segunda-feira, 16 de julho de 2018

25 ANOS APÓS OS  “ACORDOS DE OSLO” TRUMP E O FACÍNORA "BIBI" MONTAM NOVA FARSA PARA IMPEDIR A RETOMADA DA LUTA REVOLUCIONÁRIA DO POVO PALESTINO, SOB A POLÍTICA DE "TERRA ARRASADA" EM GAZA


As fotos históricas em si são repugnantes. Na cerimônia de 25 anos atrás, Clinton, Arafat e Rabin celebravam os “Acordos de Oslo” que se mostraram como uma farsa completa para deter a luta revolucionária do povo palestino. Agora, na gestão do reacionário e tresloucado Trump, novamente a bandeira palestina está manchada de sangue pelos chacais ianques e sionistas. A maior ofensiva bélica do gendarme sionista contra o território palestino acaba de ocorrer, deixando milhares de mortos e feridos. A grande questão a decifrar no cenário atual é o que de fato está por trás das aparências, ataques e promessas de novas negociações, já que os atores sociais são praticamente os mesmos e as “negociações” giram em torno do tema do congelamento das colônias sionistas, já rejeitado por Israel. Sem dúvida, estamos vendo uma ação planejada por Trump no marco do esforço por estrangular a retomada da luta revolucionária do povo palestino. Não por acaso, um novo “diálogo”, após o banho de sangue ocorre sob pressão da Casa Branca para criar um “ambiente” mais propício para sua Ópera Bufa. Enquanto teatralizam negociações monitoradas pelos EUA, o sionismo e seu Estado terrorista ataca em todos os terrenos o povo palestino, vide os túneis que o “governo de transição” no Egito destruiu na fronteira com a Faixa de Gaza sob as ordens do Pentágono ou no cerco constante a Síria e ao Hezbollah como parte da guerra que o imperialismo prepara contra o Irã. O que estamos vendo é a tentativa de Trump costurar um acordo mínimo para continuar apresentando a desacreditada ANP como interlocutora legítima do povo palestino, enquanto o Pentágono caça junto com o enclave sionista os grupos da resistência que se opõem a participar da farsa montada pelo Departamento de Estado ianque.


As vésperas de completar os 25 anos dos Acordos de Oslo, costurados na época, em julho de 1993, entre Arafat, Clinton e Rabin, quando foi criada a ANP (Autoridade Nacional Palestina), uma espécie de embrião do que se vendia às massas palestinas como sendo seu futuro Estado soberano, a farsa volta à mesa de negociação com Trump após seu rotundo fracasso. Os Acordos de Oslo, fruto do “processo de paz” ditado pelo imperialismo ianque, consistiam em um artifício para paralisar e amortecer o levante revolucionário que eclodiu com a primeira Intifada das massas palestinas, em 1987 e que já durava sete anos. Esses acordos buscavam frear a onda revolucionária aberta na região, que colocava em xeque não só o domínio imperialista e a existência de Israel, como também questionava os próprios regimes nacionalistas das corruptas burguesias árabes exportadoras de óleo cru. Arafat e a OLP, vendendo ilusões ao povo palestino, colocaram em marcha uma orientação contrarrevolucionária que se baseava na aceitação da existência do Estado sionista e da pilhagem que este promoveu do território histórico palestino, através de décadas de assassinatos em massa. A traição histórica da OLP às massas palestinas dava-se em troca da promessa da criação de um fictício Estado autônomo palestino restrito a uma pequena porção de seu território histórico, pouco mais de dois mil km2 do total dos vinte e sete mil km2 roubados pelo sionismo e reduzido às terras mais áridas e sem acesso ao mar, onde mais de 70% da população palestina vive abaixo da linha de pobreza.

Pelos acordos de Oslo auspiciados pelos EUA, criou-se a ANP, uma estrutura político-militar que serve de polícia política contra o próprio povo palestino com o objetivo de reprimir a revolta das massas frente às investidas de Israel. Valendo-se do prestígio junto às massas gerado pela expectativa ilusória de conquistar o “Estado palestino”, Arafat subordinou a heróica luta palestina pela sua verdadeira pátria aos interesses comuns do imperialismo e das burguesias árabes, ambos ávidos por estabilizarem a convulsionante conjuntura do Oriente Médio para garantir os investimentos e lucros capitalistas na região. Massivos investimentos da Comunidade Europeia, de ONGs e do próprio imperialismo ianque foram feitos para a criação da ANP e para controlar economicamente a região sob sua guarda. Ao mesmo tempo em que surgia um estrato pequeno-burguês superior, composto pelas autoridades palestinas, corrompidas pelas migalhas imperialistas. Para cumprir essa tarefa, a ANP assumiu a função de gerente-capacho dos verdadeiros bantustões cercados pelo exército israelense. Nestes territórios, Arafat e o Conselho Nacional Palestino, uma espécie de parlamento simbólico controlado pela OLP, não tem qualquer autonomia frente às forças militares e ao próprio Estado sionista, já que todas as decisões tomadas pela ANP são submetidas a Israel, que impede os palestinos de ter os mais elementares direitos soberanos, como o acesso à água, a utilização do solo e subsolo, o uso de seu espaço aéreo e do mar, a exploração de atividades comerciais, etc. Os trágicos efeitos da orientação contrarrevolucionária da OLP foram aos poucos desnudando-se. A cada rodada de intermináveis negociações para a declaração de criação do fictício Estado palestino, Israel e o imperialismo exigiam mais concessões, como o não retorno dos refugiados e o controle político e militar total de Jerusalém, enquanto avançavam com a edificação de novas colônias nas próprias áreas pretensamente autônomas controladas pela ANP e respondiam frente à revolta palestina com novos genocídios. Até hoje é o que vemos, quadro que só pode ser alterado com a retomada da Intifada palestina, reação justamente que Obama que impedir via a “retomada” das conversações de paz!

A justa aspiração do povo palestino pela sua pátria, a retomada de seu território histórico e a edificação de seu Estado apenas podem ser alcançados ligando as tarefas democráticas pendentes com a luta pela revolução social. Essa imposição decorre do controle que o imperialismo exerce sobre a região e devido ao caráter de enclave militar de Israel, um Estado artificial montado pelos EUA para controlar o Oriente Médio. A utopia reacionária da existência de "dois estados" convivendo lado a lado, um sendo uma máquina de guerra instalada no território palestino e outro um "Estado-bantustão", revela-se uma farsa. Essa fraude é o único "Estado" palestino que o imperialismo e Israel estão dispostos a aceitar. A reivindicação da construção de um Estado palestino laico e não-racista somente tem consequência se está ligada à compreensão de que a resolução plena da aspiração nacional palestina choca-se com os estreitos limites do capitalismo decadente, ou seja, é impossível de ser concretizada pela via da construção de um Estado nacional burguês, devido ao caráter de opressão imperialista no Oriente Médio e particularmente na Palestina. A única alternativa que poderá dar uma resolução cabal à legítima reivindicação nacional do povo palestino, assim como livrar as massas e trabalhadores da região de seus gigantescos sofrimentos ao longo de vários séculos, é a defesa de uma Palestina Soviética baseada em conselhos de operários e camponeses palestinos e judeus. A expropriação do grande capital sionista, alimentado em décadas pelo imperialismo ianque, impossível de ser conquistada sem a destruição revolucionária do Estado de Israel, garantirá a reconstrução da Palestina sob novas bases socialistas, trazendo para seu povo o progresso e a paz tão almejada durante décadas de guerra de rapinagem imperialista nesta região onde historicamente vários povos já viveram com harmonia e solidariedade!