segunda-feira, 15 de junho de 2015


CST E MORENISTAS CONVOCAM ENCONTRO INTERNACIONAL EM APOIO A CONTRARREVOLUÇÃO DA OTAN NA SÍRIA. OS TROTSKISTAS ESTÃO AO LADO DO REGIME ASSAD CONTRA O IMPERIALISMO E SEUS GRUPOS TERRORISTAS!

A CST e sua corrente internacional, a UIT, acaba de publicar uma “Convocatória para Encontro em apoio à revolução na Síria”. A atividade será realizada em Istambul em julho, na Turquia e a iniciativa se inspira na posição socialdemocrata do Fórum Social Mundial (FSM) realizado na Tunísia recentemente que apoia os “rebeldes” financiados pela Casa Branca e a União Europeia contra o regime de Bashar Al-Assad sobre o pretexto de que seu governo é uma “ditadura sanguinária”. Como diz o texto o encontro pretende “reunir todas as forças e partidos de esquerda, organizações sociais, sindicatos e movimentos de solidariedade que apoiam a revolução Síria, e que estejam dispostos a defender o povo sírio em sua luta pela revolução e seu direito a derrubar o sangrento regime de Al-Assad”. Os morenistas da UIT e seus irmãos siameses da LIT continuam a sustentar que está em curso uma revolução na Síria, apesar de absolutamente todas as forças que se opõem ao governo Assad no campo dos “rebeldes” serem financiadas e armadas pelo imperialismo ianque e europeu ou mesmo por Israel e as petro-monarquias do Golfo, como a Arábia Saudita ou o Catar. A CST ao menos não pode ser acusada de incoerência política, sempre esteve ao lado das iniciativas do imperialismo desde a época que eram voltadas contra os Estados Operários e agora na sabotagem dos regimes nacionalistas. Quando “eclodiu” a tal “revolução made in CIA” na Líbia a CST foi pioneira em convocar a formação de um comitê de apoio em São Paulo, que logo contou com apoio de correntes como “O Trabalho”, PCO e afins ... Após a OTAN devastar o país com seus bombardeios e derrubar o regime Kadaffi partiram para fazer o mesmo na Síria, porém a resistência do governo Assad e o apoio internacional foram bem mais efetivos. A trágica experiência do Magreb deixou lições importantes e as tais “revoluções made in CIA” já não enganavam o movimento popular e operário. Na atual conjuntura da luta de classes na região dos conflitos contra as ações da OTAN a tarefa dos marxistas revolucionários é absolutamente oposto à proposta lançada pela família revisionista! Estamos ao lado do regime Assad, do Hezbollah e do povo sírio com o objetivo de derrotar o conjunto dos grupos terroristas que servem direta ou indiretamente aos interesses do imperialismo, como o Estado Islâmico (EI) e a Frente Al-Nusra. Cinicamente os revisionistas declaram na sua convocatória que a “Síria acabou sobrecarregada pelas forças fundamentalistas que tem combatido contra o povo tratando de impor seu poder igualmente atroz e sanguinário como o de Al-Assad. Estas forças permitem a continuidade o governo sírio” quando na verdade estas forças islâmicas reacionárias financiadas pela CIA, o Pentágono e o Comando Geral do Golfo (CGC) se movem em várias frentes para derrubar o regime Assad. Diante desta rica realidade da luta de classes, denunciamos esta atividade que será realizada na Turquia, membro da OTAN, país governado por Erdogan, inimigo de Assad. Reafirmamos que na Síria nos mantemos ao lado de Assad e contra o EI, repudiando qualquer bombardeio imperialista ao país. Diante dos bombardeios da coalização imperialista a Síria, reafirmamos a frente única em defesa do regime Assad assim como não assinamos um “cheque em branco” para Obama atacar o EI, sendo esta tarefa do povo sírio que até agora resistiu às investidas dos “rebeldes” financiados pelas potências capitalistas e aos próprios bombardeios aéreos da OTAN. Para derrotar a ofensiva política e militar das potências abutres e de seus aliados internos é preciso que o proletariado sírio em aliança com seus irmãos de classe do Oriente Médio se levante em luta contra a investida imperialista na região, travestida pela retórica de defesa dos “direitos humanos e democracia” ou mesmo da “revolução árabe”. Neste momento é fundamental estabelecer uma clara frente única anti-imperialista com as forças populares que apoiam o regime nacionalista burguês sírio, como com o Hezbollah para derrotar a ofensiva sobre o país. Chamamos todas as forças políticas que se reclamam revolucionárias e antiimperialistas a denunciar esse encontro convocado pelos canalhas revisionistas da UIT e seus congêneres abrigados no FSM, que se colocam no campo do imperialismo e dos “rebeldes” da OTAN!

O pretexto usado pelos EUA para bombardear a Síria foi o suposto combate as posições do Estado Islâmico (EI). Os ataques foram apresentadas como parte do plano da Casa Branca para barrar o avanço do EI na Síria e no Iraque, mas também estão voltadas para combater o governo Assad. O EI foi anteriormente armado pela CIA para desestabilizar o governo sírio seguindo o mesmo script macabro imposto na Líbia de Kadaffi. Entretanto, os “fanáticos” jihadistas islâmicos foram derrotados em sua “missão” pelo exército nacional da Síria, que conta com amplo apoio popular. Frente ao revés imposto na Síria, o EI acabou recuando para o Iraque e voltando suas forças contra o debilitado e impopular governo títere do imperialismo no Iraque. Trata-se de em um típico exemplo de quando o “feitiço se volta contra o mestre” devido às contradições vivas da luta de classes, que acabaram por colocar o EI em choque aberto com a marionete imposta em Bagdá pelos EUA. Esta realidade criou um impasse na Casa Branca. Obama perdeu o controle sobre o EI e ainda viu o fortalecimento do governo Assad no último ano. Diante desta nova realidade, o Pentágono voltou a bombardear o EI no Iraque no final de 2014 e agora em maio na Síria. Obama também reafirmou que iria armar outros grupos “rebeldes moderados” para fustigar o governo Assad e paralelamente deter o avanço dos jihadistas. Em resposta, Assad também bombardeou dias depois a região e a mídia internacional acusou o regime sírio de “assassinar crianças em ataque a Aleppo”.

Quando se iniciaram novos bombardeios da coalização internacional comandada pelo imperialismo ianque, a LIT declarou que “O EI, que há muito tempo atua na Síria como a ‘quinta coluna’ da ditadura, pois se dedica a combater os rebeldes e não Al-Assad, agora também se transformou na ‘quinta coluna” do imperialismo. Não há dúvida de que estamos diante de uma criatura contrarrevolucionária em todos os sentidos. A LIT-QI, como manifestamos anteriormente, se opõe aos atuais ataques aéreos no Iraque e, ao mesmo tempo, rechaça qualquer plano de intervenção militar (seja qual for sua forma) na Síria”. No mesmo tom esquizofrênico, a UIT afirmou que “Agora, Obama anuncia que pretende avançar com possíveis bombardeios sobre a Síria, inclusive com o aval do ditador Bashar Al Assad, com o mesmo argumento de ‘luta contra o terrorismo’. Chamamos os povos do mundo a repudiar esta nova intervenção imperialista. Com a intervenção e o argumento da ‘luta contra o terrorismo’ o imperialismo pretende acabar com os dois problemas centrais que tem na zona: a queda do regime de ocupação no Iraque com um enorme rechaço popular e a existência de uma revolução em curso na Síria. Para o imperialismo o problema não são as atrocidades do ISIS contra as minorias. Enquanto o ISIS foi – e segue sendo – um instrumento a serviço do regime de Bashar Al Assad, para enfrentar pela retaguarda a revolução, Obama não só não disse nada sobre seus métodos como o alimentou através da Arábia Saudita e Turquia. Os verdadeiros motivos dos bombardeios imperialistas nada têm a ver com a luta contra o terrorismo ou a defesa dos povos iraquiano ou sírio e suas minorias. A intervenção dos Estados Unidos acontece para tentar evitar o declínio do regime de ocupação no Iraque e para reabilitar o regime assassino sírio”. Em resumo, para estes canalhas o imperialismo teria como objetivo ao bombardear a Síria atacar os “rebeldes” aos quais Obama acaba de anunciar uma verba bilionária para armá-los e treiná-los! Piadas a parte, a realidade demonstra justamente o contrário: os ataques ao EI e o armamento aos “rebeldes” do ELS visam justamente incrementar a ofensiva de um setor “rebelde” que a Casa Branca confia plenamente na luta contra Assad. Obviamente o EI (que foi armado no passado pela CIA com este objetivo) não está mais seguindo as ordens do Pentágono e atua segundo suas próprias necessidades políticas, econômicas e militares.

Agora, segundo a LIT “Os rebeldes sírios têm que se enfrentar com muitos inimigos de uma única vez. Por um lado, o regime criminoso de Bashar al-Assad, apoiado pelo Irã e Rússia. Por outro, o Estado Islâmico, com sua ideologia retrógada, seus métodos fascistas e seus interesses vinculados à Arábia Saudita, Qatar e Turquia. Ambos representam dois lados de uma mesma moeda. Ditadura e exploração. Os Estados Unidos planejam uma intervenção militar de suas tropas de elite com a desculpa de lutar contra o terrorismo. Pura hipocrisia. Seu real objetivo não é derrotar o Estado Islâmico, mas impor um acordo entre os rebeldes e Assad para estabilizar o regime ditatorial com algumas peças diferentes. No final das contas, necessitam manter o controle do petróleo e oferecer segurança a seu grande aliado na região, o Estado de Israel. EUA e Israel se encontram entre os maiores terroristas que a humanidade já conheceu”. Os marxistas revolucionários conhecem muito bem a essência oligárquica burguesa do governo Assad, mas de forma alguma podem “colaborar” com a oposição “rebelde” mercenária montada pelos EUA e apoiada pelos revisionistas do trotskismo como fazem a UIT, a LIT e os morenistas em geral que agora convocam o tal encontro. O complexo tabuleiro político da região, que envolve a luta de libertação do povo palestino e a forte presença do Hezbollah no Líbano, exige uma vigorosa postura anti-imperialista e pela destruição do enclave de Israel, ao mesmo tempo em que a impotência das burguesias árabes aponta para o jovem proletariado a realização das tarefas históricas pendentes. De toda a forma, a defesa militar das nações semicoloniais agredidas pelos abutres imperialistas continua neste momento sendo o centro político da intervenção da classe operária árabe, independente dos regimes burgueses autocráticos. Defendemos incondicionalmente o direito da Síria a utilizar todos seus recursos militares (convencionais ou não) em resposta a agressão imperialista à soberania de seu território, inclusive as armas químicas contra o enclave sionista de Israel! Os leninistas nunca nutrimos a menor simpatia política pelo regime da oligarquia Assad, porém declaramos abertamente e sem dissimulações que temos um “lado" na guerra civil da Síria, o nosso campo é frontalmente oposto aquele que o imperialismo e seus “amigos” apostam suas “fichas”. Impedir que a OTAN abra um corredor militar desde a Síria, passando pelo Líbano, para atacar o Irã, é neste momento a tarefa central da classe operária internacional em seu combate revolucionário e anti-imperialista. Já a UIT e a LIT estão no campo dos mercenários do ELS e da contrarrevolução patrocinada pela OTAN!