em meados de 2016, abrindo uma conjuntura de aprofundamento dos ataques às condições de vida dos trabalhadores, como a Reforma da Previdência, que deve ser votada logo no começo de 2018. A “chave” para decifrar esta etapa histórica consiste necessariamente na "ácida" compreensão de que o acúmulo de derrotas mundiais do proletariado gerou um tremendo retrocesso em sua consciência de classe, impondo novos "sujeitos" em suas lideranças políticas e que nada tem a ver com o genuíno legado do Marxismo Revolucionário. Não se trata de "apologizar" o pessimismo entre a classe operária, mas de sempre falar a verdade "por mais amarga que seja" como nos ensinou o chefe bolchevique Leon Trotsky! Se os consecutivos triunfos do PT na arena estatal indicaram um giro à direita na conjuntura brasileira redundando em um golpe parlamentar, mais além da verborragia demagógica de esquerda, é porque a ausência de uma ferramenta revolucionária para as massas impõe um verdadeiro vácuo na organização classista do proletariado. A perspectiva estratégica se mantém integralmente, porém é necessário afirmar que exigirá um redobrado esforço dos Leninistas que se mantiveram firmes na férrea convicção da necessidade da construção de um autêntico partido operário! É evidente que existe uma forte disposição latente para resistir a ofensiva imperialista em curso, os "signos" desta contraofensiva podem ser encontrados nas corajosas ações das camadas mais exploradas do proletariado, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Contudo os Marxistas não cultuam no "mito" reacionário da espontaneidade das massas, os Revolucionários para honrarem suas melhores heranças programáticas sabem muito bem que devem se organizar em um partido hierarquizado e centralizado democraticamente para conduzir a rebelião operária até a vitória socialista. Não podemos confiar em charlatães políticos que individualmente "criam seu próprio partido", para fugir da disciplina revolucionária dos quadros comunistas. Como afirmou Lenin: "Fora do partido não há existência revolucionária". A construção de um partido de vanguarda não é um "capricho" de "dirigentes autoritários", como costumam adjetivar os centristas que abandonaram o "peso de carregar" princípios, é a expressão da necessidade histórica de dotar o movimento operário na rota da conquista de seu próprio poder estatal, a Ditadura do Proletariado. Se a correlação de forças entre as classes sociais se encontra adversa ao proletariado, mais ainda se postulam os alicerces programáticos do comunismo. Os arrivistas costumam "mudar de lado" e de posições ideológicas quando a conjuntura se "estreita", este foi o caso da esquerda petista e de seus parceiros "externos" que convocaram uma suposta "cruzada contra a direita" para apoiar a candidatura de Dilma e depois para combater o golpe visando capitalizar em 2018 o desgaste dos golpistas. Como se pode aferir "sobraram " poucos na esquerda para travar o bom combate contra a ofensiva global do mercado financeiro, mas os que não tombaram ou se prostituíram pelas falácias palacianas estão de pé e dispostos a seguir em frente na longa marcha da construção do Partido Revolucionário Leninista.

O período mundial iniciado com queda do Muro de Berlim indicava uma "longa e escura noite" para os combatentes mais abnegados dos ideais comunistas. A partir deste momento germinou com toda intensidade uma (má)sorte de "novas" teorias propondo exatamente a "flexibilização" da estrutura Leninista de partido e não por coincidência no mesmo "pacote" político a defesa feroz da eliminação histórica do planejamento central da economia. Era o "ovo da serpente" do neoliberalismo que viria se consolidar logo após a destruição do próprio Estado Soviético e a implantação da "liberdade do mercado" no interior da antiga URSS. A esquerda revisionista mundial logo "processou" programaticamente as mudanças ocorridas no Leste Europeu, passando a se "qualificar" ela mesma como gestora da ofensiva imperialista contra as conquistas históricas operárias. O proletariado confuso após a derrota de seu "estado maior", vendida como "vitória" pelos reformistas de todos os quilates, passou a depositar sua confiança política nas "novas" lideranças da esquerda social democrata, da qual o PT emergiu como o principal fenômeno internacional desta etapa. Fazemos esta breve regressão no tempo para que nossos leitores possam capturar melhor o peso e a influência mundial do PT no cenário da efêmera "vitória neoliberal" contra o comunismo. Afinal quatro mandatos estatais petistas (com a iminência de um quinto para Lula), com a aplicação do receituário de Wall Street, sem que este partido se desmoralizasse por completo no seio das massas deve ter uma razão bem profunda e não meramente conjuntural. E o que parece ainda mais "inacreditável" politicamente o PT nas últimas eleições conseguiu inclusive granjear suporte de setores que se auto reivindicam "Leninistas e Trotsquistas", o mesmo fenômeno pode se repetir em 2018. Caracterizamos enfaticamente que toda superestrutura ontológica gira a direita, "arrastando" desde as pequenas seitas revisionistas até as grandes vertentes da social democracia como o PT, posto a convergência pragmaticamente exercida no "voto crítico" em Dilma para derrotar o já derrotado Aécio, a mesma pressão que tende a se reunir diante da candidatura Lula no próximo ano em nome de "derrotar a direita".

Acreditar que a ofensiva neoliberal em andamento agora levada a cabo pelo golpista Temer foi uma "traição" do PT é no mínimo uma piada de mau gosto. O "desenho" do atual ajuste já estava posto muito antes mesmo da reeleição da "gerentona", que foi golpeada no parlamento justamente porque não conseguiu cumprir seu compromisso com o grande capital. Vender a ilusão de nova derrota da direita pelas mãos do PT em 2018 serve apenas para desarmar a resistência das massas diante de um quadro nacional bastante "sombrio". Nós da LBI ousamos no limite de nossas forças militantes uma vigorosa campanha de denúncia e enfrentamento contra o principal pilar da ofensiva imperialista no Brasil, a Operação Lava Jato, antes aplaudida pelo PT e grande parte da esquerda, como o PSOL. Hoje a história nos dá razão, e apesar de "isolados" no meio da escória oportunista da esquerda revisionista o Blog diário da LBI é a principal referência política para a vanguarda classista do país.

As perspectivas mais próximas não são de uma "vitória final" sobre o capitalismo e sua escalada de terror contra o proletariado e seus direitos sociais, mas "cavalgar na aridez" é a nossa vocação revolucionária. Os inimigos (abertos ou disfarçados de independentes) do Partido Leninista festejaram em 2017 "conquistas" inexistentes em um terreno de absoluto recuo político da classe operária. Os Comunistas ao contrário erguem um brinde neste final de ano a firmeza programática e ideologicamente de conservar viva a estrutura de um partido Leninista que soube "remar contra a corrente" do neoliberalismo, aliado aos mais corajosos ativistas sociais que não temem sequer a morte ou a perseguição estatal. O único "temor" que deve permear a mente dos genuínos revolucionários é a vergonha da capitulação política, "ato" muito frequente e comum entre a "família" dos revisionistas!

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

LEIA A EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA Nº 326, NOVEMBRO-DEZEMBRO/2017


EDITORIAL
Um balanço das derrotas operárias impostas pela política colaboração de classes da Frente Popular em 2017 

HÁ TRÊS ANOS...
Dilma iniciava a neoliberal Reforma da Previdência que o golpista Temer tenta concluir

MACRI APROVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA ARGENTINA
Os lutadores no Brasil devem abstrair as lições da derrota, produto da política de colaboração de classes do peronismo, da burocracia sindical e da FIT

6º CONGRESSO DO PSOL
Esperando a candidatura de Boulos, PSOL se paralisa à reboque de Lula

MARCADO JULGAMENTO DE LULA NO TRF MAS BURGUESIA DECIDIRÁ O FUTURO ELEITORAL DO PT APENAS NO STF... 
Globo prepara pacientemente a candidatura do justiceiro Moro para legitimar nas urnas a fraude

ULTIMATO DOS PROCURADORES DA “LAVA JATO” ÀS ELEIÇÕES DE 2018
É necessário uma mudança do regime político, com moro na cabeça do planalto

PCdoB LANÇA SUA PRÉ-CANDIDATURA À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Manuela, será pra valer?

RAFAEL BRAGA TEM RECURSO NEGADO EM SEGUNDA INSTÂNCIA NA JUSTIÇA DO RJ E TERÁ QUE VOLTAR À PRISÃO
Liberdade imediata para todos os presos políticos deste autocrático regime democrático-burguês

“NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO” DEFINHA E VIRA “TRANSIÇÃO SOCIALISTA”... MELHOR SERIA “REAÇÃO CAPITALISTA”
Em nome de combater o PT nasce como defensores do judiciário e da ultra-privilegiada máfia de toga

PSTU E “MAIS” REPRODUZEM A NOTA CANALHA DA CUT ILUDINDO OUTRA VEZ OS TRABALHADORES
Nova enganação acena com mais uma farsa de “Greve Geral” legitimada por estes dois grupos em disputa pelo aparato sindical da Conlutas

PSOL E PSTU “LAMENTAM” O CANCELAMENTO DA SUPOSTA GREVE NACIONAL, PORÉM DÃO PROSSEGUIMENTO A FARSA DO “DIA DE LUTA” DESTE 05/12
Burocracias sindicais traidoras agradecem a cobertura de esquerda dada pelos revisionistas legitimando esta fraude. Revolucionários não avalizam mais esse engodo de lobby parlamentar!

CONFIRMADO O QUE A LBI JÁ DENUNCIAVA
Burocracia sindical traidora cancelou a suposta “greve nacional” de 5/12

20 DE NOVEMBRO - DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Lutar contra o racismo é lutar contra o capitalismo! Nenhuma ilusão na ideologia burguesa do "empoderamento preto" dentro da sociedade de classes! 

REPUDIAMOS A AGRESSÃO COVARDE DO MEPR CONTRA MILITANTES DO PSTU NA UERJ
Não aos ataques físicos entre correntes políticas que se reivindicam da classe operária! Nenhuma ingerência da reitoria privatista ou da polícia assasssina nas disputas do movimento de massas!

BRUTAL CHACINA DE SEIS CRIANÇAS SOB A GUARDA DO ESTADO DO CEARÁ EM UM "CENTRO SOCIOEDUCATIVO" PARA MORRER
Governador Camilo Santana sequer emite comunicado e manda o "sub do sub" lamentar cinicamente a covarde matança que tem as "digitais" de sua polícia

REUNIÃO NACIONAL DE ENTIDADES CLASSISTAS, MOVIMENTOS SOCIAIS E ESTUDANTIS PARA DEBATER A REORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA
Organizar um congresso nacional de base dos trabalhadores como um embrião de organismo de poder proletário e socialista!

BALANÇO DO DIA 10/11
Fraca mobilização nacional utilizada como "pressão" não irá derrotar a ofensiva do "ajuste" neoliberal da burguesia contra os trabalhadores. Organizar já uma verdadeira greve geral de massas por tempo indeterminado!

HÁ 1 ANO DO DESASTRE AÉREO, CONFIRMOU-SE PLENAMENTE O QUE A LBI DENUNCIAVA 
Cartolas da chapecoense, CBF e Conmebol são os verdadeiros responsáveis pela tragédia... familiares abandonados pela direção do clube, além de não receberem as indenizações e seguros!

4 DE NOVEMBRO DE 1969 - MARIGHELLA MORRE EM UMA EMBOSCADA MONTADA PELO FACÍNORA FLEURY
Nossa homenagem militante a esse herói da esquerda revolucionária que comandou a luta em armas contra a ditadura militar!

HÁ 41 ANOS ATRÁS O REGIME MILITAR TRUCIDAVA UMA FRAÇÃO DO COMITÊ CENTRAL DO PCdoB
Chacina da Lapa memória e lições de um trágico acontecimento

06 DE DEZEMBRO DE 1976 - JOÃO GOULART MORRE ENVENENADO NA ARGENTINA PELA OPERAÇÃO CONDOR
CIA e os governos militares do continente eliminam mais um quadro político “inconveniente” da burguesia

22 DE NOVEMBRO DE 1910
A Revolta da Chibata como expressão da luta dos trabalhadores negros contra a exploração capitalista

O "PUTSCH" COMUNISTA DE 23 DE NOVEMBRO DE 1935
82 anos de um fracasso da fase ultra esquerdista do stalinismo mundial

HÁ 90 ANOS DA EXPULSÃO DE TROSTKY DO PARTIDO COMUNISTA
Em dezembro de 1927, Stálin comanda a exclusão da Oposição Unificada no XV Congresso do PCUS

20 DE DEZEMBRO DE 1879 - NASCIA KOBA
Os genuínos trotskistas que combateram a burocratização da URSS denunciam a atual Stalinofobia como parte da reação a serviço da ofensiva ideológica do imperialismo

1º DE DEZEMBRO DE 1934 - KIROV É ASSASSINADO EM LENINGRADO
Sua morte serve de base para os “Processos de Moscou” montados por Stálin contra Trotsky e outros membros da velha guarda Bolchevique

A GRANDE REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
A parteira de um feto histórico que ainda poderá mudar os destinos de toda a humanidade

HÁ 40 ANOS SEM CHAPLIN
Um “amigo” genial do socialismo no coração do mundo das ilusões capitalistas

JONH LENNON É ASSASINADO EM 8 DE DEZEMBRO DE 1980
Apesar de sua genialidade, nossa crítica a “imaginação” de mudar o mundo sem destruir o capitalismo

SADDAM HUSSEIN ERA CAPTURADO HÁ 14 ANOS
Covarde burguesia nacional iraquiana não oferece resistência à ocupação imperialista

HÁ CINCO ANOS MORRIA OSCAR NIEMEYER
O último grande “amigo” do velho “Partidão”
  
“LÁGRIMAS DE CROCODILO”
Grupo “Mais”, PCO e MRT “denunciam” a volta da escravidão na Líbia mas “esquecem” que apoiaram a falsa “Revolução Árabe”, responsável pela atual barbárie capitalista

DO GOLPE “CONSTITUCIONAL” DE 2009 A MAIS UMA TENTATIVA DE GOLPE “ELEITORAL” EM 2017
Honduras é palco de uma nova fraude para impedir a vitória do candidato da centro-esquerda burguesa, Salvador Nasralla na “aliança” apoiada por Manuel Zelaya

SUBMARINO ARGENTINO NÃO EXPLODIU PORQUE ERA UMA “SUCATA”
Foi sabotado pela CIA-OTAN para que o imperialismo e suas empresas de petroléo escaneassem uma das áreas marítimas mais ricas do planeta, sob os olhos “passivos” do entreguista neoliberal Macri

DIREITISTA PIÑERA VENCE 1º TURNO E CRISE NA GESTÃO NEOLIBERAL DE BACHELET (PS) PROVOCA FRAGMENTAÇÃO DA FRENTE POPULAR
Surge a “Frente Ampla”, uma opção social-democrata de “esquerda” no circo da democracia dos ricos do Chile

“FIFA-GATE”:
Caçada “moralizante” da justiça dos EUA contra corrupção no futebol tem como objetivo colocar esse negócio bilionário sob o controle do imperialismo ianque

16 DE NOVEMBRO DE 1922 - NASCE O GRANDE ESCRITOR PORTUGUÊS
A cegueira que acometeu o militante Saramago

GOLPE MILITAR CONTRA MUGABE NO ZIMBÁBWE
À serviço da dominação do imperialismo anglo-ianque no continente africano

HÁ QUATRO ANOS ATRÁS OCORRIA O INÍCIO DA “REVOLUÇÃO MADE IN CIA” NA UCRÂNIA
País é ponta de lança da OTAN nas provocações contra a Rússia

09 DE NOVEMBRO DE 1989 – DERRUBADA DO MURO DE BERLIM
Início da contrarrevolução capitalista aberta comemorada como uma “vitória” pelos revisionistas do trotskismo!

DIREÇÃO DAS FARC “CELEBRA” OS CINCO ANOS DA MORTE DO SEU COMANDANTE MILITAR AFONSO CANO
Após depor as armas, prega a “conciliação nacional pela via da paz e do bom viver” com Manoel Santos, o algoz do dirigente da guerrilha covardemente assassinato

UM MÊS APÓS O MASSACRE DE LAS VEGAS, UMA SEMANA DEPOIS DO ATAQUE EM NOVA YORK, UMA NOVA TRAGÉDIA AGORA NO TEXAS
Terrorismo doméstico nos EUA reflete uma sociedade “doente” que incrementa a ofensiva imperialista contra os povos!

PODEMOS... E JÁ SOMOS HOJE O QUE O PSOL SONHA EM SER AMANHÃ
Súditos do capital e da reação imperialista contra os povos...

POR UMA NOVA INTIFADA PARA RECUPERAR JERUSALÉM E TODO O TERRITÓRIO HISTÓRICO DA PALESTINA OCUPADA
Pela destruição do enclave sionista! Lutar em defesa de uma Palestina soviética baseada em conselhos de operários e camponeses árabes, palestinos e judeus!

“LUTA DE CLASSES NA INTERNET”
Nunca houve “neutralidade” na rede mundial de computadores, mas agora o imperialismo ianque decide oficialmente que os monopólios da comunicação irão controlar ainda mais o conteúdo e o acesso às informações

BLOG DA LBI ULTRAPASSA 2 MILHÕES DE ACESSOS NO CENTENÁRIO DA REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE
Uma tribuna militante viva em defesa das lições de Outubro no combate pela construção do Partido Revolucionário!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

HÁ 90 ANOS DA EXPULSÃO DE TROSTKY DO PARTIDO COMUNISTA: EM DEZEMBRO DE 1927, STÁLIN COMANDA A EXCLUSÃO DA OPOSIÇÃO UNIFICADA NO XV CONGRESSO DO PCUS


Em dezembro de 1927, o XV Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) foi utilizado para condenar o “trotskismo”, exigir que a Oposição Unificada abandonasse suas posições e decidir pela expulsão daqueles que não se curvassem aquelas resoluções burocráticas tramadas por Stálin. O congresso decidiu oficialmente que “a oposição rompeu ideologicamente com o Leninismo, degenerou num grupo menchevique, enveredou pela via da capitulação face às forças da burguesia internacional e interna e transformou-se objetivamente num instrumento de terceiras forças contra o regime da ditadura proletária”. Por isso o XV Congresso declarou a o conjunto da Oposição e a propaganda dos seus pontos de vista incompatíveis com a permanência nas fileiras do Partido. O congresso aprovou a resolução da reunião conjunta do Comité Central e da Comissão de Controle para expulsar do partido Trótsky e Zinóviev e decidiu excluir também Rádek, Preobrajénski, Rakóvski, Piatakov, Serebriakov, I. Smírnov, Kámenev, Sáfarov, Mdivani, Smílga. Os expulsos que se subjugaram à chantagem e solicitaram a reintegração como militantes, Stálin exigiu o cumprimento das seguintes exigências: A) Condenação pública do trotskismo como ideologia antibolchevique e anti-soviética. B) Reconhecimento público da política do partido como a única política justa. C) Submissão incondicional às resoluções do partido e dos seus órgãos. D) Passagem por um período de experiência durante o qual o partido verificaria a conduta dos expulsos, decidindo no final, caso a caso, a sua readmissão. Na auto-biografia “Minha Vida”, no capítulo “O último período da luta no Partido”, Trotsky descreve esse momento dramático ocorrido em dezembro de 1927 com essas palavras “Stálin preparava, entretanto o congresso do partido, desejoso de colocá-lo diante do fato consumado da cisão. As chamadas conferências locais que deveriam escolher os delegados ao congresso, estavam mais que realizadas antes do que se abrissem oficialmente a ‘discussão’, ao passo que grupos militarmente organizados dissolviam as reuniões à força de assobios e cacetadas, usando de métodos puramente fascistas. Não é fácil imaginar coisa mais vergonhosa que os preparativos do XV Congresso. Zinoviev e seu grupo não tiveram dificuldade de advinhar que o congresso iria realizar politicamente o esmagamento material da oposição, o qual fora começado nas ruas de Moscou e Leningrado no décimo aniversário da Revolução de Outubro. A única preocupação de Zinoviev e dos seus amigos era capitular a tempo. Não podiam deixar de compreender que os burocratas stalinistas não viam neles, oposicionistas de segunda jornada, o verdadeiro inimigo, mas no núcleo central da oposição, os elementos ligados a mim. Esperavam que o rompimento ostensivo comigo lhes valeria senão a benevolência do congresso, pelo menos o perdão. Não pensavam que a dupla traição devia liquidá-los politicamente. Embora tenha enfraquecido temporariamente nosso grupo por sua punhalada nas nossas costas, condenaram-lhes eles mesmos, à morte política. O XV Congresso decidiu excluir a oposição em bloco. Os expulsos foram postos à disposição da GPU.” Antes da realização do congresso proprimante dito e diante do clima de tensão e vigilância do aparato stalinista que controlava o PCUS, a Oposição Unificada (Trotsky, Kamenev e Zinoviev) passou a se organizar retomando os métodos clandestinos para divulgar suas ideias para o conjunto dos militantes. Por outro lado, seu programa começava a ganhar forma. Na sessão do Comitê Central de junho de 1926, Trotsky leu em nome da Oposição Unificada a “Declaração dos 13”, apresentando suas principais reivindicações. O programa esboçado pela Oposição Unificada articulava diferentes pontos que convergiam para o fortalecimento da classe operária no interior do Partido e do Estado na União Soviética. O peso conferido à classe operária neste programa partia da leitura dos oposicionistas de que a única garantia contra a consolidação do processo de burocratização (além da revolução europeia) era a participação efetiva dos trabalhadores nas decisões políticas, o que só ocorreria quando estes soubessem o que realmente estava acontecendo no partido. Portanto, para a oposição tratava-se de se dirigir a opinião pública, percorrer o maior número de células e comitês possíveis para ganhar os operários para seu programa. Entre esta pretensão e a realidade concreta havia uma grande distância, àquela altura o aparato dirigente do partido já havia constituído uma rede de vigilância, intimidação e repressão baseada em violências, ameaças, falsificações e calúnias que eram praticados pelos próprios agentes do Estado. Este aparelho repressor traduziu-se, por exemplo, durante as eleições dos delegados para a XV Conferência do partido na fábrica Putilov em Leningrado, quando Zinoviev, destacado membro da oposição naquela cidade, obteve somente 25 votos contra 1375. Apesar dos revezes, a Oposição Unificada recuperou parte de sua influência através de suas denúncias contra a política nefasta do PCUS e da Internacional Comunista em relação à revolução chinesa, cuja consigna de revolução democrático-burguesa e a conseqüente submissão do Partido Comunista Chinês ao Kuomintang, resultou no massacre de centenas de operários chineses em Xangai. O próximo passo da Oposição Unificada foi concentrar todas as suas energias na tentativa de participar do XV Congresso do partido que ocorreria em dezembro de 1927. Com este propósito, em agosto deste ano os oposicionistas elaboram sua plataforma, visando conquistar o maior número de adeptos possível.  Segundo Isaac Deutscher, os oposicionistas “prepararam uma exposição completa e sistemática das suas políticas, uma plataforma como jamais foram capazes de apresentar antes”. Este documento foi escrito por Trotsky, Zinoviev, Kamenev, Smilgá, Piatakov, além de um grupo de jovens, sendo submetida, quando possível, aos grupos oposicionistas e às células operárias. A plataforma da Oposição Unificada, o longo documento era formado por 12 capítulos que analisavam questões como a situação da classe operária, a industrialização, os soviets e o processo de burocratização do partido. Em relação ao partido, a plataforma da Oposição Unificada pontuava que a burocratização avançava a passos largos, suprimindo a democracia interna e violando o legado bolchevique. Denunciava as Conferências e Congressos chamados pela direção sem discussão prévia dos militantes e também a substituição da disciplina revolucionária pela obediência inquestionável. O documento também chamava a atenção dos militantes para o processo de substituição do partido pelo seu aparato dirigente e também sobre os métodos repressivos deste aparato contra os “bolcheviques-leninistas”. Em relação às propostas específicas da plataforma da Oposição Unificada sobre os problemas apontados, o documento propunha entre suas principais medidas: o restabelecimento do livre debate; composição social do partido com uma maioria de proletários industriais; restauração da resolução sobre democracia interna aprovada no X Congresso; composição social do partido com uma maioria de proletários industriais; readmissão dos oposicionistas expulsos e a reconstrução de um Comitê Central com a maioria de trabalhadores. A plataforma afirmava peremptoriamente que a Oposição Unificada estava convencida de que a classe operária iria provar ser capaz de trazer o partido ao caminho leninista, ajudá-la neste processo era a principal tarefa reivindicada pelos oposicionistas. Impedidos pelo aparato de publicar sua plataforma na imprensa do partido, os oposicionistas conseguiram imprimir a duras penas cerca de 30 mil exemplares do documento com o objetivo de coletar o maior número possível de assinaturas e assim pressionar o aparato a aceitar sua participação no XV Congresso. Neste sentido, os bolcheviques voltaram-se para as fábricas e bairros operários para expor e defender sua plataforma. No livro de Deutscher sobre Trotsky há um interessante depoimento do militante Victor Serge sobre esta batalha da oposição: “Cerca de cinqüenta pessoas enchiam a sala de jantar pobre, ouvindo Zinoviev que engordara e, pálido e despenteado, falava com voz baixa. Havia nele algo de flácido e ao mesmo tempo muito atraente. (…) No outro extremo da mesa sentava-se Trotsky. Envelhecendo a olhos vistos, grisalho, de elevada estatura, encurvado, os traços fisionômicos marcados, era cordial e encontrava sempre a resposta certa. Uma operária, sentada de pernas cruzadas no chão, pergunta de súbito: “E se formos expulsos do Partido?” “Nada pode impedir os proletários comunistas de serem comunistas”, respondeu Trotsky. (…) Era simples e comovente ver os homens da ditadura do proletariado, ontem ainda poderosos, voltar assim aos bairros dos pobres e falar, ali, de homem a homem, procurando o apoio e os camaradas”. Como se observa, Trotsky se manteve um Bolchevique-Leninista até a morte, quando foi assassinado por um agente de Stálin no México.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

HÁ TRÊS ANOS O GOVERNO DILMA INICIAVA A NEOLIBERAL REFORMA DA PREVIDÊNCIA QUE O GOLPISTA TEMER TENTA CONCLUIR AGORA


No final de 2014, há exatamente três anos, o governo Dilma lançava um pacote ultraliberal de medidas incluindo a Reforma da Previdência, a limitação da pensão por morte e a restrição ao seguro-desemprego assim como ao auxílio doença, duros ataques aos trabalhadores. Naquele momento o Blog da LBI denunciou a medida como um amargo "presente surpresa" de fim de ano, artigo que publicamos abaixo. Agora, seu vice, o golpista Temer, tenta concluir o "trabalho sujo" deixado inconcluso pela Frente Popular, o que demonstra que a atual crítica de Lula contra a proposta a ser votada no começo de 2018 no parlamento burguês não passa de demagogia eleitoral, cabendo aos trabalhadores não ter nenhuma ilusão em um futuro governo do PT, lutando por derrotar nas ruas, através de uma Greve Geral por tempo indeterminado, o ataque iniciado por Dilma e que Temer tenta concluir!

“PRESENTE SURPRESA” DE FIM DE ANO DO GOVERNO DILMA: PACOTE ULTRANEOLIBERAL COM REFORMA DA PREVIDÊNCIA E RESTRIÇÃO AO SEGURO DESEMPREGO. A GUERRA CONTRA AS CONQUISTAS SOCIAIS JÁ COMEÇOU! 
(Blog da LBI, 30 DE DEZEMBRO DE 2014)

No apagar das luzes de 2014, o governo Dilma anunciou uma Reforma da Previdência pela via da edição de Medidas Provisórias que atacam direitos dos trabalhadores segurados pelo INSS e aos que recorrem ao seguro desemprego após as demissões. Coube ao novo “homem-forte” do governo do PT, Aluízio Mercadante (na verdade mercado andante), anunciar medidas neoliberais e desumanas que limitam o acesso da população trabalhadora a uma série de benefícios previdenciários, entre eles seguro-desemprego, pensão vitalícia por morte e auxílio-doença. As MPs foram lançadas segundo o Planalto para “corrigir excessos e evitar distorções” buscando uma economia de 18 bilhões já em 2015 como parte do ajuste fiscal monetarista planejado pelos novos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa. O duro ataque capitalista foi aplaudido pelo empresariado e a oposição conservadora que saudou o “esforço” do governo em manter o orçamento equilibrado para o próximo ano às custas de cortes de direitos e conquistas. E ainda existem idiotas políticos no interior da esquerda que dizem que o governo Dilma está na iminência de sofrer um “golpe da direita”! Para completar o “presente de fim de ano”, as medidas foram anunciadas após uma reunião com a CUT como parte da política de colaboração de classes imposta pela Frente Popular com o objetivo de paralisar o movimento de massas em favor dos interesses da burguesia. Entre as mudanças definidas está a triplicação do período de trabalho exigido para que o trabalhador requeira pela primeira vez o seguro-desemprego. Será elevado de seis meses para 18 meses o período seguido de trabalho para que os recursos sejam liberados ao contribuinte que acaba de ficar desempregado. Os critérios para obter pensão por morte também ficarão mais rigorosos e o valor por beneficiário será reduzido. O governo vai instituir um prazo de “carência” de 24 meses de contribuição do segurado para que o dependente obtenha os recursos. Atualmente, não é exigido tempo mínimo de contribuição para que os dependentes tenham direito ao benefício, mas é necessário que, na data da morte, o segurado esteja contribuindo. O ministro anunciou também um novo cálculo que reduzirá o valor da pensão “Teremos uma nova regra de cálculo do benefício, reduzindo do patamar de 100% do salário de benefício para 50% mais 10% por dependente até o limite de 100% e com o fim da reversão da cota individual de 10%”, disse Mercadante. Outra mudança é a vitaliciedade do benefício. Cônjuges “jovens” não receberão mais pensão pelo resto da vida. Pelas novas regras, o valor será vitalício para pessoas com até 35 anos de expectativa de vida - atualmente quem tem 44 anos ou mais. A partir desse limite, a duração do benefício dependerá da expectativa de sobrevida. Outro benefício que será limitado pelo governo é o abono salarial, que equivale a um salário mínimo vigente e é pago anualmente aos trabalhadores que recebem remuneração mensal de até dois salários mínimos.  Atualmente o dinheiro é pago a quem tenha exercido atividade remunerada por, no mínimo, 30 dias consecutivos ou não, no ano. O governo também mudou as normas para concessão do auxílio-doença. Hoje o valor é pago pelo INSS ao trabalhador que ficar mais de 15 dias afastado das atividades. Com a edição da MP, o prazo de afastamento para que a responsabilidade passe do empregador para o INSS será de 30 dias. Além disso, será estabelecido um teto para o valor do auxílio equivalente à média das últimas 12 contribuições. Como se observa, já está em curso o ajuste fiscal que o PT prometeu a burguesia para garantir sua reeleição! Aqueles que chamaram a votar em Dilma em nome de “derrotar a direita e o golpismo” agora devem explicar aos trabalhadores que é pelas mãos da Frente Popular que a burguesia desferirá seus mais ferozes ataques contra os explorados e não por meio de nenhuma aventura putchiana contra a “gerentona” petista que segue à risca a cartilha neoliberal idêntica à do tucanato, só que com o “plus” de contar com a colaboração da CUT e das direções sindicais para impor estas medidas draconianas. Cabe aos setores da vanguarda classista convocarem imediatamente a resistência ao ataque a seguridade social, convocando já em janeiro um grande ato nacional de protesto e mobilizações contra este verdadeiro golpe social contra os trabalhadores!

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

HÁ 40 ANOS SEM CHAPLIN: UM "AMIGO" GENIAL DO SOCIALISMO NO CORAÇÃO DO MUNDO DAS ILUSÕES CAPITALISTAS


Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie ou Charles Chaplin, nasceu no dia 16 de abril de 1889, em Londres, na Inglaterra, e morreu aos 88 anos, em um dia de Natal, no dia 25 de dezembro de 1977, em Corsier-sur-Vevey, Vaud, na Suíça. Charles Chaplin se tornou uma figura emblemática da era do cinema mudo e, em especial, ficou conhecido pelo personagem Carlitos (ou O Vagabundo), criado e interpretado por ele mesmo. Além de ator, Chaplin foi também diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico britânico. Chaplin é um dos primeiros astros da história do cinema, elevando a indústria cultural a um patamar que poucos ousaram imaginar na época. Entre os seus filmes mais conhecidos estão Luzes da Cidade e Tempos Modernos. Em “Um Rei em Nova York” seu filho, ao ler Karl Marx, faz um discurso de crítica ao capitalismo. Foi perseguido pelo Marcarthismo. Pessoas que se recusassem apresentar nomes quando comparecessem perante o Comitê de Atividades Anti-Americanas, seriam elas próprias adicionadas a uma "lista negra" que tinha sido elaborado pelos estúdios cinematográficos de Hollywood. Mais de 320 pessoas foram colocadas nesta lista o que lhes obrigou a parar de trabalhar na indústria do entretenimento. Nomes importantes do cinema norte-americano foram incluídos nessa relação, como Leonard Bernstein, Charlie Chaplin, John Garfield, Dashiell Hammett, Lillian Hellman, Arthur Miller e Orson Welles. Porém o que poucos sabem é que Charles foi por muitos anos militante clandestino do Partido Comunista dos EUA, organização política que nunca conseguiu obter a legalidade institucional no país que se diz o "mais democrático do mundo". Perseguido politicamente e criminalmente nos EUA, Chaplin auto-exilou-se na Suíça onde ironicamente faleceu em um dia de Natal.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

18 DE DEZEMBRO DE 1879: NASCIA KOBA ...OS GENUÍNOS TROTSKISTAS QUE COMBATERAM A BUROCRATIZAÇÃO DA URSS DENUNCIAM A ATUAL STALINOFOBIA COMO PARTE DA REAÇÃO A SERVIÇO DA OFENSIVA IDEOLÓGICA DO IMPERIALISMO


Em 18 de dezembro de 1879 nasceu na Geórgia Josef Vissariónovitch Djugashvili, que usará no movimento operário o codinome de Stálin. Ele ascendeu a Secretário Geral do Partido Comunista da União Soviética com a morte de Lênin, depois de derrotar e posteriormente eliminar os dirigentes bolcheviques que resistiram a sua ascensão política. Trotsky escreveu uma biografia política dedicada a Stálin analisando detalhadamente esse processo. Sua morte anunciada oficialmente na época como produto de um derrame cerebral fez parte, na verdade, de uma feroz luta interna no interior do PCUS, a partir da deflagração da própria sucessão de Stalin em função de sua precária saúde e idade relativamente avançada, 73 anos. Os meses de janeiro e fevereiro daquele rigoroso inverno de 53 foram marcados por intensas movimentações nos bastidores do partido, culminando com o anúncio da descoberta do chamado “complô dos médicos” onde fora relatado que catedráticos da Universidade de Moscou seriam membros de uma organização de espionagem britânica empenhados em assassinar as mais altas lideranças soviéticas. Estava dada a senha para um novo processo de expurgos no politburo, onde Stalin pretendia “depurar” a lista de seus mais prováveis sucessores. Mas, o temido Lavrentiy Beria, comissário do povo para assuntos internos, teria agido mais rápido e de forma “preventiva”. Beria, temendo a nova purga stalinista que certamente o atingiria, tratou de envenenar o “Guia Genial dos Povos” e, por ironia da história, com veneno para matar ratos, como ficou comprovado somente em 2003 por uma equipe de legistas e historiadores russos absolutamente isenta. Segundo o grande historiador Isaac Deutscher, a absurda preparação de mais um “julgamento espetáculo” por Stalin às vésperas de sua morte, correspondia a sua já deteriorada condição ideológica comunista (se mostrava cada vez mais simpático às ideias de Mussolini) e, por consequência, em mudanças no caráter do regime soviético. Como afirmou Trotsky, a burocracia atua como uma casta que defende “até a morte” seus próprios privilégios materiais (que só podem sobreviver sobre as bases sociais do Estado operário), e nada mais coerente que diante da ameaça de Stalin de solapar os fundamentos do Estado soviético os próprios stalinistas dessem cabo de seu “chefe”. A verdade é que o homem de aço (Koba), elogiado por Lenin pela sua determinação incorruptível, vivia seus piores momentos no início da década de 50, após quase ter levado a derrota da URSS na Segunda Guerra mundial com a assinatura do pacto de cooperação com a Alemanha nazista, mais conhecido como “Pacto Ribbentrop-Molotov”. Pressionado pelas potências imperialistas consideradas “amigas” após a assinatura dos acordos de cooperação e não agressão de Yalta (1945), na Crimeia às margens do Mar Negro, Stalin leva às últimas consequências sua política contrarrevolucionária de coexistência pacífica com a burguesia mundial, debilitando assim sua própria liderança no movimento comunista internacional. Revoluções no mundo capitalista ocidental são “afogadas” pela URSS (França, Itália e Grécia) em nome do respeito às “zonas de influência”, neste período surge até o conceito do “socialismo só em meio país”, como no Vietnã e Coreia. Na China, rompendo a orientação de Stalin em dissolver o Partido Comunista no movimento nacionalista burguês, se insurge Mao Tsé-Tung, assumindo assim a direção política de um novo viés da esquerda revolucionária, que anos depois se repetiria em Cuba. Com todos seus graves erros de estratégia e traições ao legado teórico leninista, desgraçadamente a vertente revisionista do trotsquismo (seguida de toda intelectualidade pequeno-burguesa) insiste em identificar o “fenômeno histórico” do Stalinismo como sendo sinônimo de “ausência de democracia” e “provocador de calúnias”. Com este binômio, que com certeza é um elemento acessório da praxis stalinista, os revisionistas tentam enquadrar os marxistas revolucionários que denunciam seu programa de colaboração política permanente com o imperialismo, este sim um legítimo tributo à continuação da estratégia stalinista da colaboração de classes e subordinação ao “grande amo do norte”.




terça-feira, 19 de dezembro de 2017

MACRI APROVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA NA ARGENTINA: PARA IMPEDIR O “EU SOU VOCÊ, AMANHÔ AQUI NO BRASIL OS LUTADORES DEVEM ABSTRAIR AS LIÇÕES DA DERROTA, PRODUTO DA POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PERONISMO, DA BUROCRACIA SINDICAL (CGT, CTA) E DO IMPOTENTE ELEITORALISMO DA FIT


Quando as manifestações contra a Reforma da Previdência de Macri conseguiram adiar por alguns dias a aprovação da medida no parlamento argentino na semana passada, a esquerda brasileira, em especial os grupos revisionistas do trotskismo como o MRT, CST, PSTU, MAIS que apoiam a FIT naquele país disseram em uníssono: “Grande Vitória! Sigamos o exemplo de luta de nossos Hermanos!”. Agora que o neoliberal Macri aprovou seu ataque às aposentadorias por uma pequena margem, contando com o voto decisivo de setores da oposição burguesa ligados ao Peronismo, quais as lições a tirar dessa derrota profunda? Em primeiro lugar ficou evidente a fraude da patética avaliação da FIT e de seus apoiadores no Brasil de que as recentes eleições parlamentares foram uma “vitória histórica da esquerda revolucionária” devido a eleição de alguns poucos deputados nacionais. Macri e seu Cambiemos provaram que o novo congresso nacional argentino estava afinado com os ditames do imperialismo e não o contrário, a direita consolidou seu poder e avança no ajuste neoliberal, uma tendência em curso em todo o continente. Por seu turno, as manifestações em frente ao parlamento que pressionaram os deputados não foram suficientes para barrar a reforma porque não estavam baseadas em uma verdadeira greve geral por tempo indeterminado. A CGT e a CTA, assim como a CUT e a FS aqui no Brasil, desmarcaram uma paralisação nacional de verdade e apenas convocaram um “dia de luta” parcial na data da votação, seguindo a política da burocracia sindical de pacto com o governo e com setores do Justicialsmo em busca de pequenas concessões para apoiar o projeto, dando a Macri finalmente 19 votos a favor do ataque. Resultado: os trabalhadores dos transportes, servidores públicos e algumas categorias importantes como professores paralisaram na segunda-feira (18), mas o grosso do proletariado não foi organizado para a luta direta radicalizada, com uma greve geral que interrompesse a produção e ocupasse as fábricas, bancos e comércios. Ao PTS, PO, IS e seus afins agrupados na FIT coube fazer a pressão parlamentar com suas faixas em frente ao Congresso, com suas colunas enfrentando a repressão estatal duríssima, mas sem uma retaguarda de piquetes e greve com ocupação no centro da produção, distribuição e consumo da Argentina. Tanto que nem o parlamento chegou a ser ocupado! Coube aos poucos parlamentares da FIT tentarem apenas atrasar a sessão, sem grande sucesso, uma conduta típica do eleitoralismo sem maiores consequências. Essa mesma estratégia suicida tem levado o PSTU, PSOL, Conlutas e Intersindical no Brasil ao apoiarem o eixo distracionista “Se botar pra votar o Brasil vai parar” adotado pela CUT e o PT, inclusive assinando notas conjuntas com a Frente Popular que serve para dar um verniz de esquerda e combativo a política de colaboração de classes da burocracia sindical. A esquerda brasileira que fez “festa” com o adiamento da votação na semana passada na Argentina, agora apenas “lamenta” a importante vitória de Macri, da burguesia e do imperialismo. É preciso ir além dessa conduta cínica, a LBI convoca a vanguarda classista a lutar por uma verdadeira Greve Geral por tempo indeterminado em fevereiro, o que passa por romper a ilusória unidade com esses traidores da CUT, FS e a burocracia sindical amarela. Não será pressionando o corrupto parlamento brasileiro que venceremos, ao contrário, a continuar por esse caminho seremos derrotados em fevereiro-março. Nós da LBI defendemos mais uma vez a necessidade de se convocar um Congresso Nacional de base dos Trabalhadores que rechace esses burocratas canalhas e aponte o caminho da luta direta e revolucionária para derrotar Temer e suas reformas neoliberais, se constituindo como um embrião de poder proletário que supere a política de ilusões no circo eleitoral da democracia burguesa e na pressão sobre o parlamento burguês. Esta é a senda da vitória e não a fictícia unidade com esses verdadeiros traidores da classe operária que não passam de sustentáculos do carcomido regime político capitalista! A derrota argentina provou se não superarmos essa política de colaboração de classes, se imporá no Brasil a máxima do “Eu sou você, amanhã”!

domingo, 17 de dezembro de 2017

HÁ 41 ANOS ATRÁS O REGIME MILITAR TRUCIDAVA UMA FRAÇÃO DO COMITÊ CENTRAL DO PCdoB: CHACINA DA LAPA MEMÓRIA E LIÇÕES DE UM TRÁGICO ACONTECIMENTO


Seria uma reunião de grande relevância para os rumos políticos do Comitê Central do PCdoB, no dia 16 de dezembro de 1976, há quarenta e um anos atrás, mas as conclusões programáticas do encontro clandestino (o mais representativo realizado após o encerramento das atividades da guerrilha do Araguaia) não puderam chegar ao fim devido à brutal ação policial fascista do regime militar contra o que restava no país da direção partido após a derrota sofrida na região norte do Brasil. No centro da pauta do CC estava o debate acerca do balanço político da ação militar guerrilheira do partido, realizada sob orientação ideológica do Partido Comunista Chinês. Não por coincidência a fração stalinista dirigente que defendia o “grande acerto” da tática Maoista encontrava-se “refugiada” justamente em Pequim. A doutrina de Mao Tsé Tung consistia fundamentalmente de forjar a luta armada no campo e a partir deste movimento impulsionar um "bloco de classes" com a burguesia nacional anti-imperialista para a tomada do poder estatal. A ausência na reunião de dirigentes que na época se colocavam mais "fiéis" a linha do PC chinês ameaçava mudar os rumos do partido, estamos falando fundamentalmente de João Amazonas e Renato Rabelo (atual dirigente "cânone" do PCdoB), que juntos se recusavam a fazer qualquer movimento de autocrítica em relação aos desastrosos resultados políticos da guerrilha do Araguaia. Do outro lado geográfico e político estavam Pedro Pomar e Angelo Arroyo, este último comandante e sobrevivente da guerrilha e que vivenciou a morte do dirigente histórico Maurício Grabois no desigual combate militar com as forças da repressão. Pomar já tinha manifestado para a militância partidária que estava em seu entorno suas diferenças de avaliação política com Amazonas, secretário geral de fato do partido, gerando um profundo “mal-estar” no interior da direção stalinista que não tolerava dissidências internas. Pomar teria sido chamado para uma viagem de “advertência” a Albânia, até então alinhada com a China de Mao, não efetivada em função do grave estado de saúde em que se encontrava sua companheira. Como permaneceu no Brasil, Pomar resolveu levar adiante suas posições e dar a batalha de suas ideias no âmbito do CC do partido. Iniciada a histórica reunião do PCdoB no dia 11 de dezembro, na rua Pio XI do bairro da Lapa em São Paulo, terminaria sob o assalto covarde das forças de repressão do regime, levando a morte de Pomar, Arroyo e Drummond, outros cinco dirigentes foram presos e torturados (entre eles Haroldo Lima e Aldo Arantes) e dois não foram presos. Jover Telles e José Novaes saíram da “casa aparelho” em dupla e foram os únicos a escapar do cerco policial. Algum tempo depois a direção do PCdoB imputaria a responsabilidade criminosa do ataque terrorista ao partido na “conta” de Jover Telles denunciado como um “infiltrado” no CC. Segundo esta versão, sustentada por Amazonas, Telles teria sido capturado pelo DOPS dias antes da “Chacina” e negociado sua liberdade em troca da delação do partido. Mas o estranho é que somente em 1983, no sexto congresso do PCdoB, se “oficializaria” a expulsão definitiva do “traidor”, ou seja, quase sete anos após os gravíssimos acontecimentos da Lapa. Seguindo a trilha das “denúncias” de Amazonas contra seus opositores internos nos deparamos com outra acusação, desta vez o alvo seria o líder camponês José Novaes, que ao contrário de Telles e Wladimir Pomar (filho de Pedro e também preso na Lapa), resolveu organizar uma dissidência no seio do PCdoB. Diante das circunstancias criadas (e nunca totalmente esclarecidas) em torno da militância de Telles, este decide abandonar a política, Wladimir toma o rumo da socialdemocracia europeia ingressando "dissolvido" dos ideais comunistas no PT em 1980. Coube a Novaes, principal referência política da dissidência na vanguarda de esquerda, reunir os outros companheiros do PCdoB que estavam em processo de ruptura com o stalisnismo (Ozeas Duarte, Genoino Neto e Jorge Paiva), fundar uma nova organização comunista, que viria a se tornar o PRC em 1984. Mas se não foram os “camaleões” (alcunha pejorativa atribuída por Renato Rabelo aos dissidentes do PCdoB) os delatores do aparelho da Lapa, a quem mais interessaria a morte de Pedro Pomar e Arroyo? Quem teria de fato “vazado” para os genocidas a informação da reunião que poderia ter mudado a linha Maoista do PCdoB? Seria o Telles o delator ou o próprio Amazonas teria "cantado" a reunião do partido para os facínoras do DOPS? No seio dos aparatos burocráticos stalinistas tudo é possível, até tratar como "agentes do imperialismo" gigantes revolucionários como foi Trotsky.


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

“LUTA DE CLASSES NA INTERNET”: NUNCA HOUVE “NEUTRALIDADE” NA REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, MAS AGORA O IMPERIALISMO IANQUE DECIDE OFICIALMENTE QUE OS MONOPÓLIOS DA COMUNICAÇÃO IRÃO CONTROLAR AINDA MAIS O CONTEÚDO E O ACESSO ÀS INFORMAÇÕES

A Comissão Federal de Comunicação (FCC) dos EUA votou nesta quinta-feira (14.12) derrubar as regras, conhecidas como “neutralidade da rede”, que exigiam que os provedores de serviços de internet (ISPs) tratassem todos os dados de maneira igual na internet e proibissem de limitar ou bloquear o acesso dos usuários aos sites e serviços. A decisão anuncia uma nova era em comunicações na Internet, onde gigantescos monopólios de internet e tecnologia como AT & T, Verizon e Comcast regulam as informações às quais as pessoas têm acesso. São claras a implicações importantes da decisão. Ele permite oficialmente que um punhado de provedores de serviços de internet e operadoras de dados móveis operem uma “lista negra” de sites e serviços de oposição, bloqueando efetivamente o acesso a eles, como já vinha ocorrendo com o Russia Today (RT) nos EUA e o World Socialist Web (WSW), censurados ou secundarizados pelo Google e outros sites de busca. Como o BLOG da LBI denunciava há anos o que era regra informal agora ganhou status oficial. O cerco à internet após o 11 de Setembro de 2001 recrudesceu com a fascista “Lei Patriota” que concedeu à NSA plenos poderes para espionar a navegação e e-mails em todo o mundo, inclusive em seu próprio território (antes havia algunas poucas restrições jurídicas) como produto da sanha “antiterrorista” do império. O aperfeiçoamento tecnológico facilitou a edificação de uma poderosa base de dados em nível mundial num sistema complicadíssimo denominado de “Total Information Awareness” (conhecimento total da informação) que tem a capacidade de armazenar vídeos, fotos, ligações telefônicas e parâmetros biométricos de “alvos” que contrariem interesses das grandes corporações e assim persegui-lo. Quer dizer, quanto mais complexa e desenvolvida a tecnologia de informação, paradoxalmente maior é o controle dos monopólios imperialistas sobre a rede mundial de computadores e a internet, ainda que as organizações e partidos políticos de “esquerda”, adaptados ao regime da democracia dos ricos tentem afirmar o pateticamente contrário. É uma profunda ilusão no regime “democrático” acreditar que a tecnologia da informação materializada na internet e em outras mídias eletrônicas signifique “liberdade de expressão”. Nada disso. Trata-se de um gigantesco banco de dados referentes ao conhecimento humano ao qual somente o imperialismo tem acesso total e controle. Neste sentido, os “What App” “Facebook”, os “Twitters” nada têm de independentes, basta que o capitalista dono do meio de produção “puxe o plug da tomada” e desligue o provedor em que o serviço está hospedado para pôr fim a tão propalada “liberdade” cibernética. Empresas do “quilate” da Microsoft, Google, Sony, Apple etc. etc. podem controlar indiscriminadamente telefones celulares, computadores, “tablets” através de softwares e hardwares por eles fabricados. Basta enviar “trojans” em anexos de e-mails ou simplesmente inserir “scripts” maliciosos escondidos em um site muito visitado (as redes sociais, por exemplo!). Ou então, com um minúsculo “chip” inserido na placa mãe dos aparelhos (computadores, celulares), as empresas, o Estado burguês pode gravar tudo o que é digitado, “ligar” remotamente telefones celulares como um “microfone” sem que o proprietário perceba, mesmo que não efetue nenhuma ligação, acionar webcams para espionar um “alvo” em tempo real, localizar via satélite pessoas por suas características biométricas. Isto se agrava ainda mais em se tratando da indústria bélica que tem a tecnologia controlada a mão de ferro pela matriz imperialista que utiliza aviões de ataque não-tripulados computadorizados. São os “Reapers” (ceifadores de vida) que arrasaram a Líbia, também usados para assassinar os dirigentes das FARC nas selvas colombianas e futuramente numa guerra contra o Irã, Venezuela ou Coréia do Norte. Ninguém, a não ser os EUA, por exemplo, tem o domínio de como funcionam estes aparelhos, que durante a “guerra fria” tinha o contraponto militar e tecnológico a ex-URSS. Este imenso e vasto poder tecnológico concentrado nas mãos de um punhado de capitalistas está voltado para a destruição das forças produtivas da humanidade. A tecnologia da informação a serviço do bem-estar da humanidade só será possível através da tomada do poder da burguesia através revolução proletária, a qual imporá um novo modo de produção, o socialismo.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

SADDAM HUSSEIN ERA CAPTURADO HÁ 14 ANOS: A COVARDE BURGUESIA NACIONAL IRAQUIANA NÃO OFERECE RESISTÊNCIA A OCUPAÇÃO IMPERIALISTA


Publicamos o artigo histórico publicado pela LBI em 2003 durante a guerra do Iraque. A burguesia iraquiana tendo a cabeça o regime de Saddam Hussein e sua então “temida” Guarda Republicana não esboçaram qualquer resistência o ocupação do país pelas tropas imperialistas. Como afirmamos naquele momento, a capitulação de Saddam ao imperialismo seguiu a mesma trilha das direções burguesas que em algum momento chocaram-se com os interesses do imperialismo. Mesmo com todas as condições político-militares favoráveis, demonstradas nos resultados iniciais dos dez primeiros dias da guerra, o regime burguês de Saddam cai como um castelo de cartas, deixando atônita e confusa as massas iraquianas e árabes que ainda depositavam grande expectativa de conseguirem derrotar o imperialismo nesta guerra, sob a condução política de Saddam Hussein. Muito provavelmente, a desesperada fuga de Saddam Hussein deve ter correspondido a algum acordo “secreto” mediado por um governo árabe da região, que deve ter lhe garantido e a seu “staff” um “refúgio” clandestino, com a aquiescência da Casa Branca. Em troca de uma “vitória fácil”, o governo Bush deve ter acenado com a “permissão” para a fuga de Saddam, em um primeiro momento para depois empreender uma caçada sem tréguas a Saddam em toda a região do Oriente Médio, o que ocorreu finalmente na madrugada do dia 13 de dezembro de 2003. Naquele momento apontávamos a necessidade de organizar a resistência anti-imperialista independente da covarde burguesia nativa para expulsar os invasores imperialistas.


DEBANDADA VERGONHOSA DE SADDAN HUSSEIN E SEU REGIME: ORGANIZAR A RESISTÊNCIA DAS MASSAS IRAQUIANAS PARA EXPULSAR O IMPERIALISMO ANGLO-IANQUE E SUAS TROPAS PIRATAS!
(SITE DA LBI, 11/04/2003)

A "temida" e bem armada guarda republicana evaporou-se por completo das cidades de Basra e Bagdá. Com ela, todo o "staff" do regime de Saddam Hussein fugiu sem esboçar a menor resistência diante da entrada das tropas anglo-ianques. O colapso do regime iraquiano aconteceu às vésperas da batalha decisiva desta guerra, com a determinação do Pentágono de seguir com as tropas a qualquer preço para ocupar Bagdá, mesmo sem o reforço da IV Divisão de Infantaria, que só poderia chegar ao Iraque dentro de no máximo duas semanas. Cerca de 20 mil soldados iniciaram a ofensiva a Bagdá, número insuficiente para um enfrentamento com a guarda republicana, concentrada majoritariamente no núcleo central de Bagdá. Somada à insuficiência das tropas invasoras, agrega-se o fator que nem sequer conseguiram fechar um cerco total sobre Bagdá, avançando fundamentalmente em linha reta pelo sul. Para ter-se uma noção do alto risco da operação desencadeada por ordem direta do secretário de defesa ianque, Donald Rumsfeld, em oposição aos próprios comandantes militares em território iraquiano, é só verificar que as tropas invasoras não tinham até então conseguido adentrar em nenhuma grande cidade iraquiana, apesar dos fortes bombardeios e da própria estratégia delineada por Saddam em concentrar suas defesas em torno de Bagdá. Neste momento, com o colapso vergonhoso do regime de Saddam Hussein, a resistência militar em Bagdá está sendo comandada por milícias, sem nenhum apoio do exército regular iraquiano.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

MARCADO JULGAMENTO DE LULA NO TRF MAS BURGUESIA DECIDIRÁ O FUTURO ELEITORAL DO PT APENAS NO STF... DECISÃO É MANTER LULA SOLTO PORÉM “PENDURADO” ATÉ AS ELEIÇÕES DE 2018 PARA LEGITIMAR O CIRCO ELEITORAL DA DEMOCRACIA DOS RICOS: GLOBO PREPARA PACIENTEMENTE A CANDIDATURA DO JUSTICEIRO MORO PARA LEGITIMAR NAS URNAS A FRAUDE


Em tempo recorde, a 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) pautou para o dia 24 de janeiro o julgamento do recurso dos advogados de Lula contra condenação do Juiz Sérgio Moro no caso do apartamento do Guarujá, a mais frágil acusação contra o candidato do PT. A 8ª Turma é formada pelos desembargadores João Pedro Gebran Neto (relator), Leandro Paulsen (revisor e presidente) e Victor Laus. Se a condenação de Lula for confirmada pela 8ª turma do TRF-4, o ex-presidente poderá ou não ter sua prisão ordenada depois de o tribunal analisar eventuais embargos infringentes e de declaração. Os embargos infringentes são um tipo de recurso que só pode ser pedido pela defesa em caso de decisão desfavorável ao réu por órgão colegiado e que não seja unânime. Já os de declaração servem apenas para que os julgadores esclareçam determinado ponto de sua decisão. Lula pode ficar inelegível caso tenha a condenação confirmada em segunda instância. Isso porque a Lei da Ficha Limpa em decisão confirmada pelo STF prevê que uma pessoa condenada por determinados crimes em um órgão colegiado não pode disputar eleições. A inelegibilidade, porém, não é imediata, e depende de ritos processuais no STF e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na sentença anterior de Moro, ele decidiu por não decretar a prisão do ex-presidente por “cautela”, leia-se que se submete a uma deliberação maior da burguesia nacional sobre o futuro eleitoral do PT para 2018, já que será o TRF a instância jurídica que dará a “palavra final” acerca da inelegibilidade ou não de Lula, cabendo ainda alguns recursos ao próprio TRF, TSE e depois ao STF, que tem em sua pauta a discussão novamente sobre a legalidade da prisão em segunda instância. Lula sabe que deve ser condenado novamente, mas parece que confia que o próprio STF imerso em uma crise interna irá resgatar juridicamente sua candidatura presidencial para 2018. A pena foi baseada nas “delações premiadas contra o PT” que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento Triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Ainda que sejamos contra a perseguição e a possível futura prisão de Lula a ser definida pelo TRF e o próprio STF de acordo com as conveniências da burguesia, não avalizamos em nenhum momento a política de colaboração de classes do PT. Lutamos contra a ofensiva policialiesca e reacionária do Juiz fascistoide Moro contra o PT e o conjunto da esquerda, apresentado uma saída operária e revolucionária para a crise, o que passa pela construção de um verdadeiro Partido Revolucionário que não seja refém do circo eleitoral da democracia dos ricos. As acusações de corrupção contra Lula, o apartamento no Guarujá e um pequeno sítio no interior paulista, chegam a ser ridículas e passam muito longe do verdadeiro processo de composição entre o Estado burguês e os grandes grupos capitalistas. A “simbiose perfeita” entre a chamada iniciativa privada e seus negócios com todas as instituições estatais não foi “inventada” pelo PT, nos governos da Frente Popular apenas se reproduziu a secular prática recorrente do capitalismo de "pagar" comissões a seus gerentes de turno. As chamadas “propinas” recebidas por todos os gestores públicos desde a instauração da república no século retrasado, os Marxistas caracterizam como “comissões” indutoras do regime político burguês, abrangendo todos os partidos legais, sejam de “esquerda ou direita”. É absolutamente cristalino que o PT também recebeu e operou as “comissões” por cada negócio realizado entre a iniciativa privada e o Estado, sob os 13 anos de sua "gerência" central. Porém os fascistas da Lava Jato, todos corruptos de longa data do “Poder judiciário” (vide o caso Banestado), não estão preocupados com a corrupção ou o recebimento de propinas generalizadas nesta república do capital, estão focados na destruição da Petrobras para beneficiar as grandes petrolíferas imperialistas. Ao mesmo tempo em que Moro e sua trupe treinada pela CIA paralisa a Petrobras e trabalha para quebrar financeiramente as grandes empreiteiras nacionais, protagoniza uma caçada fascista contra as lideranças históricas do PT. O objetivo político da “República de Curitiba” é obviamente limpar o terreno eleitoral para 2018, eliminando o enorme prestígio de massas Lula, deixando livre a candidatura de Moro ao Planalto com o mote de “justiceiro dos corruptos”. Nós Comunistas da LBI somos uma oposição radical e revolucionária aos governos neoliberais do PT, desde que Lula ascendeu à presidência da república em 2003, porém fomos a primeira organização de esquerda a denunciar a farsa midiática do processo do “Mensalão” e seu atual desdobramento ainda mais retrógrado e direitista: A empulhação da Lava Jato! Moro e Dallagnol são um engodo montado desde Washington para encobrir a privataria tucana e semear o terreno para a entrega do que ainda resta de economia nacional ao imperialismo ianque. O golpe institucional que levou Temer ao governo foi apenas o primeiro degrau de uma estratégia de instalar um regime de exceção bonapartista, com a supressão das parcas garantias democráticas conquistadas com a luta e o sangue do nosso povo. Desgraçadamente setores da esquerda reformista e o próprio PT, foram cúmplices da ofensiva reacionária encabeçada pelo justiceiro Moro, agora vislumbram a víbora que alimentaram contra o conjunto dos movimentos sociais. A LBI convoca, em caráter de unidade de classe contra classe, todos as entidades classistas e democráticas a empreenderem uma jornada nacional de luta e denúncia política da farsa da Lava Jato, colando a esta iniciativa o combate frontal as reformas neoliberais que o governo golpista de Temer pretende implementar.