quinta-feira, 5 de julho de 2018

PCO...DO “FORA LULA” PARA SUBLEGENDA DO PT: CORRUPÇÃO POLÍTICA E MATERIAL PROVOCA GIRO À DIREITA E TRANSFORMA CAUSA OPERÁRA EM ABRIGO PARA CARREIRISTAS E OPORTUNISTAS


A LBI vem denunciando ano após ano o processo que acabou por transformar o PCO em uma legenda de aluguel sem critérios para filiar militantes e entregar o controle dos diretórios para carreiristas. Agora mais recentemente assumiu o papel oficial de sublegenda do PT. O mais impressionante é que em 2004, o mesmo PCO definia desta forma o governo da Frente Popular: “Lula: presidente dos banqueiros...PT é fachada para a burguesia (Jornal Causa Operária - Agosto/2004)... Em 2018 a sigla é a mais fiel impulsionadora da campanha de Lula presidente, sendo essa guinada escandalosa obviamente justificado por Rui Pimenta pela “dedicada luta do PCO contra o golpe e a direita”... Alguém acredita? Em um claro processo de adaptação à Frente Popular, o grupo em nome de “combater a direita” acabou por tornar-se um defensor incondicional da política de colaboração de classes do petismo. Chegou ao ponto de criticar as correntes de esquerda que denunciavam o ajuste neoliberal do governo Dilma e seu ministro rentista Joaquim Levy, acusando-as de “fazerem o jogo da reação burguesa”. Com o Golpe Parlamentar, defendeu a “anulação do impeachment pelo STF”, ou seja, que as próprias instituições burguesas golpistas recolocassem Dilma no Planalto. Depois agitou a escandalosa bandeira do “Volta Dilma”. Causa Operária usou a denúncia do golpe parlamentar para transformar-se em paladina defensora da democracia burguesa, integrando a frente "Todos pela Democracia!" com PT, PCdoB, PDT... Montada nas verbas milionárias do Fundo Partidário, um instrumento de corrupção material que o Estado burguês utiliza para cooptar e domesticar a esquerda, Causa Operária que antes lançava candidaturas próprias a presidente e atacava duramente o PT, chegando a denunciar Lula como o “presidente dos banqueiros” agora é parte integrante orgânica da Frente Popular, coligando-se com o PT em várias cidades. Quando escrevemos em nosso Blog acerca da degeneração ideológica do PCO, diante dos pequenos “favores” materiais da Frente Popular, muitos ativistas acharam um certo “grau de exagero” de nossa parte, afinal rompemos com este grupo há mais de vinte anos mas poderia existir alguma espécie de ressentimento da direção da LBI. Tratamos de explicar pacientemente a vanguarda que a brusca mudança política do PCO na direção do apoio a Frente Popular não se tratava de mero “equívoco político” e sim uma inflexão oportunista com fortes bases materiais (financeiras). Agora fica mais claro que para o PCO a política de esquerda também é um bom balcão de negócios, reproduzindo a mesma prática corrompida do PT, PCdoB, PDT e afins. Nos últimos anos o PCO passou a abrigar um pequeno leque de carreiristas políticos assim como oportunistas sindicais do PT e outras siglas ligadas a Frente Popular. Noticiamos vários casos. Nas eleições municipais em 2004 resolveu "ceder" literalmente sua legenda em cidades onde não tinha representação alguma militante. Alugou sua legenda inclusive para próceres do regime militar, recém saídos do PFL, como o candidato a prefeito de Fortaleza, Antonio Vidal. Inquilino da legenda do PCO, Vidal passou a utilizar seu tempo na TV para favorecer o candidato a prefeito do PFL (hoje DEM), o fascista delegado de polícia e deputado federal Moroni Torgan. O escandaloso “feito” do PCO em Fortaleza não foi o único no país, vale recordar ainda que o PCO chegou a coligar-se em Contagem (MG) como PMDB e no Recife (PE) com o Partido Humanista da Solidariedade (PHS). Tal apoio a partidos da burguesia foi contestado posteriormente pelo Sr. Pimenta na justiça eleitoral, como se pudesse com este recurso legal ocultar o caráter menchevique e oportunista do partido. Uma organização que se diz operária e que permite a entrada em seus quadros de elementos diretamente ligados ao regime da tortura e da repressão, deve ser tratada como uma pústula política corrupta. Em 2016, depois de alugar sua legenda para um empresário milionário em Jaboatão dos Guararapes, o PCO expandiu seus negócios de “franquia política” para a cidade vizinha, Recife, capital do Estado de Pernambuco. Lançou como candidato do partido o guarda municipal Carlos Pantaleão, que depois de apoiar a candidatura do então petista João Paulo a prefeito no segundo turno, acabou migrando para o PSOL, gerando uma completa desmoralização em Causa Operária! O certo é que o processo de degeneração ideológica do PCO avançou a passos largos. Agora tomamos conhecimento que essa “amplitude” chegou ao ponto de acolher políticos burgueses oriundos do PDT! A mais recente “aquisição” de Rui Pimenta foi o ex-prefeito de Embu das Artes, cidade do interior paulista, Nivaldo Orlandi. Ele foi gestor municipal entre os anos de 1983-1988 pelo PDT de Brizola, voltando a concorrer ao cargo de prefeito em 2016 pelo mesmo partido burguês. Sua “vocação” para gestor dos negócios da classe dominante local é mais que evidente. O “detalhe” é que PDT de Brizola não é nem de longe o PDT controlado por Carlos Lupi, que Nivaldo Orlandi estava abrigado literalmente até ontem, como podemos ver em seu Facebook. Trata-se de um partido fisiológico nas mãos de picaretas sem nenhuma história de luta, como Lupi e seus comparsas mafiosos, uma sigla oca ultracorrompida que nada tem a ver com o velho nacionalismo burguês de Brizola e Darcy Ribeiro. Essa mudança ao longo das décadas não impediu de Orlandi pleitear em 2014 junto ao mafioso Lupi em ser indicado para assumir a Superintendência da Delegacia Regional do Trabalho no Paraná, onde também desenvolveu atividade partidária durante o governo Dilma. Apesar de toda essa trajetória de um evidente picareta político corrupto, o PCO não se fez de rogado e integrou o decante oportunista ao partido, promovendo em Embu das Artes a “Universidade Aberta Leonel Brizola”. Em resumo, Causa Operária passou a patrocinar na cidade “cursos” não sobre Marx, Lenin e Trotsky, mas enaltecendo a figura do caudilho burguês que no 1º turno das eleições presidenciais de 1989 combateu duramente a própria candidatura do PT taxando-o de “sapo barbudo” para assustar a burguesia enquanto a militância petista denunciava sua condição de latifundiário burguês entoando palavras de ordem como “Ola, Ola, Ola, fazer reforma agrária na fazenda do Brizola”. Agora em julho o PCO realizou uma “conferência municipal” em Embu das Artes, na verdade um comitê eleitoral comandado por Orlandi, onde afirma “Participaram mais de 50 pessoas, de diversos setores da luta popular como sindicalistas, estudantes, ex-prefeito e vereadora, representantes do MTST e de partidos de esquerda, como o PCO, PT e PDT... O panorama sobre a importância da mobilização popular foi constantemente ressaltado por todos, ‘os candidatos falam sempre em eleição, mas esquecem que o Lula está lá preso’ destacou o companheiro Nivaldo Orlandi, do PCO. (CO, 01.07). Esse parece ser é o arco eleitoral que Causa Operária espera unir-se para as eleições de 2018. Triste fim de uma corrente que um dia foi expressão da luta contra a Frente Popular e o revisionismo do Trotskismo!