terça-feira, 30 de junho de 2015


DILMA REALINHA ECONOMIA NACIONAL PARA NOVOS "INVESTIMENTOS" DOS EUA NO SEU PROGRAMA DE PRIVATIZAÇÕES E DE QUEBRA LAMBE AS BOTAS DO FACÍNORA KISSINGER

O governo itinerante de Dilma pareceu estar muito à vontade na casa do grande Amo do Norte, levando na comitiva o ministro "abre alas" do capital financeiro, saído de uma internação hospitalar direto para atender seus chefes rentistas de NY, passando pelo "comunista" Aldo e o "intelectual" Janine até os latifundiários e burgueses Katia e Armando todos muito dispostos a apresentarem "planos de cooperação" com os EUA. Relações diplomáticas plenamente restabelecidas, com juras de amizade e fidelidade, vamos aos negócios...sentenciou Levy. E Dilma não se fez de rogada apresentando aos empresários ianques seu projeto de abrir a economia do país, começando é claro pelo programa de privatizações no setor de infraestrutura. O interesse da Casa Branca em frear as parcerias já estabelecidas com a China e Rússia é imenso, oferecendo de cara um pequeno "regalo" a Dilma: levantar o embargo na compra da carne brasileira. Não é muita coisa, os EUA são grandes produtores e exportadores mundiais de carne bovina, porém para arrancar promessas de desregulamentação da economia brasileira para investimentos voláteis de Wall Street parece que a "isca" foi suficiente. Antes mesmo da chegada do governo itinerante aos EUA, o secretário de Energia de Obama, Ernest Moniz, elogiava a nova postura da Petrobras que prioriza a exploração e produção de óleo cru (incluso o Pré-Sal) em detrimento dos planos de fabricação de combustíveis e derivados. Trata-se do recente anúncio feito pela cúpula da estatal brasileira que reduzirá seus investimentos em quase 40%, eliminando a construção de refinarias. O Brasil é grande importador de gasolina e diesel dos trustes petrolíferos do Tio Sam, gerando um enorme déficit na balança comercial do país. Obama ainda sonha em "melar" o acordo da compra dos caças suecos pelo Brasil, tratando nesta viagem de Dilma em celebrar minutas de cooperação binacional na área de segurança. Mas o grande interesse mesmo da Casa Branca foi com o programa de privatizações, que deverá ser ampliado logo após a chegada do governo itinerante ao Brasil. Dilma participou de um Encontro Empresarial sobre Oportunidades de Investimento em Infraestrutura no Brasil, fórum no qual destacou que a parceria com os Estados Unidos "é fundamental para que o país dê um novo salto no investimento em logística". Para não deixar dúvidas da gratidão do seu governo com os "generosos" empresários ianques, Dilma destacou que"3.000 empresas americanas atuam no Brasil em áreas mais diversas possíveis, como petróleo, gás, energia elétrica, bancos, telecomunicações, atividades imobiliárias, automóveis, metalurgia e agricultura". Com a mira na formação de uma área de livre comércio com o Brasil, no formato mexicano, Obama acenou com uma nova visita ao Brasil em 2016. Mas para quem afirma que Dilma apenas realizou uma " agenda econômica " nos EUA para tentar superar a recessão econômica que paralisa o país, deve explicar o encontro com o presidente-executivo do grupo de comunicação e entretenimento News Corporation, Rupert Murdoch, (o Roberto Marinho de lá) e a audiência com o facínora, Henry Kissinger, ex-secretário de Estado responsável entre outros "feitos" pelos covardes massacres no Vietnã, além de arquitetar o golpe militar no Chile. Dilma, uma presa política da ditadura militar, não economizou elogios ao genocida Kissinger: "Pessoa fantástica com grande visão global". Uma vergonha para todos os combatentes que lutaram contra o regimes militares da América Latina que tombaram nas mãos de torturadores treinados como cães assassinos pelo Departamento de Estado do Tio Sam.


segunda-feira, 29 de junho de 2015


TROIKA E TSIPRAS QUEREM CHANTAGEAR O POVO GREGO COM UM REFERENDUM PARA "ESCOLHER" ENTRE O RUIM E O PIOR!

O Blog da LBI reproduz a mais recente declaração do KKE acerca do referendum antidemocrático convocado pelo governo do Syriza para que o povo possa escolher entre a proposta humilhante da Troika europeia para seguir espoliando o proletariado grego ou a pauta de capitulação defendida por Tsipras que pouco difere dos chacais de Berlim e do FMI. Apesar de termos divergências programáticas com a trajetória do KKE diante da perspectiva que deve nortear a ação revolucionária da classe operária frente à crise capitalista que devasta o país, entendemos que a declaração dos comunistas gregos é um importante ponto de referência nesta conjuntura ainda permeada pelas ilusões políticas disseminadas pela plataforma de colaboração de classes do Syriza. Superar as alternativas sociais democratas postas pelo atual governo de "esquerda" que só postergam o sofrimento do povo grego acossado por uma dívida fraudulenta imposta pela UE, é a tarefa fundamental para preparar o caminho de uma verdadeira ruptura socialista com os parasitas do capital financeiro e seu Estado imperialista europeu.

O REFERENDO DE 5 DE JULHO E A POSIÇÃO DO KKE

Como é bem conhecido, o governo da "esquerda" e na essência socialdemocrata do partido SYRIZA e a "direita" nacionalista do partido ANEL, numa tentativa de administrar a completa bancarrota dos seus compromissos pré-eleitorais, anunciou um referendo para o dia 5 de Julho de 2015, sendo a única pergunta se os cidadãos concordam ou não com o acordo proposto, o qual foi posto em cima da mesa pela UE, FMI e BCE e refere-se à continuação das medidas anti-povo para uma saída da crise capitalista, com a Grécia permanecendo no Euro.

Responsáveis da coligação governamental apelam ao povo para dizer "não" e tornam claro que este "não" no referendo será interpretado pelo governo grego como aprovação para a sua própria proposta de acordo com a UE, FMI, BCE, a qual, nas suas 47+8 páginas também contém duras medidas anti-povo e anti-trabalhadores, com o objetivo de aumentar a lucratividade do capital, do "crescimento" capitalista e da permanência do país no euro. Como admite o governo SYRIZA-ANEL, o qual continua a louvar a UE, "nosso lar europeu comum", a "façanha europeia", esta proposta sua é 90% idêntica à proposta da UE, FMI e BCE e tem pouco relacionamento com o que o SYRIZA prometeu antes das eleições.

O fascista Aurora Dourada, juntamente com os partidos da coligação governamental (SYRIZA-ANEL), tomaram posição a favor de um "não" e também apoiaram abertamente o retorno a uma divisa nacional. Por outro lado, a oposição de direita ND, o socialdemocrata PASOK que governou até Janeiro de 2015, juntamente com o POTAMI (que constitui um partido do centro, essencialmente um partido reacionário) tomaram posição a favor de um "sim" às medidas bárbaras da Troika, a quais, declaram eles, serão interpretadas como sendo consentimento a "permanecer na UE a todo custo".

Na realidade, ambas as respostas levam a um sim à "UE" e à barbárie capitalista.Durante a sessão de 27/Junho do parlamento, a maioria governamental do SYRIZA-ANEL rejeitou a proposta do KKE de que as seguintes questões fossem colocadas perante o julgamento do povo grego no referendo:

NÃO ÀS PROPOSTA DE ACORDO DA UE-BCE-FMI E DO GOVERNO GREGO! DESLIGAMENTO DA UE – ABOLIÇÃO DO MEMORANDO E TODAS AS SUAS LEIS DE APLICAÇÃO

Com esta postura, o governo demonstrou que quer chantagear o povo levando-o a aprovar a sua proposta à troika, a qual é o outro lado da mesma moeda. O que significa dizer: é pedir ao povo grego o seu consentimento para os seus planos anti-povo e para arcar com as suas novas opções anti-povo, ou através de um novo acordo alegadamente "melhorado" com as organizações imperialistas, ou através de uma saída do euro e um retorno a uma divisa nacional, algo a que o povo será chamado a pagar mais uma vez.

Nestas condições, o KKE conclama o povo a utilizar o referendo como uma oportunidade para fortalecer a oposição à UE, a fortalecer a luta pela única saída realista da barbárie capitalista de hoje. O conteúdo desta saída é: RUPTURA-DESLIGAMENTO DA UE, CANCELAMENTO UNILATERAL DA DÍVIDA, SOCIALIZAÇÃO DOS MONOPÓLIOS, PODER DOS TRABALHADORES E DO POVO.

O povo, através da sua atividade e da sua escolha no referendo, deve responder ao engano da falsa pergunta colocada pelo governo e rejeitar a proposta da UE-FMI-BCE e também a proposta do governo SYRIZA-ANEL. Ambas contêm bárbaras medidas anti-povo, as quais serão acrescentadas ao memorando e às leis de aplicação dos anteriores governos ND-PASOK. Ambos servem os interesses do capital e dos lucros capitalistas.

O KKE enfatiza que o povo não deve escolher entre Scila e Caribdis, mas deve exprimir, com todos os meios disponíveis e por todas as vias, sua oposição à UE e seu memorando permanente no referendo. Ele deve "cancelar" este dilema lançando dentro da urna eleitoral, como seu voto, a proposta do KKE como seu voto

NÃO À PROPOSTA DA UE-FMI-BCE
NÃO À PROPOSTA DO GOVERNO
DESLIGAMENTO DA UE, COM O POVO NO PODER

domingo, 28 de junho de 2015


KOBANI E SÍRIA: POR UMA POSIÇÃO JUSTA E REVOLUCIONÁRIA PARA COMBATER A OFENSIVA IMPERIALISTA E SUA CRIATURA, O EI

Aparentemente os ataques do EI na Tunísia e Kuwait desta sexta-feira, 26, foram tentativas de demonstrar força frente aos reveses sofridos na Síria, tanto para as tropas do exército nacional do regime Assad como para as milícias curdas da YPG-YPJ (Unidades de Proteção do Povo). Diante da realidade de um conflito multifacetário, a posição dos Marxistas Revolucionários é primeiramente reafirmar a frente única com o exército nacional comandado por Bashar Al-Assad contra os “rebeldes” armados e financiados pela Casa Branca, que são o ELS, a Frente al-Nursa e o próprio EI. Estes grupos combatem o governo Assad e disputam entre si violentamente o controle dos territórios conquistados na Síria, tendo o ELS a simpatia pública da Casa Branca e dos revisionistas do trotskismo como a LIT e a UIT, que chegaram a pedir publicamente que Obama fornecesse armas e munições para os “rebeldes”. Por sua vez, os grupos precursores do EI foram anteriormente armados pela CIA para desestabilizar o governo sírio seguindo o mesmo script macabro imposto na Líbia de Kadaffi. Entretanto, os “fanáticos” jihadistas islâmicos estão sofrendo reveses em sua “missão” pelo exército nacional da Síria, que conta com amplo apoio popular. Frente as derrotas recentes na Síria, o EI acabou recuando para o Iraque e voltando suas forças contra o debilitado e impopular governo títere do imperialismo no Iraque. Trata-se de em um típico exemplo de quando o “feitiço se volta contra o mestre” devido às contradições vivas da luta de classes, que acabaram por colocar o EI em choque aberto com a marionete imposta em Bagdá pelos EUA. Esta realidade criou um impasse na Casa Branca. Obama perdeu o controle sobre o EI e ainda viu o fortalecimento do governo Assad no último ano. Diante desta nova realidade, o Pentágono voltou a bombardear o EI no Iraque no final de 2014 e a Síria em maio deste ano. Obama por sua vez vem armando outros grupos “rebeldes moderados” para fustigar o governo Assad e paralelamente deter o avanço dos jihadistas. Os trotskistas rechaçam os bombardeios imperialistas ao território da Síria, não assinando nenhum “cheque em branco” para Obama atacar o EI. Estes bombardeios da OTAN ao EI podem servir a qualquer momento como pretexto para as forças imperialistas atacarem Damasco ou mesmo o sul do Líbano controlado pelo Hezbolah. Ao denunciar a agressão imperialista, no campo militar os trotskistas reafirmam a frente única com o exército nacional comandado por Bashar Al-Assad contra toda a malta de “rebeldes” armados e financiados pela Casa Branca! No marco deste conflito encontra-se Kobani, cidade fronteiriça no norte da Síria com a Turquia, onde se concentram os curdos. O EI chegou a dar por conquistada a região no ano passado mas os curdos os expulsaram em janeiro, após meses de intensos confrontos e tiveram um outro revés antes dos ataques a Tunísia e Kuwait. Durante muito tempo, os curdos ficaram sozinhos defendendo Kobani, já que o governo da Turquia se recusava deixar ingressar curdos turcos e iraquianos (peshmerga) pela sua fronteira. Entretanto, a principal milícia síria curda (YPG-YPJ) conseguiu expulsar o EI com o apoio das bombas da coligação imperialista liderada pelos Estados Unidos e formada há um ano para lançar ataques aéreos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Trata-se da mesma política utilizada pelo imperialismo ianque no Iraque com relação aos curdos, ou seja, a tentativa de um acordo para dar relativa autonomia para a região desde que suas direções se aliem as iniciativas militares do Pentágono. Essa região inclusive está sendo caracterizada acriticamente pelos revisionistas do trotskismo como a CS argentina e MRS no Brasil (que combatem Assad ao lado dos “rebeldes") como a “Kobani Vermelha” pela influência do PKK e de supostos anarquistas na cidade. Os EUA e seus aliados da OTAN já lançaram mais de 135 ataques aéreos em torno de Kobani e em volta da cidade na tentativa de deter o EI. Nesse contexto, os curdos na Síria incrementaram os contatos com o Curdistão iraquiano e com o PKK, brutalmente reprimido pelo governo turco de Erdogan, que declarou “Dar armas ao YPG para formar uma frente contra o EI? Vejamos, para nós, o YPG é igual ao PKK, também é uma organização terrorista, tão terrorista como o EI. Os Estados Unidos, nosso amigo e aliado na OTAN, estaria muito errado se esperasse de nós dizer 'sim' após anunciar abertamente apoio a uma organização terrorista como o YPG. Ninguém pode esperar algo assim de nós, não podemos dizer sim a algo assim” (UOL, 19.10.2014). O PKK está organizando bases militantes no norte da Síria, o que impede as ações de sabotagem dos mercenários islâmicos ligados ao EI nas fronteiras com a Síria. O centro da preocupação turca é que os curdos se fortaleçam ainda mais na região, porque o estabelecimento do governo autônomo curdo no norte do Iraque e a posse de cidades iraquianas de Mosul e Kirkut, após a ocupação, importantes centros de reserva e extração petrolífera, deu grande impulso a um sentimento popular que exige a constituição de um Estado independente. O ascenso do movimento nacionalista curdo também desestabiliza internamente a própria Turquia, já que em seu território existem mais de 12 milhões de curdos vivendo sob um férreo regime de opressão nacional, cuja expressão mais conhecida é a prisão do líder curdo nacionalista do PKK, Abdullah Ocalan, ainda mais agora quando o Partido Democrático do Povo (HDP), de orientação pró-curda conquistou importante representação parlamentar nas eleições legislativas de duas semanas atrás e tirou a maioria absoluta ao partido de Erdogan. A consequente defesa do direito à autodeterminação curda através de um programa marxista revolucionário passa, neste momento, pelo chamado à unidade revolucionária dos trabalhadores turcos, iraquianos, iranianos, sírios e curdos, conformando milícias multiétnicas para derrotar o imperialismo ianque e seu agente Erdogan. Não somos partidários da atual existência de uma imaginária “Kobani Vermelha” como fazem os revisionistas do trotskismo partidários da “revolução árabe”, que saúdam o apoio que as milícias curdas recebem dos EUA para enfrentar o EI, via os bombardeios e armas, como proclamam a LIT, UIT e a CS-MRS. Os Marxistas Revolucionários pacientemente estão ao lado dos combatentes curdos em Kobani demonstrando a inutilidade estratégica de uma aliança com os EUA. Muito menos nos colocamos ao lado dos jishadistas islâmicos contra a minoria curda, rechaçamos os ataques do EI a Kobani e suas provocações terroristas na região. Chamamos os combatentes do YPG a lutar pela sua independência nacional unindo os curdos do Iraque, Turquia e Síria em frente única com o governo Assad, contra a coalização imperialista, Erdogan e o EI, dando assim um caráter extremamente progressista a sua justa aspiração nacional.

sábado, 27 de junho de 2015


ATAQUES NA TUNÍSIA E KUWAIT: ESTADO ISLÂMICO PONTA DE LANÇA REACIONÁRIA DA OFENSIVA SIONISTA CONTRA OS POVOS MUÇULMANOS

Como Marxistas Revolucionários condenamos vigorosamente a ação terrorista que ontem (26/06) levou a morte majoritariamente de turistas europeus e de outras nacionalidades em um balneário na Tunísia. Da mesma forma o covarde atentado que ocorreu em uma mesquita muçulmana vitimando dezenas de fiéis xiitas é a expressão sinistra das operações terroristas que vem protagonizando o chamado Estado Islâmico (EI) no mundo árabe e também em outras regiões do planeta. Em relação ao ataque realizado na França, em que um cidadão de origem árabe assassinou o chefe da empresa que trabalhava, apesar da mídia e governo francês o ter relacionado na mesma "onda" de atentados perpetrados pelo EI existem dúvidas do afã de Hollande em colocá-lo no mesmo "script" da histeria contra imigrantes e mesmo do recrudescimento da repressão e espionagem estatal. As recentes ações globais coordenadas do EI teriam sido impulsionadas para reforçar uma "posição de força" no campo militar da "revolução árabe" após terem sofrido várias derrotas, seja para tropas sírias ou para as milícias curdas em Kobani. O comando do EI no espectro sectário sunita pretende ser afirmado com chacinas fratricidas contra outras frações islâmicas sob pena de perderem o apoio conseguido em regiões devastadas pela guerra civil fomentadas pelo imperialismo. A escolha do período do ramadã para ganhar vitrine mundial não passa de uma cortina de fumaça para despistar seus vínculos materiais com o sionismo. O EI e suas ações reacionárias contra os povos, nações muçulmanas e governos antiimperialistas da região, representam hoje a ponta de lança dos interesses do gerdame sionista de Israel contra seus adversários geopolíticos. Porém a gênese histórica do EI possui o "DNA" nos interesses diretos na movimentação da CIA nos planos da derrubada do regime nacionalista de Kadafi na Líbia, com o rótulo de "força revolucionária" outorgada pela OTAN partiram para a Síria com objetivo de derrotar o governo Assad, um dos poucos remanescentes dos conflitos guerreiristas contra Israel nos anos 60 e 70, posto que os outros países adversários do sionismo nesta época (como Egito, Jordânia, Arábia Saudita) já celebraram o reconhecimento do gerdame. Na fronteira entre Síria e Iraque, o EI encontrou a possibilidade de tentar assumir uma feição "nacional", mais além de um braço militar financiado pela Casa Branca, proclamando um califado baseado na suposta defesa dos interesses da população sunita. O mais "curioso" na tentativa do EI em criar raízes étnicas e religiosas na região em que se estabeleceu como organização paramilitar é que sua cúpula dirigente é formada por europeus (área central), britânicos e norte-americanos, sua facilidade em estabelecer os "contatos ocidentais" deriva desta característica. Nesta região além de apontar suas armas contra Assad em uma frente militar com outros grupos "revolucionários" da OTAN, o EI se chocou territorialmente contra o governo de Bagdá, passando a controlar campos petrolíferos que passaram a fornecer óleo cru diretamente para as refinarias de Tel Aviv. Passando dos "limites" originalmente definidos por Washington, Obama enxergou na ponte estabelecida entre o EI e Netanyahu uma ameaça a hegemonia ianque. Registre-se o fato dos atuais esforços da Casa Branca em firmar um acordo nuclear com o regime dos Aiatolás, serem atacados ferozmente por Israel. O EI ganhou o "status" de criatura rebelde da OTAN, centrando suas ações em sintonia com o Mossad para além das fronteiras da Síria e Iraque. Netanyahu trabalha para sabotar a gestão do partido Democrata nos EUA, não poupando esforços para um triunfo do Tea Party nas próximas eleições presidenciais. A estrutura de poder no ventre do imperialismo ianque é bastante complexa, tendo o Partido Republicano bastante influência em organismos recalcitrantes como a CIA e o próprio Pentágono. Por isso é impossível aferir até que ponto o EI recebe suporte de setores do imperialismo ianque para ações globais de interesse do expansionismo sionista. O certo mesmo é que as ações terroristas do EI, que por muitas vezes querem aparentar um confronto com o imperialismo estão sempre direcionadas para o terreno da reação mundial, concentrando "fogo" contra a Síria, Irã e o Hezbolah e todos seus aliados táticos. No mundo árabe e palestino o surgimento do EI contou com a simpatia inicial do Hamas, que não por coincidência resolveu levantar seus ataques a Israel. No cerco militar ao Hezbolah o sionismo ganhou um aliado de "peso", o EI.  Por isso as ações do EI contra supostos alvos imperialistas (geralmente civis), não despertam nenhum sentimento de luta dos povos e nações oprimidas, em sua quase totalidade suas " operações militares" são voltadas contra regimes nacionalistas e laicos, como Líbia e Síria, que conseguiram construir a unidade nacional para além das rivalidades religiosas e sectárias. Os ataques na Tunísia e Kuwait, reivindicados pelo EI, se constituem como provocações terroristas que em nada avança o moral do combate antiimperialista dos povos oprimidos. A responsabilidade histórica sobre a formação desta criatura reacionária e das covardes mortes que arrasta atrás de si, deve ser debitada na política de espoliação do imperialismo, que hoje tudo aponta responder a um subproduto seu, o estado terrorista de Israel.

quinta-feira, 25 de junho de 2015


ENQUANTO LIVRA A CARA DE RICHA NO PARANÁ, PF ENDURECE O CERCO CONTRA PIMENTEL CUMPRINDO "VENDETA" DE AÉCIO. AFINAL QUEM É QUE CONTROLA A PF NO BRASIL, TUCANOS OU O GOVERNO DILMA?

A eleição do petista Fernando Pimentel ainda no primeiro turno para o estratégico governo de Minas foi sem sombra de dúvida o maior ganho político do PT nas eleições do ano passado, posto que a própria vitória apertada de Dilma parece representar um cadafalso para o partido. Minas Gerais concedeu uma margem de mais de quinhentos mil votos para a candidatura presidencial do PT sobre o ex-governador tucano Aécio Neves, que controlava o estado há 12 anos, determinando decisivamente desta forma para a derrota do PSDB na disputa pelo Planalto. Hoje o governo de Minas é a âncora institucional mais consistente para a estabilidade do governo Dilma e para o próprio PT, diante dos fiascos eleitorais em outros estados importantes (RJ, SP, RGS) e também da extrema debilidade parlamentar no Congresso Nacional. Porém a ofensiva da oposição conservadora não deixaria incólume este suporte político para o PT, ainda mais quando resolveu centrar fogo em LULA e na criminalização dos dirigentes do partido deixando para trás a tática do impeachment de Dilma, pelo menos até as próximas eleições municipais quando aferirão o grau de comprometimento do governo em levar à frente os planos de arrocho e ajuste contra a classe trabalhadora. Com esta orientação explícita a Polícia Federal deflagrou a segunda fase da chamada "Operação Acrônimo", após a tentativa frustrada no TSE em abrir diretamente um processo de impugnação da vitória de Pimentel. Colada na nova fase midiática da "Lava Jato", onde o juiz Moro mandou prender os presidentes das duas maiores empreiteiras do país, a Acrônimo não conta em Minas Gerais com um "herói" no judiciário ou mesmo no Ministério Público, por isso a iniciativa está concentrada na alta cúpula da Polícia Federal. Tudo leva a crer que Aécio Neves comanda pessoalmente todos os passos da Acrônimo, desde a apreensão de uma aeronave que pousava em Brasília no final do ano passado com tripulantes da equipe de Pimentel (onde foi aprendida uma quantia de cerca de cem mil Reais) até a espionagem na sede da produtora da esposa do governador, que esteve à serviço de sua campanha eleitoral. A denúncia da PF consiste no fato da produtora de comunicação Oli, cuja proprietária é Carolina Pimentel, ter recebido um repasse financeiro da empresa Pepper que mantém um contrato de prestação de serviços ao BNDES. Agora a PF conseguiu uma autorização diretamente concedida pelo STJ para levar à frente à tal investigação, embora a corte superior tenha imposto limites a sua atuação contra Pimentel. Como Marxistas temos pleno conhecimento que todas as grandes "agências de publicidade" em épocas eleitorais movimentam valores vultuosos, completamente irreais para os padrões de um país como o nosso, os partidos burgueses utilizam as bilionárias prestações de contas destas agências para o "caixa dois" das campanhas e a posterior lavagem de dinheiro para os candidatos eleitos. Em Minas, como em todo o Brasil sem nenhuma exceção, aconteceu exatamente o que vem ocorrendo desde o surgimento da "Nova República”, campanhas bilionárias e "magnatas" da publicidade comandando o espetáculo eleitoral. A questão a ser respondida é porque só acontece "investigação" policial onde ganha o PT, por acaso os governadores tucanos eleitos não derramaram rios de dinheiro em suas produtoras de comunicação? O caso do Paraná é bem sintomático, Richa foi reeleito em um escandaloso esquema de lavagem de dinheiro que sequer buscou qualquer tipo de disfarce, mas nem Moro e tampouco a PF estão dispostas a investigar nada. Como a PF em sua operação Acrônico tem por objetivo único cassar o PT em Minas, também não está muito preocupada com a ação dos amigos de Aécio, no caso do "helicóptero do pó". Não podemos conceder nenhum "atestado político de idoneidade" as milionárias campanhas burguesas do PT, em particular no estado de Minas onde esteve coligado com a máfia do PMDB, mas nem por isso podemos nos perfilar com a ofensiva da direita reacionária calçada nas entranhas do próprio aparelho de Estado herdado da ditadura militar. Muito longe de uma campanha "moralizadora" da máquina estatal, Lava jato e Acrônimo servem a interesses das oligarquias vinculadas ao imperialismo e alojadas no Brasil no interior do PSDB. O que chama a atenção nesta ofensiva de "caça às bruxas" contra o PT é que institucionalmente a PF está sob o controle do Ministério da Justiça, ocupado pelo petista José Eduardo Cardozo, integrante de uma das alas de esquerda do partido. Com a covardia e inércia do governo Dilma, os organismos estatais de repressão vem aumentando a escalada de ataques ao conjunto da esquerda e movimentos sociais. É totalmente equivocado a conduta política de setores da esquerda revisionista proclamar a justa luta contra o ajuste e desmonte do Estado e ao mesmo tempo avalizar a ofensiva reacionária (com a maquiagem do combate à corrupção) institucional contra a esquerda burguesa, que acaba se voltando ao conjunto do movimento de massas.

quarta-feira, 24 de junho de 2015



BRASIL TEM 600 MIL PRESOS: BURGUESIA QUER MAIS POBRES E NEGROS ATRÁS DAS GRADES COM A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL! NOSSA RESPOSTA É LUTAR PELA DESTRUIÇÃO DO CAPITALISMO E A BARBÁRIE SOCIAL QUE CRIMINALIZAM OS TRABALHADORES E A JUVENTUDE!

O Brasil já conta com 615.933 presos! Destes, 39% estão em situação provisória aguardando julgamento segundo dados do Ministério da Justiça, ou seja, sequer foram declarados “culpados”! Não bastasse isso, há um déficit de 244 mil vagas no sistema penitenciário, o que significa que esse enorme contingente vive em condições sub-humanas. São na sua esmagadora maioria pobres e negros, oriundos das famílias proletárias. Há superlotação em todas as unidades da federação. A média no país é de 66% de presos que superam a capacidade dos presídios, 371.459 é o número de vagas no sistema nacional. Em Pernambuco essa taxa chega a 184%. O levantamento mostra que, em dez anos, durante a gestão do PT à frente do governo federal, dobrou o número de presos no sistema carcerário. Em 2005, a população carcerária era formada por 300 mil pessoas. O “boom” de presidiários tem feito com que a maioria dos estados abra mais vagas, ampliando ou construindo mais unidades, muitos em um sistema de PPP que privatiza os presídios e enche o bolso de empresas especializadas que usam inclusive a mão de obra dos detidos em obras públicas, recebendo para isso e não repassando para a família dos presos, como faz o governo Alckmin (PSDB) nas obras do Rodoanel. Não satisfeita a burguesia deseja impor a redução da maioridade penal para encarcerar os “menores infratores”, cada vez empurrados para cometer delitos em função das péssimas condições sociais e da busca pela “ostentação” que o capitalismo impõe a juventude via uma forte pressão pelo consumo de smartphones, tênis de marcas, carros de luxo... Esse quadro é reflexo da barbárie capitalista responsável por levar os trabalhadores e o povo pobre em geral à miséria. São encarcerados em condições subumanas quando cometem pequenos “delitos” ou se marginalizam em função da própria desagregação social a que são submetidos. Nos presídios só se aprofunda este quadro de abismo social, banditismo e degradação. Por seu turno, os verdadeiros ladrões do povo, os capitalistas e os barões do tráfico em suas mansões luxuosas continuam intocáveis porque integram a classe dominante. Em resumo, o povo pobre está preso em celas sub-humanas e superlotadas, muitas vezes sem sequer a sentença ter sido transitada nem julgada. É preciso denunciar o recrudescimento da repressão estatal como um ataque geral ao povo pobre, unificando a luta dos parentes das vítimas/presos com o conjunto da população trabalhadora, das organizações que combatem a repressão policial e a criminalização dos movimentos sociais. A luta contra a redução da maioridade penal deve passar por uma ofensiva geral dos trabalhadores contra o ataque a seus direitos sociais como o praticado pelo ajuste neoliberal do governo Dilma, que não por acaso, está junto com Alckmin defendendo que os menores fiquem mais tempo “recolhidos” nas fundações de menores que formam novos criminosas e nunca podem ser “ressocializá-los” no capitalismo que marginaliza pelo fosso social que impõe! 

segunda-feira, 22 de junho de 2015


POR QUE TSIPRAS SE CURVA DIANTE DE MERKEL? PERMANECER NA ZONA DO EURO REPRESENTA MAIORES SOFRIMENTOS PARA O PROLETARIADO GREGO!

A mídia corporativa internacional tem acompanhado com lupa o desenrolar acerca das últimas negociações da dívida pública grega com os organismos multilaterais europeus, ou seja, a famigerada Troika. O governo Tsipras tem até 30 de junho para quitar uma dívida de 1,6 bilhões de euros com o FMI, além disto necessita de cerca de 7,2 bilhões de euros de fundos bloqueados para saldar compromissos internos e de sua conta corrente internacional. O ministro de Estado da Grécia, Alekos Flambouraris, disse ao canal grego de televisão Mega, neste sábado (20/06), que o primeiro-ministro do país, Alexis Tsipras, está contemplando reduzir o limiar fiscal para os lucros corporativos e intensificar a proibição de "esquemas de aposentadoria antecipada". Com essa nova proposta, Tsipras pretende chegar a um acordo com os credores internacionais. Até agora o BC europeu tem rejeitado todos os esforços do novo governo, encabeçado pelo Syriza, para permanecer na chamada zona do Euro, exigindo uma pauta financeira impossível de ser cumprida em tão pouco tempo. A decisão agora parece estar exclusivamente nas mãos da "Kaiser" Merkel, após Tsipras ter chegado ao seu limite de humilhação e traído todos os compromissos de não impor mais arrocho fiscal ao povo grego. Tsipras em um recente pronunciamento ao parlamento grego, às vésperas de completar seis meses de governo, afirmou que a estratégia do Syriza para tirar o país da recessão econômica e catástrofe social é conseguir financiar em melhores condições a enorme dívida estatal, o que significa na prática poder continuar a emitir títulos do Tesouro grego para serem negociados no mercado financeiro europeu, vejamos em suas próprias palavras: "O Banco Central Europeu usa tática semelhante: a asfixia financeira que tentam impor à Grécia só confirma isso. Desde o dia 20 de fevereiro, está vigente uma proibição, emitida pelo BCE, que limita a emissão de bônus do Tesouro grego – proibição que não tem qualquer base legal, porque a validade do acordo de empréstimo foi prorrogada e o país está em processo de negociação. Pois mesmo assim o BCE insiste em suas táticas de simulação de afogamento". A questão de fundo deste debate, já abordado por nós em artigos anteriores, é que em condições "piores ou melhores" a política de continuar "rolando" a dívida grega (emissão de novos títulos) só irá adiar e avolumar o tamanho do "rombo" financeiro com a UE. A reivindicação de Tsipras para o BC europeu voltar a liberar (ou mesmo desbloquear) bônus para a Grécia representa uma "bola de neve" histórica para o orçamento estatal, independente de juros bem reduzidos. Enquanto se agacha para refinanciar uma dívida inteiramente fraudulenta, Tsipras segue prometendo a Troika maiores sacrifícios para o proletariado grego, como o controle das aposentadorias. A Grécia não deve pagar um único euro de uma dívida forjada que foi elevada nos últimos 30 anos em mais de 2000%! A cada nova rodada de negociações de sua dívida na última década, para a Grécia conseguir um milhão de euros tinha que emitir títulos no valor do dobro da face de cada bônus, desta forma o crédito internacional se transformou em uma arma letal contra sua própria economia. A permanência da Grécia na zona do neoliberalismo europeu, ao contrário do que afirma o Syriza, representa a submissão do país as potências imperialistas. Se a economia grega precisa escoar sua produção, diante de um possível boicote da UE frente a uma ruptura com o euro, deve então buscar uma aliança comercial com a Rússia e China e outros países não alinhados com Washington. Porém uma resolução desta envergadura exige a formação de um novo bloco de poder na Grécia, de caráter operário e revolucionário, o que o pequeno burguês Tsipras está bem distante...

sexta-feira, 19 de junho de 2015


LAVA JATO NÃO É UMA OPERAÇÃO ANTICAPITALISTA E NEM PRETENDE FAZER JUSTIÇA CONTRA GRANDES BURGUESES, SEU OBJETIVO É FAVORECER OLIGOPÓLIOS IMPERIALISTAS CRIMINALIZANDO O PT

A prisão dos presidentes das duas maiores empreiteiras do país (Odebrecht e Andrade Gutierrez), cumprindo um mandado do juiz Sergio Moro comandante da operação "Lava Jato" (LJ), pode ter despertado nos mais incautos uma sensação de que finalmente uma "justiça de classe" tenha ocorrido contra burgueses de grosso calibre pela primeira vez no Brasil. Afinal a nova fase da operação LJ foi batizada de "erga omnes" em uma falsa referência à igualdade entre os homens. As duas empreiteiras juntas totalizam negócios de mais de trinta bilhões de Reais junto a Petrobras, além da formação de Joint Ventures com a estatal. Não somos ingênuos ao ponto de acreditarmos que os dois maiores oligopólios da construção pesada no país, não construíram seus impérios às custas de um envolvimento econômico estreito com o Estado burguês ao longo dos últimos cinquenta anos. Esta relação onde o Estado capitalista é o principal indutor da chamada iniciativa privada é marcada por corrupção endêmica, favorecendo financeiramente os gestores públicos e potenciado os lucros dos empresários. Este "fenômeno" sistêmico do modo de produção capitalista não é produto da "desonestidade" de certos dirigentes corruptos, é generalizado a todas as empresas privadas que negociam produtos ou serviços com o regime burguês. Portanto a conduta corrupta dos acionistas e executivos que controlam as grandes empreiteiras no país é exatamente a mesma de uma pequena empresa que fornece lápis ou cadernos escolares para um prefeitura no interior do Brasil, a única diferença são as dimensões das cifras... que no caso específico da Lava Jato são gigantescas. Porém as grandes empreiteiras nacionais são as responsáveis pelo conjunto das obras da infraestrutura do país, além de participarem de empreendimentos em serviços e industriais em vários ramos da economia, em parceria com o governo federal. Por força de uma imposição legal os trustes internacionais não podem integrar licitações do setor público, a não ser em casos muito específicos, a existência desta "reserva de mercado" para as grandes empreiteiras brasileiras têm causado a fúria de apologistas do neoliberalismo, dentro e fora das fronteiras nacionais. Também no interior do campo do governo petista existem fortes pressões para a quebra da reserva de mercado, como a defesa feita pelo ministro Levy para que empresas ianques participassem como protagonistas nos projetos de privatização em curso. A desestruturação do cartel das gigantes da construção pesada nacional abriria um mercado no Brasil de mais de 20 trilhões de Reais para oligopólios imperialistas do mesmo ramo. Não precisa ser muito esperto para concluir que os interesses em jogo na "espetaculosa" operação LJ vão bem mais além do que o combate a corrupção estatal, posto que processos escandalosos como a privataria tucana ou mais recentemente a bilionária sonegação fiscal de grandes corporações sequer despertam interesse por parte dos paladinos da ética. Mas não se trata apenas de debilitar os "impérios " da infraestrutura do país, é necessário criminalizar os que defendem a manutenção do atual "modelo ", considerado "fechado e arcaico" pelos chefes da LJ, estamos falando é claro das lideranças do PT consideradas como os vilões da nação. É certo que os dirigentes petistas enveredaram por uma trilha de colaboração de classes com os grandes empreiteiros, que passaram a financiar o partido, porém esta "parceria" não é exclusividade do PT, mas porque será que somente a esquerda socialdemocrata está sendo criminalizada? Por acaso os tucanos não praticam há muito mais tempo o "esporte do pocker político" com a burguesia? A questão fulcral neste debate é a blindagem recebida pelo PSDB por parte do imperialismo, interessado na quebra das empreiteiras nacionais e de roldão na desmoralização política do PT que tem levado estas empresas a conquistar novos mercados no exterior. A nova fase da LJ, levando para a cadeia (mesmo que provisoriamente) figuras emblemáticas das classes dominantes, como Marcelo Odebrecht, coloca o PT em alerta vermelho, Lula era considerado o "padrinho" das empreiteiras nacionais, sob seu governo ampliaram suas intervenções na África, Ásia e América Latina atraindo o ódio da Casa Branca. Veremos quais serão os próximos alvos da LJ, tendo a convicção de que nenhuma iniciativa institucional surgida das entranhas desta república capitalista porá fim a corrupção estrutural que permeia o Estado burguês.

quinta-feira, 18 de junho de 2015


GALINHAS VERDES AÉCIO E C&A SÃO ENXOTADOS PELO POVO VENEZUELANO, ITAMARATY PRESTA SOLIDARIEDADE (MATERIAL E POLÍTICA) A COMITIVA TERCEIRIZADA PELA CASA BRANCA

Como toda horda fascista é por sua própria natureza vil e covarde, a comitiva política dos senadores Demo-Tucanos para tentar inferir na soberania da Venezuela não fugiu à regra. Mal desembarcaram nesta quinta-feira (18) no Aeroporto Internacional Simon Bolívar já foram alvo de protestos por parte dos trabalhadores aeroportuários. Quando a comitiva da reação esquálida resolveu seguir viagem, partindo de Maiquetía até o presídio onde se encontram presos os líderes da oposição fascista manietada pela Casa Branca, foi recepcionada por uma brigada popular antiimperialista em meio a um caótico engarrafamento provocado pelo tombamento de uma carreta de trigo. Os "libertadores" senadores, liderados pelo patético Aécio, logo se borraram de medo, mesmo sem ter havido uma única tentativa de agressão por parte de um pequeno mas combativo grupo de militantes chavistas. A comitiva Demo-Tucana que é tão paladina das manifestações agressivas da "mauriçada" urbana contra o governo da Frente Popular no Brasil, curiosamente não conseguiu conviver com um ato pacífico e político de protesto contra a intenção dos servis senadores em "mostrar serviço" aos seus amos imperialistas, e tudo isto em um país amigo e governado por dirigentes nacionalistas bastantes tolerantes com uma oposição terrorista financiada pela CIA. Os direitistas de Brasília apavorados com o ímpeto de esquerda demonstrado por populares que vivem nos "barrios" que circunda Caracas, resolveram dar meia volta e sequer finalizaram seu objetivo de "abraçar" os sabotadores do regime chavista, Leopoldo Lopez e Daniel Ceballos. Os "cagões", de volta poucas horas depois ao aeroporto Simon Bolívar, telefonaram freneticamente aos seus pares do Congresso, Renan e Cunha, exigindo a aprovação de moções de repúdio contra o governo Maduro e logo foram atendidos. Para esta escória manifestações políticas devem ser saudadas e aplaudidas como democráticas quando protagonizadas pela reação, porém quando encabeçadas pela esquerda e o movimento de massas devem ser condenadas e até mesmo reprimidas. O risível é que ousaram exigir de um regime nacionalista burguês a repressão contra brigadas antiimperialistas. Mas se Aécio e seu bando parlamentar cumpre sua função de capachos de Obama, como caracterizar o governo Dilma que cedeu um avião militar brasileiro para esta "aventura" política da direita empedernida. E não venha a esquerda "chapa branca" nos dizer que a missão desta comitiva era diplomática e portanto o Itamaraty teria que dar cobertura (material e política) a empreitada golpista na Venezuela. Como explicar que os parlamentares do PT, e até do PSOL como Chico Alencar, votaram na moção elaborada pelo famigerado Eduardo Cunha contra o governo Maduro, responsabilizando o regime venezuelano pelos incidentes no trânsito. Como Marxistas Leninistas sabemos muito bem que o regime chavista está bem longe de ser considerado como socialista, suas seguidas concessões a burguesia local (no campo político e econômico) tem reforçado as tendências golpistas e fortalecido a sabotagem as conquistas operárias e populares obtidas no último período histórico. O imperialismo ianque maneja as contradições do chavismo em favor de uma oposição conservadora cada dia mais forte. Porém não é possível aos comunistas conformar um "bloco de ação pela democracia" com agentes da contrarrevolução. Somente o proletariado venezuelano organizado em um partido revolucionário poderá estabelecer uma saída progressista a atual crise do regime chavista, mas sempre na perspectiva estratégica da derrota do imperialismo e seus planos de dominação do continente americano. Quanto aos "galinhas verdes" tupiniquins e seus apêndices juvenis merecem o maior rechaço do proletariado brasileiro, que deverá estar atento às tentativas recorrentes de provocação contra a esquerda e os governos nacionalistas.

quarta-feira, 17 de junho de 2015


ATENDENDO AO "MERCADO" DILMA VETA O FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO, MANTENDO O PIOR DA PROPOSTA (85/95) E INTRODUZINDO A PROGRESSÃO ATÉ O 100 OU MAIS!

Como já se esperava Dilma seguiu a orientação do "mercado" e dos rentistas vetando o texto da Medida Provisória (MP) 664 que instituía a chamada fórmula 85/95 para cálculo das aposentadorias. Na sequência do veto o governo da Frente Popular baixou uma nova Medida Provisória (MP) mantendo como ponto de partida a relação de idade 85/95, porém introduzindo uma progressão de redução do valor das aposentadorias (que pela proposta do Congresso seriam integrais no caso de se obter o 85/95) a cada ano a partir de 2017. Neste cálculo dos neoliberais do Planalto para conseguir uma aposentadoria integral os trabalhadores terão que obter a soma de 100 anos ou mais caso não queriam ver seus benefícios previdenciários reduzidos ano a ano. Os detalhes da covarde proposta do governo Dilma ainda não foram divulgados, mas já receberam fortes elogios dos "barões" do capital financeiro e seus representantes no Congresso Nacional, como os senadores Eunício Oliveira e Renan Calheiros. O reacionário presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também elogiou a decisão do governo Dilma, considerado pelos petistas como um dos principais "entraves" do Planalto no Congresso destacou como positiva a nova MP: “O governo apresentou suas razões e está apresentando uma medida provisória. Vamos ver a reação do conteúdo. Eles tiveram a gentileza de mostrar o que vão fazer, que é manter o 85/95 com uma progressividade depois. Vamos ver”. Na mesma direção de celebrar um "acordão" com o Planalto as lideranças da oposição Demo-Tucana não falam mais em derrubar o veto presidencial, sinalizando o apoio a nova MP da "progressividade". A realidade é que a equipe econômica "levyana" conseguiu piorar o que já era ruim, ou seja, a fórmula 85/95! O famigerado Fator Previdenciário foi criado na era FHC e mantido pelos governos petistas até então, com sua flexibilização recentemente aprovada pelo Congresso o Ministério da Previdência logo anunciou que seria causado um rombo de mais de três trilhões de Reais em seu caixa até o ano de 2060. Chantagens neomonetaristas a parte o que se abstrai das justificativas do Planalto para manter a "ferro e fogo" a redução progressiva das aposentadorias do setor privado é a grande falácia do "déficit da previdência", um conto neoliberal formulado para enganar os trabalhadores. Para se chegar a mentirosa "lógica do déficit" os governos têm incluído como benéficos da previdência o salário dos funcionários públicos federais, que constitucionalmente nunca contribuíram para o INSS e devem ser pagos com recursos do Tesouro Nacional e não pelos cofres da Previdência Social. Como as atuais aposentadorias do setor público representam um montante financeiro global bem maior do que as pagas aos trabalhares da chamada iniciativa privada o suposto déficit previdenciário é recorrente ano após ano. Acontece que os rentistas do mercado não querem nem ouvir falar que o Tesouro Nacional reduza o pagamento dos serviços e juros da dívida pública alegando dificuldades orçamentárias, por isso obrigam o Estado Nacional a contabilizar os gastos com a aposentadoria de seus servidores nas contas da Previdência Social. Como já afirmou a insuspeita economista Maria da Conceição Tavares, desde o surgimento da Nova República até os dias de hoje os banqueiros nunca deixaram de controlar de fato dois órgãos estatais estratégicos: Banco Central e o Tesouro Nacional, sempre dirigidos por seus estafetas diretos. Hoje porém Dilma aumentou esta proporção, além do BC e TN os rentistas também assumiram o controle do Ministério da Fazenda. Os trabalhadores e aposentados não podem confiar na máfia deste Congresso Nacional e tampouco em um governo totalmente servil ao capital financeiro, para conquistar salários e aposentadoria dignas somente pode contar com suas ações diretas, como uma poderosa greve geral para derrubar o famigerado Fator Previdenciário (Tucano ou Petista) e a subtração dos direitos trabalhistas em pleno curso nesta etapa de ofensiva neoliberal em toda linha. 

segunda-feira, 15 de junho de 2015


CST E MORENISTAS CONVOCAM ENCONTRO INTERNACIONAL EM APOIO A CONTRARREVOLUÇÃO DA OTAN NA SÍRIA. OS TROTSKISTAS ESTÃO AO LADO DO REGIME ASSAD CONTRA O IMPERIALISMO E SEUS GRUPOS TERRORISTAS!

A CST e sua corrente internacional, a UIT, acaba de publicar uma “Convocatória para Encontro em apoio à revolução na Síria”. A atividade será realizada em Istambul em julho, na Turquia e a iniciativa se inspira na posição socialdemocrata do Fórum Social Mundial (FSM) realizado na Tunísia recentemente que apoia os “rebeldes” financiados pela Casa Branca e a União Europeia contra o regime de Bashar Al-Assad sobre o pretexto de que seu governo é uma “ditadura sanguinária”. Como diz o texto o encontro pretende “reunir todas as forças e partidos de esquerda, organizações sociais, sindicatos e movimentos de solidariedade que apoiam a revolução Síria, e que estejam dispostos a defender o povo sírio em sua luta pela revolução e seu direito a derrubar o sangrento regime de Al-Assad”. Os morenistas da UIT e seus irmãos siameses da LIT continuam a sustentar que está em curso uma revolução na Síria, apesar de absolutamente todas as forças que se opõem ao governo Assad no campo dos “rebeldes” serem financiadas e armadas pelo imperialismo ianque e europeu ou mesmo por Israel e as petro-monarquias do Golfo, como a Arábia Saudita ou o Catar. A CST ao menos não pode ser acusada de incoerência política, sempre esteve ao lado das iniciativas do imperialismo desde a época que eram voltadas contra os Estados Operários e agora na sabotagem dos regimes nacionalistas. Quando “eclodiu” a tal “revolução made in CIA” na Líbia a CST foi pioneira em convocar a formação de um comitê de apoio em São Paulo, que logo contou com apoio de correntes como “O Trabalho”, PCO e afins ... Após a OTAN devastar o país com seus bombardeios e derrubar o regime Kadaffi partiram para fazer o mesmo na Síria, porém a resistência do governo Assad e o apoio internacional foram bem mais efetivos. A trágica experiência do Magreb deixou lições importantes e as tais “revoluções made in CIA” já não enganavam o movimento popular e operário. Na atual conjuntura da luta de classes na região dos conflitos contra as ações da OTAN a tarefa dos marxistas revolucionários é absolutamente oposto à proposta lançada pela família revisionista! Estamos ao lado do regime Assad, do Hezbollah e do povo sírio com o objetivo de derrotar o conjunto dos grupos terroristas que servem direta ou indiretamente aos interesses do imperialismo, como o Estado Islâmico (EI) e a Frente Al-Nusra. Cinicamente os revisionistas declaram na sua convocatória que a “Síria acabou sobrecarregada pelas forças fundamentalistas que tem combatido contra o povo tratando de impor seu poder igualmente atroz e sanguinário como o de Al-Assad. Estas forças permitem a continuidade o governo sírio” quando na verdade estas forças islâmicas reacionárias financiadas pela CIA, o Pentágono e o Comando Geral do Golfo (CGC) se movem em várias frentes para derrubar o regime Assad. Diante desta rica realidade da luta de classes, denunciamos esta atividade que será realizada na Turquia, membro da OTAN, país governado por Erdogan, inimigo de Assad. Reafirmamos que na Síria nos mantemos ao lado de Assad e contra o EI, repudiando qualquer bombardeio imperialista ao país. Diante dos bombardeios da coalização imperialista a Síria, reafirmamos a frente única em defesa do regime Assad assim como não assinamos um “cheque em branco” para Obama atacar o EI, sendo esta tarefa do povo sírio que até agora resistiu às investidas dos “rebeldes” financiados pelas potências capitalistas e aos próprios bombardeios aéreos da OTAN. Para derrotar a ofensiva política e militar das potências abutres e de seus aliados internos é preciso que o proletariado sírio em aliança com seus irmãos de classe do Oriente Médio se levante em luta contra a investida imperialista na região, travestida pela retórica de defesa dos “direitos humanos e democracia” ou mesmo da “revolução árabe”. Neste momento é fundamental estabelecer uma clara frente única anti-imperialista com as forças populares que apoiam o regime nacionalista burguês sírio, como com o Hezbollah para derrotar a ofensiva sobre o país. Chamamos todas as forças políticas que se reclamam revolucionárias e antiimperialistas a denunciar esse encontro convocado pelos canalhas revisionistas da UIT e seus congêneres abrigados no FSM, que se colocam no campo do imperialismo e dos “rebeldes” da OTAN!

domingo, 14 de junho de 2015


V CONGRESSO DO PT PARIU UM RATO: APOIO AO AJUSTE E MANUTENÇÃO DA ALIANÇA COM O PMDB FORAM AS "MUDANÇAS" APROVADAS...

O V Congresso do PT ratificou integralmente o conjunto da orientação estatal do governo Dilma, rechaçando completamente qualquer possibilidade de um "distanciamento crítico" da política levada a cabo pelo Planalto. Sob a centralidade da liderança absoluta de Lula, o partido comemorou o "bom momento" que atravessa, afastando definitivamente a possibilidade do impeachment (refluxo dos movimentos direitistas de rua) e ao mesmo tempo a retomada do programa de privatizações, atraindo novamente o interesse dos investidores internacionais ao país. O mais interessante desta "avaliação de conjuntura" dos dirigentes petistas é que está alicerçada no fato do governo Dilma ter conseguido aprovar no Congresso Nacional, quase integralmente, as medidas do ajuste fiscal conduzido pelo rentista Levy. Ou seja, se para o PT o grande mérito de Dilma foi vencer a "dura batalha pelo ajuste no parlamento" somente muito tolos poderiam esperar resoluções "críticas" ao governo. A prometida refundação do partido, publicitada demagogicamente por Lula no período de intensa impopularidade logo anterior ao V Congresso do PT, foi substituída pelo pragmatismo político da estabilidade do governo, agora que recebeu todas as garantias da burguesia nacional que manterá a integridade do mandato de Dilma. O restabelecimento da "paixão" entre governo petista e classes dominantes logicamente não foi uma casualidade em função do dia dos namorados... É resultado da agenda neoliberal conduzida diretamente por representantes do capital financeiro no interior do Estado. Diante da ausência da "gordura cambial", gerada anteriormente pela superávit da balança comercial, os rentistas não podem admitir a possibilidade de seus títulos financeiros serem menos remunerados pelo governo, a alternativa então diante do quadro de retração econômica é cortar direitos trabalhistas e conquistas sociais da classe trabalhadora. Neste ponto petistas, tucanos e pemedebistas estão de pleno acordo, a divergência começa quando se trata de escolher quem é mais capacitado para gerenciar o Estado em época de "ajuste". Porém a burguesia nacional e o imperialismo já deram sua sentença neste litígio: O PT fica com a "taça" ou melhor dizendo permanece no governo, apesar do cerco e desmoralização crescente. Neste sentido o V Congresso não altera nem um centímetro na rota petista de ser caudatário do desastre neoliberal provocado pelo governo Dilma, pouco importando se a popularidade do partido desaba no seio da classe trabalhadora, o que tem relevância mesmo para um partido burguês é manter a confiança política das classes dominantes. Afinal para um partido de origem operária que se converteu na esquerda da burguesia, ainda controlar a maioria do movimento sindical é um enorme trunfo político que determina toda a diferença com os tradicionais partidos estabelecidos no período posterior ao fim do regime militar. Não por acaso neste V Congresso veio dos petistas ligados a estrutura da CUT as críticas mais duras a política econômica do governo Dilma, mas nada que ameaçasse seriamente uma ruptura no PT como tentou noticiar a mídia corporativa. No final do V Congresso, apesar da defesa de resoluções distintas, o PT saiu unido com todas suas correntes internas rejeitando o rompimento com o governo Dilma.

quinta-feira, 11 de junho de 2015


LOGO APÓS APOIAR O PACOTAÇO DE PRIVATIZAÇÕES DO GOVERNO DILMA, PT VOLTA ATRÁS E AFIRMA QUE ACEITARÁ (COM MUITA GRATIDÃO!) FINANCIAMENTO DAS GRANDES CORPORAÇÕES CAPITALISTAS

Ainda sob o impacto imediato da prisão de seu tesoureiro nacional (João Vaccari), orquestrada pela famigerada "Operação Lava Jato", Rui Falcão (presidente do PT) convocou a imprensa para declarar que seu partido não mais aceitaria doações (legais) de empresas privadas para seus candidatos ou mesmo para o próprio partido. A decisão do DN do PT, partido que nas últimas eleições presidenciais foi aquinhoado com o maior volume financeiro oriundo das grandes corporações capitalistas, tinha por objetivo tentar estancar a crescente rejeição de seus simpatizantes diante das revelações das enormes somas de dinheiro recebida por seus dirigentes e candidatos principalmente pela via de empreiteiras, bancos e do agronegócio. Neste ínterim a Câmara dos Deputados no curso das votações da farsesca "Reforma Política" rejeitou a proposta de financiamento público (estatal) das campanhas eleitorais, impulsionada pelo PT, PCdoB e PSOL, provocando imediatamente um recuo no "ímpeto" dos petistas em serem bancados somente pelo Fundo Partidário e por contribuições de simpatizantes do partido. Registre-se o fato que o PT receberá somente neste ano de 2015 do Fundo Partidário a "pequena bagatela" de cerca de 120 milhões de Reais, o que parece não saciar os apetites vorazes de sua direção burguesa diante das cifras dez vezes maiores obtidas junto aos grandes grupos econômicos. Pois muito bem, às vésperas de seu congresso nacional, que se inicia hoje (11/06) na cidade de Salvador, o mesmo Rui Falcão voltou atrás no que tinha anunciado em 17 de abril. Agora o PT declara que a "normalidade" foi restabelecida e que doações de empresas "serão novamente muito bem recebidas". Não por mera casualidade no início desta semana o PT avalizou integralmente o pacotaço neoliberal das privatizações no estratégico setor de infraestrutura nacional. Foi a sinergia perfeita entre a doação do patrimônio estatal para a inciativa privada (financiada com dinheiro de um banco "público", BNDES) e a generosa doação das empresas privadas para o caixa do PT. Alterando o curso de tímidas críticas ao ajuste fiscal comandado pelo rentista Levy, a esquerda petista e similares políticos fora do partido também manifestaram apoio ao "PIL", como a "salvação da lavoura", leia-se os supostos "investimentos internacionais do mercado financeiro estão de volta!" No mesmo compasso estes setores "de esquerda" seguirão a liderança de Lula e Falcão que não admitem abrir mão da "colaboração" financeira das grandes corporações capitalistas, afinal a grana acaba sobrando para todo mundo. Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários mas íntegros em sua moral revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum financiamento eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado burguês ou pela via das corporações capitalistas. A decomposição política e programática do PT em mais um partido da esquerda burguesa, confirma a lógica de ferro abstraída por Trotsky quando se referia ao fenômeno da Social Democracia europeia, como dizia um velho ditado russo: "Quem paga o violinista cigano tem o direito de ouvir a polca".

quarta-feira, 10 de junho de 2015


DILMA ENTREGA A INFRA-ESTRUTURA NACIONAL AOS GRANDES CONSÓRCIOS CAPITALISTAS: NENHUM “PIL” DO PT E DE SEUS ACÓLITOS DA ESQUERDA “CHAPA BRANCA CONTRA O PACOTE NEOLIBERAL DE PRIVATIZAÇÕES DO PLANALTO... APLAUSOS DE ALCKMIN, DO TUCANATO E DA DIREITA

A presidenta Dilma anunciou nesta terça-feira, 09.06, o PIL - Pacote de Investimento em Logística. Trata-se um plano de privatização de aeroportos, rodovias, ferrovias e portos que serão agora administrados por empresas nacionais e estrangeiras. Para mascarar a entrega de toda a infraestrutura nacional terrestre, aérea e marítima aos conglomerados capitalistas que explorarão estas áreas cobrando tarifas, pedágios e fretes caríssimos, a “gerentona” petista chamou o PIL de “plano de concessões”, tudo obviamente financiado pelo BNDES como nos tempos de FHC! Trata-se de um claro sinal de Dilma à burguesia nacional e ao imperialismo, de que seu mandato está diretamente alinhado a cartilha neoliberal, iniciada com o ajuste fiscal que restringiu benefícios do INSS. Não por acaso, a presidenta deu nos últimos dias e às vésperas do V Congresso Nacional do PT declarações públicas de apoio ao office-boy dos rentistas no Ministério da Fazenda, Joaquim Levy. Levy, o homem da tesoura, especialista em cortar pensões de viúvas e seguro-desemprego de trabalhadores demitidos, desta vez já avisou para os empresários: “Não vai faltar dinheiro!”. Com não poderia deixar de ser na mamata privatista os “concessionários” poderão bancar até 70% do custo das obras com recursos do BNDES e com parte dos juros subsidiados! Um negócio de “pai para filho” como nos melhores (piores!) tempos do tucanato! Diante de tamanha negociata, não se ouviu um “PIL” do PT e PCdoB contra o pacote de privatizações do governo Dilma! Ao contrário, ambos saíram a elogiar as medidas em nome de um suposto “investimento de R$ 198,4 bilhões nos próximos anos” antevendo as comissões que receberão das empresas privadas para entregar o patrimônio nacional. Segundo o site do PT “Petistas consideram plano de concessões ‘audacioso, articulado e consistente’” (09.06). Já o PCdoB afirmou entusiasmado que o PIL representa a “retomada do crescimento”. Como se observa, o governo da frente popular segue firme na subordinação da economia nacional aos interesses da classe dominante, tanto que Dilma avisou “Estamos aqui para lembrar que nosso governo não é de quatro meses, é de quatro anos. Estamos na linha de saída, e não na linha de chegada”. Desta forma, ela deixou claro para alguns dementes na “esquerda” que diziam existir a possibilidade de um “golpe da direita” que se depender da burguesia e do imperialismo completará seu mandato aplicando em toda linha a agenda neoliberal e dando curso a transição para um governo de corte ultra-conservador a ser comandado possivelmente pelo “Opus Dei” Alckmin, que não por acaso estava juntinho de Dilma no anúncio do PIL.

segunda-feira, 8 de junho de 2015


OS 10 ANOS DO “MENSALÃO”, A ATUAL OPERAÇÃO LAVA JATO E A PERSEGUIÇÃO A DIRCEU E DIRIGENTES HISTÓRICOS DO PT: COVARDIA POLÍTICA DE LULA ABRIU CAMINHO PARA A OFENSIVA REACIONÁRIA CONTRA TODA A ESQUERDA E O MOVIMENTO OPERÁRIO

No dia 06 de junho, sábado passado, completou-se 10 anos da denúncia de Roberto Jefferson (PTB) sobre o suposto esquema de compra de apoio parlamentar ao governo Lula, escândalo conhecido popularmente como “Mensalão”. Durante esta década, consolidou-se o recrudescimento da ofensiva política e ideológica reacionária contra o movimento de massas e a esquerda em geral, como vimos nas manifestações da direita e de grupos fascistas em março e abril usando como pretexto o “combate a corrupção” no governo Dilma. O alvo imediato foi o PT, mais particularmente o antigo núcleo histórico da direção do partido (Dirceu, Genoíno e Delúbio), preso após o julgamento-farsa da ação penal 470 no STF sobre o comando de Joaquim Barbosa, em uma trama urdida pela mídia, particularmente a Globo e a Veja, que imputou quase que exclusivamente ao partido o “mar de lama” das negociatas estatais como se as “comissões” (propinas) não estivesse presentes desde o nascimento da República. Não resta dúvidas que os dirigentes petistas negociaram o recebimento de percentuais para liberar a execução de obras e contratos em empresas públicas, mas este modus operandi é o centro do funcionamento do Estado burguês, os tucanos e FHC que o digam! Dirceu, Genoíno e Delúbio não foram presos por tal “delito” e sim como uma forma de desmoralizar e perseguir o conjunto da esquerda. Essa sanha reacionária se mantém até hoje com a Operação Lava Jato comandada pelo Juiz Sérgio Moro, cujo alvo é cercar o próprio Lula e deixar o governo Dilma nas cordas até 2018. Entretanto, como estamos vendo com a contrarreforma política orquestrada por Eduardo Cunha e Renan Calheiros no Congresso Nacional, o objetivo é bem mais amplo e estratégico: um ataque em toda linha as liberdades democráticas e ao direito de organização política dos trabalhadores. Como a LBI alertou desde 2012 , no começo do julgamento do “Mensalão” (enquanto PSOL e PSTU comemoravam a detenção dos petistas), a covardia e até cumplicidade de Lula, Rui Falcão, Dilma e da direção nacional do PT diante da prisão de seus quadros históricos abriram caminho para o atual quadro político, onde a reação burguesa deseja impor uma transição da atual gerência petista para um governo ultra-conservador (Alckmin) tendo por base a repressão as lutas sociais (como vimos nas greves do professores em SP e PR) e o esmagamento político do conjunto da esquerda, tarefa que é facilitada pela aplicação do ajuste neoliberal pelas mãos de Levy e Dilma. Não por acaso, segundo reportagem do Estadão (07.06), Dirceu teria dito a amigos “De que serve toda covardia que o Lula e a Dilma fizeram na ação penal 470 e estão repetindo na Lava Jato? Agora estamos todos no mesmo saco, eu, o Lula, a Dilma”, afirmação até agora não desmentida em seu Blog que acaba de publicar um manifesto de sindicalistas do PT e da CUT contra o ajuste fiscal endereçado ao V Congresso do partido que começa neste dia 11 de junho. Ora se a operação “Lava Jato” decidir indiciar todos os políticos do regime burguês por terem recebido recursos financeiros de grandes empreiteiras, terão que incluir todos os congressistas, todos os governadores desde 1982 e também todos os presidentes da república a partir de 1989! Está absolutamente claro que se trata de um “aviso” a todos os petistas que decidam fazer “oposição” a Dilma. Dirceu e outros “rebeldes” recentes como os senadores Paulo Paim e Lindbergh Farias não são “puros”, do ângulo de uma política da classe operária, foram cooptados já a algum tempo pelo “establishment capitalista” mas estão antevendo o fiasco eleitoral do PT em 2016 e 2018 e seu esgotamento político mais geral, os dois últimos inclusive junto com Tarso Genro já estão flertando com o PSOL. Segundo o Estadão, Dirceu comentou para amigos a crise eleitoral petista nos próximos anos e avalia que o processo de reorganização do PT “é coisa para 4, 6 ou 8 anos”. De fato, com a contrarreforma política em curso, tudo leva a crer que, no mínimo, os próximos dois mandatos presidenciais estejam nas mãos de um eixo político à direita do PT. Diante do esgotamento do ciclo histórico petista a burguesia nacional pretende estabilizar ao máximo esta transição através da “Reforma Política” com uma harmonização quase “perfeita” entre a gerência estatal comprometida com os desejos da Casa Branca e um outro Congresso Nacional. Tudo leva a crer que o “Opus Dei” Alckmin é o nome reacionário mais adequado para esta tarefa, mais além de pertencer as hostes tucanas. Neste sentido se aprovada em sua plenitude, é bom frisar que as votações da “Reforma” estão apenas em sua fase inicial, a candidatura de Lula ao Planalto estaria completamente descartada já no nascedouro petista em função do novo quadro eleitoral estabelecido para 2018.

quarta-feira, 3 de junho de 2015


CHANTAGEADO PELO FBI, BLATTER RENUNCIA: PRESIDÊNCIA DA FIFA SERÁ ENTREGUE A UM ALIADO DOS EUA PARA INVIABILIZAR A COPA DO MUNDO NA RÚSSIA

Blatter renunciou à presidência da FIFA poucos dias depois de ser reeleito com folga mesmo após o escândalo em torno da corrupção na entidade que gerencia o futebol no mundo. Tudo indica que ele foi chantageado pelo FBI e forçado a tomar esta decisão surpreendente depois da divulgação que o Secretário-Geral da FIFA e braço-direito de Blatter, Jerome Valcke, havia recebido US$ 10 milhões para avalizar a escolha da África do Sul como sede da Copa do Mundo em 2010, como se tais negociatas fossem alguma novidade e não existissem desde sempre no interior da FIFA. Uma nova eleição será realizada entre dezembro de 2015 e março de 2016. Até lá, Blatter seguirá no comando, o que indica que está em curso uma transição acordada entre o atual comando da FIFA, a UEFA tendo à frente Michel Platini e a CONCACAF, tendo como base o pacto que ele não seja preso e as investigações limitadas a seus assessores. Se confirmou plenamente nosso prognóstico “Pelo que parece de fato, a ação de ‘xerife’ da polícia federal norte-americana está a serviço de negociar uma transição interna na entidade para as mãos de um aliança entre os cartolas da UEFA e da CONCACAF, a Confederação de Futebol das Américas Central e do Norte, com o objetivo de colocar a entidade sob o controle dos cartolas europeus e seus sócios árabes, como fazem por exemplo na parceria de lavagem de dinheiro do clube Barcelona com a Fundação Qatar, em um esquema chancelado pelo governo Obama e os patrocinadores ianques. Como se observa não existem inocentes neste covil de bandidos, trata-se de uma feroz disputa interburguesa em que o FBI ‘entrou em campo’ a serviço de um dos lados”. Nesse jogo, ficou claro o objetivo central da operação jurídico-policial desencadeada pelo Departamento de Justiça dos EUA e o FBI: inviabilizar a realização da próxima Copa do Mundo na Rússia como defendem vários dirigente da UEFA, da CONCACAF e políticos ianques alegando o apoio de Putin aos rebeldes na Ucrânia. Usando como pretexto o “mar de lama” na entidade, na nova direção da FIFA pode cancelar o mundial na Rússia em 2018 e transferir o do Qatar para os EUA. Tanto que Arkady Dvorkovich, vice-primeiro-ministro da Rússia, em entrevista ao diário inglês The Guardian, afirmou “Qualquer interferência política em assunto do futebol é ilegal. Nossos preparativos estão indo muito bem. Melhor do que em alguns outros países que sediaram a Copa do Mundo. Aprendemos com eles. Por que negar a todos uma Copa do Mundo em um país que está pronto para sediá-la?”. A oposição em relação à Rússia sediar a Copa vem principalmente da Inglaterra, derrotada na eleição da Fifa, que tem o apoio do governo da Ucrânia e dos EUA. Ambos alegam cinicamente que ações do Kremlin em apoio as “repúblicas populares” do Leste deveriam impedir a Rússia de sediar o torneio. Enquanto muitos festejavam a prisão de Marin e outros cartolas corruptos pelo FBI, denunciamos quem tal ação “extraterritorial” da polícia federal norte-americana não passava de uma tentativa de “virar a mesa” nas eleições da FIFA colocando-a sob o controle direto de uma marionete do imperialismo ianque e europeu, que nada tem de progressivo para o bom futebol, já que ele continuará nas mãos das máfias mercenárias.

terça-feira, 2 de junho de 2015


REFORMA POLÍTICA: SOMENTE O PRIMEIRO SINAL DA INFLEXÃO REACIONÁRIA DO REGIME POLÍTICO VIGENTE

A Reforma Política apenas engatinha em sua primeira fase na Câmara dos Deputados mas já marcou uma senda de recrudescimento do regime político democratizante vigente desde a transição da Ditadura Militar para o governo da Nova República em 1985. Como já tínhamos caracterizado anteriormente trata-se de uma inflexão constitucional reacionária, a mais casuística desde o "Pacote de Abril" decretado pelo governo militar em 1977. Embora a sanha direitista de Eduardo Cunha tenha sido parcialmente obstruída, como a não aprovação do chamado "Distritão" e a manutenção das coligações proporcionais tudo aponta que estes tópicos deverão retornar para a votação no plenário da Câmara no segundo turno da (contra)Reforma. A manobra de Cunha para garantir a continuidade do financiamento eleitoral das corporações econômicas para os partidos burgueses (parcialmente modificado na primeira votação), revela que a ofensiva do "imperador" do Congresso não está disposto a ceder terreno mesmo diante da pressão dos partidos mais consolidados no seio das classes dominantes, como o PSDB. A cúpula do PMDB já avisou que o Senado retomará os pontos defendidos por Cunha e não aprovados em seu formato original e o próprio Renan comunicou nesta segunda feira (01/06) que o país "clama pelas mudanças" sintetizadas no "Distritão". A aprovação de uma cláusula de barreira, condicionando o acesso ao tempo "gratuito" de TV e Fundo Partidário a eleição de no mínimo um congressista (Câmara ou Senado) não foi bem recebida pelos barões da mídia que exigem uma regra de desempenho ainda mais dura, portanto deverá ser modificada para um teto bem maior no segundo turno das votações. Nesta etapa inicial ainda falta definir a questão da duração dos mandatos no Senado e para os cargos executivos, já que a possibilidade da reeleição foi suprimida pelos deputados. Também não foi travado o debate sobre o voto facultativo, que segundo os "especialistas" do marketing eleitoral deve encarecer muito o "preço" do voto. Aprovada a primeira "carga" o bombardeio conservador da malfadada "Reforma" deve prosseguir com o claro objetivo de preparar novas bases políticas do regime democratizante para os próximos quinze anos, onde se vislumbra uma sequência de governos da "nova direita", alinhados com a ofensiva ultraneoliberal de Washington. Desgraçadamente a esquerda reformista só consegue enxergar uma parte nefasta da reforma, a que trata da eliminação do Fundo Partidário e do tempo de TV para os partidos "ideológicos" com registro no TSE, equivocadamente identificando esta manobra reacionária como sendo a imposição da clandestinidade para estas organizações. Por sinal, não para a nossa surpresa, PSOL e PC do B votaram a favor desta cláusula de barreira considerada como sendo apenas "light". Para nós da LBI, que há vinte anos resistimos sem registro eleitoral ou fundo estatal, a questão da clandestinidade política é bem mais profunda do que o direito à alguns segundos na TV ou verbas do governo, trata-se de uma etapa histórica de contrarrevolução aberta, a qual não estão colocados todos os elementos na atual conjuntura nacional. A clandestinidade para a esquerda revolucionária não está ligada ao fato de termos ou não um registro formal junto ao TSE, o que não implica de lutarmos por todas as liberdades democráticas que o Estado capitalista possa oferecer nesta etapa da luta de classes. Porém se a esquerda revisionista não consegue compreender a dinâmica e dimensão reacionária mais global desta " Reforma", se limitará a ficar choramingando a perda da verba do "generoso" fundo estatal, relacionando este "corte" em seu orçamento partidário como a chegada da clandestinidade política. Os Marxistas Revolucionários reafirmam neste debate a impossibilidade programática de serem financiados eleitoralmente (de forma institucional!) pelo Estado Burguês, considerando um gravíssimo desvio ideológico na conduta do PSTU, PCB e PCO. O movimento operário e sua vanguarda classista deve combater pelo mais amplo direito de organização política, o que logicamente inclui o acesso publicitário a todos os meios de comunicação, sem que este fato possa produzir um vínculo de dependência econômica entre uma organização revolucionária e o regime burguês. É bom lembrar aos "desmemoriados" como o PSTU que não foi o golpe de 64 que cassou o registro eleitoral formal do PCB e sim o regime democrático instalado logo após o início da Segunda Guerra Mundial (maio de 1947), entretanto foi a quartelada militar comandada pelos facínoras Castelo Branco e Médici que colocou o velho "Partidão" na efetiva clandestinidade política.