sexta-feira, 20 de julho de 2018

CENTRÃO DESISTE DA "PARCERIA", COM A OLIGARQUIA CEARENSE, DEIXANDO CIRO DE VOLTA AO "PAPEL" DE CENTRO- ESQUERDA À PROCURA DO PSB E PCdoB. COM ATRASO, O TUCANO ALCKMIN ENFIM É UNGIDO A CANDIDATO PREFERENCIAL DA BURGUESIA RENTISTA...


Na peça shakespeariana "sonhos de uma noite de verão", o grande gênio da dramaturgia definia assim as ilusões deletérias de um tolo: "Tudo aquilo não passou de um sonho, um sonho... de uma noite de verão". Foi assim que no calor do sertão sobralense, Ciro Gomes sonhou em ter o apoio do chamado "Centrão" para sua ambiciosa empreitada eleitoral rumo ao Palácio do Planalto, porém tudo se desfez na noite de ontem (19/07) quando os dirigentes do Blocão que reúne a pior escória política do país, anunciaram o apoio ao tucano Geraldo Alckmin, consolidando assim o projeto de uma nova hegemonia nacional que pretende controlar além da Presidência da República, os comandos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O papel do anti-Lula nas próximas eleições não recairá sobre os ombros do "coronel" Ciro Gomes, ficará a cargo de um tucano de "alta plumagem", representante legítimo da burguesia paulista e porta-voz do rentismo financeiro nacional, tendo como fiador "oculto" da nova aliança selada com o "Centrão", o próprio golpista mor: Michel Temer. Com um certo atraso, devido a profunda crise do regime, enfim as classes dominantes ungiram seu candidato preferencial à gerência geral do Estado burguês, o "picolé de chuchu" ocupará o vazio político deixado pela falência política de colaboração de classes Frente Popular e da impossibilidade momentânea (tarefa de manter Lula preso) do justiceiro Moro em se lançar já em 2018 ao Planalto. Mais que tempo na propaganda eleitoral na TV, Alckmin ganhou a chancela da burguesia para ter a missão de defender as antipáticas reformas neoliberais em plena campanha presidencial, o que seria muito difícil para Ciro do PDT, que se apresenta como a máscara política de "neodesenvolvimentista", embora não saiba muito bem o que isto representa. É certo que o anúncio do Centrão ainda carece do pleno aval da Casa Branca e por consequência da Famiglia Marinho, que se mantinha cética em relação a capacidade do "santo" da Opus Dei desempenhar o papel de protagonista no cenário da defenestração política do PT. As organizações Globo mantinham até o último minuto a esperança de ver o seu "produto", Sérgio Moro, "brilhar" nas urnas eletrônicas em outubro próximo, como o "Salvador da Pátria". Com Alckmin no governo central seguirá firme o "ajuste" ditado pelo mercado financeiro, interrompido parcialmente pela paralisia do bandido Temer, porém os planos de recrudescimento do regime político sofrerão um certo atraso em relação as grandes expectativas geradas pelo setor mais recalcitrante da burguesia imperialista. Ficará para ser resolvida em um segundo momento se o governo do PSDB/Centrão terá condições de finalizar sua "agenda de reformas", ou sofrerá um golpe bonapartista, desta vez orientado diretamente pela "República de Curitiba". Para o PT a eleição de uma nutrida bancada parlamentar em 2018 é a garantia que se manterá vivo como uma das alternativas da burguesia, para quem sabe um novo ciclo histórico de ampliação de novos mercados mundiais, como ocorreu a partir de 2002 e se interrompeu com o esgotamento da super valorização das comodities agro-minerais.