terça-feira, 31 de julho de 2018

BOLSONARO RELINCHANDO NA MÍDIA: ESQUERDA SOCIAL-DEMOCRATA CAI NO "CONTO ELEITORAL" DA SUPOSTA AMEAÇA DO NEOFASCISTA GANHAR A PRESIDÊNCIA PELAS URNAS


Transmitido ontem pela TV Cultura, a entrevista do neofascista Jair Bolsonaro no programa "Roda Viva" repercutiu multitudinariamente nas redes sociais, principalmente na blogosfera petista, mas também com a mesma intensidade no ativismo geral da esquerda reformista e social-democrata. A grande "preocupação" dispensada ao ex-capitão do exército e energúmeno mor das hordas reacionárias do país, por parte do nicho da Frente Popular e adjacências (PSOL), é que Bolsonaro venha a ganhar as eleições presidenciais de outubro próximo, já que se posta como segundo colocado nas pesquisas eleitorais, somente atrás de Lula, uma candidatura possível de impugnação pelo TSE. Desgraçadamente esta esquerda deformada e corrompida ideologicamente não entende absolutamente nada do fenômeno social da ascensão fascista, tampouco está interessada em agir fora dos estreitos marcos da democracia burguesa. Para este setor hegemônico da esquerda o "mundo" se resume a próxima corrida ao Planalto e qualquer ameaça que possa excluir a possibilidade da Frente Popular voltar a gerenciar os negócios do Estado capitalista deve ser "energicamente" combatida...nas urnas e redes sociais...Os revisionistas embarcaram acriticamente e de "corpo e alma" na campanha política "Lula Livre", uns por corrupção material (PCO) e outros por capitulação ideológica (Resistência/PSOL), deixando de lado a trincheira real de luta da ação direta das massas contra a ofensiva fascista. Defender a liberdade de Lula, nada tem a ver com chancelar a campanha petista do "Lula Livre" que sequer levanta consignas minimamente democráticas, como por exemplo a libertação dos outros dirigentes petistas e dos ativistas das "Jornadas de Junho" de 2013, recentemente condenados pela mesma máfia togada da justiça burguesa. O vasto arco social-democrata (PT, PCdoB e PSOL) não está em condições de derrotar Bolsonaro e suas milícias neofascistas simplesmente porque este fenômeno social não será derrotado nas urnas, para estes falangistas da direita as eleições são um fator extremamente secundário, seu objetivo histórico e estratégico é o poder estatal pela "porta"da violência armada e não da democracia parlamentar. Como demonstrou Trotsky, em seu magistral livro "Revolução e contra-revolução na Alemanha", o último estágio político do fascismo é exatamente as urnas, primeiro formam suas milícias armadas, que podem germinar inclusive no interior das Forças Militares regulares. Sem um programa para dotar os meios materiais e políticos para organizar as forças de resistência do proletariado, este será sempre uma "presa fácil" aos golpes e quarteladas fascistas, um dos últimos recursos da burguesia para uma etapa de crise estrutural do modo de produção capitalista. Se Bolsonaro ainda é uma pífia caricatura de uma iminente ameaça fascista, nada impede que seu "movimento" prepare o terreno para uma alternativa mais "competente" para o recrudescimento do regime político vigente. Para os Marxistas Revolucionários a trincheira de guerra contra a ofensiva fascista é o campo da luta de classes, fomentando organismos de poder da classe operária e nunca desperdiçando as energias do proletariado com o circo eleitoral viciado, montado pela burguesia para legitimar as instituições do seu Estado Capitalista.