HÁ 03 ANOS A SELEÇÃO BRASILEIRA PERDIA POR 7 A 1 NA COPA DO
MUNDO: UMA DERROTA HUMILHANTE QUE PAVIMENTOU A OFENSIVA REACIONÁRIA DA DIREITA
CONTRA O GOVERNO DO PT FORA DOS CAMPOS DE FUTEBOL
Reproduzimos o artigo do BLOG da LBI elaborado no dia da
derrota histórica da Seleção Brasileira para o time da Alemanha por 7 a 1, há
exatos 3 anos. Nesse texto pontuamos as importantes consequências na arena
política do resultado desastroso dentro de campo. Esse se constituiu em um
verdadeiro “start” para a ofensiva da direita reacionária contra o governo
Dilma, na época um elemento decisivo para disciplinar ainda mais a Frente
Popular na direção do capital financieiro no novo mandato que seria conquistado
poucos meses depois com a reeleição da gerentona petista. A Frente Popular
acabou garantindo seu quarto mandado consecutivo por uma pequena margem de
votos contra a direita (PSDB) mas logo a crise política detonada com o vexame
da Copa do Mundo se acumulou com a frustração popular pela adoção de um
agressivo programa neoliberal em 2015 comandado pelo capacho dos rentistas
Joaquim Levy escolhido para o Ministério da Fazendo por Dilma, minando ainda
mais a base eleitoral e política da Frente Popular, gerando uma conjuntura que
selou sua queda dois anos depois do mundial de futebol. Naquele momento
alertamos que para os interesses da Casa Branca no país era totalmente
descartado que a FIFA entregasse o “Caneco” à seleção brasileira pela
necessidade de colocar o novo governo Dilma acuado “nas cordas” preparando a
transição para um governo da direita ortodoxa “pró-ianque” em 2018. Foi o que
se viu nos anos subsequentes, cujo ápice foi o próprio afastamento da Frente
Popular do Planalto em 2016, em um golpe parlamentar orquestrado pela Rede
Globo e o imperialismo ianque diante da incapacidade do governo Dilma aplicar
integralmente o ajuste neoliberal exigido pela banca financeira. Vale destacar
que a “farra” bilionária da Copa serviu para o PT irrigar o cofre das grandes
empreiteiras com o dinheiro do Tesouro Nacional, o que garantiu o apoio
decisivo desse setor da classe dominante para chancelar um quarto mandato
seguido da Frente Popular, além de revelar o caráter repressor do governo
petista com a aprovação da Lei Antiterorrista para perseguir as organizações de
esquerda, com o aparato repressivo atacando duramente as manifestações contra a
Copa. Registre-se que a “Operação Lava Jato” teve início na véspera do mundial
de futebol (março de 2014), montada para preparar a transição
política reacionária que hoje está em curso no Brasil para desmoralizar o
conjunto do tecido político burguês do país, como se vê com a atual sangria do
canalha golpista Temer, escolhido na época como vice da chapa presidencial de
Dilma. Naquele momento, em meio a Copa do Mundo, a LBI pontuou que o Juiz Moro
tinha sido escolhido pelo Departamento de Estado ianque para operar
essa mudança rumo a um governo da direita ortodoxa “pró-ianque” em 2018. Sem
sombra de dúvidas, o desastre dentro de campo provocado pela derrota histórica
de 7 a 1 para a Alemanha há três anos atrás catapultou a sanha do
NeoBonapatista do “Salvador da Pátria” Moro que vemos em nossos dias...
7 A 1: DILMA EM “ALERTA VERMELHO” AO MESMO TEMPO EM QUE AS
HIENAS DA DIREITA SALIVAM PARA “FATURAR” POLITICAMENTE EM CIMA DA HUMILHANTE
DERROTA
(BLOG DA LBI, 8 DE JULHO DE 2014)
A acachapante vitória da seleção alemã sobre um atônito
Brasil nesta tarde de 8 de julho com certeza entrará para a história do futebol
mundial, mas também terá desdobramentos na arena política nacional por mais que
os principais protagonistas da “Copa da eleição” tentem negar. Mal terminava o
primeiro tempo da partida, com a vitória já previamente selada da Alemanha, a
principal questão que se debatia nas chamadas “redes sociais” da internet não
era futebolística e sim política. Qual seria o impacto da humilhante derrota
brasileira sofrida no gramado nas próximas eleições presidenciais, ou mesmo se
as “Jornadas de Junho” retomariam com toda a força após o término da Copa sem a
“Taça”. Para responder corretamente estas questões, em primeiro lugar teríamos
que separar os verdadeiros fatores táticos da derrota em campo da seleção, para
depois tentar estabelecer uma “ponte” entre o desastroso resultado esportivo e
a conjuntura que se abre no país com o “apito” inicial da corrida eleitoral. A
elástica goleada sofrida hoje não foi produto de uma “fatalidade” ou mesmo dos
desfalques de Neymar e Thiago Silva, sem dúvida dois nomes importantes no
elenco “canarinho”, o vexame de hoje é a consequência de todo um planejamento
“criminoso” da comissão técnica da CBF, privilegiando a convocação de jogadores
medíocres “bancados” por corporações capitalistas (em sua maioria estrangeiras)
e de uma formação tática completamente equivocada em campo. O caso emblemático
do nosso ineficaz centroavante Fred, patrocinado pela UNIMED, revela o
horizonte tacanho que visualizava Felipão e sua “turma”. Aliás, nosso treinador
muito mais se preocupou em fechar contratos de publicidade do que preparar
tecnicamente a seleção brasileira. De fato, antes da Copa, Felipão só
“contabilizou” menos do que o jogador Neymar, realizou comerciais para as
empresas Gillette, Sadia, Vivo, Ambev, Peugeot e Walmart. Em março deste ano, três
meses antes da Copa, ele apareceu em 318 inserções de comerciais na mídia
televisiva. A tentativa de tentar transferir totalmente o ônus da derrota da
seleção para a conta política do governo Dilma é oportunista, apesar da
presidente ter sua parcela de responsabilidade ao prestigiar a máfia dirigente
da CBF, inclusive com a destinação de “generosas” fatias do orçamento “público”
estatal para uma entidade privada. Sejamos sinceros se a fragorosa derrota da
seleção não servirá para criar uma onda de ufanismo patrioteiro no país, como
em 70, também não poderá ser utilizada pela direita tucanalha pelo simples fato
de que o grande “desastre” da Copa (tão esperado pelo PIG) só ocorreu dentro
das quatro linhas do gramado.
Para os interesses da Casa Branca no país era totalmente
descartado que a FIFA entregasse o “Caneco” à seleção brasileira, e não temos a
menor dúvida que a obscura entidade presidida por Joseph Blatter não passa de
mais um organismo colateral do imperialismo, sob a fachada “esportiva”. Não porque
Obama e C&A sejam contra a continuidade da gerência neoliberal petista por
mais um mandato, mas pela necessidade de colocar o novo governo Dilma acuado
“nas cordas”, preparando a transição para um governo da direita ortodoxa
“pró-ianque” em 2018. Nós da LBI caracterizamos a “montagem” desta situação em
um artigo escrito na véspera da abertura da Copa: “Ao contrário do
tricampeonato no México, onde a burguesia mundial precisava dar a vitória para
a ditadura militar, hoje ocorre o inverso, sendo a derrota brasileira na Copa a
melhor opção do imperialismo para disciplinar a Frente Popular na direção do
capital financeiro” (Blog da LBI, 11 de junho/2014).
As organizações Globo trabalharam em duas frentes de ação,
uma para a derrota da seleção e outra para uma catástrofe da Copa. Na primeira
tarefa alabou ao máximo as pseudoqualidades do decadente Felipão, o técnico
responsável pelo rebaixamento do Palmeiras no campeonato brasileiro anterior.
Felipão montou claramente uma equipe para a derrota, convocando jogadores
inexperientes e sem o “talento” necessário para disputar uma Copa do Mundo,
salvo algumas exceções. Apesar da sofrível campanha da primeira e segunda
fases, Felipão manteve a estratégia na armação do time, sendo apoiado
integralmente pelos ventríloquos da mídia “murdochiana”. O “histórico”
resultado do placar de hoje foi apenas a confirmação de uma crônica previamente
anunciada... o Brasil não vai ganhar a Copa!
O governo Dilma obviamente tenta agora capitalizar
demagogicamente o resultado da Copa fora do campo: “A Copa das Copas!”,
explorando eleitoralmente a constatação da inexistência de uma catástrofe tão
sonhada pelo PIG. Porém, a verdade é que o “grande legado” deixado pela “Copa
das empreiteiras” será o recrudescimento da repressão policial e política em
relação aos movimentos sociais, acompanhada da “farra” dos negócios realizados
pelas corporações capitalistas, as custas das péssimas condições de vida do
povo brasileiro.