PELO FIM DA PERSEGUIÇÃO DA “REPÚBLICA DE CURITIBA” E SEU
JUSTICEIRO MORO A LULA! NENHUM APOIO A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO
PT! LIBERDADE IMEDIATA PARA RAFAEL BRAGA E TODOS OS PRESOS POLÍTICOS DESTE
AUTOCRÁTICO REGIME DEMOCRÁTICO-BURGUÊS
Neste dia 20 de julho ocorrerão em todo o país atos
políticos contra a condenação de Lula pelo Juiz Moro. O PT está convocando a
atividade da seguinte forma: “Eleição sem Lula é Fraude. Em defesa da
democracia, contra as reformas, Fora Temer e por Diretas Já!”. Com esta
“embalagem”, a Frente Popular tentar ampliar ao máximo o espectro político das
entidades e organizações que convocam o ato, que incluiu além do PT, PCdoB, a
CUT, MST, MTST e UNE. O PSOL oficialmente não está convocando a atividade, mas
vários de seus dirigentes avisaram que participarão do protesto. A LBI, apesar
de ser contrária a condenação, prisão e perseguição de Lula pelo Juiz Moro e a
justiça burguesa opõem-se ao eixo político dos atos desta quinta-feira que na
verdade serão parte da campanha eleitoral antecipada do PT à Presidência da
República. Interviremos com total independência política nestas atividades,
advertindo que não será com bajulações a figura de Lula, responsável político
por incentivar a cobrança de "comissões" por todos os quadros do PT
integrantes do governo e parlamento, que poderemos impedir a prisão de
dirigentes da esquerda dentro e fora do PT. Somente a mobilização direta das
massas será capaz de derrotar o Estado de exceção em pleno curso no país, cujo
objetivo final é retirar direitos sociais e garantias democráticas do povo
brasileiro para favorecer rentistas internacionais. Mesmo sob as ameaças de
prisões e linchamento midiático, o comando da Frente Popular continua apostando
em sua plataforma de conciliação de classes. Alertamos que serão os três
desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª região que decidirão o
futuro de Lula, nesse sentido a burguesia nacional acompanhará passo a passo
como cada um deles agirá para que arbitrem a sentença ("eleitoral")
de Lula em plena consonância com os interesses da conjuntura política de 2018.
O Juiz Sérgio Moro condenou Lula a 9 anos e seis meses de prisão. Na mesma
sentença decidiu por não decretar a prisão do ex-presidente por “cautela”,
leia-se que se submete a uma deliberação maior da burguesia nacional sobre o
futuro eleitoral do PT para 2018, já que será o TRF a instância jurídica que
dará a “palavra final” acerca da inelegibilidade ou não de Lula. A pena foi baseada nas “delações premiadas
contra o PT” que envolve o caso da compra e reforma de um apartamento Triplex
em Guarujá, no litoral de São Paulo. Lembremos que existem outros processos
como o do sítio de Atibaia. As acusações de corrupção contra Lula, o
apartamento no Guarujá e do sítio chegam a ser ridículas e passam muito longe
do verdadeiro processo de composição entre o Estado burguês e os grandes grupos
capitalistas. A "simbiose perfeita" entre a chamada iniciativa
privada e seus negócios com todas as instituições estatais não foi "inventada"
pelo PT, nos governos da Frente Popular apenas se reproduziu a secular prática
recorrente do capitalismo de "pagar" comissões a seus gerentes de
turno. As chamadas "propinas" recebidas por todos os gestores
públicos desde a instauração da república no século retrasado, os Marxistas
caracterizam como "comissões" indutoras do regime político burguês,
abrangendo todos os partidos legais, sejam de "esquerda ou direita".
É absolutamente cristalino que o PT também recebeu e operou as "comissões"
por cada negócio realizado entre a iniciativa privada e o Estado, sob os 13
anos de sua "gerência" central. Porém os fascistas da Lava Jato,
todos corruptos de longa data do " poder judiciário" (vide o caso
Banestado), não estão preocupados com a corrupção ou o recebimento de propinas
generalizadas nesta república do capital, estão focados na destruição da
Petrobras para beneficiar as grandes petrolíferas imperialistas. Ao mesmo tempo
em que Moro e sua trupe treinada pela CIA paralisa a Petrobras e trabalha para
quebrar financeiramente as grandes empreiteiras nacionais, protagoniza uma
caçada fascista contra as lideranças históricas do PT. O objetivo político da
"República de Curitiba" é obviamente limpar o terreno eleitoral para 2018, eliminando o enorme prestígio de
massas Lula, deixando livre a candidatura de Moro ao Planalto com o mote de
"justiceiro dos corruptos". Nós Comunistas da LBI somos uma oposição
radical e revolucionária aos governos neoliberais do PT, desde que Lula
ascendeu à presidência da república em 2003, porém fomos a primeira organização
de esquerda a denunciar a farsa midiática do processo do "Mensalão" e
seu atual desdobramento ainda mais retrógrado e direitista: A empulhação da
Lava Jato! Moro e Dallagnol são um engodo montado desde Washington para
encobrir a privataria tucana e semear o terreno para a entrega do que ainda
resta de economia nacional ao imperialismo ianque. O golpe institucional que
levou Temer ao governo foi apenas o primeiro degrau de uma estratégia de
instalar um regime de exceção bonapartista,
com a supressão das parcas garantias democráticas conquistadas com a luta e o
sangue do nosso povo. Desgraçadamente setores da esquerda reformista e o
próprio PT, foram cúmplices da ofensiva reacionária encabeçada pelo justiceiro
Moro, agora vislumbram a víbora que alimentaram contra o conjunto dos
movimentos sociais. A LBI convoca, em caráter de unidade de classe contra
classe, todos as entidades classistas e democráticas a empreenderem uma jornada
nacional de luta e denúncia política da farsa da Lava Jato, colando a esta
iniciativa o combate frontal as reformas neoliberais que o governo golpista de
Temer pretende implementar. Longe de “defender Lula e o PT” acriticamente ou
lhe prestar qualquer tipo de apoio político ou eleitoral, a tarefa colocada para
os setores mais conscientes do ativismo brasileiro neste exato momento é
declarar que são os trabalhadores e seus organismos de classe os únicos que
podem fazer o “ajuste de contas” com os burocratas vendidos da “Articulação” no
PT e na CUT e não o arquirreacionário Moro, o TRF, o STF ou a PF. Para tanto, é
necessário construir um partido operário revolucionário para superar o PT e a
frente popular, postando-se como uma alternativa revolucionária também a
corrompida “oposição de esquerda” encabeçada por setores do PSOL e o PSTU, que
desejam ver Lula, Dirceu e Cia atrás das grades para tirar daí algum dividendo
eleitoral, quando na verdade tal ato não faz mais do que reforçar as tendências
fascistizantes do regime burguês contra os trabalhadores e suas conquistas
democráticas e sociais. Não defendemos que justiça burguesa julgue Lula e
outros dirigentes do PT. Por mais divergências que tenhamos com Lula e o PT
sabemos que não são os sinistros órgãos de repressão do Estado burguês que
devem julgar o ex-presidente petista, na medida em que como marxistas não
reconhecemos nestes organismos capitalistas o poder para perseguir e condenar
lideranças oriundas do movimento operário, por mais degeneradas e corrompidas
que sejam. Por esta razão em nenhum momento negamos que o PT é cúmplice desse
processo de cerco as organizações políticas como, por exemplo, ao aprovar a Lei
Antiterrorista que abriu espaço para criminalizar os movimentos sociais, os
sindicatos e as lideranças populares, mas esta constatação não altera nossa
orientação principista de denunciar os ataques da MPF ao próprio Lula! Se não
podemos depositar confiança política alguma nos dirigentes petistas, artificies
da estratégia de colaboração com a burguesia nacional e setores das oligarquias
regionais corruptas, também não se pode embarcar na canoa falsamente
moralizadora da Lava Jato que abre as portas para o frenesi reacionário das
elites racistas contra o conjunto da esquerda. A estratégia adotada pela cúpula
do PT consiste em chamar a solidariedade da burguesia nacional contra a caçada
humana a Lula promovida pela Lava Jato, acontece que a classe dominante
compreende que o ciclo histórico do “neodesenvolvimento” lulista está
encerrado. Por isso mesmo não é conveniente e oportuno arriscar a possibilidade
de Lula chegar novamente ao Planalto em 2018. Trata-se de uma estratégia
suicida, mesmo que Lula seja candidato em 2018 será derrotado por Moro, no
marco dessa mesma operação fraudulenta em curso que une urna
"roubotrônica", mídia e o grande capital que pavimenta pelo caminho
eleitoral o estado de exceção que se gesta no Brasil. Convocamos a militância
de base do PT e da CUT para somar forças na ação direta pela liberdade de todos
os presos políticos deste autocrático regime democrático-burguês. A classe operária
mesmo não reconhecendo o PT como um partido seu, deverá saber diferenciar seus
inimigos principais e seus possíveis aliados circunstanciais, que neste caso se
materializa na militância de base do partido e da CUT. Somente a mobilização
permanente, com os métodos revolucionários da ação direta do proletariado, será
capaz de libertar todos os presos políticos das masmorras do Estado
capitalista. Ilusões disseminadas na defesa de em um suposto “Estado de
Direito” no quadro desta República dos novos “barões” do capital só servirá
para o movimento de massas acumular mais derrotas e retrocessos como estes que
estamos assistindo agora, por essa razão nosso eixo político deve ser “Não a
condenação de Lula pela farsa da Lava Jato! Superar a política de colaboração
de classes do PT!”. Ao mesmo tempo, exigimos a liberdade imediata de todos os
presos políticos da democracia dos ricos, como Rafael Braga e dos ativistas do
MST e MTST perseguidos pela repressão estatal burguesa.