25 ANOS APÓS OS “ACORDOS DE OSLO” TRUMP E O FACÍNORA "BIBI" MONTAM NOVA FARSA PARA IMPEDIR A RETOMADA DA LUTA REVOLUCIONÁRIA DO POVO PALESTINO, SOB A POLÍTICA DE "TERRA ARRASADA" EM GAZA
As fotos históricas em si são repugnantes. Na cerimônia de
25 anos atrás, Clinton, Arafat e Rabin celebravam os “Acordos de Oslo” que se
mostraram como uma farsa completa para deter a luta revolucionária do povo
palestino. Agora, na gestão do reacionário e tresloucado Trump, novamente a
bandeira palestina está manchada de sangue pelos chacais ianques e sionistas. A
maior ofensiva bélica do gendarme sionista contra o território palestino acaba
de ocorrer, deixando milhares de mortos e feridos. A grande questão a decifrar
no cenário atual é o que de fato está por trás das aparências, ataques e
promessas de novas negociações, já que os atores sociais são praticamente os
mesmos e as “negociações” giram em torno do tema do congelamento das colônias
sionistas, já rejeitado por Israel. Sem dúvida, estamos vendo uma ação
planejada por Trump no marco do esforço por estrangular a retomada da luta
revolucionária do povo palestino. Não por acaso, um novo “diálogo”, após o
banho de sangue ocorre sob pressão da Casa Branca para criar um “ambiente” mais
propício para sua Ópera Bufa. Enquanto teatralizam negociações monitoradas
pelos EUA, o sionismo e seu Estado terrorista ataca em todos os terrenos o povo
palestino, vide os túneis que o “governo de transição” no Egito destruiu na
fronteira com a Faixa de Gaza sob as ordens do Pentágono ou no cerco constante
a Síria e ao Hezbollah como parte da guerra que o imperialismo prepara contra o
Irã. O que estamos vendo é a tentativa de Trump costurar um acordo mínimo para
continuar apresentando a desacreditada ANP como interlocutora legítima do povo
palestino, enquanto o Pentágono caça junto com o enclave sionista os grupos da
resistência que se opõem a participar da farsa montada pelo Departamento de
Estado ianque.
As vésperas de completar os 25 anos dos Acordos de Oslo,
costurados na época, em julho de 1993, entre Arafat, Clinton e Rabin, quando
foi criada a ANP (Autoridade Nacional Palestina), uma espécie de embrião do que
se vendia às massas palestinas como sendo seu futuro Estado soberano, a farsa
volta à mesa de negociação com Trump após seu rotundo fracasso. Os Acordos de
Oslo, fruto do “processo de paz” ditado pelo imperialismo ianque, consistiam em
um artifício para paralisar e amortecer o levante revolucionário que eclodiu com
a primeira Intifada das massas palestinas, em 1987 e que já durava sete anos.
Esses acordos buscavam frear a onda revolucionária aberta na região, que
colocava em xeque não só o domínio imperialista e a existência de Israel, como
também questionava os próprios regimes nacionalistas das corruptas burguesias
árabes exportadoras de óleo cru. Arafat e a OLP, vendendo ilusões ao povo
palestino, colocaram em marcha uma orientação contrarrevolucionária que se
baseava na aceitação da existência do Estado sionista e da pilhagem que este
promoveu do território histórico palestino, através de décadas de assassinatos
em massa. A traição histórica da OLP às massas palestinas dava-se em troca da
promessa da criação de um fictício Estado autônomo palestino restrito a uma
pequena porção de seu território histórico, pouco mais de dois mil km2 do total
dos vinte e sete mil km2 roubados pelo sionismo e reduzido às terras mais
áridas e sem acesso ao mar, onde mais de 70% da população palestina vive abaixo
da linha de pobreza.
Pelos acordos de Oslo auspiciados pelos EUA, criou-se a ANP,
uma estrutura político-militar que serve de polícia política contra o próprio
povo palestino com o objetivo de reprimir a revolta das massas frente às
investidas de Israel. Valendo-se do prestígio junto às massas gerado pela
expectativa ilusória de conquistar o “Estado palestino”, Arafat subordinou a
heróica luta palestina pela sua verdadeira pátria aos interesses comuns do
imperialismo e das burguesias árabes, ambos ávidos por estabilizarem a
convulsionante conjuntura do Oriente Médio para garantir os investimentos e
lucros capitalistas na região. Massivos investimentos da Comunidade Europeia,
de ONGs e do próprio imperialismo ianque foram feitos para a criação da ANP e
para controlar economicamente a região sob sua guarda. Ao mesmo tempo em que
surgia um estrato pequeno-burguês superior, composto pelas autoridades
palestinas, corrompidas pelas migalhas imperialistas. Para cumprir essa tarefa,
a ANP assumiu a função de gerente-capacho dos verdadeiros bantustões cercados
pelo exército israelense. Nestes territórios, Arafat e o Conselho Nacional
Palestino, uma espécie de parlamento simbólico controlado pela OLP, não tem
qualquer autonomia frente às forças militares e ao próprio Estado sionista, já
que todas as decisões tomadas pela ANP são submetidas a Israel, que impede os
palestinos de ter os mais elementares direitos soberanos, como o acesso à água,
a utilização do solo e subsolo, o uso de seu espaço aéreo e do mar, a
exploração de atividades comerciais, etc. Os trágicos efeitos da orientação
contrarrevolucionária da OLP foram aos poucos desnudando-se. A cada rodada de
intermináveis negociações para a declaração de criação do fictício Estado
palestino, Israel e o imperialismo exigiam mais concessões, como o não retorno
dos refugiados e o controle político e militar total de Jerusalém, enquanto
avançavam com a edificação de novas colônias nas próprias áreas pretensamente
autônomas controladas pela ANP e respondiam frente à revolta palestina com novos
genocídios. Até hoje é o que vemos, quadro que só pode ser alterado com a
retomada da Intifada palestina, reação justamente que Obama que impedir via a
“retomada” das conversações de paz!
A justa aspiração do povo palestino pela sua pátria, a
retomada de seu território histórico e a edificação de seu Estado apenas podem
ser alcançados ligando as tarefas democráticas pendentes com a luta pela
revolução social. Essa imposição decorre do controle que o imperialismo exerce
sobre a região e devido ao caráter de enclave militar de Israel, um Estado
artificial montado pelos EUA para controlar o Oriente Médio. A utopia
reacionária da existência de "dois estados" convivendo lado a lado,
um sendo uma máquina de guerra instalada no território palestino e outro um "Estado-bantustão",
revela-se uma farsa. Essa fraude é o único "Estado" palestino que o
imperialismo e Israel estão dispostos a aceitar. A reivindicação da construção
de um Estado palestino laico e não-racista somente tem consequência se está
ligada à compreensão de que a resolução plena da aspiração nacional palestina
choca-se com os estreitos limites do capitalismo decadente, ou seja, é
impossível de ser concretizada pela via da construção de um Estado nacional
burguês, devido ao caráter de opressão imperialista no Oriente Médio e
particularmente na Palestina. A única alternativa que poderá dar uma resolução
cabal à legítima reivindicação nacional do povo palestino, assim como livrar as
massas e trabalhadores da região de seus gigantescos sofrimentos ao longo de
vários séculos, é a defesa de uma Palestina Soviética baseada em conselhos de
operários e camponeses palestinos e judeus. A expropriação do grande capital
sionista, alimentado em décadas pelo imperialismo ianque, impossível de ser
conquistada sem a destruição revolucionária do Estado de Israel, garantirá a
reconstrução da Palestina sob novas bases socialistas, trazendo para seu povo o
progresso e a paz tão almejada durante décadas de guerra de rapinagem
imperialista nesta região onde historicamente vários povos já viveram com
harmonia e solidariedade!