quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

PF CHEGA A CONCLUSÃO QUE “ACIDENTE FATAL” QUE VITIMOU TEORI ZAVASCKI FOI PRODUTO DE “FALHA HUMANA”: O CAPÍTULO FINAL DA FARSA "FABRICADA" NAS ENTRANHAS DO PODER BURGUÊS


A manchete de hoje do Portal das Organizações Globo, o G1, é clara “Polícia Federal não encontra ‘ato intencional’ na morte do ministro Teori Zavascki, diz delegado”. O delegado que a matéria se refere é Rubens Maleiner, que substituiu seu colega assassinado justamente para o resultado final do inquérito chegar a essa conclusão um ano após a morte do Magistrado: Segundo a PF, “a hipótese de falha humana é a 'linha principal' das apurações. Os elementos que atingimos até agora todos conduzem a um desfecho não intencional e trágico naquele voo”. O primeiro delegado que investigava o caso foi assassinado em julho de 2017, Adriano Antonio Soares. Foi ele quem abriu o inquérito policial e iniciou a investigação dos motivos que levaram a queda do avião de Zavascki, tendo conhecimento das verdadeiras circunstâncias que levaram a morte de Teori. O assassinato do delegado da PF tratou-se de uma verdadeira "queima de arquivo" na medida em que o mesmo detinha informações que se viessem a público aprofundariam ainda mais a crise do regime político e do governo Temer. Por sua vez, Teori Zavascki foi literalmente abatido em pleno voo quando se dirigia da capital paulista para um final de férias em Paraty no litoral fluminense em janeiro de 2017, há exatamente um ano atrás. Nada melhor do que forjar uma “falha humana” de um piloto extremamente experiente, um acidente "perfeito" às vésperas do reinício dos trabalhos do judiciário, justamente quando as delações da Odebrecht viriam a ser reveladas publicamente. Lembremos que já naquele momento a mídia "murdochiana" não esperou sequer o aparecimento do cadáver, martelando que não havia espaço para especulação de uma "teoria da conspiração" segundo os arautos do golpe, tratou-se de mais um acidente aéreo "corriqueiro" como o que ceifou a vida do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos em 2014. Entretanto para os Marxistas que conhecem muito bem o "jogo bruto" das elites capitalistas quando a taxa de lucro ameaça declinar, não resta a menor sombra de dúvida de que Teori foi "removido" do campo de batalha que não tolera vacilações. O falecido ministro togado mesmo seguindo a linha geral golpista resistia em conceder um indulto pleno a máfia dirigente do PMDB, da qual Temer é historicamente o "capo", as delações da família Odebrecht não estavam agradando o Planalto, apesar da forte inclinação em criminalizar o PT. Nada melhor então do que nomear um novo ministro, com o aval da quadrilha de Renan no Senado, para "depurar" das delações os fatos vinculados aos caciques do PMDB. Velado o corpo com o "luto oficial" dos próprios assassinos, logo surgiu um nome "probo" para assumir o legado de Teori no STF, sem o incomodo de atingir a anturragem do golpista Temer. Para relembrar essa polêmica fundamental reproduzimos o artigo que a LBI elaborou há um ano (Janeiro de 2017) logo depois da morte de Teori Zavascki, polemizando com a esquerda que não denunciou a trama e em silêncio mais uma vez acusou que nossas corretas conclusões não passavam de “Teoria da Conspiração”.


UMA POLÊMICA COM A ESQUERDA CRÉDULA NO REGIME: ASSASSINATO BEM ORQUESTRADO DE TEORI OU TEORIA DA CONSPIRAÇÃO?
 (BLOG da LBI, 20 DE JANEIRO DE 2017)

Enquanto a esquerda revisionista adaptada e crédula ao regime da democracia dos ricos fica em silêncio diante do “acidente” que matou o ministro do STF Teoria Zavascki (no máximo atuando como papagaios da mídia burguesa), alegando que não patrocina “Teorias da Conspiração” e desprezando o real funcionamento mafioso do Estado burguês e suas gerências de plantão, a LBI logo após a queda do avião apontou sem vacilar a ação como um assassinato planejado por Temer e sua antourragem palaciana (Jucá, Moreira Franco, Padilha, por “coincidência” os dois últimos ex-ministros da Aviação Civil...) para controlar o conteúdo das delações da Odebrecht. Esta esquerda revisionista que jura sua fidelidade aos ritos sagrados da democracia capitalista, entende que a burguesia não ousaria ultrapassar os limites das "tradicionais" manobras políticas existentes no "jogo do poder", portanto conspirações e assassinatos não poderiam fazer parte do "cardápio" das classes dominantes. A família Morenista, MAIS&PSTU etc..., devem afirmar que o "acidente" aéreo que matou o general Castelo Branco, o primeiro presidente do golpe militar, não passou de uma fatalidade e que somente "mentes poluídas" poderiam afirmar a existência de uma tal "Operação Mosquito". Voltando aos dias atuais agora a trama vai ficando ainda mais clara. Os comentaristas da Globo News vem dando suporte total a tese de que com o “acidente” o novo indicado por Temer para o STF irá necessariamente “herdar” a relatoria sobre a Lava Jato, como “manda o regimento da Corte”. No âmbito do Supremo, Gilmar Mendes já estaria articulando nos bastidores barrar qualquer medida para que houvesse uma redistribuição dos autos a outros ministros senão o indicado pelo canalha golpista. Trata-se de uma evidente operação para preservar Temer, Renan e os figurões PSDB, cujos nomes estavam em peso presentes nas delações da Odebrecht analisadas até então por Zavascki. A delação apontava os holofotes para os nomes mais importantes da gang palaciana como Temer, Renan Calheiros e Rodrigo Maia além de ministros e parlamentares do PSDB, residualmente apontavam para nomes do PT. Vale salientar que antes do seu voo fatal nesta quinta-feira (19), Zavascki havia ido à Brasília um dia antes, na sala do terceiro andar da sede do STF, pegar os processos para análise e orientar seus auxiliares sobre a necessidade de sigilo. A sala onde foi trancafiada a delação da Odebrecht é vizinha ao gabinete da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. A viagem mortal para um hotel de luxo em Paraty ocorreu no dia seguinte a ele interromper suas férias para apressar a homologação do lote de delações da Odebrecht. Segundo o Valor Econômico (18.01, quarta-feira) “O relator da Lava-Jato, ministro Teori Zavascki, voltou nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar as delações premiadas dos 77 executivos da Odebrecht. O ministro interrompeu as férias, iniciadas no fim de dezembro, quando começou o recesso do tribunal, para começar os procedimentos preparatórios para a homologação das delações. Atualmente parte do material já esta no gabinete de Teori. Mesmo durante o recesso, a equipe do ministro formada por juízes auxiliares e servidores de confiança, já havia começado a analisar o material”. O ministro estava em Paraty, viajou de quatro a cinco horas (Parati/SP/Brasília) no dia 18. Depois voltou para São Paulo, onde do Campo de Marte saiu o avião que logo veio a cair nas águas próximas a Paraty nesta quinta-feira (19). Não houve nenhum esforço do governo federal para resgatar os destroços do avião para investigação in loco, as buscas foram interrompidas por alegação de mau-tempo e somente horas depois Teori, seu “amigo-empresário” (que era réu no STF por crime ambiental) e o piloto foram retirados da água. Ordens superiores da Marinha atrasaram bastante o resgate. Imediatamente a FAB declarou que o avião que levava o ministro Teori Zavascki não tinha caixa preta, nem era obrigado a tê-la, portanto não há registro de vozes e dados do voo. Para fechar o cerco de encobrimento, a imprensa noticia que a equipe da Polícia Federal escalada para investigar a queda do avião que levava Teori é a mesma que (não) apurou o “acidente” com Eduardo Campos. Nada melhor do que forjar uma pane técnica no avião ou inabilidade do piloto diante da chuva que caia na região, um acidente “perfeito” às vésperas do reinício dos trabalhos do judiciário, justamente quando as delações da Odebrecht viriam a ser reveladas publicamente. Tem-se dito que o avião que caiu era novo e revisado, um Hawker Beechcraft King Air C90 prefixo PR-SOM, um bimotor pequeno e seguro, com um piloto experiente e com total domínio do trajeto SP-Paraty, feito quase diariamente pelo dono do avião, o empresário Carlos Alberto Figueiras. Obviamente que ocorreu uma sabotagem na aeronave, Teori não tinha nenhuma equipe de segurança que vistoriasse o bimotor e o avião era de um “amigo” particular, portanto de fácil acesso no Hangar em que ficava estacionado antes das viagens no Campo de Marte. O avião teve a ficha contendo as informações técnicas da aeronave acessada 1.885 vezes, nos últimos 16 dias. A informação foi passada por um investigador da Polícia Federal, que analisa se o avião estava sendo monitorado. Era sabido que Teori estava sendo monitorado pelo Planalto. O setor de inteligência do Supremo Tribunal Federal foi informado de que agentes secretos dispunham de detalhes dos hábitos e horários do ministro e iniciou investigação sigilosa para saber se o ministro teve telefones grampeados e que outros tipos de monitoramento era alvo. Vale registrar que o delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo, um dos principais investigadores da Operação Lava Jato, utilizou seu perfil no Facebook para pedir uma investigação aprofundada sobre o acidente que resultou na morte do ministro Teori Zavascki. Em tom de dúvida sobre as causas do acidente, Marcio Anselmo afirma que “esse ‘acidente’ deve ser investigado a fundo”. Em seguida ele apagou a mensagem. Por sua vez, o filho do ministro, Francisco Prehn Zavascki, declarou que é preciso “investigar a fundo e saber se foi acidente ou não, que a verdade venha à tona seja ela qual for. Torço para que tenha sido um acidente, seria muito ruim para o país ter um ministro do STF assassinado”. Teori Zavascki não era “santo” como pretende vender a mídia e o seu séquito de bajuladores. Alertamos mais uma vez que o falecido ministro togado mesmo seguindo a linha geral golpista resistia em conceder um indulto pleno a máfia dirigente do PMDB, da qual Temer é historicamente o “capo”, as delações da família Odebrecht não estavam agradando o Planalto, apesar da forte inclinação em criminalizar o PT. Nada melhor então do que nomear um novo ministro, com o aval da quadrilha de Renan no Senado, para “depurar” das delações os fatos vinculados aos caciques do PMDB. Sem dúvida o assassinato de Teoria foi obra da anturragem palaciana de Temer, que logo indicará um nome para o STF comprometido com o Planalto e a máfia do parlamento para preservar sua gang golpista. De nossa parte não vemos nenhuma surpresa neste acontecimento, as mortes de acidentes aéreos de desafetos políticos são relativamente comuns. Por mais contraditório que possa parecer, os mais “crédulos” no funcionamento das instituições “democráticas” deste bastardo regime burguês são justamente as organizações da esquerda, incluindo neste bojo as que se reivindicam “reformistas ou revolucionárias”. Enquanto neste país a direita golpista conspira abertamente contra todos aqueles que “atravessem” seu caminho, inimigos ideológicos ou não, a esquerda jura obediência à institucionalidade, confiante na “probidade” de seus adversários mais reacionários. Os Marxistas Revolucionários da LBI alertam que o assassinato de Teori aponta para mais um acidente “fabricado” na entranhas do poder, assim como foi o acidente aéreo que vitimou o ex-governador Eduardo Campos.Crimes e Assassinatos bem planejados são a especialidade das máfias burguesas que controlam os governos e seu aparato repressivo e de inteligência. Mas logo os “crentes” na democracia dos ricos nos acusarão de delírio, de estarmos acolhendo a mais nova versão da “Teoria da Conspiração” para atacar a famigerada Operação Lava Jato que tem o apoio da direita e de setores da esquerda como PSTU e PSOL. Para estes senhores tudo não passaria de uma mera coincidência sinistra. Estão sendo ainda divulgadas versões estúpidas que um oficial da Aeronáutica "filiado ao PT" teria orientado o piloto incorretamente para provocar o acidente no mar, tendo obtido posteriormente um habeas corpus no STF assinado por Levandovski (que estava de férias), uma versão claramente montada para desacreditar os que questionam seriamente o “acidente” que levou a morte de Teori. Não há espaço para especulação segundo esses idiotas úteis no interior da esquerda, trata-se de mais um acidente aéreo “corriqueiro” como o que ceifou a vida do ex-governador de Pernambuco em 2014 dando espaço para Marina Silva tentar derrotar a Frente Popular na disputa pelo Planalto. Por fim deixamos claro que o conjunto do STF é um colegiado serviçal dos grandes grupos econômicos capitalistas, os “ilustres” ministros desta instituição considerada o sustentáculo “ético” do atual regime na verdade tomam suas decisões em função das pugnas políticas existentes nas entranhas do poder republicano. Por isso declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime político, no parlamento e no judiciário, lutemos por construir uma alternativa de poder operário e popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em luta contra a direita e a Frente Popular!