segunda-feira, 31 de julho de 2017

LEIA A MAIS RECENTE EDIÇÃO ESPECIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA, Nº 323, JUNHO - JULHO/2017


EDITORIAL
Venezuela: O impasse final do embuste Chavista do "Socialismo do Século XXI"

MARCELO FREIXO DE “BICO BEM CALADINHO” DIANTE DA INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO DE JANEIRO
Para o PT e PSOL (ambos caudatários da mesma política de colaboração de classes) o golpe só se aplica quando trata-se de eleições e parlamento burguês...

ALIANÇA PSOL-REDE
Delegado de polícia do PSOL e Rede da neogolpista Marina coligam-se no Amazonas para a disputa do governo em 6 de agosto

RELATÓRIO DA DENÚNCIA CONTRA TEMER NA CCJ DA CÂMARA
Zveiter inicia a transição para o governo Rodrigo Maia... Burguesia encontra enfim um nome ultraneoliberal de consenso para por fim a “resistência” do golpista 

APÓS A REFORMA TRABALHISTA
Começa onda de “demissões voluntárias” que precariza os direitos e liquida conquistas em favor do grande capital

ASSEMBLEIA DOS TRABALHADORES DO BRADESCO
Mobilizar contra o PDV superando as direções traidoras! Exigir uma política de combate e enfrentamento com os banqueiros e o governo Temer!

ENQUANTO PSTU/CONLUTAS FAZIA “PRESSÃO” NO AEROPORTO DE BSB...
PT encenava o teatro no senado para encobrir o seu aval a reforma trabalhista em nome de um governo Lula em 2018

30 DE JUNHO
“Greve Geral” de pressão parlamentar (Diretas já!) revelou a traição e fiasco da política de colaboração de classes do PT, PSOL e PCdoB

DIREÇÕES SINDICAIS BUROCRÁTICAS DOS BANCÁRIOS E URBANITÁRIOS SABOTAM ATÉ MESMO A PARALISAÇÃO NACIONAL DE LOBBY PARLAMENTAR PELAS “DIRETAS JÁ”
Oposições classistas da TRS convocam uma verdadeira greve de massas pela base para derrubar Temer!

AGORA É OFICIAL
CUT, CTB e FS concordam que dia 30 é somente “dia de luta” contra as reformas...”Greve Geral” para as burocracias sindicais é apenas instrumento de pressão sobre o golpista Temer e seu Congresso de bandidos

PELO FIM DA PERSEGUIÇÃO DA “REPÚBLICA DE CURITIBA” E SEU JUSTICEIRO MORO A LULA
Nenhum apoio a política de colaboração de classes do PT! Liberdade imediata para Rafael Braga e todos os presos políticos deste autocrático regime democrático-burguês

ENTREVISTA COLETIVA DE LULA APÓS A SENTENÇA DE MORO
Lula lançou oficialmente sua candidatura presidencial fazendo um apelo à burguesia em nome da colaboração de classes para um “homem da senzala servir novamente à Casa Grande”

JUSTICEIRO MORO CONDENA LULA A 9 ANOS E MEIO E O MANTÉM SOLTO MAS “PENDURADO” PARA AS ELEIÇÕES DE 2018
Burguesia decidirá no TRF o desenlace eleitoral do PT

MORENISTAS DO PSTU E CST VOLTAM A DEFENDER A PRISÃO DE LULA
Os “Moronistas de esquerda” transformaram-se em um braço da reação burguesa ao defenderem a operação lava jato para moralizar o regime burguês

UMA LEITURA MARXISTA DA PESQUISA DATAFOLHA
Lula legitimará o circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos e somente poderá ser derrotado no 2º turno pelo justiceiro Moro com o apoio da rede de Marina Silva

HÁ 03 ANOS A SELEÇÃO BRASILEIRA PERDIA POR 7 A 1 NA COPA DO MUNDO
Derrota humilhante que pavimentou a ofensiva reacionária da direita contra o governo do PT fora dos campos de futebol

100 ANOS DE JOÃO SALDANHA
Nossas divergências e respeito revolucionário ao dedicado militante stalinista, nossa crítica ao técnico que comandou a seleção brasileira em plena ditadura militar

DOZE ANOS SEM PIERRE BROUÉ
Quando o revisionismo aniquila a vida revolucionária

HÁ 13 ANOS DA MORTE DE BRIZOLA
Ciro Gomes, candidato a presidente pelo PDT e representante da reacionária oligarquia “feudal” nordestina, é a negação completa do nacionalismo burguês defendido pelo velho dirigente trabalhista

HÁ CINCO ANOS DO GOLPE DE ESTADO NO PARAGUAY
Os primeiros ensaios de golpes parlamentares patrocinados pelos EUA na América Latina

50 ANOS DA DERRUBADA DO AVIÃO DO EX-PRESIDENTE CASTELO BRANCO PELA “LINHA DURA” MILITAR GOLPISTA
O que tem em comum os “acidentes aéreos” que mataram Teori Zavascki, Eduardo Campos e Castelo Branco, produto das disputas internas mafiosas no seio da classe dominante?

HÁ 38 ANOS DA TOMADA DO PODER NA NICARÁGUA
Superar o programa reformista da FSLN para recolocar a pátria de Sandino na senda do socialismo revolucionário

HÁ 55 ANOS A ARGÉLIA DECLARAVA SUA INDEPENDÊNCIA DO JULGO COLONIALISTA FRANCÊS
Vitória da resistência na guerra pela libertação nacional enquanto o PCF e PS apoiavam o “seu” imperialismo

81 ANOS DO INÍCIO DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA
Menchevismo e Bolchevismo na Espanha (Leon Trotsky 1936)

22 DE JUNHO DE 1941 – HITLER ROMPE PACTO COM STÁLIN E INVADE A URSS
Trotskystas convocaram a defesa incondicional do Estado Operário e a Frente Única com o Exército Vermelho para esmagar as tropas nazistas ao mesmo tempo que denunciavam a covarde política da burocracia soviética

100 ANOS DAS “JORNADAS DE JULHO” QUE PRECEDERAM A TOMADA DO PODER EM OUTUBRO
Partido Bolchevique organiza um “recuo tático” com o objetivo de preparar as condições políticas para a vitória final da Revolução Proletária

ATENTADO EM DAMASCO ORGANIZADO PELO MOSSAD
Todo apoio as forças antissionistas que combatem na guerra civil da Síria no campo da resistência árabe

SANTOS ANUNCIA QUE “AS FARC DEIXAM DE EXISTIR HOJE” APÓS A GUERRILHA ENTREGAR SUAS ARMAS
Reorganizar a resistência tendo a classe operária como vanguarda! Reconstruir os sindicatos como ferramenta de luta dos trabalhadores contra o pacto social em curso!

BLOG DA LBI ULTRAPASSA 1,5 MILHÕES DE ACESSOS
06 anos de luta política e ideológica em defesa do Marxismo Leninismo, uma trincheira militante diária na construção do Partido Revolucionário!

LANÇADA NOVA BROCHURA DA EDITORA PUBLICAÇÕES LBI
“Um prognóstico marxista 100% confirmado... MAIS: completando um ano de integração revisionista ao PSOL e a socialdemocracia de ‘esquerda’”

ESPECIAL - VENEZUELA

FRENTE A ELEIÇÃO PARA A CONSTITUINTE “TRUCHA” NA VENEZUELA
Por um verdadeiro poder operário, a expropriação das grandes empresas e pelo armamento dos trabalhadores para impedir a vitória da contrarrevolução fascista! Não a farsa da “Assembleia Constituinte” como base para um acordo com a oposição burguesa!

TENTATIVA DE GOLPE DA DIREITA CONTRA MADURO
Aplastar os fascistas e terroristas apoiados pelos EUA, LIT e UIT!

24 DE JULHO DE 1783, NASCE SIMÓN BOLÍVAR
O inspirador do “Socialismo do Século XXI” é analisado criticamente por Karl Marx, combatendo a apologia da esquerda reformista ao líder nacionalista burguês

domingo, 30 de julho de 2017

FRENTE A ELEIÇÃO PARA A CONSTITUINTE “TRUCHA” NA VENEZUELA: POR UM VERDADEIRO PODER OPERÁRIO, A EXPROPRIAÇÃO DAS GRANDES EMPRESAS E PELO ARMAMENTO DOS TRABALHADORES PARA IMPEDIR A VITÓRIA DA CONTRARREVOLUÇÃO FASCISTA! NÃO A FARSA DA “ASSEMBLEIA CONSTITUINTE” COMO BASE PARA UM ACORDO COM A OPOSIÇÃO BURGUESA!


Neste domingo, 30 de julho, ocorrem as eleições dos representantes para a Assembleia Constituinte convocada pelo governo bolivariano de Nicolas Maduro na Venezuela. No campo da direita, a oposição burguesa comandada pelo MUD, absolutamente hegemônica no parlamento oficial, convoca o boicote total com o objetivo de derrubar o chavismo, sem possibilidade de um acordo mínimo de transição. Os Marxistas Revolucionários apresentam uma saída de classe independente dos dois campos burgueses em conflito (esquerda chavista e direita pró-imperialista). Antes de mais nada é preciso compreender que somente 1/5 dos constituintes serão eleitos por entidades populares (comunas e sindicatos). O restante serão eleitos pela fórmula tradicional da democracia burguesa representativa. Essa panaceia, lançada em nome de preservar a “legalidade bolivariana”, foi rejeitada pelo MUD que tem um plano estratégico imediato bastante definido: derrubar pela força o governo do PSUV para implantar um regime totalmente servil ao imperialismo. Como tem maioria na Assembleia Nacional a oposição burguesa não reconhece o processo constituinte. Diante desse impasse, o chavismo buscará aprovar uma nova Constituição com um programa burguês de "acordo nacional" que preserve sua influência sobre as instituições do Estado burguês mas adote uma plataforma mais palatável ao imperialismo e ao setor pró-ianque da burguesia nativa, buscando de fato um pacto nacional entre as distintas alas da classe dominante que possa estabilizar o regime político em crise. Neste quadro, não há nenhuma possibilidade que tal “processo constituinte” seja um canal para a expressão das aspirações democráticas e das lutas revolucionárias dos trabalhadores. Ainda mais que há enormes restrições democráticas para a participação no processo eleitoral. Dos 55 mil candidatos inscritos apenas 6.200 foram reconhecidos por serem fiéis ao Chavismo. O CNE, órgão que coordena as eleições, impediu a legalização de organizações de esquerda que se opõem ao governo, assim como impôs a renovação de partidos completamente antidemocrática que deixou fora das eleições as organizações minoritárias que não contam com os recursos do Estado nem dos grandes empresários “bolivarianos”. Neste marco autocrático, o governo Maduro vem se apoiando fundamentalmente na ação da polícia nacional para conter a investida fascista, mas é evidente uma fissura latente nas FFAA, com uma fração golpista que avança lentamente apenas esperando o melhor momento para atuar em conjunto com o MUD sob as ordens do imperialismo e da CIA. O desgaste do Chavismo chegou a seu ponto máximo e somente uma revolução proletária, com o armamento dos trabalhadores, a expropriação das grandes empresas e o controle do Estado por conselhos operários sob uma direção comunista poderia apontar uma saída progressista para o impasse. Desgraçadamente, Maduro e o PSUV apostam na conciliação de classes, acenam via Constituinte em uma acordo com a direita e pavimentam desta forma o caminho para a derrota. Apostar em uma “Assembleia Constituinte” onde sindicatos e entidades populares são apenas figurantes na tentativa de fazer algum pacto com o MUD nesse momento além de ser uma ilusão é um completo suicídio político. Não há saída possível no marco da democracia burguesa quando as classes sociais se chocam de forma violenta e irreconciliável, ainda mais em um país rico em petróleo e cujo maior comprador são os EUA. O que está colocado na ordem do dia na Venezuela é a derrota dos fascistas pela via da Revolução Socialista sob o comando da classe operária superando a política de Maduro ou o fim do chavismo sob as baionetas da reação burguesa, com a direita esmagando em sangue o melhor da vanguarda classista. Cenas como as que ocorreram na Líbia, com Kadaffi sendo assassinado pelos mercenários podem se repetir na Venezuela em breve se o proletariado não sair em luta em defesa de suas conquistas, superando a política de conciliação de classes de Maduro. Não há meio termo, o tempo do pacto e da conciliação já passou, como demonstram o fim dos governos da centro-esquerda na América Latina! O imperialismo, a mídia e a burguesia nativa usam o caos social e a guerra econômica para ganhar apoio popular para a sua investida contrarrevolucionária, já não esperando que a crise política se resolva no terreno eleitoral, campo onde inclusive deveria ter maioria no caso de convocação de eleições presidenciais. Quando a situação chega a esse ponto de conflito entre a revolução e a contrarrevolução é necessária uma direção revolucionária à altura, como foram os Bolcheviques em 1917 na Rússia. Desgraçadamente, o PSUV e Maduro não tem o programa de Lenin e Trotsky, mas é preciso forjar no calor da luta essa direção proletária para em frente única com o Chavismo derrotar a direita e avançar para uma verdadeira República Socialista na Venezuela! Os Marxistas Revolucionários da LBI sabem perfeitamente a dificuldade da vanguarda venezuelana neste momento depois de anos de controle político do Chavismo, mas não há outro caminho senão enfrentar a burguesia, prender, julgar e levar ao fuzilamento os terroristas e agentes infiltrados, tomar as fábricas e chamar a solidariedade internacional do proletariado e dos governos aliados como Cuba, Bolívia e Nicarágua! Somente os trabalhadores organizados em um partido revolucionário podem levar a cabo essa tarefa e não a polícia e as FFAA, instituições basilares burguesas que não se pode confiar. Os trabalhadores devem chamar as bases das FFAA a formar milícias armadas para defender o país dos agentes da reação burguesa e na sequência, organizados em Soviets (Conselhos) de operários e soldados, iniciar a reconstrução econômica socialista que tenha como parceiros transitórios países aliados como a Rússia e o Irã! Esse é o caminho para se forjar uma verdadeira República Socialista na Venezuela, antes que a reação burguesa mergulhe o país na barbárie para emergir daí um governo fantoche do imperialismo, que recorra a métodos de guerra civil e ao fascismo para sufocar o proletariado, como ocorreu no Chile de Allende ou mais recentemente na Líbia de Kadaffi! Por esta razão, não defendemos a participação no teatro da conciliação de classes que ocorrerá neste domingo sob a etiqueta da Constiuinte. Longe de ser convocada para mobilizar os trabalhadores com o objetivo de sentar as bases de um novo regime social e político, a proposta do Chavismo é “estender a mão” para um acordo com o setor oposicionista da oposição e com a Casa Branca, incluindo uma plataforma neoliberal de venda parcial das ações da PDVSA para investidores internacionais. Nesse sentido, não é possível como defende a “esquerda” do Chavismo e grupos revisionistas como a Esquerda Marxista ou o MAIS de “alargar a Constituinte para expropriar o capital e os monopólios privados” (Esquerda On Line, 23.07). Não existe essa possibilidade em jogo na medida que esse instrumento foi convocado justamente com o objetivo contrário: recuar na estatização da economia e introduzir mecanismo neoliberais “controlados” para buscar um pacto com o MUD e o imperialismo via a Constituinte, com o próprio Maduro e o PSUV apresentando essa plataforma de conciliação de classes na medida que não pode estabelecer esse pacto no Parlamento dominado completamente pela oposição burguesa. Para os Leninistas a defesa da Constituinte deve sempre estar associada ao combate por uma alternativa de poder proletário, como demonstrou o Partido Bolchevique quando defendeu esta consigna antes de tomar o poder na Rússia. Mas o processo venezuelano caminha justamente no sentido contrário. Essa plataforma de “reconciliação nacional” proposta por Maduro inclui firmar acordo de privatização de parte da PDVSA como já iniciou o atual governo (segue entregando as riquezas naturais às transnacionais como é o caso do “Arco Mineiro do Orenoco”). Não por acaso o chavismo bloqueou todas as iniciativas para o estabelecimento do controle operário da produção e da distribuição assim como a nacionalização do comércio exterior. Por outro lado, manteve o pagamento pontual da dívida externa para demonstrar seu compromisso com a banca internacional. Ao mesmo tempo não expropria as empresas. Ao invés de prender toda a cúpula golpista, se libertam os fascistas, como ocorreu com Leopoldo López. Nesse quadro, o imperialismo pressiona para um acordo sob a base da convocação de eleições para presidente enquanto o chavismo acena com a Constituinte como base para esse pacto contrarrevolucionário! Nesse cenário político, uma saída classista e que preserve a independência de classe é construir uma alternativa própria dos trabalhadores ante o chavismo e a direita. Nessa luta política, ainda que os Revolucionários estabeleçam frente única com o PSUV, Maduro e suas base militante para derrotar as investidas fascistas e golpista, luta com total independência política por construir um Partido Revolucionário Leninista, um combate política que não pode ser levado apoiando a paródia de “Constituinte” convocada por Maduro, cujo objetivo é justamente buscar um acordo com o MUD e o imperialismo e não avançar na ruptura com o Estado burguês e seu regime político em crise. Ao rechaçarmos o “Fora Maduro” defendido pela esquerda pró-imperialista (LIT, UIT) e a direita reacionária lutamos por forjar conselhos operários soviéticos que armem o proletariado para edificar um poder de novo tipo, comunista como base da Ditadura do Proletariado.  

sábado, 29 de julho de 2017

MARCELO FREIXO DE “BICO BEM CALADINHO” DIANTE DA INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO DE JANEIRO: PARA O PT E PSOL (AMBOS CAUDATÁRIOS DA MESMA POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES) O GOLPE SÓ SE APLICA QUANDO TRATA-SE DE ELEIÇÕES E PARLAMENTO BURGUÊS...


Freixo é um fervoroso entusiasta da política das UPPs, iniciada pelo governo de Sérgio "caveirão" integrado pelo PT carioca com o pleno aval de Lula. Demagogia "socialista" do PSOL só pode convencer muitos tolos ou carreiristas eleitoreiros de olhos voltados para o desempenho de Freixo em cada disputa parlamentar. Este parece ser o caso do corso das tendências revisionistas que habitam no interior do PSOL. Quando os confrontos diretos da luta de classes extrapolam as fronteiras do parlamento do Estado capitalista, Freixo, Lula e suas anturragens partidárias tradicionais sempre se postam no campo da burguesia, como agora com mais esta intervenção militar contra os pobres e negros da perferia e morros da "Cidade Maravilhosa". Segundo o governo Temer, as FFAA “vão ajudar na segurança do RJ até 2018” (FSP, 22/7). Trata-se na verdade de uma nova investida reacionária contra a população pobre e negra do Rio de Janeiro, rebelada em razão da falência completa do Estado fluminense e agora com o aprofundamento da crise econômica, como demonstram os aumentos dos combustíveis. O parceiros da Frente Popular faliram o Estado do Rio de Janeiro, sendo que Pezão, filhote de Cabral (PMDB) sequer está pagando os salários dos servidores públicos. Os trabalhadores precisam enfrentar essa ofensiva reacionária rompendo a paralisia imposta pelas direções reformistas e frente populista (PT, PCdoB e do PSOL). Essa política de conciliação de classes tem levado o movimento popular a um beco sem saída, com a liquidação de conquistas e direitos. Nesse marco os revolucionários tem a obrigação de denunciar o papel de Marcelo Freixo, defensor das ultra-reacionárias UPPs  e da “Operação Lava Jato”. Mesmo nesta espiral de violência da repressão estatal contra o proletariado, o PSOL defende que a polícia deva ser “mais eficiente e transparente”. Freixo reclama que as UPPs não chegam à totalidade dos morros cariocas para “combater as milícias”. Lembremos também que Freixo defende o enclave sionista. Não se trata de um debate meramente "teórico" internacional sobre o caráter de Israel, Freixo compartilha da implantação das UPP's nos morros e comunidades cariocas que contam com treinamento e tecnologia dos sionistas "pioneiros" na manutenção dos grandes guetos urbanos, como a atual Faixa de Gaza na Palestina ocupada.


A classe trabalhadora e o povo pobre não pode continuar indefeso contra a violência organizada do Estado capitalista e seus bandos mafiosos. Precisa organizar comitês de autodefesa pela expulsão do aparato repressivo das favelas, pela destruição das polícias e contra a intervenção das FFAA no Rio de Janeiro, como parte de um programa revolucionário que, através da unidade com os trabalhadores da cidade e do campo, exproprie a burguesia para que sobre os escombros desse Estado burguês corrupto e assassino se construa um poder de novo tipo, capaz de erguer um modo de produção social que garanta condições dignas de vida para o conjunto dos que trabalham e não que sirva para acumular capital a fim de engordar os bolsos de um punhado de parasitas mafiosos civis e militares! Nos últimos anos não faltaram as vozes na “esquerda” reformista em defesa da greve dos policiais, os arautos do “tradeunismo” vulgar dizem que são “trabalhadores fardados” e nesta condição vítimas da exploração e arrocho salarial como os outros servidores públicos. Os policiais, como uma categoria social, realmente são assalariados (e na sua grande maioria de origem proletária) e nisto se resume seu único “denominador comum” com os trabalhadores. Como um destacamento de “serviços especiais” do Estado burguês, os policiais não fazem parte da classe trabalhadora, como demonstrou o próprio Lenin, em seu excepcional artigo sobre os serviços de “inteligência” do regime tsarista. A polícia cumprindo a função social de um destacamento armado para preservar a propriedade privada dos meios de produção, jamais poderia ser considerada parte integrante da classe trabalhadora, pelo menos para os que têm referência no marxismo. Somente revisionistas mais decompostos podem acreditar que a função da polícia em uma sociedade de classes é cuidar da “segurança pública”, de todos os cidadãos independente de sua posição na cadeia produtiva. A verdadeira “proteção” da polícia é dada apenas à burguesia nos momentos em que se sente “ameaçada” de seus lucros pelas lutas do proletariado. Para Trotsky, “inclusive as frações mais avançadas (do exército) não passarão aberta e ativamente para o lado do proletariado até que vejam com seus próprios olhos que os operários querem lutar e são capazes de vencer (“Aonde vai a França?”). Ou seja, a unidade do proletariado mesmo com os setores mais avançados do exército só se dará em situações pré-revolucionárias. No caso específico do Exército, defendemos um programa de reivindicações transitórias destinadas aos soldados e cabos, a fim de que rompam com a hierarquia militar subordinando-se a uma clara estratégia de destruição revolucionária do aparato repressivo do Estado burguês (difusão de imprensa política nos quartéis, direito a sindicalização, formação de sindicatos vermelhos, etc.). No curso dessa propaganda comunista, diferente do PT e do PSOL que só denunciam o "golpe" quando trata-se de eleições e das disputas no parlamento burguês, os Marxistas Revelucionários da LBI defendem em alto e bom som:  “Abaixo a intervenção militar no Rio de Janeiro, fora as tropas do Exército das ruas!”.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

ASSEMBLEIA DOS TRABALHADORES DO BRADESCO: MOBILIZAR CONTRA O PDV SUPERANDO AS DIREÇÕES TRAIDORAS! EXIGIR UMA POLÍTICA DE COMBATE E ENFRENTAMENTO COM OS BANQUEIROS E O GOVERNO TEMER!

Companheira Hyrlanda Moreira da coordenação nacional do MOB
 intervém na assembleia do Bradesco

Aconteceu nesse dia 25 de julho, no Sindicato dos Bancários do Ceará, uma assembleia dos trabalhadores do Bradesco para discutir o PDV que contou com a presença de mais de 100 funcionários. O caráter da reunião foi meramente "consultivo", para tirar dúvidas de natureza jurídica dos presentes. O Movimento de Oposição Bancária (MOB) interveio no sentido de esclarecer que o PDV é um ataque aos bancários que visa demitir em massa, inclusive, abrindo mão de direitos históricos. Também para exigir uma orientação política clara de combate não só ao PDV do Bradesco mas na CEF e no BNB. A aprovação da reforma trabalhista foi a senha que faltava para que o Bradesco acelerasse o processo de demissões e reestruturação para alavancar ainda mais sua lucratividade recorde. Lançou dia 13/07, de forma inédita em sua história, um Plano de Demissão Voluntária Especial (PDVE) cujo objetivo é demitir “voluntariamente” milhares de empregados. Podem aderir ao programa os funcionários que estejam aposentados junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), por idade ou tempo de contribuição integral ou proporcional até 31/08, ou ainda que estejam aptos a requerer o benefício previdenciário da aposentadoria por idade ou tempo de contribuição, integral ou proporcional, até 31 de agosto de 2017. No caso dos trabalhadores de departamentos e coligadas, a única exigência é tempo mínimo de trabalho de 10 anos no Bradesco ou em empresas incorporadas.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

LANÇADA NOVA BROCHURA DA EDITORA PUBLICAÇÕES LBI: “UM PROGNÓSTICO MARXISTA 100% CONFIRMADO... MAIS: COMPLETANDO UM ANO DE INTEGRAÇÃO REVISIONISTA AO PSOL E A SOCIALDEMOCRACIA DE ‘ESQUERDA’”



APRESENTAÇÃO

Há exatamente um ano, a LBI elaborou um “diagnóstico” Marxista analisando a ruptura do grupo de Valério Arcary com o PSTU. Naquele momento, pontuávamos que por trás de críticas aparentemente justas a linha direitista do PSTU, como seu apoio ao impeachment de Dilma, estava se gestando um racha que em breve romperia com a LIT rumo a integração revisionista ao PSOL e a socialdemocracia de “esquerda”. Hoje podemos afirmar que nosso prognóstico marxista foi 100% confirmado. Tanto no terreno programático, como na arena política e mesmo eleitoral, o MAIS passou a ser uma espécie de tendência externa do PSOL, chegando mesmo a apoiar figuras burguesas como Luiza Erundina, ex-prefeita de São Paulo e repressora de greves. A base dessa “evolução” é a própria ruptura com a concepção de partido Leninista (já deformada pelo Morenismo) em nome de uma adesão reformista a chamada “nova esquerda” adversária visceral da Ditadura do Proletariado e do Centralismo Democrático. Os “alegres” que inicialmente lançaram um manifesto defendendo a “Frente de Esquerda” ameaçada pela direção majoritária do PSTU logo passaram de malas e bagagens para a posição de satélites da Frente Popular em nome do combate ao “sectarismo”. Nesse sentido, selaram posteriormente uma “fusão” com o NOS, grupo que agrupa descontentes do PSTU já filiados ao PSOL e que aderiram a defesa de “um partido amplo e democrático de esquerda”. Essa simbiose recheada de todos esses velhos bordões soaram como boa música nos ouvidos da militância pequeno-burguesa que prima pela diplomacia reformista. Essa surrada cantilena não passa de um enredo cujo eixo é demonstrar para uma militância “quebrada” a “tese” do fim do “sectarismo” inerente as correntes “ortodoxas”, obviamente sob o ângulo da intelectualidade acadêmica da “pós-modernidade”, deformada com uma “ética” pequeno-burguesa, amplamente hegemônica no interior do PSOL. De um ano para cá, o MAIS se consolidou como escoadouro de toda militância “radical” que não deseja ser taxada de Leninista e mesmo Morenista. Agora, no seu I Congresso vai formalizar as bases dessa adesão programática e avançar politicamente para integra-se ao PSOL, seja filiando seus futuros candidatos em 2018, seja entrando em bloco na legenda controlada por Ivan Valente, Freixo e Chico Alencar, que por todo o país busca uma aproximação com a Rede de Marina Silva para buscar ser uma “alternativa” eleitoral ao PT. Como Marxistas Revolucionários desde o surgimento do MAIS assinalamos que esse agrupamento influenciaria todo um setor (MRT, EM) que supostamente estão a “esquerda” do PSOL mas buscam sob o guarda-chuva dessa legenda desfrutar alguns dos benefícios eleitorais da democracia dos ricos. Não por acaso, ambos agrupamentos saudaram o manifesto de ruptura com o PSTU e buscaram uma aproximação com o grupo de Valério e Waldo embelezando seus aspectos mais retrógrados, como por exemplo o ataque ao tipo de militância bolchevique ironizada como "militontos". Agora que o MAIS aderiu aos aspectos políticos mais direitistas do PSOL, como a defesa das “Diretas já” para a legitimação do regime, estes agrupamentos (MRT etc...) se queixam do adesismo a política socialdemocrata da direção oficial do PSOL. Na verdade, o MAIS apenas está sendo totalmente consequente na política destes mesmos grupos que vem aderindo a conta gotas ao regime democratizante com a defesa da Constituinte, buscando uma saída nos estreitos marcos das instituições da república burguesa. Lançamos esta brochura com uma coletânea de artigos para marcar publicamente nossa delimitação com o MAIS e acima de tudo defender contra esses filisteus reformistas a necessidade de construção de um autêntico do Partido Revolucionário e Internacionalista, tarefa obviamente que nem o PSTU nem a ala “esquerda” do PSOL podem levar a cabo.

Os Editores
Julho 2017



ÍNDICE

Apresentação

1 - Racha no PSTU ou a saída antecipada da “comissão de frente” para aguardar o restante do bloco no interior do PSOL?  O aviso da “ruptura amistosa” é claro: se não nos seguirem vão acabar como uma suicida “seita esquerdista”!

2 - Nasce uma nova corrente na esquerda: "Mais" ou menos trotskista...

3 - Descobrimos tardiamente que a dupla Valério e Waldo, cânones do "Mais", apoiaram o sionismo e o estado de Israel na guerra contra a Síria (Yom Kippur/73) porque Hafez Assad era um “ditador sangrento”...

4 - Mais e Nos anunciam tentativa de fusão: agrupando o que já está unificado no reformismo do PSOL

5 - Resposta a Henrique “Canário”: O dirigente do “Mais” canta o que agrada aos ouvidos dos militantes da esquerda pequeno-burguesa

6 - Grupo “Mais” integra frente ampla por “Diretas já” para “restabelecer legitimidade ao sistema político”: a dupla Valério e Waldo se enterra cada vez mais na tarefa de socorrer o regime em bancarrota atuando como tendência “externa” do socialdemocrata PSOL

segunda-feira, 24 de julho de 2017

24 DE JULHO DE 1783, NASCE SIMÓN BOLÍVAR: O INSPIRADOR DO “SOCIALISMO DO SÉCULO XXI” É ANALISADO CRITICAMENTE POR KARL MARX, COMBATENDO A APOLOGIA DA ESQUERDA REFORMISTA AO LÍDER NACIONALISTA BURGUÊS


O BLOG da LBI publica neste 24 de julho, data de aniversário de Simón Bolívar, nascido no ano de 1783, um artigo pouco conhecido de Karl Marx, que foi baseado em uma carta escrita a Friederich Engels em janeiro de 1858 e editado no tomo III da “The New American Cyclopaedia”. O texto foi descoberto apenas em fevereiro de 1935 nos arquivos Marx-Engels-Lenin em Moscou, URSS e publicado pela primeira vez na América Latina (Buenos Aires) em 1936. Em 1857 Marx foi contratado pelo “New York Daily Tribune” para escrever temas de história militar e biografias. Engels também trabalhou no projeto. O verbete conta as aventuras militares do comandante nascido em Caracas, incluindo traições a seus companheiros. É um balanço, pouco estudado no Brasil, que desmistifica a trajetória do fundador do nacionalismo latino-americano reverenciado pelos “bolivarianos” e parte da esquerda em nosso continente. Esse debate acerca da “covardia” de Bolívar que Marx denunciava como um “personagem medíocre e grotesco”, não é apenas um “traço pessoal” mas uma característica própria da burguesia semicolonial em seus enfrentamentos com o imperialismo, como vemos atualmente no caso de Maduro na Venezuela. Vale destacar que o artigo de Marx foi posteriormente criticado por Che Guevara e a burocracia soviética, mas nós seguidores de Leon Trotsky e da Teoria da Revolução Permanente o reivindicamos integralmente. As duras palavras de Marx ao “Libertador”, encerradas no artigo abaixo originalmente denominado “Bolívar y Ponte” e em algumas outras rápidas menções no curso de sua obra são atacadas até hoje pelos partidários do “Socialismo do Século XXI”. Muitas foram as críticas ou tentativas deformadas de justificar as palavras de Marx direcionadas a Bolívar. Para uns produto de sua incompreensão da especificidade da realidade latino-americana, ou ainda, de um certo eurocentrismo presente em seu pensamento, outros justificaram que tal artigo foi elaborado com extrema rapidez e com finalidades unicamente financeiras. A própria edição russa de 1959 das obras completas de Marx e Engels publicada pela burocracia soviética inclui uma nota crítica concernente ao artigo sobre Bolívar, sustentando que supostos os erros existentes eram provenientes das fontes insuficientes e parciais que teve acesso. Nada mais falso! O artigo foi escrito por Marx em um contexto em que Bolívar era cultuado acriticamente na própria “esquerda” europeia como libertador e herói da América Hispânica, um símbolo na luta contra o imperialismo. Ele justamente fez um contraponto corajoso a essa capitulação da esquerda domesticada, em um texto extremamente rico de detalhes. No curso do pequeno esboço biográfico que escreveu sobre o “Libertador”, caracterizou-o como oportunista, covarde, traidor, canalha, ditador, ambicioso etc..., elaborando esta análise com o rigor que sempre caracterizou sua obra e recorrendo a várias fontes que consultou antes de emitir qualquer posição. Tanto que no período que se seguiu a publicação deste artigo Marx recebera cartas contestando sua interpretação e questionando suas fontes e respondera, ao seu modo, de maneira irônica. Ao ser questionado se não teria exagerado na crítica ao descrever uma pessoa com tantas conquistas, Marx respondeu o seguinte em uma carta para Engels: “Seria ultrapassar os limites querer apresentar como Napoleão I o mais covarde, brutal e miserável dos canalhas”. Para Marx, o suposto caráter anti-imperialista aparece como mais um mito do “Libertador” Bolívar, uma vez que teria livrado a América Latina do jugo espanhol em troca do domínio britânico. Como pontou Marx, anos mais tarde de escrever esse artigo, “A força criadora de mitos, característica da fantasia popular, em todas as épocas tem provado sua eficácia inventando ‘grandes homens’. O exemplo mais notável deste tipo é sem dúvida Simón Bolívar”. Estamos com Marx em sua delimitação com a figura de Simon Bolívar, como Marxistas Revolucionários lutamos contra o imperialismo e até podemos estabelecer “frente única” com a classe dominante nativa em seus conflitos pontuais com as potências capitalistas, mas não abrimos mão de denunciar a incapacidade histórica da burguesia nacional em levar a frente de forma consequente a luta pela libertação nacional e a soberania, tarefas democráticas pendentes que só podem ser plenamente vitoriosas sob a direção do proletariado e do partido revolucionário, uma realidade que se faz hoje cada vez flagrante na própria Venezuela “bolivariana” de Maduro e Chávez, onde o PCV stalinista é adepto incurável da velha política de colaboração de classes da Frente Popular na defesa acrítica do governo Maduro. O caminho mais curto para a vitória do imperialismo diante da crise do nacionalismo burguês é abrir mão da independência de classe do proletariado como nos ensinou Marx...
  
             
SÍMON BOLÍVAR
(Karl Marx, Janeiro 1858)

 Simón, o “Libertador” da Colômbia nasceu em 24 de julho de 1783 em Caracas e morreu em San Pedro, perto de Santa Marta, em 17 de dezembro de 1830. Descendia de uma das famílias mantuanas, que na época da dominação espanhola constituíam a nobreza criolla na Venezuela. Conforme um costume dos americanos abastados da época, foi enviado para a Europa com a tenra idade de 14 anos. Da Espanha passou para a França e residiu durante alguns anos em Paris. Em 1802 casou-se em Madri e regressou à Venezuela, onde sua esposa faleceu repentinamente de febre amarela. Depois desse acontecimento, transferiu-se em seguida, pela segunda vez, para a Europa e assistiu em 1804 a coroação de Napoleão como imperador, também estando presente quando Bonaparte cingiu a coroa de ferro da Lombardia. Em 1809 retomou à sua pátria, e apesar das insistências de seu primo José Félix Ribas, recusou-se a aderir à revolução que estoura em Caracas a 19 de abril de 1810. Porém, posteriormente a este acontecimento, aceitou a missão de ir à Londres para comprar armas e negociar a proteção do governo britânico. O Marquês de Wellesley, na época Ministro das Relações Exteriores, aparentemente lhe deu boa acolhida, mas Bolívar não obteve mais que a autorização de exportar armas pagando à vista e pagando pesados tributos. Quando regressou de Londres, retirou-se para a vida privada, até que em setembro de 1811 o general Miranda, então comandante em chefe das forças insurretas de mar e terra, persuadiu-o a aceitar o posto de tenente-coronel no Estado-Maior e o comando de Puerto Cabello, a principal praça forte da Venezuela.

sábado, 22 de julho de 2017

81 ANOS DO INÍCIO DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA

O Blog da LBI publica o texto escrito por Trotsky no calor dos acontecimentos da guerra civil espanhola, que teve seu início há 81 anos atrás, em julho de 1936. No artigo, o velho comunista exilado e perseguido por Stálin analisa as três tendências políticas que atuavam no seio do campo republicano na luta contra o fascismo, disputando a influência entre a vanguarda militante: o bolchevismo representado pela IV Internacional, o menchevismo e o anarquismo. No curso desse debate Trotsky também polemizou com o POUM de Andres Nin, grupo centrista que acabou capitulando a Frente Popular e, apesar disso, teve seu dirigente assassinado pela KGB. Trotsky definia que uma posição justa diante da guerra civil espanhola, ou seja, do conflito entre os monárquicos sob o comando de Franco e republicanos burgueses era postar-se no campo republicano empunhando um programa revolucionário para impor através da dinâmica da revolução permanente na luta de classes a ditadura do proletariado e não para resgatar o regime democrático burguês e suas instituições como defendiam o stalinismo e as chamadas forças democráticas e progressistas que compunham a Frente Popular. Esse arco político reformista foi responsável em última medida, devido sua política de colaboração de classes e ao apoio limitado prestado pela URSS à resistência antifranquista, por levar a frente republicana à derrota e, posteriormente, ao esmagamento sangrento da revolução espanhola, "um novo elo trágico" dessa política criminosa como caracterizou o velho bolchevique no brilhante artigo que reproduzimos abaixo.


MENCHEVISMO E BOLCHEVISMO NA ESPANHA
Leon Trotsky 1936

As operações militares da Abissínia e do Extremo Oriente são meticulosamente estudadas por todos os estados-maiores militares que preparam a futura grande guerra. Os combates do proletariado espanhol, estes relâmpagos anunciadores da futura revolução internacional, devem ser estudados com não menos atenção pelos estados-maiores revolucionários; é com esta condição somente que os acontecimentos que se aproximam não nos tomarão desprevenidos. Três concepções enfrentam-se, com forças desiguais, no campo dito republicano: o menchevismo, o bolchevismo e o anarquismo. No que concerne aos partidos republicanos burgueses, eles não têm nem ideias, nem importância política independente e não fizeram mais que manter-se sobre as costas dos reformistas e dos anarquistas. Além do mais, não seria mais que um exagero dizer que os chefes do anarco-sindicalismo espanhol fizeram de tudo para desmentir sua doutrina e reduzir a sua importância praticamente a zero. De fato, no campo republicano, duas doutrinas se estão enfrentando: o bolchevismo e o menchevismo.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

NO DIA 22 DE JULHO DE 2011 O FASCISMO ASSASSINAVA 100 JOVENS DE ESQUERDA NA NORUEGA: O BLOG DA LBI REPRODUZ SEU ARTIGO HISTÓRICO QUE DENUNCIAVA A COVARDE AÇÃO TERRORISTA ASSIM COMO A VERGONHOSA E INACREDITÁVEL SAUDAÇÃO DO PCO À DIREITA EUROPÉIA


ATENTADOS NA NORUEGA: EXPRESSÃO DO CRESCIMENTO DA EXTREMA DIREITA NA EUROPA (BLOG DA LBI 22/07/2011)

A tendência à direita se reflete no próprio terreno eleitoral, onde os partidos xenófobos e de inspiração nazista crescem na Europa. Um levantamento recente realizado pela BBC nos dá um panorama desse quadro. A direita avança em países como Portugal, Espanha, Alemanha, Finlândia, França, Holanda, Noruega, Dinamarca, Itália, Hungria, Suíça... e Grécia! Explosões a bomba em prédios governamentais e disparos de um ou mais franco-atiradores contra um acampamento da juventude do Partido Trabalhista deixou quase 100 mortos na Noruega nesta sexta-feira, 22 de julho. Pela envergadura destrutiva e mortífera dos atentados, ocorridos de forma simultânea, não há dúvida que a ação foi planejada por um grupo político neonazista com o objetivo assassinar o primeiro-ministro trabalhista Jens Stoltenberg e seus jovens apoiadores sociais-democratas. A primeira reação da cínica mídia imperialista diante da catástrofe ocorrida em Oslo foi creditar a autoria dos atentados a supostas organizações terroristas islâmicas. Logo depois de divulgada à exaustão esta versão fantasiosa mundo afora, a própria polícia norueguesa, diante das evidências públicas, foi obrigada a reconhecer que a autoria dos ataques aponta para grupos de extrema-direita que vêm crescendo em toda a Europa no rastro do aprofundamento da crise econômica que abate o velho continente desde o crash financeiro de 2008.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

APÓS A REFORMA TRABALHISTA: COMEÇA ONDA DE “DEMISSÕES VOLUNTÁRIAS” QUE PRECARIZA OS DIREITOS E LIQUIDA CONQUISTAS EM FAVOR DO GRANDE CAPITAL


O caráter de classe da Reforma Trabalhista, aprovada no Senado, revela-se no conjunto de medidas que afetam as relações de trabalho, intensificando o grau de exploração dos Trabalhadores em favor do aumento da lucratividade dos patrões e de suas empresas.  Segundo as novas regras, aquilo que for acordado entre patrões e empregados, prevalecerá sobre a lei. Assim, os trabalhadores serão obrigados a submeterem-se às mais terríveis condições de trabalho e de salário pois os patrões vão poder parcelar as férias em 3 vezes, reduzir o horário de almoço para 30 minutos, impor maior jornada de trabalho, flexibilizar a seu bel-prazer as horas extras e banco de horas, além de dificultar ainda mais ao trabalhador o acesso à justiça do trabalho. Tudo isso combinado com a terceirização, inclusive nas atividades-fim, resulta em demissões em massa e precarização do trabalho. Com a aprovação de medidas tão alvissareiras aos bolsos dos patrões, as empresas já estão se adiantando para demitirem mais ainda. O Bradesco pela primeira vez na sua história anunciou, dia 13/07, um Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) cuja adesão vai até 31 de agosto e prevê o desligamento em torno de 10 mil funcionários. Também, a Caixa Econômica Federal não ficou atrás, comunicou dia 14/07 a abertura do seu PDVE cuja adesão será até 14/08 e pretende desligar em torno de 5 mil funcionários. A característica desses planos é que a empresa joga com a penúria financeira e o endividamento do funcionário, atraindo-o, mediante um incentivo financeiro, a se desligar “voluntariamente”, e nessas condições a “demissão” é a pedido sem que haja necessidade de aviso prévio e, sobretudo, que não possa acionar a justiça do trabalho para questionar algum direito violado. Tudo isso, com a complacência das direções sindicais que já na década de 90 quando surgiram essa modalidade de demissões em massa, negaram-se a combatê-la pois diziam que era uma decisão de caráter pessoal e não política e, portanto, usavam esse argumento para camuflar sua própria covardia política e seu programa de conciliação de classes. Assim também fizeram com a reforma trabalhista. Na verdade, essa reestruturação das relações trabalhistas esconde o fato de que a classe trabalhadora está sendo derrotada e seus direitos e conquistas são subtraídos sem qualquer resistência real por parte da burocracia sindical da CUT/CTB. A ação direta dos trabalhadores e até a midiática greve geral do 30/06 foram sabotadas em nome da estabilidade do regime, cujo eixo é Lula para 2018 e eleições diretas já. Enquanto isso, os trabalhadores vão se ferrando e ficando reféns da chantagem patronal e do governo golpista de Temer. É preciso, portanto, que os trabalhadores entrem em cena como protagonistas das lutas, resgatando seus métodos de ação direta e empunhando suas bandeiras históricas. Nenhuma confiança nessas direções traidoras da CUT-CTB nem na chamada Oposição de Esquerda (PSTU-PSOLl) que buscam apenas desgastar politicamente o governo Temer para poder capitalizar no terreno eleitoral e parlamentar. A vanguarda classista tem a tarefa de superar a plataforma eleitoral burguesa das burocracias e organizar uma intervenção independente das massas contra a ofensiva neoliberal, através de um congresso nacional dos trabalhadores, construído pelas bases e apontado no sentido de uma alternativa de poder revolucionário do proletariado. 

quarta-feira, 19 de julho de 2017

PELO FIM DA PERSEGUIÇÃO DA “REPÚBLICA DE CURITIBA” E SEU JUSTICEIRO MORO A LULA! NENHUM APOIO A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PT! LIBERDADE IMEDIATA PARA RAFAEL BRAGA E TODOS OS PRESOS POLÍTICOS DESTE AUTOCRÁTICO REGIME DEMOCRÁTICO-BURGUÊS


Neste dia 20 de julho ocorrerão em todo o país atos políticos contra a condenação de Lula pelo Juiz Moro. O PT está convocando a atividade da seguinte forma: “Eleição sem Lula é Fraude. Em defesa da democracia, contra as reformas, Fora Temer e por Diretas Já!”. Com esta “embalagem”, a Frente Popular tentar ampliar ao máximo o espectro político das entidades e organizações que convocam o ato, que incluiu além do PT, PCdoB, a CUT, MST, MTST e UNE. O PSOL oficialmente não está convocando a atividade, mas vários de seus dirigentes avisaram que participarão do protesto. A LBI, apesar de ser contrária a condenação, prisão e perseguição de Lula pelo Juiz Moro e a justiça burguesa opõem-se ao eixo político dos atos desta quinta-feira que na verdade serão parte da campanha eleitoral antecipada do PT à Presidência da República. Interviremos com total independência política nestas atividades, advertindo que não será com bajulações a figura de Lula, responsável político por incentivar a cobrança de "comissões" por todos os quadros do PT integrantes do governo e parlamento, que poderemos impedir a prisão de dirigentes da esquerda dentro e fora do PT. Somente a mobilização direta das massas será capaz de derrotar o Estado de exceção em pleno curso no país, cujo objetivo final é retirar direitos sociais e garantias democráticas do povo brasileiro para favorecer rentistas internacionais. Mesmo sob as ameaças de prisões e linchamento midiático, o comando da Frente Popular continua apostando em sua plataforma de conciliação de classes. Alertamos que serão os três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª região que decidirão o futuro de Lula, nesse sentido a burguesia nacional acompanhará passo a passo como cada um deles agirá para que arbitrem a sentença ("eleitoral") de Lula em plena consonância com os interesses da conjuntura política de 2018. O Juiz Sérgio Moro condenou Lula a 9 anos e seis meses de prisão. Na mesma sentença decidiu por não decretar a prisão do ex-presidente por “cautela”, leia-se que se submete a uma deliberação maior da burguesia nacional sobre o futuro eleitoral do PT para 2018, já que será o TRF a instância jurídica que dará a “palavra final” acerca da inelegibilidade ou não de Lula.  A pena foi baseada nas “delações premiadas contra o PT” que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento Triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo. Lembremos que existem outros processos como o do sítio de Atibaia. As acusações de corrupção contra Lula, o apartamento no Guarujá e do sítio chegam a ser ridículas e passam muito longe do verdadeiro processo de composição entre o Estado burguês e os grandes grupos capitalistas. A "simbiose perfeita" entre a chamada iniciativa privada e seus negócios com todas as instituições estatais não foi "inventada" pelo PT, nos governos da Frente Popular apenas se reproduziu a secular prática recorrente do capitalismo de "pagar" comissões a seus gerentes de turno. As chamadas "propinas" recebidas por todos os gestores públicos desde a instauração da república no século retrasado, os Marxistas caracterizam como "comissões" indutoras do regime político burguês, abrangendo todos os partidos legais, sejam de "esquerda ou direita". É absolutamente cristalino que o PT também recebeu e operou as "comissões" por cada negócio realizado entre a iniciativa privada e o Estado, sob os 13 anos de sua "gerência" central. Porém os fascistas da Lava Jato, todos corruptos de longa data do " poder judiciário" (vide o caso Banestado), não estão preocupados com a corrupção ou o recebimento de propinas generalizadas nesta república do capital, estão focados na destruição da Petrobras para beneficiar as grandes petrolíferas imperialistas. Ao mesmo tempo em que Moro e sua trupe treinada pela CIA paralisa a Petrobras e trabalha para quebrar financeiramente as grandes empreiteiras nacionais, protagoniza uma caçada fascista contra as lideranças históricas do PT. O objetivo político da "República de Curitiba" é obviamente limpar o terreno eleitoral  para 2018, eliminando o enorme prestígio de massas Lula, deixando livre a candidatura de Moro ao Planalto com o mote de "justiceiro dos corruptos". Nós Comunistas da LBI somos uma oposição radical e revolucionária aos governos neoliberais do PT, desde que Lula ascendeu à presidência da república em 2003, porém fomos a primeira organização de esquerda a denunciar a farsa midiática do processo do "Mensalão" e seu atual desdobramento ainda mais retrógrado e direitista: A empulhação da Lava Jato! Moro e Dallagnol são um engodo montado desde Washington para encobrir a privataria tucana e semear o terreno para a entrega do que ainda resta de economia nacional ao imperialismo ianque. O golpe institucional que levou Temer ao governo foi apenas o primeiro degrau de uma estratégia de instalar um regime de exceção  bonapartista, com a supressão das parcas garantias democráticas conquistadas com a luta e o sangue do nosso povo. Desgraçadamente setores da esquerda reformista e o próprio PT, foram cúmplices da ofensiva reacionária encabeçada pelo justiceiro Moro, agora vislumbram a víbora que alimentaram contra o conjunto dos movimentos sociais. A LBI convoca, em caráter de unidade de classe contra classe, todos as entidades classistas e democráticas a empreenderem uma jornada nacional de luta e denúncia política da farsa da Lava Jato, colando a esta iniciativa o combate frontal as reformas neoliberais que o governo golpista de Temer pretende implementar. Longe de “defender Lula e o PT” acriticamente ou lhe prestar qualquer tipo de apoio político ou eleitoral, a tarefa colocada para os setores mais conscientes do ativismo brasileiro neste exato momento é declarar que são os trabalhadores e seus organismos de classe os únicos que podem fazer o “ajuste de contas” com os burocratas vendidos da “Articulação” no PT e na CUT e não o arquirreacionário Moro, o TRF, o STF ou a PF. Para tanto, é necessário construir um partido operário revolucionário para superar o PT e a frente popular, postando-se como uma alternativa revolucionária também a corrompida “oposição de esquerda” encabeçada por setores do PSOL e o PSTU, que desejam ver Lula, Dirceu e Cia atrás das grades para tirar daí algum dividendo eleitoral, quando na verdade tal ato não faz mais do que reforçar as tendências fascistizantes do regime burguês contra os trabalhadores e suas conquistas democráticas e sociais. Não defendemos que justiça burguesa julgue Lula e outros dirigentes do PT. Por mais divergências que tenhamos com Lula e o PT sabemos que não são os sinistros órgãos de repressão do Estado burguês que devem julgar o ex-presidente petista, na medida em que como marxistas não reconhecemos nestes organismos capitalistas o poder para perseguir e condenar lideranças oriundas do movimento operário, por mais degeneradas e corrompidas que sejam. Por esta razão em nenhum momento negamos que o PT é cúmplice desse processo de cerco as organizações políticas como, por exemplo, ao aprovar a Lei Antiterrorista que abriu espaço para criminalizar os movimentos sociais, os sindicatos e as lideranças populares, mas esta constatação não altera nossa orientação principista de denunciar os ataques da MPF ao próprio Lula! Se não podemos depositar confiança política alguma nos dirigentes petistas, artificies da estratégia de colaboração com a burguesia nacional e setores das oligarquias regionais corruptas, também não se pode embarcar na canoa falsamente moralizadora da Lava Jato que abre as portas para o frenesi reacionário das elites racistas contra o conjunto da esquerda. A estratégia adotada pela cúpula do PT consiste em chamar a solidariedade da burguesia nacional contra a caçada humana a Lula promovida pela Lava Jato, acontece que a classe dominante compreende que o ciclo histórico do “neodesenvolvimento” lulista está encerrado. Por isso mesmo não é conveniente e oportuno arriscar a possibilidade de Lula chegar novamente ao Planalto em 2018. Trata-se de uma estratégia suicida, mesmo que Lula seja candidato em 2018 será derrotado por Moro, no marco dessa mesma operação fraudulenta em curso que une urna "roubotrônica", mídia e o grande capital que pavimenta pelo caminho eleitoral o estado de exceção que se gesta no Brasil. Convocamos a militância de base do PT e da CUT para somar forças na ação direta pela liberdade de todos os presos políticos deste autocrático regime democrático-burguês. A classe operária mesmo não reconhecendo o PT como um partido seu, deverá saber diferenciar seus inimigos principais e seus possíveis aliados circunstanciais, que neste caso se materializa na militância de base do partido e da CUT. Somente a mobilização permanente, com os métodos revolucionários da ação direta do proletariado, será capaz de libertar todos os presos políticos das masmorras do Estado capitalista. Ilusões disseminadas na defesa de em um suposto “Estado de Direito” no quadro desta República dos novos “barões” do capital só servirá para o movimento de massas acumular mais derrotas e retrocessos como estes que estamos assistindo agora, por essa razão nosso eixo político deve ser “Não a condenação de Lula pela farsa da Lava Jato! Superar a política de colaboração de classes do PT!”. Ao mesmo tempo, exigimos a liberdade imediata de todos os presos políticos da democracia dos ricos, como Rafael Braga e dos ativistas do MST e MTST perseguidos pela repressão estatal burguesa.

HÁ 38 ANOS DA TOMADA DO PODER NA NICARÁGUA: SUPERAR O PROGRAMA REFORMISTA DA FSLN PARA RECOLOCAR A PÁTRIA DE SANDINO NA SENDA DO SOCIALISMO REVOLUCIONÁRIO


Há exatos 38 anos, em 19 de julho de 1979, as colunas guerrilheiras da FSLN entraram em Manágua, consolidando a vitória da revolução popular sandinista sob o comando de Daniel Ortega, o movimento insurrecional responsável por quebrar a espinha dorsal do Estado burguês, derrotando e destruindo o exército nacional bancado pelos EUA. Dias antes, vendo que a derrota era inevitável, o ditador Somoza fugiu para Miami, tendo o abrigo do imperialismo ianque então sob a gestão “democrática” do presidente Cárter. Em comemoração a esta data histórica analisamos neste artigo minuciosamente tanto a vitória da revolução naqueles memoráveis dias como sua derrota pela via eleitoral quase duas décadas depois devido a política democratizante de sua direção pequeno-burguesa. A Revolução Sandinista foi a última insurreição popular armada vitoriosa a derrotar um governo títere do imperialismo, mas a política da direção reformista estrangulou todas as perspectivas de construir um Governo Operário e Camponês e tornar a Nicarágua um Estado operário em extensão para toda a América Central. Atualmente convertida a um partido da centro-esquerda burguesa e paladina do já falido “Socialismo do Século XXI”, a FSLN voltou a governar o país de pela via eleitoral e de forma completamente adaptada a democracia burguesa, sem grandes conflitos com o imperialismo ianque. Abstrair as lições programáticas dessa derrota em nossos dias é fundamental para a vanguarda militante combater a lógica reformista aplicada na Nicarágua já no final dos anos 80, onde o Sandinismo entregou a revolução em uma eleição burguesa em que previamente estava derrotado pela direita pró-ianque. Após vários anos dessa entrega sem luta, o Sandinismo retornou ao governo nacional pela via eleitoral, porém o regime da Nicarágua já não tem nenhum traço das conquistas revolucionárias de 1979. A melhor forma de comemorar o triunfo revolucionário de julho de 1979 é combater vigorosamente o imperialismo sem abrir mão da ácida crítica programática marxista a esquerda reformista como a FSLN. Este arco político defensor da colaboração de classes ressalta a democracia como valor universal e apresenta o respeito às urnas como “sagrado”, utilizando inclusive esse móvel programático para defender, por exemplo, a política de colaboração de classes da Frente Popular(PT) e aconselhar o PSUV de Maduro na Venezuela a seguir a mesma trajetória de capitulação da FSLN na Nicarágua. Para entender esse rico processo vamos abordar desde a gênese do Sandinismo, seu ascenso e derrota até o atual retorno de Daniel Ortega a presidência do país sem representar qualquer ameaça ao domínio da Casa Branca no continente centro-americano.

terça-feira, 18 de julho de 2017

50 ANOS DA DERRUBADA DO AVIÃO DO EX-PRESIDENTE CASTELO BRANCO PELA “LINHA DURA” MILITAR GOLPISTA: O QUE TEM EM COMUM OS “ACIDENTES AÉREOS” QUE MATARAM TEORI ZAVASCKI, EDUARDO CAMPOS E CASTELO BRANCO, PRODUTO DAS DISPUTAS INTERNAS MAFIOSAS NO SEIO DA CLASSE DOMINANTE?


Neste dia 18 de julho completa-se 50 anos do “acidente aéreo” que matou o golpista Castelo Branco, primeiro presidente militar após a deposição de João Goulart em 1964 ("eleito" indiretamente pelo Congresso Nacional). Apesar de obviamente não prestarmos nenhuma solidariedade póstuma ao cearense facínora que ajudou a impor a sanguinária ditadura militar no Brasil, para os Marxistas Revolucionários é importante compreender as circunstâncias que levaram a sua morte e compará-las com as que provocaram os “acidentes” mais recentes (Teori Zavaski e Eduardo Campos). Estas “quedas de aviões” também vitimaram burgueses que de alguma forma atrapalhavam os planos estratégicos da classe dominante. Em todos os três casos tudo aponta para acidentes “fabricados” por razões “estratégicas de estado”. Os Marxistas Revolucionários da LBI não acreditamos na “ética” da burguesia, nem sequer quando se trata de eliminar “um dos seus”. Denunciamos vigorosamente esses assassinatos enquanto o conjunto das forças políticas fazem coro na legitimação da farsa montada hoje e ontem. Essa crença abarca inclusive setores da esquerda que juram sua fidelidade aos ritos sagrados da democracia capitalista, entendem que a burguesia não ousaria ultrapassar os limites das “tradicionais” manobras políticas existentes no “jogo do poder”, portanto conspirações e assassinatos não poderiam fazer parte do “cardápio” das classes dominantes, como em geral age o PSTU, PSOL e MAIS, etc. Esse arco revisionista segue deve até hoje afirmar que o “acidente” aéreo que matou o general Castelo Branco, o primeiro presidente do golpe militar, não passou de uma fatalidade e que somente “mentes poluídas” poderiam afirmar a existência de uma tal “Operação Mosquito” contra Jango. Crimes e assassinatos bem planejados são a especialidade da classe dominante em momentos de crise aguda em seu seio. Mas em geral os “crentes” na democracia dos ricos nos acusam de delírio, de estarmos acolhendo uma “Teoria da Conspiração”. Esses senhores não tem uma compreensão do caráter golpista da direita tupiniquim, capaz de “eliminar” sem o menor escrúpulo “lideranças políticas burguesas indesejáveis”, como JK, Jango, Lacerda, Castelo Branco, Tancredo Neves, Campos etc... No caso específico de Castelo Branco vale destacar que o Marechal era inicialmente da ala de oficiais supostamente “leais” a legalidade do governo (como Amaury Kruel) mas que diante da polarização social logo se “unificaram” com os facínoras golpistas do quilate de um Costa e Silva, dando aval completo ao golpe de 1964 fundamentalmente após o Comício da Central do Brasil em março de 1964. Tanto que Castelo assumiu a presidência prometendo eleições em 1965, o que de fato não ocorreu por pressão da chamada “linha dura”. Essa trajetória conflituosa justificava por si só plenamente a eliminação do militar cearense, o que veio a correr com o acidente fatal aéreo de 50 anos atrás, seguido anos depois das mortes encomendadas de Jango, Lacerda e Jk. As “investigações” apontaram como causa um erro do piloto do bimotor do presidente golpista (que obviamente faleceu) que chocou-se com o jato da FAB, a mesma falha pessoal indicada nos relatórios de Teori e Campos, forjando-se inquéritos que não levaram a punição de ninguém nos três episódios. No caso de Castelo, o relatório assinado pelo brigadeiro Araripe Macedo cheio de falhas e lacunas foi aceito integralmente pela cúpula militar e como prêmio o oficial tornou-se ministro da Aeronáutica nos governos de Médici e Geisel. Vale registrar ainda que às vésperas de morrer Castelo Branco anunciou que iria fazer um “pronunciamento à nação”. Ele tinha deixado a presidência em 15 de março de 1967 e na disputa interna entre os militares foi forçado a passar o comando do país para Costa e Silva, um adversário seu na caserna. Um pronunciamento de Castelo contra Costa e Silva poderia rachar publicamente a cúpula militar, abrindo caminho para uma aliança do Marechal como a ala civil golpista (JK, Lacerda, Magalhães Pinto). Esse é o real motivo de sua morte. No que diz respeito ao assassinato de Teori, enquanto a esquerda revisionista adaptada e crédula ao regime da democracia dos ricos ficou em silêncio diante do “acidente” que matou o ministro do STF Teoria Zavascki (no máximo atuando como papagaios da mídia burguesa), alegando que não patrocina “Teorias da Conspiração” e desprezando o real funcionamento mafioso do Estado burguês e suas gerências de plantão, a LBI logo após a queda do avião apontou sem vacilar a ação como um assassinato planejado por Temer e sua antourragem palaciana (Jucá, Moreira Franco, Padilha, por “coincidência” os dois últimos ex-ministros da Aviação Civil...) para controlar o conteúdo das delações da Odebrecht. No caso de Eduardo Campos, a queda do moderno avião Cessna não foi produto de uma falha humana ou mesmo de um problema mecânico ocasional, mas na verdade de uma operação que teve as digitais da CIA para retirar o “socialista” da disputa a fim de abrir caminho para que Marina Silva (a candidata preferencial dos rentistas e do imperialismo ianque naquele momento), pudesse voltar a concorrer ao Palácio do Planalto. De nossa parte não vemos nenhuma surpresa nestes acontecimentos, as mortes de acidentes aéreos de desafetos políticos são relativamente comuns. Por mais contraditório que possa parecer, os mais “crédulos” no funcionamento das instituições “democráticas” deste bastardo regime burguês são justamente as organizações da esquerda, incluindo neste bojo as que se reivindicam “reformistas ou revolucionárias”. Enquanto neste país a direita golpista conspira abertamente contra todos aqueles que “atravessem” seu caminho, inimigos ideológicos ou não, a esquerda jura obediência à institucionalidade, confiante na “probidade” de seus adversários mais reacionário. 


Segundo a versão oficial dos fatos, o Marechal Castello Branco faleceu em um acidente aeronáutico, em uma aeronave do Governo do Estado do Ceará, um Piper Aztec matriculado PP-ETT, no dia 18 de julho de 1967. A aeronave que conduzia o ex-Presidente foi atingida na cauda pela ponta da asa de um caça da Força Aérea Brasileira, um Lockheed TF-33, perdendo a deriva. Depois de entrar em parafuso chato, o avião chocou-se com o solo e todas as pessoas a bordo morreram, com exceção do co-piloto. Na manhã de 18 de julho, Castello Branco saiu do sítio da escritora Rachel de Queiroz, sua amante, e decolou de Quixadá para Fortaleza a bordo do Aztec cedido pelo Governo do Ceará. Estavam a bordo do bimotor a escritora Alba Frota, o major Manuel Nepomuceno, o irmão do Marechal, Cândido Castello Branco, o comandante Celso Tinoco Chagas e o co-piloto Emílio Celso Chagas, filho do comandante. O tempo estava bom, visibilidade praticamente ilimitada e nebulosidade insignificante. O Aztec decolou do sítio de Rachel de Queiroz às 9 horas da manhã e voou em cruzeiro no nível de voo visual 055 (cinco mil e quinhentos pés). Trinta minutos depois, já durante a descida para Fortaleza, um jato de caça da FAB, um TF-33 - FAB 4325, atingiu a deriva do Aztec, decepando-a. O jato perdeu o tanque da ponta da asa, que curiosamente estava vazio, mas conseguiu retornar em segurança para sua base. O Aztec, entretanto, perdeu o controle direcional e entrou em parafuso chato, chocando-se com o solo de barriga, matando 5 das 6 pessoas a bordo, salvando-se o co-piloto Emílio Celso Chagas, que ficou, entretanto, bastante ferido. Na ocasião do acidente, houve uma investigação, que concluiu que o choque foi acidental, que ambas as aeronaves estavam em um mesmo "corredor" em direção à Fortaleza, e que teria havido, possivelmente, falha do controle de tráfego aéreo. E ficou por isso mesmo, já que o Governo Federal, naquela época, controlava tudo com "mão de ferro", censurando a imprensa e perseguindo a oposição burguesa e a esquerda revolucionária. Embora a presença de caças nos céus do Ceará fossem comuns, o tráfego civil era respeitado e os jatos mantinham separação visual dos mesmos, como acontece até hoje. Mas o bimotor que levava Castello Branco foi atingido na deriva com uma precisão "cirúrgica", com poucos danos ao caça. As condições de visibilidade eram excelentes, dando condições ao piloto do caça, o Tenente Alfredo Malan d'Dangrogne, de avistar perfeitamente o tráfego à sua frente. Mesmo assim, ocorreu a colisão, o que revela que não se tratava de um acidente, e sim de um atentado. Qual teria sido o motivo e a quem interessaria a morte do golpista? Sobre isso não restam dúvidas, pois motivos não faltavam. Castello Branco tinha deixado a presidência apenas 3 meses antes, passando o poder para o Costa e Silva, representante da "linha dura" do Exército. Na verdade, Castello Branco assumiu o governo prometendo devolver o governo aos civis. Isso ia contra os interesses de outros generais, que tencionavam se manter no poder sob a alegação de manter a paz e e ordem pública e eliminar a ameaça comunista. Mesmo fora do governo, o Marechal Castello Branco tinha uma considerável influência no Exército Brasileiro. Em resumo, a presença de Castello Branco incomodava, e muito, os generais da "linha dura" que pretendiam dar fôlego longo a ditadura, como de fato ocorreu. E não haveria outro meio de meio desses generais se verem livres dele, senão matando-o. A operação de resgate das vítimas do acidente foi desastrosa: os oficiais e soldados da aeronáutica destroçaram o avião a machadadas e carregaram as vítimas nas costas, sem qualquer técnica. Como estas tinham danos na coluna vertebral pela posição de impacto, isso pode ter colaborado para agravar seus ferimentos. O avião acidentado foi reconstruído e parcialmente restaurado, e encontra-se hoje no quartel do 23º Batalhão de Caçadores, em Fortaleza, no Ceará. A deriva arrancada pelo caça jamais foi encontrada. O caça também foi preservado e encontra-se hoje na Base Aérea de Fortaleza, como "lembranças" distantes do acidente, que na verdade foi um ataque fatal contra a vida de Castelo Branco para garantir a unidade interna dos generais e consolidar a ditadura militar que durou 21 anos..., sendo hoje usado na "democracia" o mesmo método para eliminar desafestos políticos no interior da classe dominante.