ASSEMBLEIA DOS TRABALHADORES DO BRADESCO: MOBILIZAR CONTRA O
PDV SUPERANDO AS DIREÇÕES TRAIDORAS! EXIGIR UMA POLÍTICA DE COMBATE E
ENFRENTAMENTO COM OS BANQUEIROS E O GOVERNO TEMER!
Companheira Hyrlanda Moreira da coordenação nacional do MOB intervém na assembleia do Bradesco |
Aconteceu nesse dia 25 de julho, no Sindicato dos Bancários
do Ceará, uma assembleia dos trabalhadores do Bradesco para discutir o PDV que
contou com a presença de mais de 100 funcionários. O caráter da reunião foi
meramente "consultivo", para tirar dúvidas de natureza jurídica dos
presentes. O Movimento de Oposição Bancária (MOB) interveio no sentido de
esclarecer que o PDV é um ataque aos bancários que visa demitir em massa,
inclusive, abrindo mão de direitos históricos. Também para exigir uma
orientação política clara de combate não só ao PDV do Bradesco mas na CEF e no
BNB. A aprovação da reforma trabalhista foi a senha que faltava para que o
Bradesco acelerasse o processo de demissões e reestruturação para alavancar
ainda mais sua lucratividade recorde. Lançou dia 13/07, de forma inédita em sua
história, um Plano de Demissão Voluntária Especial (PDVE) cujo objetivo é
demitir “voluntariamente” milhares de empregados. Podem aderir ao programa os
funcionários que estejam aposentados junto ao Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS), por idade ou tempo de contribuição integral ou proporcional até
31/08, ou ainda que estejam aptos a requerer o benefício previdenciário da
aposentadoria por idade ou tempo de contribuição, integral ou proporcional, até
31 de agosto de 2017. No caso dos trabalhadores de departamentos e coligadas, a
única exigência é tempo mínimo de trabalho de 10 anos no Bradesco ou em
empresas incorporadas.
Como incentivo financeiro à adesão, o Bradesco oferece aos
funcionários uma indenização equivalente a 0,60 da remuneração fixa do mês de
junho/2017, por ano trabalhado, limitada a 12 salários, além da manutenção do
plano de saúde por 18 meses e pagamento da cesta alimentação correspondente a 6
meses. Tanto para aquele funcionário detentor de algum tipo de estabilidade
provisória ou empregado readmitido ou reintegrado por força de ação judicial, o
Bradesco exige a renúncia da estabilidade e do direito declarado judicialmente
e, pasmem, exige a anuência das entidades sindicais como condição para adesão
ao plano! A adesão é individual mas precisa do endosso dos sindicatos para
retirar direitos assegurados e contribuir para a precarização das condições de
trabalho, já que o Bradesco pode contratar terceirizados sem direitos e pagando
uma ninharia pelas novas regras da reforma trabalhista.
Diante desse ataque aos trabalhadores, novamente chama
atenção a postura das entidades sindicais que não adotaram uma política de
enfrentamento com os banqueiros e abandonaram a luta contra os PDV´s. Alegando
ser um problema de foro íntimo e de decisão pessoal dos funcionários, a
burocracia sindical abre mão do combate e da denúncia do caráter regulador e
nocivo do PDV. Não é papel de qualquer sindicato facilitar o trabalho dos
nossos inimigos de classe, os banqueiros sanguessugas, abandonando os bancários
à própria sorte. Mas essa cumplicidade é a mesma adotada pela CUT e CTB quando
sabotaram a greve geral e permitiram que o governo golpista de Temer aprovasse
a reforma trabalhista que subtrai conquistas históricas da classe trabalhadora.
Ao contrário do que estão fazendo que é negociando com o Bradesco melhorias no
PDV, é preciso exigir que os sindicatos adotem uma orientação contrária ao PDV
e que não concedam qualquer anuência para que haja retirada de direitos na
adesão ao programa. Afinal, só com uma política de independência de classe é
que os trabalhadores poderão se armar para derrotar os banqueiros, o Temer e as
suas reformas neoliberais.
MOB (MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA - NÚCLEO BRADESCO)