RESPONDER AS AMEAÇAS DE TRUMP CONTRA O IRÃ COM A UNIDADE
REVOLUCIONÁRIA ANTIIMPERIALISTA! FRENTE ÚNICA COM O REGIME DOS AIATOLÁS, ASSAD
E O HEZBOLLAH PARA DERROTAR A AGRESSÃO DO MAIOR INIMIGO DOS POVOS!
Donald Trump provocou nesta segunda-feira (23) o presidente
iraniano, Hassan Rohani, afirmando que "não volte nunca mais a ameaçar os
EUA" se não quiser "sofrer consequências históricas". A
declaração de Trump é uma ameaça diante do um discurso de Rohani que recomendou
aos Estados Unidos "não brincar com fogo". "Ao presidente
iraniano Rohani: Nunca mais volte a ameaçar os Estados Unidos ou sofrerá
consequências como as que poucos sofreram antes na história", escreveu
Trump na sua conta do Twitter. O presidente ianque acrescentou que "Já não
somos um país que aguentará suas palavras de violência e morte. Seja
cauteloso!'. Horas antes, o presidente iraniano tinha pedido a Washington
"para não brincar com fogo", já que começar um conflito com Teerã
representaria "a mãe de todas as guerras". "Negociar hoje com os
EUA não significa mais que rendição e o fim das conquistas da nação do Irã. Se
nos rendermos para um fanfarrão mentiroso como Trump, saqueiam o Irã",
acrescentou Rohani. Em maio, Trump retirou os EUA do acordo nuclear
multilateral de 2015 com o Irã e voltou a impor sanções a Teerã, que entrarão
em vigor em agosto. Fica evidente que o imperialismo ianque se prepara para uma
etapa de aberta ofensiva bélica mundial que tem como alvo inicialmente a Síria
e o Irã e estrategicamente a Rússia (começando pelo fustigamento das repúblicas
populares que romperam com a Ucrânia) e a China. Em 2015, quando a dupla
Obama-Kerry anunciou o acordo nuclear com o Irã, a LBI analisou o acontecimento
como um “recuo do imperialismo ianque para desarmar o regime do Aitatolás”.
Naqueles dias pontuamos que “Com o ‘acordo’ com o Irã, que retardará por vários
anos o programa nuclear persa, os EUA podem ganhar tempo para conseguir se
fortalecer para uma saída militar futura”. Esse momento parece ter seu início
agora também por pressão direta de Israel. Não por acaso, antes do anúncio da
Casa Branca, o carniceiro Netanyahu fez publicamente supostas “revelações” sobe
o “desrespeito” iraniano do “Acordo Nuclear” de 2015. Esse cenário se insere no
patrocínio de golpes parlamentares em continentes como a América Latina e
África ou de intervenções militares diretas no Oriente Médio. Não esqueçamos
que a histeria social anti-Putin no interior dos EUA, contra a própria vontade
de Trump, é apenas uma cortina de fumaça para deixar os falcões do imperialismo
ianque de “mãos livres” (sem competidor bélico global) em sua escalada de
ataques a povos e nações oprimidas. O império financeiro que derrotou a URSS
não busca simplesmente a figura de um “showman” de extrema direita, necessita
de uma liderança reacionária sólida com capacidade de refundar o regime
político dos EUA. A ofensiva neoliberal imperialista contra os povos e nações
do planeta passará em breve por cima de Trump como um trator desgovernado,
deixando o terreno ianque preparado para um governo fascista que tenha pleno
apoio político dos dois braços fundamentais da burguesia: a casta dominante
financeira e os industriais da guerra. O rompimento do acordo nuclear com o Irã
era uma condição básica para avanço dessa perspectiva funesta. Não esqueçamos
que o objetivo central do Pentágono continua a ser desestabilizar a Síria para
neutralizar o regime da oligarquia Assad, debilitar o Hezbollah e seguir sem
maiores obstáculos em seu plano de atacar Irã. Tanto antes com Obama como agora
com Trump sempre declaramos que os revolucionários não são partidários do
Regime dos Aitolás no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas
conquistados pelas massas em 1979. Sempre alertamos que a burguesia iraniana,
diante de seu isolamento internacional e das sanções impostas pela ONU, estava
buscando um acordo estratégico com o imperialismo ianque e europeu. Agora essa
etapa se rompe. O imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do
Irã, perspectiva que sofre grande resistência interna, particularmente pelas
massas iranianas que viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso
na Síria. Frente a esta situação, defendemos integralmente o direito deste país
oprimido a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance. É absolutamente
sórdido e cretino que o imperialismo ianque e seus satélites pretendam proibir
o acesso à tecnologia atômica aos países que não se alinham com a Casa Branca,
quando esta arma “até os dentes” Estados gendarmes como Israel com farta
munição atômica. Como Marxistas Revolucionários não dissimulamos em um só
momento o caráter burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Mas
estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma possível agressão imperialista
contra uma nação oprimida. Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de
ação com o Regime dos Aiatolás, diante de uma agressão imperialista. Por esta
mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa
revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o
imperialismo e derrotar todas as alas do regime, denunciando desde já o papel
servil do governo Rohani. É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma
frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime
pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção
religiosa muçulmana. A perspectiva de agressão, mesmo com todas as concessões
feitas pelo regime dos Aiatolás e o governo Rohani, embutem uma vingança contra
a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar
no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. Não temos nenhuma dúvida
que o império pretende somar para suas empresas transnacionais as reservas de
petróleo do Irã às da Líbia e do Iraque para, desta forma, deter a hegemonia
absoluta do controle energético do planeta. Somente idiotas úteis à Casa Branca
podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN
contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in
USA”. Os marxistas revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a
possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do
imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã
inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do
proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar
consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo
caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os
explorados da região.