quinta-feira, 27 de julho de 2017

ASSEMBLEIA DOS TRABALHADORES DO BRADESCO: MOBILIZAR CONTRA O PDV SUPERANDO AS DIREÇÕES TRAIDORAS! EXIGIR UMA POLÍTICA DE COMBATE E ENFRENTAMENTO COM OS BANQUEIROS E O GOVERNO TEMER!

Companheira Hyrlanda Moreira da coordenação nacional do MOB
 intervém na assembleia do Bradesco

Aconteceu nesse dia 25 de julho, no Sindicato dos Bancários do Ceará, uma assembleia dos trabalhadores do Bradesco para discutir o PDV que contou com a presença de mais de 100 funcionários. O caráter da reunião foi meramente "consultivo", para tirar dúvidas de natureza jurídica dos presentes. O Movimento de Oposição Bancária (MOB) interveio no sentido de esclarecer que o PDV é um ataque aos bancários que visa demitir em massa, inclusive, abrindo mão de direitos históricos. Também para exigir uma orientação política clara de combate não só ao PDV do Bradesco mas na CEF e no BNB. A aprovação da reforma trabalhista foi a senha que faltava para que o Bradesco acelerasse o processo de demissões e reestruturação para alavancar ainda mais sua lucratividade recorde. Lançou dia 13/07, de forma inédita em sua história, um Plano de Demissão Voluntária Especial (PDVE) cujo objetivo é demitir “voluntariamente” milhares de empregados. Podem aderir ao programa os funcionários que estejam aposentados junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), por idade ou tempo de contribuição integral ou proporcional até 31/08, ou ainda que estejam aptos a requerer o benefício previdenciário da aposentadoria por idade ou tempo de contribuição, integral ou proporcional, até 31 de agosto de 2017. No caso dos trabalhadores de departamentos e coligadas, a única exigência é tempo mínimo de trabalho de 10 anos no Bradesco ou em empresas incorporadas.

Como incentivo financeiro à adesão, o Bradesco oferece aos funcionários uma indenização equivalente a 0,60 da remuneração fixa do mês de junho/2017, por ano trabalhado, limitada a 12 salários, além da manutenção do plano de saúde por 18 meses e pagamento da cesta alimentação correspondente a 6 meses. Tanto para aquele funcionário detentor de algum tipo de estabilidade provisória ou empregado readmitido ou reintegrado por força de ação judicial, o Bradesco exige a renúncia da estabilidade e do direito declarado judicialmente e, pasmem, exige a anuência das entidades sindicais como condição para adesão ao plano! A adesão é individual mas precisa do endosso dos sindicatos para retirar direitos assegurados e contribuir para a precarização das condições de trabalho, já que o Bradesco pode contratar terceirizados sem direitos e pagando uma ninharia pelas novas regras da reforma trabalhista.

Diante desse ataque aos trabalhadores, novamente chama atenção a postura das entidades sindicais que não adotaram uma política de enfrentamento com os banqueiros e abandonaram a luta contra os PDV´s. Alegando ser um problema de foro íntimo e de decisão pessoal dos funcionários, a burocracia sindical abre mão do combate e da denúncia do caráter regulador e nocivo do PDV. Não é papel de qualquer sindicato facilitar o trabalho dos nossos inimigos de classe, os banqueiros sanguessugas, abandonando os bancários à própria sorte. Mas essa cumplicidade é a mesma adotada pela CUT e CTB quando sabotaram a greve geral e permitiram que o governo golpista de Temer aprovasse a reforma trabalhista que subtrai conquistas históricas da classe trabalhadora. Ao contrário do que estão fazendo que é negociando com o Bradesco melhorias no PDV, é preciso exigir que os sindicatos adotem uma orientação contrária ao PDV e que não concedam qualquer anuência para que haja retirada de direitos na adesão ao programa. Afinal, só com uma política de independência de classe é que os trabalhadores poderão se armar para derrotar os banqueiros, o Temer e as suas reformas neoliberais.

MOB (MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA - NÚCLEO BRADESCO)