CST E MORENISTAS CONVOCAM ENCONTRO INTERNACIONAL EM APOIO A
CONTRARREVOLUÇÃO DA OTAN NA SÍRIA. OS TROTSKISTAS ESTÃO AO LADO DO REGIME ASSAD
CONTRA O IMPERIALISMO E SEUS GRUPOS TERRORISTAS!
A CST e sua corrente internacional, a UIT, acaba de publicar
uma “Convocatória para Encontro em apoio à revolução na Síria”. A atividade
será realizada em Istambul em julho, na Turquia e a iniciativa se inspira na
posição socialdemocrata do Fórum Social Mundial (FSM) realizado na Tunísia
recentemente que apoia os “rebeldes” financiados pela Casa Branca e a União
Europeia contra o regime de Bashar Al-Assad sobre o pretexto de que seu governo
é uma “ditadura sanguinária”. Como diz o texto o encontro pretende “reunir
todas as forças e partidos de esquerda, organizações sociais, sindicatos e
movimentos de solidariedade que apoiam a revolução Síria, e que estejam
dispostos a defender o povo sírio em sua luta pela revolução e seu direito a
derrubar o sangrento regime de Al-Assad”. Os morenistas da UIT e seus irmãos
siameses da LIT continuam a sustentar que está em curso uma revolução na Síria,
apesar de absolutamente todas as forças que se opõem ao governo Assad no campo
dos “rebeldes” serem financiadas e armadas pelo imperialismo ianque e europeu
ou mesmo por Israel e as petro-monarquias do Golfo, como a Arábia Saudita ou o
Catar. A CST ao menos não pode ser acusada de incoerência política, sempre
esteve ao lado das iniciativas do imperialismo desde a época que eram voltadas
contra os Estados Operários e agora na sabotagem dos regimes nacionalistas.
Quando “eclodiu” a tal “revolução made in CIA” na Líbia a CST foi pioneira em
convocar a formação de um comitê de apoio em São Paulo, que logo contou com
apoio de correntes como “O Trabalho”, PCO e afins ... Após a OTAN devastar o
país com seus bombardeios e derrubar o regime Kadaffi partiram para fazer o
mesmo na Síria, porém a resistência do governo Assad e o apoio internacional
foram bem mais efetivos. A trágica experiência do Magreb deixou lições
importantes e as tais “revoluções made in CIA” já não enganavam o movimento
popular e operário. Na atual conjuntura da luta de classes na região dos
conflitos contra as ações da OTAN a tarefa dos marxistas revolucionários é
absolutamente oposto à proposta lançada pela família revisionista! Estamos ao
lado do regime Assad, do Hezbollah e do povo sírio com o objetivo de derrotar o
conjunto dos grupos terroristas que servem direta ou indiretamente aos
interesses do imperialismo, como o Estado Islâmico (EI) e a Frente Al-Nusra. Cinicamente os revisionistas declaram na sua convocatória que a
“Síria acabou sobrecarregada pelas forças fundamentalistas que tem
combatido contra o povo tratando de impor seu poder igualmente atroz e
sanguinário como o de Al-Assad. Estas forças permitem a continuidade o governo
sírio” quando na verdade estas forças islâmicas reacionárias financiadas pela CIA,
o Pentágono e o Comando Geral do Golfo (CGC) se movem em várias frentes para
derrubar o regime Assad. Diante desta rica realidade da luta de classes,
denunciamos esta atividade que será realizada na Turquia, membro da OTAN, país
governado por Erdogan, inimigo de Assad. Reafirmamos que na Síria nos mantemos
ao lado de Assad e contra o EI, repudiando qualquer bombardeio imperialista ao
país. Diante dos bombardeios da coalização imperialista a Síria, reafirmamos a
frente única em defesa do regime Assad assim como não assinamos um “cheque em
branco” para Obama atacar o EI, sendo esta tarefa do povo sírio que até agora
resistiu às investidas dos “rebeldes” financiados pelas potências capitalistas
e aos próprios bombardeios aéreos da OTAN. Para derrotar a ofensiva política e
militar das potências abutres e de seus aliados internos é preciso que o
proletariado sírio em aliança com seus irmãos de classe do Oriente Médio se
levante em luta contra a investida imperialista na região, travestida pela
retórica de defesa dos “direitos humanos e democracia” ou mesmo da “revolução
árabe”. Neste momento é fundamental estabelecer uma clara frente única
anti-imperialista com as forças populares que apoiam o regime nacionalista
burguês sírio, como com o Hezbollah para derrotar a ofensiva sobre o
país. Chamamos todas as forças políticas que se reclamam revolucionárias e antiimperialistas a denunciar
esse encontro convocado pelos canalhas revisionistas da UIT e seus congêneres
abrigados no FSM, que se colocam no campo do imperialismo e dos “rebeldes” da
OTAN!
O pretexto usado pelos EUA para bombardear a Síria foi o
suposto combate as posições do Estado Islâmico (EI). Os ataques foram
apresentadas como parte do plano da Casa Branca para barrar o avanço do EI na
Síria e no Iraque, mas também estão voltadas para combater o governo Assad. O
EI foi anteriormente armado pela CIA para desestabilizar o governo sírio
seguindo o mesmo script macabro imposto na Líbia de Kadaffi. Entretanto, os
“fanáticos” jihadistas islâmicos foram derrotados em sua “missão” pelo exército
nacional da Síria, que conta com amplo apoio popular. Frente ao revés imposto
na Síria, o EI acabou recuando para o Iraque e voltando suas forças contra o
debilitado e impopular governo títere do imperialismo no Iraque. Trata-se de em
um típico exemplo de quando o “feitiço se volta contra o mestre” devido às
contradições vivas da luta de classes, que acabaram por colocar o EI em choque
aberto com a marionete imposta em Bagdá pelos EUA. Esta realidade criou um
impasse na Casa Branca. Obama perdeu o controle sobre o EI e ainda viu o
fortalecimento do governo Assad no último ano. Diante desta nova realidade, o
Pentágono voltou a bombardear o EI no Iraque no final de 2014 e agora em maio
na Síria. Obama também reafirmou que iria armar outros grupos “rebeldes
moderados” para fustigar o governo Assad e paralelamente deter o avanço dos
jihadistas. Em resposta, Assad também bombardeou dias depois a região e a mídia
internacional acusou o regime sírio de “assassinar crianças em ataque a Aleppo”.
Quando se iniciaram novos bombardeios da coalização
internacional comandada pelo imperialismo ianque, a LIT
declarou que “O EI, que há muito tempo atua na Síria como a ‘quinta coluna’ da
ditadura, pois se dedica a combater os rebeldes e não Al-Assad, agora também se
transformou na ‘quinta coluna” do imperialismo. Não há dúvida de que estamos
diante de uma criatura contrarrevolucionária em todos os sentidos. A LIT-QI,
como manifestamos anteriormente, se opõe aos atuais ataques aéreos no Iraque e,
ao mesmo tempo, rechaça qualquer plano de intervenção militar (seja qual for
sua forma) na Síria”. No mesmo tom esquizofrênico, a UIT afirmou que “Agora,
Obama anuncia que pretende avançar com possíveis bombardeios sobre a Síria,
inclusive com o aval do ditador Bashar Al Assad, com o mesmo argumento de ‘luta
contra o terrorismo’. Chamamos os povos do mundo a repudiar esta nova
intervenção imperialista. Com a intervenção e o argumento da ‘luta contra o
terrorismo’ o imperialismo pretende acabar com os dois problemas centrais que
tem na zona: a queda do regime de ocupação no Iraque com um enorme rechaço
popular e a existência de uma revolução em curso na Síria. Para o imperialismo
o problema não são as atrocidades do ISIS contra as minorias. Enquanto o ISIS
foi – e segue sendo – um instrumento a serviço do regime de Bashar Al Assad,
para enfrentar pela retaguarda a revolução, Obama não só não disse nada sobre
seus métodos como o alimentou através da Arábia Saudita e Turquia. Os
verdadeiros motivos dos bombardeios imperialistas nada têm a ver com a luta
contra o terrorismo ou a defesa dos povos iraquiano ou sírio e suas minorias. A
intervenção dos Estados Unidos acontece para tentar evitar o declínio do regime
de ocupação no Iraque e para reabilitar o regime assassino sírio”. Em resumo,
para estes canalhas o imperialismo teria como objetivo ao bombardear a Síria
atacar os “rebeldes” aos quais Obama acaba de anunciar uma verba bilionária
para armá-los e treiná-los! Piadas a parte, a realidade demonstra justamente o
contrário: os ataques ao EI e o armamento aos “rebeldes” do ELS visam
justamente incrementar a ofensiva de um setor “rebelde” que a Casa Branca
confia plenamente na luta contra Assad. Obviamente o EI (que foi armado no
passado pela CIA com este objetivo) não está mais seguindo as ordens do
Pentágono e atua segundo suas próprias necessidades políticas, econômicas e militares.
Agora, segundo a LIT “Os rebeldes sírios têm que se
enfrentar com muitos inimigos de uma única vez. Por um lado, o regime criminoso
de Bashar al-Assad, apoiado pelo Irã e Rússia. Por outro, o Estado Islâmico,
com sua ideologia retrógada, seus métodos fascistas e seus interesses
vinculados à Arábia Saudita, Qatar e Turquia. Ambos representam dois lados de
uma mesma moeda. Ditadura e exploração. Os Estados Unidos planejam uma
intervenção militar de suas tropas de elite com a desculpa de lutar contra o
terrorismo. Pura hipocrisia. Seu real objetivo não é derrotar o Estado
Islâmico, mas impor um acordo entre os rebeldes e Assad para estabilizar o
regime ditatorial com algumas peças diferentes. No final das contas, necessitam
manter o controle do petróleo e oferecer segurança a seu grande aliado na
região, o Estado de Israel. EUA e Israel se encontram entre os maiores
terroristas que a humanidade já conheceu”. Os marxistas revolucionários
conhecem muito bem a essência oligárquica burguesa do governo Assad, mas de
forma alguma podem “colaborar” com a oposição “rebelde” mercenária montada
pelos EUA e apoiada pelos revisionistas do trotskismo como fazem a UIT, a LIT e
os morenistas em geral que agora convocam o tal encontro. O complexo tabuleiro
político da região, que envolve a luta de libertação do povo palestino e a
forte presença do Hezbollah no Líbano, exige uma vigorosa postura
anti-imperialista e pela destruição do enclave de Israel, ao mesmo tempo em que
a impotência das burguesias árabes aponta para o jovem proletariado a
realização das tarefas históricas pendentes. De toda a forma, a defesa militar
das nações semicoloniais agredidas pelos abutres imperialistas continua neste
momento sendo o centro político da intervenção da classe operária árabe,
independente dos regimes burgueses autocráticos. Defendemos incondicionalmente
o direito da Síria a utilizar todos seus recursos militares (convencionais ou
não) em resposta a agressão imperialista à soberania de seu território,
inclusive as armas químicas contra o enclave sionista de Israel! Os leninistas nunca nutrimos a menor simpatia
política pelo regime da oligarquia Assad, porém declaramos abertamente e sem
dissimulações que temos um “lado" na guerra civil da Síria, o nosso campo
é frontalmente oposto aquele que o imperialismo e seus “amigos” apostam suas
“fichas”. Impedir que a OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando
pelo Líbano, para atacar o Irã, é neste momento a tarefa central da classe
operária internacional em seu combate revolucionário e anti-imperialista. Já a UIT
e a LIT estão no campo dos mercenários do ELS e da contrarrevolução patrocinada
pela OTAN!