segunda-feira, 23 de julho de 2018

RESPONDER AS AMEAÇAS DE TRUMP CONTRA O IRÃ COM A UNIDADE REVOLUCIONÁRIA ANTIIMPERIALISTA! FRENTE ÚNICA COM O REGIME DOS AIATOLÁS, ASSAD E O HEZBOLLAH PARA DERROTAR A AGRESSÃO DO MAIOR INIMIGO DOS POVOS!


Donald Trump provocou nesta segunda-feira (23) o presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmando que "não volte nunca mais a ameaçar os EUA" se não quiser "sofrer consequências históricas". A declaração de Trump é uma ameaça diante do um discurso de Rohani que recomendou aos Estados Unidos "não brincar com fogo". "Ao presidente iraniano Rohani: Nunca mais volte a ameaçar os Estados Unidos ou sofrerá consequências como as que poucos sofreram antes na história", escreveu Trump na sua conta do Twitter. O presidente ianque acrescentou que "Já não somos um país que aguentará suas palavras de violência e morte. Seja cauteloso!'. Horas antes, o presidente iraniano tinha pedido a Washington "para não brincar com fogo", já que começar um conflito com Teerã representaria "a mãe de todas as guerras". "Negociar hoje com os EUA não significa mais que rendição e o fim das conquistas da nação do Irã. Se nos rendermos para um fanfarrão mentiroso como Trump, saqueiam o Irã", acrescentou Rohani. Em maio, Trump retirou os EUA do acordo nuclear multilateral de 2015 com o Irã e voltou a impor sanções a Teerã, que entrarão em vigor em agosto. Fica evidente que o imperialismo ianque se prepara para uma etapa de aberta ofensiva bélica mundial que tem como alvo inicialmente a Síria e o Irã e estrategicamente a Rússia (começando pelo fustigamento das repúblicas populares que romperam com a Ucrânia) e a China. Em 2015, quando a dupla Obama-Kerry anunciou o acordo nuclear com o Irã, a LBI analisou o acontecimento como um “recuo do imperialismo ianque para desarmar o regime do Aitatolás”. Naqueles dias pontuamos que “Com o ‘acordo’ com o Irã, que retardará por vários anos o programa nuclear persa, os EUA podem ganhar tempo para conseguir se fortalecer para uma saída militar futura”. Esse momento parece ter seu início agora também por pressão direta de Israel. Não por acaso, antes do anúncio da Casa Branca, o carniceiro Netanyahu fez publicamente supostas “revelações” sobe o “desrespeito” iraniano do “Acordo Nuclear” de 2015. Esse cenário se insere no patrocínio de golpes parlamentares em continentes como a América Latina e África ou de intervenções militares diretas no Oriente Médio. Não esqueçamos que a histeria social anti-Putin no interior dos EUA, contra a própria vontade de Trump, é apenas uma cortina de fumaça para deixar os falcões do imperialismo ianque de “mãos livres” (sem competidor bélico global) em sua escalada de ataques a povos e nações oprimidas. O império financeiro que derrotou a URSS não busca simplesmente a figura de um “showman” de extrema direita, necessita de uma liderança reacionária sólida com capacidade de refundar o regime político dos EUA. A ofensiva neoliberal imperialista contra os povos e nações do planeta passará em breve por cima de Trump como um trator desgovernado, deixando o terreno ianque preparado para um governo fascista que tenha pleno apoio político dos dois braços fundamentais da burguesia: a casta dominante financeira e os industriais da guerra. O rompimento do acordo nuclear com o Irã era uma condição básica para avanço dessa perspectiva funesta. Não esqueçamos que o objetivo central do Pentágono continua a ser desestabilizar a Síria para neutralizar o regime da oligarquia Assad, debilitar o Hezbollah e seguir sem maiores obstáculos em seu plano de atacar Irã. Tanto antes com Obama como agora com Trump sempre declaramos que os revolucionários não são partidários do Regime dos Aitolás no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas conquistados pelas massas em 1979. Sempre alertamos que a burguesia iraniana, diante de seu isolamento internacional e das sanções impostas pela ONU, estava buscando um acordo estratégico com o imperialismo ianque e europeu. Agora essa etapa se rompe. O imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do Irã, perspectiva que sofre grande resistência interna, particularmente pelas massas iranianas que viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso na Síria. Frente a esta situação, defendemos integralmente o direito deste país oprimido a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance. É absolutamente sórdido e cretino que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir o acesso à tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca, quando esta arma “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta munição atômica. Como Marxistas Revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Mas estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma possível agressão imperialista contra uma nação oprimida. Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com o Regime dos Aiatolás, diante de uma agressão imperialista. Por esta mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o imperialismo e derrotar todas as alas do regime, denunciando desde já o papel servil do governo Rohani. É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. A perspectiva de agressão, mesmo com todas as concessões feitas pelo regime dos Aiatolás e o governo Rohani, embutem uma vingança contra a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. Não temos nenhuma dúvida que o império pretende somar para suas empresas transnacionais as reservas de petróleo do Irã às da Líbia e do Iraque para, desta forma, deter a hegemonia absoluta do controle energético do planeta. Somente idiotas úteis à Casa Branca podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in USA”. Os marxistas revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os explorados da região.