segunda-feira, 30 de abril de 2018

ENCONTRO ESTADUAL DOS BANCÁRIOS/CE: PSTU REVELA NA PRÁTICA A FARSA DE SUA POLÍTICA COSMÉTICA DE “REBELIÃO” COMPONDO PELA PORTA DOS FUNDOS O CHAPÃO REFORMISTA DO PT&MAIS “LULA LIVRE!”


O fato ocorreu, dia 28 de abril, no Encontro de Bancários/CE para eleger delegados aos fóruns viciados da Contraf-CUT que iniciam a campanha salarial nacional dos bancários. O caráter artificial e burocrático do evento sindical já não é novidade, mas o pouco debate sobre polarização no país e a ofensiva da direita contra os movimentos sociais e o PT serviu para mensurar e revelar o grau de degeneração e oportunismo político da oposição de esquerda, particularmente do PSTU que, diante de uma plateia indignada contra a prisão de Lula, foi incapaz de defender sua política reacionária de exigir a “prisão de todos os corruptos” e de considerar Dirceu e Lula, por exemplo, como simples políticos burgueses presos e não presos políticos do golpe parlamentar que instaurou um regime de exceção no país.
HÁ UM ANO DA MORTE DE BELCHIOR: VÍTIMA DA FÚRIA ASSASSINA DO MERCADO DO LIXO CULTURAL


Em homenagem ao grande músico e poeta Antônio Carlos Belchior, falecido em 30 de abril, há exatamente um ano, reproduzimos um artigo do Blog da LBI elaborado em 2012, onde já denunciávamos a verdadeira "caçada" midiática sofrida em função de sua opção ao se afastar voluntariamente do mercado espetáculo do lixo cultural atualmente vigente em nosso país, e em particular no estado do Ceará com a invasão das bandas de um pseudo "forró" chamado de eletrônico.

BELCHIOR: AGORA A BOA MÚSICA BRASILEIRA É TRATADA COMO CASO DE POLÍCIA
(BLOG da LBI, 22 DE NOVEMBRO DE 2012)

Era feito aquela gente honesta, boa e comovida/Que caminha para a morte pensando em vencer na vida/Era feito aquela gente honesta, boa e comovida/Que tem no fim da tarde a sensação/Da missão cumprida/Acreditava em Deus e em outras coisas invisíveis/Dizia sempre sim aos seus senhores infalíveis/Pois é; tendo dinheiro não há coisas impossíveis (“Pequeno perfil de um cidadão comum”). Desde domingo, 18/11, a mídia murdochiana vem promovendo uma série de ataques a um dos maiores ícones da autêntica música popular brasileira, o cantor Belchior, que beiram ao histerismo. Como veremos, este tratamento não é um fato isolado ou que esteja colocado apenas para pautar jornalecos ou programas sensacionalistas como a revista domingueira “Fantástico”. A emissora dos Marinhos, em reportagem especial de vários minutos, afirma que Belchior desapareceu de um hotel no Uruguai sem pagar a dívida de hospedagem e responde por diversas outras cobranças no Brasil. Mais uma vez, a mídia transforma em “espetáculo” um drama pessoal, obviamente não no sentido de buscar uma solução, mas sim para raivosamente incriminar e condenar a priori os envolvidos. Mas por que esta perseguição, que remonta desde 2009 pela também Rede Globo que afirmava na época Belchior teria desaparecido quando, na verdade, estava na ativa preparando disco e shows? Belchior foi um dos primeiros cantores nordestinos a fazer sucesso em todo o Brasil em meados dos anos 70, quando participava de um grupo de jovens compositores e músicos cearenses, ao lado de Fagner, Ednardo, Fausto Nilo, Rodger Rogério, Teti, Cirino e outros, conhecidos nacionalmente como o “Pessoal do Ceará” que, fruto desta parceria, compuseram o disco “Massafeira” em 1980. Nesta época consolidou-se não apenas como um cantor, mas cresceu sobre uma proposta (contra)cultural de crítica ao modo de vida imposto pelo regime militar pós-golpe de 1964, lançando canções ácidas e engajadas ao mesmo tempo sensuais do quilate de “Velha roupa colorida”, “Como nossos pais” (que sensibilizaram inclusive Elis Regina!), “Apenas um rapaz latino-americano”, “Divina comédia humana” e a genialíssima crônica da vida “Pequeno perfil de um cidadão comum”. Por isto mesmo o establishment burguês trata de colocar, em tempos de reação ideológica, na marginalidade este menestrel de tão lírica e coerente obra.

domingo, 29 de abril de 2018

PT, PSTU E GRUPO “MAIS” (PSOL) CONVERGEM NA MESMA POSIÇÃO DIANTE DO ATAQUE FASCISTA AO ACAMPAMENTO “LULA LIVRE”: “GOVERNOS, SECRETARIAS DE ESTADO E POLÍCIAS GARANTAM A SEGURANÇA DO NOSSO MOVIMENTO!”



Diante do ataque das hordas fascistas ao acampamento “Lula Livre” a reação do PT, PSTU e do grupo “MAIS” (PSOL) foi exatamente a mesma: exigir que os governos federal (Temer) e estatual (PSDB-PP), a Secretaria de Segurança do Paraná e as Polícias (PF, PM e Civil) garantissem a integridade física dos membros do acampamento! Dr. Rosinha, presidente do PT-PR, ex-parlamentar ligado a DS, declarou após reunir com representantes do governo Tucano/PP que foi garantida “segurança presente no dia a dia do acampamento” com a presença da PM, viaturas e soldados! Afirmou que há “coincidência de visão entre o PT e os representantes do governo para que haja uma segurança permanente, investigação rápida e segurança para o 1º de Maio”, acrescentando que a Policia Civil e a PM “são parceiras do PT” e tem experiência em “prática de fazer a cobertura e a prevenção de qualquer problema em grandes eventos”. Estamos falando da PM a serviço de uma gestão neoliberal que há exatamente três anos massacrou os professores a mando do governo tucano e reprime violentamente as greves e ocupações do MST. Confiar a segurança do movimento de massas à polícia do estado do Paraná que está subordinada a um governo abertamente inimigo declarado da esquerda é um completo suicídio político! O Paraná é o estado da federação onde se localiza o ninho do Golpe de Estado, a sede da “Operação Lava Jato” e onde atua livremente o Juiz Moro, sequer respeitando as mais elementares garantias constitucionais da ordem legal burguesa! Por sua vez, o PSTU, que é a favor da prisão do Lula neste caso teve uma posição totalmente convergente com o PT. Em nota, Zé Maria declarou “Repudiamos o ataque covarde que foi dirigido contra a acampamento e reafirmamos nossa opinião de que a violência como substituição à luta de ideias é inaceitável. Nos solidarizamos com os companheiros frente ao ataque que sofreram e nos somamos à exigência de que as autoridades investiguem e punam os responsáveis pelo ocorrido”. O PSTU mais uma vez defende que as “autoridades”, ou seja, o Estado Burguês, sua justiça e sua polícia haja exemplarmente, punam os fascistas, acreditando piamente na “imparcialidade” dos órgãos de repressão da burguesia e de seu aparato judiciário. Afinal de contas segundo os Morenistas, a “violência como substituição à luta de ideias é inaceitável” em uma condenação prévia do uso da violência revolucionária contra as hordas fascistas, em completa ruptura com o ABC do Leninismo! Por fim o grupo “MAIS” do PSOL somou-se a mesma cantilena reformista. Carlos Zacarias, dirigente do MAIS afirmou nas redes sociais “Houve um atentado contra o acampamento Lula-Marisa Letícia, duas pessoas foram baleadas e uma está gravemente ferida. Isso é grave, a imprensa tem a obrigação de cobrir e a Polícia deve não apenas apurar o acontecido, como proteger os acampados”. Como se observa o grupo “MAIS” é o mais embriago na ilusão de que a Polícia garanta a vida dos militantes do acampamento, a mesma PM que persegue diariamente esses mesmos companheiros agora iria garantir sua “segurança”! Nem PT, nem PSTU e muito menos o MAIS defenderam como eixo central do movimento de massas a responder vigorosamente as hordas fascistas que atacaram o acampamento com a organização imediata dos comitês populares de autodefesa. Todos em uníssono colocaram nas mãos do Estado burguês o papel de “garantir segurança, apurar os fatos, punir os culpados e proteger os militantes”. Patrocinar essa ilusão é o completo suicídio político. Que o PT completamente integrado ao regime político tenha essa conduta não há nenhuma surpresa, porém que o PSTU e o grupo MAIS, que se dizem revolucionários e até Trotskystas, convirjam nesta mesma posição é um escândalo, demonstra a profunda integração do Morenismo e de sua recente ruptura na democracia burguesa! Nesse momento não se pode confiar nos governos burgueses (ainda mais abertamente neoliberais e golpistas), na sua justiça e na polícia para "garantir nossa segurança". Deve-se ter como eixo principal público o chamado a derrotar a reação burguesa com a ação revolucionária e direta dos trabalhadores. As hordas fascistas não distinguem as profundas diferenças políticas no campo da esquerda, para as forças da reação tudo que represente no passado ou no presente o combate histórico pelo socialismo deve ser eliminado e destruído. Nesta perigosa escalada nacional da direita, nos chama atenção a resposta que setores majoritários da esquerda (PT, PSOL, PCdoB, PSTU) pretendem dar a esta ofensiva da reação: clamam exclusivamente por uma ação institucional da Polícia Federal, PM ou do próprio Ministério Público. Nada contra acionar secundarimante o Estado Burguês contra os delinquentes da direita, a questão é que por esta via a resposta do movimento de massas será praticamente nula! Diante das ações das turbas fascistas e da “inoperância” estatal em detê-las o movimento social não pode ficar atado na espera do “socorro da burguesia”, que a “PM aja com rigor”. É necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou historicamente Trotsky: “Conclamar a organização da milícia é uma ‘provocação’, dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias ‘provoca’ os ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários que eles 'provocam' a reação, com sua luta de classes.” (Aonde vai a França, LT). No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações, sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e salário. Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma tarefa “militarista”, separada de nossas reivindicações pontuais e históricas. Nossas lutas deverão enfrentar uma etapa bastante delicada nesta correlação de forças, onde teremos que enfrentar o duro ajuste neoliberal e na mesma proporção a “onda” fascistizante que deve se avolumar na medida do agravamento da própria crise econômica. Estabelecer uma enérgica resposta política dos oprimidos a cada ataque direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa pela organização de nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o fascismo que ameaça nossas liberdades democráticas “Não se dialoga, se combate de armas na mão, se preciso for!”. Por esta razão reforçamos nosso chamado ao conjunto das organizações políticas e sindicais da esquerda para que debatam em suas bases e organizem o mais rápido possível as milícias de autodefesa de cada organização de esquerda, porque a sanha facínora da direita já mostrou que está muito bem preparada. Ao contrário dessa tarefa elementar, PT, PSTU e o grupo MAIS (PSOL) exigem apenas do próprio Estado burguês “investigação e punição exemplar para os culpados”, tem a mesma política diante dos ataques das milícias fascista à esquerda: colocar unicamente nas mãos da justiça burguesa e dos órgãos de repressão do Estado capitalista a “investigação e punição dos culpados”, uma verdadeira piada tragicômica, um pedido de socorro para a PF e PM! Apesar das diferenças entre PT, PSTU e MAIS esses não podem admitir a violência revolucionária de uma classe para subjugar a outra e muito menos reconhecer o Estado como um comitê gestor dos negócios da classe dominante. Para os Marxistas Leninistas a ampla repercussão diante do atentado fascista ao acampamento “Lula Livre”, fatos que geraram repúdio do movimento de massas, deveria ser convertida em um chamado a ruptura com a própria institucionalidade burguesa que pretende eliminar política e fisicamente as principais referências da esquerda, sejam reformistas ou revolucionárias. A organização de comitês populares de autodefesa é o primeiro passo desta importante tarefa. Por sua vez, o estabelecimento de uma Frente Única de Ação Antifascista contra direita neoliberal e fascista não está a serviço de defender a Frente Popular e a democracia burguesa, mas para derrotar a ofensiva da reação contra as limitadas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do PT em seus mais de treze anos de gerência do Estado capitalista. Por isso declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime político, no parlamento e no judiciário, lutemos por construir uma alternativa de poder operário e popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em luta contra a direita reacionária e a Frente Popular!  

sábado, 28 de abril de 2018

ATAQUE AO ACAMPAMENTO "LULA LIVRE" EM CURITIBA: RESPONDER VIGOROSAMENTE AS HORDAS FASCISTAS COM A ORGANIZAÇÃO IMEDIATA DOS COMITÊS POPULARES DE AUTO-DEFESA. ARMAR O PROLETARIADO BÉLICA E PROGRAMATICAMENTE É A ÚNICA VIA REVOLUCIONÁRIA PARA DERROTAR O GOLPE DE ESTADO QUE SE AVIZINHA!


O acampamento Marisa Letícia, localizado no bairro Santa Cândida, em Curitiba, onde dormem integrantes da vigília "Lula Livre", foi atacado a tiros por volta das quatro horas da madrugada do sábado 28. Duas pessoas foram feridas, uma delas está hospitalizada em estado grave. Jeferson Lima de Menezes, de São Paulo, foi prontamente encaminhado ao hospital com um tiro no pescoço. A autoria do ataque a tiros foram das hordas fascistas que apoiam a "Operação Lava Jato". Segundo informações de pessoas que estavam no acampamento havia movimentação de carros passando em frente ao local desde às duas da madrugada, gritando palavras de ordem a Jair Bolsonaro e "morte aos comunistas".  Após o ataque os integrantes do acampamento realizaram uma manifestação em uma rua próxima para denunciar o atentado fascista e o "estado de exceção que fere o direito de mobilização do grupo". A vigília "Lula Livre" soltou uma nota de repúdio contra o atentado denunciando que a "tentativa de homicídio" não intimidará os manifestantes. Para dar consequêcia a essa luta é preciso superar a política de colaboração de classes do PT de respeito a institucionalidade burguesa e submissão a "justiça". Desde a LBI chamamos a responder vigorosamente as hordas fascistas com a organização imediata dos comitês populares de auto-defesa. Armar o proletariado bélica e programaticamente é a única via revolucionária para derrotar o golpe de estado que se avizinha!

quinta-feira, 26 de abril de 2018

1º DE MAIO - BRASIL, VENEZUELA E SÍRIA: DERROTAR A OFENSIVA REACIONÁRIA E NEOLIBERAL DO IMPERIALISMO! NÃO A POLÍTICA DE CONCILIAÇÃO DE CLASSES DO REFORMISMO E DA SOCIALDEMOCRACIA! CONSTRUIR O PARTIDO DA REVOLUÇÃO MUNDIAL!


Estamos atravessando em todo o planeta o incremento da ofensiva reacionária e neoliberal do imperialismo. Esse processo de recrudescimento vem avançando desde o fim da URSS e da queda contrarrevolucionária do Muro de Berlim, quando houve um profundo retrocesso político e ideológico na consciência dos trabalhadores. Em contrapartida, as potências capitalistas jogaram os efeitos da crise econômica nas costas dos explorados, recorrendo a novas guerras de rapina neocoloniais e ataques aos direitos dos explorados. Uma prova disso é que há poucos dias Trump e Israel bombardearam a Síria. No Brasil, Lula foi preso pelas mãos da “Operação Lava Lato” e uma série de greves foram duramente reprimidas. Na Venezuela, a direita fascista trama junto com a CIA um golpe de estado contra o governo Maduro. Como Marxistas Revolucionários lutamos para que o proletariado mundial atue com seus métodos e com total independência política em frente única com esses governos nacionalistas, reformistas ou frente populistas para derrotar as investidas do imperialismo. Na mesma trincheira das forças operárias, democráticas e populares que apoiam essas direções burguesas contra o inimigo maior dos povos, como nos ensinou Lênin, forjamos as condições pela construção entre as massas de uma genuína direção comunista, operária e revolucionária, o Partido da Revolução Mundial, a IV Internacional. Como Trotskystas e Internacionalistas sabemos combater a Frente Popular sem nos tornarmos um braço auxiliar do fascismo ou da direita. Nosso chefe revolucionário, Leon Trotsky, combateu o Stalinismo e o Nacionalismo burguês sem capitular a reação burguesa, tanto na URSS como no México, nos seus últimos dias de vida, legou-nos essa lição fundamental que mantemos vivas nesse 1º de Maio, dia internacional de luta dos trabalhadores! Desgraçadamente, muitas das correntes que se reivindicam Trotskystas viram as constas para os ensinamentos de nosso mestre Bolchevique. Estamos nos referindo diretamente ao PSTU, MAIS e MRT. Estes agrupamentos se proclamam formalmente pela construção de uma alternativa revolucionária contra a Frente Popular, o reformismo ou nacionalismo burguês mas tem uma conduta errática, adotando no Brasil, Venezuela e Síria posições conflitivas ou mesmo opostas, a exceção da LIT-PSTU, que em todos os casos em questão posta-se vergonhosamente no campo do imperialismo e da reação burguesa.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

COMO NO ATAQUE A SÍRIA, O GRUPO "MAIS" SEGUE A POSIÇÃO DA LIT/PSTU EM RELAÇÃO A NICARÁGUA ALINHANDO-SE "MAIS" UMA VEZ COM O IMPERIALISMO IANQUE


O grupo "MAIS" , agora uma tendência interna do PSOL, parece que não consegue se desvencilhar completamente do passado Morenista e apesar de ter realizado algumas rupturas programáticas com a LIT (como parece ser a posição diante da destruição reacionária da antiga URSS e sobre a famigerada operação "Lava Jato") ,em linhas gerais continua seguindo as posições abertamente pró-imperialistas de sua antiga matriz. Como pudemos ver sobre o recente ataque imperialista a nação soberana da Síria, o MAIS reproduziu a escandalosa conduta política da LIT, recusando estabelecer a defesa do regime Assad diante da covarde agressão da OTAN. (ver artigo da LBI). Agora com a grave crise desatada na Nicarágua, tendo como pretexto uma malfadada reforma da previdência social, editada pelo governo Sandinista nos moldes impostos pelo FMI, o MAIS seguindo a pressão da "opinião pública" pequeno burguesa e do sindicalismo mais rasteiro, resolve "descobrir" tardiamente a completa degeneração da FSLN, e apoiar os "protestos sociais" impulsionadas pela reação local (Federação Patronal) e o Departamento de Estado dos EUA. O curioso na trajetória de oportunismo metamórfico do MAIS, é que justamente no Brasil não apoiaram (mesmo que retrospectivamente) as manifestações reacionárias contra o governo Dilma, que tinham como um dos seus motes a oposição da reforma da previdência, implantada parcialmente pelo ministro Levy. Ora todos os Marxistas sabemos que a profunda degradação política dos Sandinistas teve como "inspiração" os governos do PT, do qual foram diretamente aconselhados (inclusive com assessoria econômica) em mais de uma década de gestão estatal. Se é plena verdade que Daniel Ortega hoje não já não tem o menor traço do antigo guerrilheiro socialista, podemos afirmar o mesmo do "sindicalista combativo" Lula, ambas lideranças políticas corrompidas ideologicamente pelo poder do capital financeiro em suas "gerências" do Estado Burguês. Porém da mesma forma que a reação não poderia tolerar mais de uma década de gestões da Frente Popular no Brasil, com sua política de "compensação social" e conciliação de classes, bastou eclodir com força a crise econômica para que o imperialismo "pautasse" a derrocada do governo petista, impulsionando as "Jornadas de Junho" em 2013. A Nicarágua, sob o governo neoliberal de "centro-esquerda" de Daniel Ortega, atravessa agora sua "Jornada de Abril", com o pretexto de combater mais um "ajuste" monetarista da FSLN, setores reacionários da classe média e juventude de direita (uma espécie de MBL brasileiro) saíram violentamente às ruas para exigir a sumária deposição dos antigos guerrilheiros, atualmente convertidos ao "Consenso de Washington". O mais "peculiar" desta conjuntura política nicaraguense é que os setores organizados da classe trabalhadora, que ainda seguem a disciplina da FSLN, embora não apoiassem a desastrada reforma da previdência, não se mobilizaram contra o governo do casal Ortega, para obviamente não se confundirem com setores nacionais reacionários, historicamente ligados à Casa Branca. Os EUA querem ver fora do governo da Nicarágua, o mais rápido possível, a direção da FSLN. Os motivos são claros, Ortega tenta estabelecer um novo eixo econômico de seu país com a China e Venezuela, naturalmente em uma perspectiva capitalista de desenvolvimento, como tentou no Brasil os governos petistas com os BRIC's. O governo Trump não pode admitir esta "via de competição" no próprio "quintal" do império ianque, por isso impulsiona uma vigorosa campanha logística para derrubar o governo da FSLN, que ameaça se manter no poder central por um longo período histórico. Como afirmamos em nosso artigo anterior sobre a crise na Nicarágua, não nutrimos a menor simpatia política pelo atual governo burguês da FSLN, que "entregou e enterrou" a grande maioria das conquistas da grande revolução armada que derrubou o ditador Somoza em 1979. Desgraçadamente Ortega seguiu os conselhos contrarrevolucionários do Castrismo e negou-se a "transformar a Nicarágua em uma nova Cuba". De lá pra cá, a FSLN converteu-se em uma organização pequeno burguesa, alinhada ao "regime da Democracia dos Ricos", e compondo seu governo de "União Nacional" com setores capitalistas nativos. Porém uma questão é estabelecer a oposição da classe operária ao Sandinismo, outra completamente distinta é lutar contra o governo Ortega na mesma trincheira da reação local e do imperialismo ianque. O grupo "MAIS" na " prova de fogo" da luta de classes internacional, mostrou novamente o quanto inconsistente é sua ruptura com o Morenismo, não conseguem honrar o legado programático de Lenin e Trotsky diante da ofensiva imperialista contra os povos. Se no Brasil são rebocados pela plataforma de colaboração de classes do petismo, no plano mundial ainda são tragados pela reação ideológica da Social Democracia.

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Segue a nota informativa da FSLN sobre a crise política que atravessa a Nicarágua, da qual não temos acordo mas que esclarece uma série de fatos.

Secretaria Internacional da FSLN:

Recebam nossa saudação revolucionária. Pelo presente comunicado queremos compartilhar com vocês a informação sobre os acontecimentos ocorridos em nosso país nestes dias.

Como é sabido, fomos atacados por uma ofensiva violentíssima que esteve a ponto de incendiar o país, no que foi uma espécie de guarimba (1) generalizada, ou seja, diferente da Venezuela, os atos violentos de protesto e demais ações não se limitaram a determinadas zonas, mas ocorreram em todas as partes, mais ao estilo das revoltas ocorridas no oriente médio.

É importante assinalar que, como vocês sabem, os partidos políticos de direita na Nicarágua não têm nem próximo da força e capacidade organizativa requerida para provocar tal situação, mas obviamente, uma vez que surgiu a oportunidade, eles aproveitaram para obter dividendos políticos.

Mas antes de continuar, é importante referir-se ao pano de fundo em que ocorreram estes fatos. A seguridade social na Nicarágua tem sido um dos aspectos em que alcançamos as maiores conquistas na melhoria das condições de vida do povo. A quantidade de benefícios dos segurados e a cobertura desses benefícios para a população aumentaram exponencialmente com o retorno do sandinismo ao poder em 2007, o que ocasionou uma situação econômica crítica no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que é a instituição estatal responsável por esta questão.

Diante desta situação, o FMI e o empresariado privado organizado no Conselho Superior da Empresa Privada (COSEP), pediram para aplicar as típicas medidas neoliberais sobre este tema: elevar a idade de aposentadoria (na Nicarágua é de 60 anos) e a quantidade de semanas necessárias para acessá-la (750 para a pensão normal e 250 para aqueles em idade de aposentadoria que não atingiram o primeiro montante, opção que não existia antes do retorno ao poder do sandinismo em 2007, inclusive neste caso, a abordagem dos mais radicais neoliberais era eliminar completamente a pensão). Diante disso, nosso governo respondeu com rotundo rechaço ao FMI e ao COSEP. Em vez disso, a opção escolhida foi aumentar as contribuições dos trabalhadores e empregadores e estabelecer uma contribuição para os aposentados, incluindo aqueles que recebem a aposentadoria reduzida. Essa decisão se teve que tomar rompendo pela primeira vez o consenso com o empresariado, o que é parte do nosso modelo de consenso e alianças entre governo, trabalhadores e empresários.

Segundo as reformas decididas por nosso governo, o aumento na contribuição dos trabalhadores foi de 6,25% para 7% (aumento de 0,75%), empresários de 19% para 22,5% (aumento de 3,5%) e aposentados de 0% para 5%, que foi o tema mais polêmico, mas eles seguiriam sendo os que menos contribuíam, mas a mudança iria aumentar a cobertura de saúde e trazer outros benefícios para eles.

Outra medida foi a eliminação do teto para pagamento da previdência social, que anteriormente era fixado em 82.953,22 córdobas, ou seja, atualmente aqueles que ganham mais do que isso não incluem no percentual de sua contribuição para a Previdência Social o restante de sua renda além desse valor. Com as reformas, todos pagariam de acordo com sua renda total. Isso é especialmente sensível para os empresários e benéfico para os trabalhadores, já que uma forma de saquear o INSS é que os empresários se autonomeiam e nomeiam seus parentes mais próximos nos mais altos cargos de suas empresas com mega salários para obter grandes benefícios e pensões de luxo ao atingir a idade de aposentadoria.

A reação daqueles que se manifestaram inicialmente contra as reformas foi como se essas tivessem sido as típicas reformas neoliberais aplicadas em outros países e que, ao contrário, estivéssemos rejeitando a adoção daquelas que acabamos de explicar.

Os protestos foram iniciados e realizados por estudantes universitários, especialmente de universidades religiosas privadas, subsidiadas pelo Estado. Em determinado momento adquiriram um caráter violento, com barricadas na estrada Panamericana e outras ações do gênero, e ao querer restaurar a ordem a polícia foi atacada com morteiros caseiros, muito populares na Nicarágua desde as lutas contra o neoliberalismo lideradas pela FSLN.

Vale a pena destacar que as universidades mais beligerantes foram: a Universidade Centroamericana (UCA), dos jesuítas; e a Universidade Politécnica (UPOLI), de propriedade de uma igreja protestante com sede nos Estados Unidos.

Como contrapartida e diante da escalada da violência se mobilizou a Juventude Sandinista, organizada em bairros populares e nas instituições do Estado, e houve mais choques violentos. A escalada foi aumentando e logo, surpreendentemente, se somaram moradores dos bairros populares.

O próximo nível foram os protestos generalizados em diversos pontos de várias cidades, que foram acompanhados por assaltos e incêndios de locais representativos do sandinismo e instituições do Estado, e casas de sandinistas, bem como saques a supermercados e armazéns, entre eles aqueles em que se guardava todo o medicamento da seguridade social. Nesses atos criminosos havia aqueles que chamavam pessoas em bairros pobres e depois os lançavam aos saques.

Os trabalhadores do Estado se mobilizaram a defender suas instituições, fazendo guardas noturnas, o que teve excelentes resultados, destacando-se a valentia dos trabalhadores do INSS, que não permitiram aos grupos violentos anti-reforma penetrar em suas instalações.

A polícia agiu com prudência, mas era impossível evitar cenários de repressão, já que é da sua natureza e a destruição do país não poderia ser permitida. Inclusive no auge dos acontecimentos teve que ser mobilizado o Exército para proteger as instituições.

Como resultado dos confrontos, especialmente entre manifestantes anti-reforma e manifestantes pró-reforma, houve ao redor de 25 mortos, incluindo policiais, um jornalista do Canal 6 (sandinista), vários jovens da Juventude Sandinista e universitários que participavam de protestos. Tal como aconteceu em outras experiências (caso da Venezuela), a direita utiliza estes mortos para exacerbar ânimos contra o governo e a polícia.

Nenhuma organização política, social ou sindicalista reivindicou a responsabilidade pelos protestos, embora estes fossem apoiados publicamente pelo COSEP, por alguns hierarcas da Igreja Católica e pelos partidos da direita (os mesmos que negaram aos trabalhadores seus direitos quando eram governo).

Apesar da aparente falta de direção dos protestos, chama muito a atenção a existência de uma coordenação perfeita, ações sincronizadas e do mesmo tipo em todas as partes, como se algo já estivesse preparado, pronto para ser ativado quando as condições estivessem propícias. Isso tem algo a ver com a cultura militar da sociedade nicaraguense, mas sem dúvida existe um formato preparado, que no nosso caso foi especialmente agressivo, possivelmente devido às características de solidez e estabilidade que nosso processo apresentou até agora e que se está restabelecendo.

Em sua primeira aparição, o comandante presidente Daniel Ortega anunciou a restauração das negociações tripartites entre governo, trabalhadores e empresários, para rever as reformas. Em sua segunda aparição, o comandante anunciou a revogação das reformas para criar condições mais favoráveis ao diálogo, que começou hoje com a participação do governo, dos trabalhadores, da iniciativa privada e da Igreja Católica, cuja incorporação era uma exigência tanto dos empresários quanto dos estudantes.

É um importante fato que o comandante presidente Daniel Ortega, em sua segunda aparição, tenha sido acompanhado por empresários representando investidores estrangeiros na Nicarágua, dando assim um sinal de força e estabilidade aos agentes econômicos nacionais e internacionais.

Neste momento, a violência cessou e apenas pequenos focos foram mantidos sem grande impacto, e as forças sandinistas passaram à ofensiva. Por seu turno, o povo sem distinção política se organizou espontaneamente para enfrentar os saques.

Secretaria Internacional da FSLN (24/04/2018).        

terça-feira, 24 de abril de 2018

REDE GLOBO “CELEBRA” 53 ANOS: FAMÍLIA MARINHO COMEMORA O GOLPE PARLAMENTAR VITORIOSO E SEMEIA UM GOLPE DE ESTADO PARA O PRÓXIMO PERÍODO NO BRASIL



A TV Globo festejará seus 53 anos de existência neste 26 de abril, data em que começou a funcionar no ano de 1965, fundada por Roberto Marinho. A emissora é criatura do golpe militar de 1964. O então diretor do jornal “O Globo” Roberto Marinho foi um dos principais incentivadores da deposição do presidente João Goulart, dando sustentação política, ideológica e logística à ação das FFAA. Um ano depois, foi fundada a sua emissora de televisão, que ganhou graças a ação dos generais gorilas em parceria com investimentos financeiros de corporações da mídia ianque. O império foi construído com incentivos públicos, isenções fiscais e outras mutretas, passadas e recentes. Em 2015 em um editorial do pastelão “O Globo”, sua direção anunciou uma “autocrítica” pelo “apoio editorial” ao golpe militar desferido contra o povo brasileiro em 1964. Agora em 2018, quando chega aos 53 anos, a Globo está comemorando o golpe parlamentar vitorioso e semeando um golpe de estado para o próximo período. O esgotamento precoce do governo Dilma e o desenvolvimento posterior que desaguou no seu impedimento, não partiu de uma necessidade da burguesia nacional em desfechar um Golpe de Estado, ou seja, alterar radicalmente as linhas fundamentais do regime democratizante (uma paródia de democracia burguesa) instaurado com o advento da “Nova República” no Colégio Eleitoral em 1985. Esta variante (Golpe de Estado) se coloca diante de uma situação de absoluta radicalização da luta de classes, onde a liberdade de organização da classe operária (direitos democráticos) pode se transformar em avanços revolucionários que ameacem a dominação capitalista. Nenhum destes ingredientes esteve presente na crise política do regime que levou ao impeachment. Recapitulando, o default prematuro da quarta gerência petista foi produto do fim de um ciclo econômico mundial, no qual a política de conciliação de classes da Frente Popular foi extremamente útil para os negócios da burguesia nacional. Encerrado o “boom” das commodities e da fartura do crédito para introduzir no mercado de consumo a chamada “classe C” e financiar a expansão das grandes empresas, o governo petista perdeu sua utilidade para os reais donos do poder, o capital, sendo apeado do governo por um golpe parlamentar pela mesma Globo que fingiu se autocriticar por ter orquestrado o golpe militar de 1964. Não se pode esquecer que o apoio (na verdade uma conspiração) a todo processo que culminou na derrubada do governo nacionalista de Goulart, teve como primazia os interesses comerciais do empreendimento dos Marinho, o que agora se repetiu em 2016 com o golpe parlamentar contra Dilma.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

BRUTAL REPRESSÃO CONTRA OS PROFESSORES EM BH, ILEGALIDADE DA GREVE EM FORTALEZA: GOVERNO DO PT COLOCA PM PARA SOCORRER O DIREITISTA KALIL (PHS) ENQUANTO PREFEITURA DA OLIGARQUIA GOMES (PDT) CRIMINALIZA LUTA DOS TRABALHADORES   

Os professores municipais de Belo Horizonte e Fortaleza estão sendo duramente atacados em seu direito de greve. Em BH, a PM do governo Pimentel (PT) saiu em auxílio do prefeito Kalil (PHS) e desferiu brutal repressão contra os trabalhadores em educação. Em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) pediu a ilegalidade da greve no que foi prontamente atendido pelos desembargadores do TJ, controlado pela Oligarquia Gomes. Esses dois gestores do PT e PDT se dizem “contra o golpe” mas aplicam um rígido ajuste neoliberal contra os trabalhadores, copiando a cartilha de Temer e do direitista Kalil. Essa conduta comprova que os governos burgueses dos diversos matizes políticos usam o mesmo método quando se trata de enfrentar os trabalhadores: a repressão do Estado burguês contra as lutas. Nesse momento é preciso cobrir de ampla solidariedade a greve dos professores municipais de BH e Fortaleza, exigir a liderdade dos dirigentes do Sind-Rede e o fim da multa de 10 mil reais diários contra o Sindiute. Para vencer os trabalhadores precisam não ter nenhuma ilusão nos partidos da centro-esquerda burguesa e no circo eleitoral de democracia dos ricos. Pimentel, Kalil e Roberto Cláudio não passam de gerentes da burguesia contra os trabalhadores que apesar de partidos distintos estão unidos para reprimir as greves. Vamos manter firme as greves até a vitória! 


44 ANOS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS: O ABORTO DE UMA PERSPECTIVA DA INSTAURAÇÃO DO GENUÍNO PODER SOCIALISTA


44 anos depois da Revolução dos Cravos, os trabalhadores portugueses estão sendo governados pelo PS sob o comando de Antônio Costa depois de vários mandatos de gestão de direita PSD/CDS. PCP integra o governo da centro-esquerda burguesa reivindicando 25 de Abril. Por seu turno, o Bloco de Esquerda apoia o governo de Antônio Costa também apresentando o atual gabinete como herdeiro legítimo do 25 de abril de 1974. Neste marco, as comemorações desse fato histórico que marcou o fim da ditadura de Salazar e o retorno da democracia burguesa em Portugal ocorrem em um clima de patrocinar ilusões na gestão burguesa do PS, neste sentido deve ser compreendida a Revolução dos Cravos e seus efeitos ainda hoje sobre a luta de classes não só em Portugal, mas como parte integrante da crise por que passa o continente europeu como um todo. Foi chamada de Revolução dos Cravos porque as tropas lideradas pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), em vez de baionetas, saíram às ruas com cravos na ponta dos fuzis para simbolizar solidariedade com a população. Mas, ao contrário do que afirmam os arautos da conciliação de classes, esse movimento resultou numa profunda derrota para proletariado português, confirmando a inviabilidade histórica de uma transição pacífica para o socialismo. O movimento de 25 de abril de 1974, ao pôr fim ao regime fascista de Salazar-Caetano, que durante 46 anos oprimiu o proletariado português e os povos as colônias de Portugal na África, se constituiu em um golpe militar preventivo para evitar que uma insurreição popular destruísse as bases da ordem capitalista. Um “convidado” inesperado, o proletariado, surge no processo desta transição política que foi operada inicialmente “por cima”, mas a ausência do partido revolucionário no cenário português impede que se transforme a crise política da “agitada” transição em Revolução Socialista.

domingo, 22 de abril de 2018

NICARÁGUA URGENTE: DEPARTAMENTO DE ESTADO DOS EUA PREPARA UM NOVO GOLPE DE ESTADO NO CONTINENTE, AGORA CONTRA O GOVERNO SANDINISTA


Dez mortos, uma centena de feridos, destruição, barricadas e saques foram as marcas deixadas neste sábado (21) pelos violentos protestos desatados na Nicarágua contra uma reforma previdenciária, que levaram o governo Sandinista do presidente Daniel Ortega a reconhecer uma situação de grave crise política no país: "O governo está totalmente de acordo em retomar o diálogo para a paz, para a estabilidade para o trabalho, para que nosso país não fique em meio ao terror que está vivendo neste momento", afirmou Daniel Ortega em pronunciamento em rede nacional de televisão. Ortega não deu uma data para o início do suposto "diálogo nacional" proposto na sexta-feira pela câmara nacional patronal, mas afirmou que seus representantes estão prontos para "discutir todas as medidas tomadas". Nesse mesmo dia tiveram início os mais violentos protestos no país em 11 anos que o governo Sandinista retornou ao poder central, após "enterrar" a revolução de 1979 em troca de eleições burguesas gerais em 1990. O retorno do governo Sandinista na última década, foi marcado por uma gestão neoliberal de Daniel Ortega e sua esposa Rosario Murillo (vice-presidente), combinando políticas sociais compensatórias que agora parecem estar se esgotando com a crise econômica por que passa o país. O Sandinista Ortega, uma espécie de "Chavez que já foi Fidel", apesar de sua "dura" política econômica monetarista que não pretende quebrar o pacto capitalista celebrado com a velha burguesia somozista, sofre uma oposição cerrada dos setores patronais diretamente vinculados ao imperialismo ianque, inconformados com os sucessivos êxitos eleitorais de Daniel e sua esposa. A introdução de novas regras no INSS(Instituto Nicaraguense de Previdência Social), aumentando a taxação de patrões e trabalhadores, foi o "start" para a deflagração de violentos protestos armados e apoiados diretamente pelo Departamento de Estado dos EUA. O "que está acontecendo no nosso país não tem nome", disse o presidente Ortega acompanhado da esposa, Rosario Murillo, e do alto comando militar e policial. Sem citar nomes, Daniel disse que os protestos são incentivados por grupos políticos contrários ao seu governo e financiados por setores extremistas dos Estados Unidos: "Tem todo o direito de criticar (...) mas não tem o direito de conspirar para destruir e, pior ainda, procurar lá nos Estados Unidos os grupos políticos mais extremistas do império que, em primeiro lugar, são racistas", afirmou o Sandinista em seu discurso a nação. Após o discurso do presidente, o primeiro desde o início as manifestações violentas, centenas de jovens voltaram a enfrentar a tropa de choque na capital. Com os rostos cobertos por camisetas, os jovens ergueram barricadas nas ruas e atiraram rojões nos policiais, que respondiam com bombas de gás lacrimogêneo. A federação patronal advertiu neste sábado que "não pode haver um diálogo" com o governo se não acabar imediatamente a repressão policial contra os manifestantes que protestam há quatro dias: "Exigimos urgente do governo cessar de imediato a repressão policial e das forças de choque afins ao governo e garantir o direito à livre mobilização pacífica", declarou um representante da federação nacional patronal em um comunicado, revelando assim o apoio político da burguesia as manifestações contra o governo Ortega. Os reacionários empresários exigiram, por ironia da história para: "libertar de forma imediata os cidadãos detidos por exercerem seu direito a se expressar livre e pacificamente" e "garantir a irrestrita liberdade de imprensa e de expressão". O comunicado patronal deste sábado, assinado pelas câmaras que integram o Conselho Superior da Empresa Privada (COSEP), reconhecem que os protestos: "vão além do descontentamento com as reformas do sistema de pensões". Em Manágua, foram danificados o Ministério da Juventude, o prédio da Previdência Social, a Universidade de Engenharia e a sede da oficial Rádio "Ya". Nas cidades de León e Masaya houve "queima de carros", saque e destruição de prédios públicos", bem como roubos em lojas, denunciou o governo Sandinista. Por sua vez o embaixador dos EUA na OEA, exigiu o fim imediato da repressão aos protestos, advertindo Ortega dos riscos de uma intervenção direta do imperialismo ianque no país. Os Marxistas Revolucionários que não nutrem a menor simpatia política pelo "Neosandinismo", responsável por sufocar a maioria das conquistas da gloriosa revolução nicaraguense de 1979, não podem apoiar as iniciativas "populares" da reação burguesa impulsionadas pelo Departamento de Estado dos EUA, por mais justas que sejam as críticas a malfadada e neoliberal "reforma da previdência", copiada do modelo brasileiro que a ex-presidenta Dilma implementou em seu governo antes de sofrer o golpe parlamentar. Desgraçadamente o revisionismo da LIT/PSTU macula mais uma vez a bandeira da IV Internacional e do próprio Trotskismo, alinhando-se novamente com a ofensiva do governo Trump para desestabilizar politicamente a centro-esquerda burguesa na América Latina. Como Lenin nos ensinou "o pior inimigo dos povos é o imperialismo", com Ortega, Maduro ou Assad nos entrincheiramos para derrotá-lo, porém com nossa própria política e os métodos de combate revolucionário da classe operária mundial!

sábado, 21 de abril de 2018

“NEM BANDIDO NEM HERÓI”: DIRCEU PRESO POLÍTICO VÍTIMA DE SUA PRÓPRIA ESTRATÉGIA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES COM A BURGUESIA QUE ABRIU CAMINHO PARA REAÇÃO DA DIREITA
(ARTIGO HISTÓRICO PUBLICADO NO BLOG DA LBI, 4 DE AGOSTO DE 2015)


A "reprisão" de José Dirceu, um estágio avançado da ofensiva midiática e ideológica da direita contra tudo que possa ter "cheiro de esquerda" neste país, vem suscitando um importante debate no seio do movimento social e da chamada blogosfera progressista. Teria ou não a esquerda classista a tarefa de defender uma figura política acusada de intermediar negócios milionários com grandes grupos capitalistas nacionais e internacionais, afinal a JD consultoria (empresa de Dirceu) reconhece que recebeu cerca de 9,5 milhões de Reais em serviços prestados ao longo de oito anos somente das empreiteiras envolvidas na investigação da operação Lava Jato. Fora estas empresas a JD também celebrou contratos com a Ambev, Telefonica, EMS, etc... perfazendo um significativo volume de 39 milhões de Reais em quase uma década. É importante ressaltar que estes contratos foram firmados bem antes de sua primeira prisão no processo do "Mensalão" em 2013 e que não procede a acusação feita pelo Ministério Público Federal de que Dirceu estaria "operando" ativamente mesmo preso no complexo da Papuda. Porém não queremos "tapar o sol com a peneira" e a verdade é que Dirceu estabeleceu várias relações comerciais com grandes burgueses, seguindo a prática política de colaboração de classes instituída por ele mesmo no interior do Partido dos Trabalhadores. Este programa da Frente Popular também buscou o financiamento eleitoral do PT a partir de grandes grupos econômicos, que se sentiram contemplados com a plataforma de governo do partido. Para defender estas posições no interior do PT, Dirceu comandou já em meados dos anos 90 um processo de depuração e expulsão das correntes mais à esquerda do partido que se recusavam a aceitar o policlassismo como linha oficial da legenda. A vitória de Lula em 2002 em uma chapa de composição com um dos maiores empresários do país, José Alencar do PL, "coroou" esta estratégia "reformista" do PT que se avolumou até hoje. No início do primeiro mandato de Lula parecia que reinava a confiança de que a aliança com a burguesia e os barões da mídia corporativa nunca seria desfeita. A Rede Globo chegou a ser tratada como uma das TV's que dariam suporte ao governo Lula, é lógico que para os Marinhos não faltou uma generosa linha de crédito aberta pelo BNDES e uma gigantesca verba estatal de publicidade. Porém veio o escândalo do "Mensalão" e a lealdade dos Marinho não pareceu tão firme assim... Mas Lula foi preservado para a reeleição de 2006 e uma nova depuração política ocorreu no PT, só que desta vez comandada pela mão dos "parceiros" da burguesia que exigiram a cabeça de Dirceu, Genoino, Gushiken, Delúbio e outros dirigentes processados e posteriormente condenados na ação penal 470 do STF. Não seria exagero afirmar que a direção nacional do PT abandonou alguns de seus dirigentes históricos a própria sorte e a razão disto não foi o surgimento de divergências programáticas mas sim a visão de que o governo Dilma deveria ser "higienizado" de figuras marcadas pelas classes dominantes. A nota de hoje (04/08) da Executiva Nacional do PT sequer menciona a defesa política de Dirceu, seguindo a linha do Planalto de que o importante "é manter o ambiente de negócios e investimentos no país". A anturragem Dilmista que hoje controla o PT optou pela omissão e até submissão institucional diante da ofensiva reacionária em curso, a lógica é seguir no ajuste neoliberal contra o povo trabalhador e assim ganhar a confiança da elite capitalista para concluir o mandato, quanto a Dirceu e Vaccari que apodreçam no cárcere da Lava Jato... Nós da LBI não nutrimos nenhuma afinidade programática ou política com Dirceu e muito menos com este governo petista que promove ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores à serviço do capital financeiro. Entretanto os Bolcheviques sabemos muito bem distinguir o fascismo da Frente Popular, o primeiro embrulhado no discurso da moralização e ética da coisa pública e o segundo atolado e refém da sua própria política de colaboração de classes. A defesa política de Dirceu e Vaccari, presos como em uma vitrine midiática, para dar uma "lição" desmoralizante em qualquer esquerdista que se meta em "negócios" com a burguesia, é um ato de enfrentamento com a brutal ofensiva ideológica da direita e não pode ser confundido com o apoio ou solidariedade ao programa burguês da colaboração de classes levado a cabo pelo PT. A covardia da executiva nacional do PT (para não falar dos petistas palacianos) semeia ainda mais o terreno fértil para a histeria direitista que cruza o país e que logo baterá na porta de Lula e depois nas lideranças classistas do movimento de massas. Neste sentido, a tarefa dos Leninistas é denunciar vigorosamente a prisão política de Dirceu assim como a estratégia de colaboração de classes que levou o PT a completa subserviência diante da burguesia mesmo quando seus quadros históricos são perseguidos e presos, tendo o encarceramento de Lula no horizonte próximo como parte da sanha reacionária em curso no país. É necessário defender publicamente nas ruas e nas lutas a liberdade imediata de Dirceu e Vacarri neste momento contra a trama da direita reacionária que deseja entregar a economia nacional ao completo domínio dos monopólios imperialistas. Esta tarefa necessariamente precisa estar combinada com o chamado à mobilização direta dos trabalhadores contra o ajuste neoliberal que vem sendo aplicado pelo governo Dilma, na tentativa desesperada de manter sua governabilidade burguesa.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

LULA PRESO E DIRCEU DE VOLTA AO CÁRCERE: COMO OS MARXISTAS DEVEM SE POSTAR NESSA CONJUNTURA?


Lula foi preso pelo Juiz Moro e a “Operação Lava Jato”. Encontra-se encarcerado em Curitiba após a negativa do STF de lhe conceder um Habeas Corpus. Nos próximos dias Dirceu deve voltar para a prisão por decisão do TRF-4. A LBI desde o julgamento do “Mensalão” (2012) denunciou essa farsa jurídica voltada a perseguir as lideranças do PT, combate político que se seguiu com o avanço desse processo com a Lava Jato, sem nunca abrir mão de se delimitar com a política de colaboração de classe do PT. Enquanto isso, o grosso do revisionismo trotskista exigia a “prisão de todos os corruptos” em um claro apoio a Justiça burguesa, colocando um sinal de igual entre Lula e Aécio, argumentando que a ação de Joaquim Barbosa no STF e do Juiz Moro na “República de Curitiba” se tratava de um movimento progressivo. Lançamos inclusive em 2013 um artigo de polêmica com a esquerda revisionista, que reproduzimos abaixo, denunciando o PSTU por considerar Dirceu, Genoino e Delúbio não como presos políticos e sim “políticos presos”, apoiando abertamente a caçada policial aos dirigentes da Frente Popular. Até a véspera do golpe parlamentar de 2016 o núcleo que veio a fundar posteriormente o MAIS, assim como MRT, adotavam a mesma política de direita da corrente Morenista que agora criticam supostamente escandalizados. Esses agrupamentos centristas copiaram tardia e deformadamente a política da LBI, apesar de não terem feito nenhuma autocrítica pública da posição que tinham no passado recente e, muito menos, reconhecerem na LBI a matriz política genuína de suas atuais posições. Para clarificar esse debate ainda mais atual com a prisão de Lula, voltamos ao debate fundamental de como os Marxistas devem se postar nessa conjuntura de aberto recrudescimento do regime político.       

DIRCEU, GENOINO E DELÚBIO: POLÍTICOS PRESOS OU PRESOS POLÍTICOS, UMA POLÊMICA COM A ESQUERDA REVISIONISTA
(BLOG da LBI, 22 DE NOVEMBRO DE 2013)

Passada a primeira fase do sinistro êxtase da mídia capitalista com a espetaculosa prisão dos dirigentes petistas em pleno feriado de 15 de novembro, antes mesmo do julgamento final pelo STF de todos os recursos dos réus da Ação Penal 470 (conhecida como “Mensalão”), o movimento de esquerda foi cortado por duas posições antagonicamente frontais diante dos graves acontecimentos que envolveram a condenação dos fundadores do PT pela corte máxima da justiça burguesa no país. Os ex-dirigentes da corrente petista “Articulação” seriam ou não presos políticos em função do caráter das acusações que lhes foram imputadas? Como reconheceram publicamente a prática de “caixa 2”, obtendo recursos para o PT originários de comissões obtidas de grandes empresas “fornecedoras” de bens e serviços para o Estado capitalista, não seria o caso de serem qualificados simplesmente de “políticos presos”? Seria mesmo o caso de levantar a defesa da liberdade destes militantes “chapa branca” que se entregaram sem a menor resistência e luta diante da ofensiva reacionária de uma justiça patronal que vem criminalizando cada vez mais os lutadores sociais? A esquerda revisionista respondeu estas questões afirmando equivocadamente que: “Não estamos frente a presos e perseguidos políticos. Estamos frente a dirigentes que aproveitaram os cargos de governo que ocupavam para fazer corrupção com dinheiro público” (Uma opinião sobre julgamento do Mensalão e a prisão dos dirigentes do PT, Zé Maria presidente do PSTU, 20/11). Deixando de lado a pretensa “aula” de moralidade burguesa, como se o dinheiro do Estado capitalista em algum momento fosse “público”, o dirigente do PSTU foi obrigado a reconhecer que: “Em segundo lugar, quero dizer que é preciso, sim, combater a hipocrisia e o caráter político do judiciário brasileiro, do Supremo Tribunal Federal (STF) em particular. Visto sob o prisma da sociedade de classes em que vivemos, os tribunais brasileiros, inclusive o STF, são sim um tribunal de exceção” (idem). Ou seja, mesmo admitindo que a prisão dos “mensaleiros” petistas esteve diretamente relacionada com uma disputa intestina das frações burguesas pelo controle do botim estatal, não se pode negar que a condenação e posterior prisão de Dirceu e C&A teve um caráter eminentemente político! É a mais absoluta verdade afirmar que os dirigentes do PT em 2005, quando estourou o escândalo do “Mensalão”, não estavam empreendendo nenhum combate anticapitalista, pelo contrário estavam tratando de ampliar a base parlamentar de apoio ao governo neomonetarista de Lula com a grana recolhida das corporações empresariais que estabelecem negócios com o Estado (indutor da economia no regime capitalista), o “pequeno detalhe” é que isto nunca foi crime na história constitucional de nossa república! A principal acusação da Ação Penal 470 é simplesmente hilária... Dirceu e Genoino estariam pagando deputados ultraconservadores (partidos de centro-direita) para votar a favor da reforma neoliberal da previdência, como se esta escória parlamentar precisasse de algum suborno para votar uma matéria recomendada pelo FMI e os rentistas nacionais. Como o STF, pelo seu caráter de classe, está impedido juridicamente de “abolir” os mecanismos do funcionamento da economia capitalista (tarefa histórica para um partido revolucionário), chegamos a única conclusão possível: a condenação dos dirigentes petistas nada teve a ver com a quebra das normas legais vigentes (recebimento “informal” de comissões financeiras de grupos econômicos privados), foi produto de uma “purga” política da burguesia operada pelas mãos do STF. Quando sustentamos o conteúdo político das prisões “decretadas” monocraticamente pelo novo herói da mídia “murdochiana”, Joaquim Barbosa, não estamos afirmando que Dirceu, Genoino e Delúbio são “mártires” da luta proletária e popular, apenas foram alvo da ofensiva reacionária da burguesia contra setores do PT, como parte de uma escalada antidemocrática do regime que objetiva retirar direitos e garantias constitucionais do conjunto das tendências da esquerda brasileira, desde a socialdemocracia “reformista”, passando pelos ativistas anarquistas até os setores revolucionários do Marxismo-Leninismo.
MIGUEL DÍAZ CANEL: UM DIRIGENTE COMUNISTA "TARDIO" QUE SE COMPROMETE COM AS "REFORMAS" DE MERCADO QUE SUFOCARÃO O ESTADO OPERÁRIO CUBANO


"Companheiro deputado Miguel Díaz Canel, a partir deste instante o senhor é o novo presidente do Conselho de Estado e de Ministros da Assembleia Nacional de Cuba. Aproxime-se e assuma a presidência", assim anunciou o presidente da Assembleia Nacional, Esteban Lazo, na manhã desta quinta-feira (19/04). Ao contrário do que as hienas imperialistas desejavam, o sucessor de Raul Castro (e do próprio Fidel apesar de sua ausência física) no comando do Estado Operário Cubano não acelerará os ritmos das reformas de mercado, iniciadas com o fim da URSS no início da década de 90, em direção a uma transição ordenada do regime de produção socializada para o modo de produção capitalista. Porém, seguindo disciplinadamente a orientação programática dos irmãos Castro, Miguel Diaz não se oporá a dar continuidade na economia cubana a introdução de mecanismos mercantis de dependência financeira com países capitalistas (centrais e periféricos), tornado o Estado Operário cada vez mais refém do fluxo mundial de capitais (grandes investidores globais). A fidelidade "canina" de Diaz Canel as linhas estratégicas da burocracia castrista, decorre do simples fato de Miguel representar um setor mais tecnocrático e "sem luz própria" da própria burocracia cubana, diretamente vinculada aos "negócios de estado" e com pouca relação com a política mais geral socialista. Diaz, hoje com 58 anos, se vincula a juventude comunista somente no final da década de 80, assume com 27 anos de idade um posto na direção do PCC na província Villa Clara na região central de Cuba. Neste mesmo período (87 até 89) participa das brigadas cubanas de solidariedade a Nicarágua, em uma etapa histórica onde o próprio Sandinismo estava tratando de "entregar" a revolução nas mãos da democracia burguesa, sem dúvida uma péssima "lição" para Diaz. Desde 2003, é membro do birô político do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, a máxima autoridade tanto no sentido ideológico quanto político do partido e do Estado Operário cubano. Portanto, Díaz Canel, é homem de total confiança de Raúl Castro, uma espécie de Comunista convertido tardiamente, no pior período ideológico do movimento operário mundial, ou seja final dos anos oitenta e posto no staff do comando central do Estado após a retirada parcial de Fidel Castro. Desde 2013, quando foi eleito para o cargo de vice-presidente do Conselho de Estado da Assembleia Nacional, Díaz Canel recebeu a missão de ser o executor das políticas estabelecidas pelo comandante Raúl Castro para área da comunicação, que envolvia telefonia, ampliação do acesso à internet, modernização dos canais de televisão, informatização e automatização dos processos produtivos, um setor da economia cubana que cada vez mais estabelece vínculo com o imperialismo ianque, a partir da aproximação política do governo Obama com a "Ilha Socialista". Nesta perspectiva de "pacificação", Raul Castro preteriu para sucedê-lo outros quadros dirigentes do PCC com trajetória de enfrentamento ideológico com os EUA, como o veterano Ricardo Alarcón, ex-presidente da Assembleia Nacional. Miguel terá presente a figura de Raul no leme maior da direção do Partido Comunista Cubano, o que limitará qualquer iniciativa política "peculiar" de sua gestão, porém caso ocorra uma fatalidade com o "Velho" dirigente que participou com Fidel da grande revolução socialista de 1959, a "mediocridade" ideológica de Diaz Canel poderá levar Cuba a trilhar caminhos da restauração capitalista a passos bem largos. A tarefa revolucionária de construção de um verdadeiro Partido Marxista Leninista e da revolução política em Cuba se mantém mais vigente do que nunca na "Ilha Socialista".

quarta-feira, 18 de abril de 2018

PROFESSORES/FORTALEZA: COMEÇA A GREVE PARA ARRANCAR O REAJUSTE SALARIAL, PISO NACIONAL E DERROTAR OS ATAQUES DO PREFEITO ROBERTO CLÁUDIO (PDT), FILHOTE DA OLIGARQUIA GOMES


Os professores de Fortaleza iniciaram neste dia 18 de abril (quarta-feira) a segunda greve neste ano letivo de 2018. O prefeito Roberto Cláudio (PDT), filhote da Oligarquia Gomes, não pagou sequer o piso salarial nacional da categoria e as pecúnias que deve aos trabalhadores em educação do município. Pior, propõe pagar o índice do piso (6,81%) em dezembro sem retroatividade ou parcelá-lo desde que os trabalhadores aceitem adiar o calendário de pagamento das dívidas judiciais. Além de não ter concedido reajuste salarial em 2017 anunciou agora um índice miserável de 2, 95% que não contempla nem aumento real e, muito menos, a reposição das perdas de 2017. Diante desse quadro de ofensiva neoliberal imposta pela Oligarquia Gomes e seu prefeito, a Oposição de Luta dos Professores impulsionada pela TRS, passou com sua militância em diversas escolas e nos distritos de educação em vários bairros convocando todos os trabalhadores em educação do município de Fortaleza para entrar na greve nesse dia 18 de abril! Devemos organizar desde já na base da categoria uma Greve dos professores de Fortaleza para arrancar um reajuste salarial digno e derrotar os ataques de Roberto Cláudio, que apesar de toda demagogia de apresentar-se como oposição ao governo golpista de Temer, aplica a mesma receita neoliberal aqui em Fortaleza, como faz Camilo (PT) no governo do Estado, ambos seguindo as ordens de Ciro Gomes, candidato a presidente que deseja se apresentar para a burguesia como confiável para gerir seus negócios à frente do Palácio do Planalto. Além dessa luta, a Oposição de Luta dos Professores impulsionada pela TRS vem fazendo uma campanha em solidariedade ao professor da rede estadual Euclides de Agrela, militante do MAIS-PSOL, perseguido pela reação fascista por denunciar na escola em que leciona os ataques da extrema-direita contra os trabalhadores. Para vencer é preciso superar a política de paralisia da direção petista do SINDIUTE e mobilizar todos os trabalhadores para derrotar Roberto Cláudio e todos os chefes que pressionam os trabalhadores em educação e tentam sabotar nossa greve!

FRENTE POPULAR DE COLABORAÇÃO DE CLASSES COM "TUDO DENTRO": PT, OLIGARQUIA GOMES (PDT), O SICÁRIO DO SIQUEIRA (PSB) E MAIS (PSOL). O PCB HISTORICAMENTE É O MAIS COERENTE NESTE FRENTÃO DA DEMOCRACIA BURGUESA, AFINAL FOI COM ESTA POLÍTICA QUE PAVIMENTOU A GRANDE DERROTA DE 64...

terça-feira, 17 de abril de 2018

ÁECIO VIRA RÉU: PSTU FAZENDO PARTE DA “CORTINA DE FUMAÇA” PRODUZIDA PELO STF PARA LEGITIMAR A PRISÃO ARBITRÁRIA DE LULA 



Aécio Neves (PSDB) se tornou réu por corrupção em votação unânime dos cinco ministros da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber e Alexandre de Moraes e, por 4 votos a 1, por obstrução de Justiça, com o voto contrário de Alexandre de Moraes. Toda essa movimentação política orquestrada pelo STF em conluio com o comandante da “República de Curitiba” confirma o que a LBI já denunciava: não há nada de progressivo de políticos burgueses (mesmos os mais corruptos como Aécio) serem presos, cassados ou afastados pelo Judiciário, porque esta ação representa mais um ato do recrudescimento do regime político que acabará se voltando contra o movimento de massas e seus dirigentes políticos e sindicais. Somente os apoiadores da Lava Jato como o PSTU, MES, TS podem comemorar acriticamente essa decisão, que imediatamente também foi aplaudida pela direita “verdade amarela”. O mais tragicômico é que o PT está comemorando a decisão do STF, a blogosfera ligada à Frente Popular encontra-se em “festa”. São verdadeiros idiotas políticos, como foi essa mesma esquerda que celebrou a Lava Jato em 2014. Lembremos que toda a “esquerda” reformista, particularmente o PT e o revisionismo trotskista declaravam que a farsa levada a cabo pelo Juiz “nacional” Sérgio Moro era um “patrimônio do Brasil no combate a corrupção”. Na época a presidente Dilma Rousseff chegou a declarar “Eu acho que as investigações da Lava Jato podem mudar, de fato, o Brasil para sempre. Em que sentido? No sentido de que vai se acabar com a impunidade. Mudará para sempre a relação entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a empresa privada porque vai acabar com a impunidade. A questão da Petrobras é uma questão simbólica para o Brasil. É a primeira investigação efetiva sobre corrupção no Brasil que envolve segmentos privados e públicos. A primeira. E que vai a fundo” (11.2014)... O resultado foi a prisão de Lula!!! Agora fazem o mesmo quando Aécio vira réu no STF, o que sem dúvida vai "limpar o terreno", chutando "chachorro mortou" ou melhor um político burguês que literalmente virou "pó", para sob o manto da "imparcialidade" avançar na ofensiva do Judiciário contra a esquerda em geral. Estamos diante de um movimento bem calculado da Rede Globo em conjunto com Moro e a cúpula do STF para facilitar os próximos passos do golpismo e abrir caminho para a ascensão de um NeoBonaparte. No curso desse movimento claramente orquestrado pelo imperialismo pontuamos que estão redondamente enganados os que pensam que a “Lava Jato” tenha por objetivo exclusivo a “caçada” judicial ao PT. Dallagnol, o “quadro” formulador da Força Tarefa da direita pró-imperialista, já explanou cristalinamente que a “República de Curitiba” pretendia não só remover o governo petista como também alterar profundamente o regime político vigente. Para esta “tarefa divina” não descartam depurar institucionalmente o PMDB e PSDB, na medida em que a conjuntura permitir, ou seja, caso o governo Temer “engasgue” na aplicação das reformas neoliberais exigidas pelo mercado financeiro, o Tea Party tupiniquin estaria a postos para assumir as rédeas do regime político, reconfigurando radicalmente a constituição “democrática” de 1988. É preciso denunciar o parlamento corrupto e o conjunto do regime político burguês em que se assenta a democracia dos ricos, apontando a necessidade de se construir uma alternativa revolucionária, sem nunca abrir espaço para a direita e a reação fascista como em geral faz a mal chamada “oposição de esquerda” que deseja capitalizar eleitoralmente a crise petista. Como Marxistas Revolucionários não realizamos “lobbies” moralizantes sobre o Congresso Nacional, uma instituição do Estado capitalista e muito menos em apoio a elite Judiciária isto em nada contribui para o desenvolvimento da consciência de classe das massas exploradas acerca da necessidade de por abaixo, através da ação direta do proletariado o regime da democracia dos ricos. Na população desorganizada o ódio concentrado a corrupção estatal generalizada não será capitalizado pela esquerda revolucionária, estas camadas sociais ainda estão muito longe de compreender que somente a revolução socialista poderá eliminar o sistema de acúmulo patrimonialista dos políticos no regime burguês. Um cenário fértil para o surgimento de novos "salvadores da pátria"...Joaquim Barbosa vem aí...o PSTU agradece!
HÁ 02 ANOS DO INÍCIO DO PROCESSO DE IMPEACHMENT: O COMEÇO DO FIM DA GESTÃO DA FRENTE POPULAR PELAS MÃO DE SEUS “ALIADOS” BURGUESES VIA O GOLPE PARLAMENTAR

Publicamos o artigo elaborado pela LBI há dois anos atrás analisando a aprovação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados, que posteriormente resultou no afastamento definitivo da presidente Dilma. Com Lula hoje preso pelo Juiz Moro, tem-se o aprofundamento do golpe parlamentar iniciado em 2106. Naquele momento pontuamos que os aliados burgueses reacionários, muito úteis para aplicar o ajuste neoliberal contra as conquistas do povo trabalhador, se revelaram “escorpiões” para defender o mandato presidencial do PT. Alertamos naqueles dias que o esgotamento precoce do governo Dilma e o desenvolvimento posterior que desaguou no seu impedimento, não parte de uma necessidade da burguesia nacional em desfechar um Golpe de Estado, ou seja, alterar radicalmente as linhas fundamentais do regime democratizante (uma paródia de democracia burguesa) instaurado com o advento da “Nova República” no Colégio Eleitoral em 1985. Esta variante (Golpe de Estado) se coloca diante de uma situação de absoluta radicalização da luta de classes, onde a liberdade de organização da classe operária (direitos democráticos) pode se transformar em avanços revolucionários que ameacem a dominação capitalista. Nenhum destes ingredientes esteve presente na atual crise política do regime. Recapitulando, o default prematuro da quarta gerência petista foi produto do fim de um ciclo econômico mundial, no qual a política de conciliação de classes da Frente Popular foi extremamente útil para os negócios da burguesia nacional. Encerrado o “boom” das commodities e da fartura do crédito para introduzir no mercado de consumo a chamada “classe C” e financiar a expansão das grandes empresas, o governo petista perde sua utilidade para os reais donos do poder, o capital. Fenômeno político totalmente distinto ocorreu com o presidente João Goulart, onde a organização revolucionária do proletariado avançava a passos largos por cada “brecha” (como as Reformas de Base) que o governo nacionalista burguês abria, nesta situação a burguesia precisava derrotar o conjunto das forças de esquerda (Jango, CGT, Ligas Camponesas, Prestes) com métodos de guerra civil: o Golpe de Estado se impunha. As reformas neoliberais de Dilma e seu draconiano “ajuste fiscal” foram uma exigência do capital imperialista, em nada ameaçavam a dominação burguesa... muito pelo contrário! Porém houve um “óbice” na lentidão do cronograma da austeridade financeira do governo Dilma, o incremento da recessão econômica paralisava a rentabilidade dos negócios da burguesia, e um de seus segmentos mais representativo resolveu por não aguardar as eleições presidenciais de 2018, era necessário por em marcha um golpe institucional lastreado na paralisia estatal da Frente Popular.


A “GLORIOSA” BASE ALIADA DO GOVERNO DILMA FOI PROTAGONISTA DO 1º ATO DO GOLPE INSTITUCIONAL: OS “COMPANHEIROS” BURGUESES DO PT “ROERAM A CORDA” PARA ALIAR-SE AO RATO TEMER
(Blog da LBI, 17 DE ABRIL DE 2016)

O governo Dilma neste domingo, 17 de abril, talvez tenha amargado sua derrota fatal, com forte gosto de "traição" de antigos "companheiros" das oligarquias burguesas que até pouquíssimo tempo habitavam a chamada "base aliada" da Frente Popular no Congresso Nacional. Os tradicionais parceiros do PT como a família Sarney, Cabral&Pezão, Edir Macedo e todos seus pastores parlamentares, Maluf e o PP, o PSD do ministro Kassab, PR etc "roeram a corda" para aliar-se ao rato Temer...Um fato ainda mais ridículo foi o literalmente "até ontem" Ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes (PMDB-MG) votar pelo impeachment quando foi "liberado" por Dilma para votar contra! O prefeito do Rio, Eduardo Paes, tido como "amigo íntimo" de Lula ao ponto de trocar confidências por telefone, que lhe presenteou com verbas milionárias das Olimpíadas, mandou seu secretários municipais se licenciarem para literalmente votarem todos contra o Planalto! Mesmo o PDT agora sob o comando dos Gomes teve muitas "baixas" contra a aprovação do impeachment. Ao lado do governo apenas PT, PSOL e PCdoB mantiveram a fidelidade integral ao mandato de Dilma. Com a decisão da Câmara o golpe institucional avançou a passos largos e ainda que o Senado tenha a decisão final, a ser realizada em duas votações (uma por maioria simples e outra qualificada de 2/3) será muito difícil reverter a dinâmica política imposta a partir deste domingo. Faltaram cerca de trinta votos para que o governo conseguisse barrar o golpe parlamentar ainda na Câmara, não era muito considerando que bastava que apenas o PSD ou o PR, que detinham ministérios importantes do governo, fechassem questão contra a admissibilidade do impeachment. O PP, que detém cerca de 40 votos na Câmara, poderia ter ao menos se dividido e assim já complicaria os planos de Temer e Cunha assumirem o Planalto, porém nada disto ocorreu, pelo contrário, essas siglas votarem em peso pelo impeachment de Dilma, no PP apenas 04 votaram com o Planalto! O PR que tinha declarado apoio formal ao governo só garantiu 09 votos... Com esse resultado, a Frente Popular sai gravemente ferida deste processo, e não falamos simplesmente do aspecto institucional e suas consequências da perda do aparelho estatal. Será imenso o desgaste político diante das massas de ter acumulado aliados burgueses reacionários, que foram muito úteis para aplicar o ajuste neoliberal contra as conquistas do povo trabalhador, mas que se revelaram "escorpiões" para defender o mandato presidencial do PT. A próxima "batalha parlamentar" que se aproxima no Senado, já se anuncia perdida para o governo do PT, que deverá se preparar para colher um retumbante fiasco eleitoral nas próximas eleições municipais. É certo que o PT ainda detém um forte potencial político para uma futura eleição presidencial em 2018, ou antes caso a burguesia decida "caçar" também Temer e Cunha. Porém não se sabe ainda em que condições programáticas Lula e o PT se apresentarão em uma nova rodada eleitoral, se com a velha cara do discurso da necessidade do ajuste neoliberal ou com uma renovada demagogia populista de esquerda. O certo é que a ofensiva ideológica e jurídica institucional (estado de exceção) da direita ganha um alento importante com a aprovação do impeachment de Dilma, que apostando todas as fichas de sua defesa na esfera parlamentar colheu (parceiros fisiológicos burgueses) uma tremenda derrota política. A Frente Popular sequer mobilizou suas bases sindicais e populares para uma greve geral contra o impeachment, se limitou a impulsionar atos (de características eleitorais) com artistas e personalidades culturais quando atingiu o melhor momento da resistência contra a ofensiva da direita. Uma derrota vergonhosa sem um chamado de luta para as massas proletárias, assim podemos caracterizar a conduta covarde da Frente Popular diante da grave crise política que foi acometida. O proletariado deve abstrair todas as lições de mais esta derrota da estratégia de colaboração de classes, para poder organizar de forma independente o combate a ofensiva imperialista que atingiu um novo patamar com a efetivação desta manobra parlamentar reacionária contra o governo do PT.