TROIKA E TSIPRAS QUEREM CHANTAGEAR O POVO GREGO COM UM
REFERENDUM PARA "ESCOLHER" ENTRE O RUIM E O PIOR!
O Blog da LBI reproduz a mais recente declaração do KKE
acerca do referendum antidemocrático convocado pelo governo do Syriza para que
o povo possa escolher entre a proposta humilhante da Troika europeia para
seguir espoliando o proletariado grego ou a pauta de capitulação defendida por Tsipras que pouco difere dos chacais de Berlim e do FMI. Apesar de termos
divergências programáticas com a trajetória do KKE diante da perspectiva que
deve nortear a ação revolucionária da classe operária frente à crise capitalista
que devasta o país, entendemos que a declaração dos comunistas gregos é um
importante ponto de referência nesta conjuntura ainda permeada pelas ilusões
políticas disseminadas pela plataforma de colaboração de classes do Syriza.
Superar as alternativas sociais democratas postas pelo atual governo de
"esquerda" que só postergam o sofrimento do povo grego acossado por
uma dívida fraudulenta imposta pela UE, é a tarefa fundamental para preparar o
caminho de uma verdadeira ruptura socialista com os parasitas do capital
financeiro e seu Estado imperialista europeu.
O REFERENDO DE 5 DE JULHO E A POSIÇÃO DO KKE
Como é bem conhecido, o governo da "esquerda" e na
essência socialdemocrata do partido SYRIZA e a "direita" nacionalista
do partido ANEL, numa tentativa de administrar a completa bancarrota dos seus
compromissos pré-eleitorais, anunciou um referendo para o dia 5 de Julho de
2015, sendo a única pergunta se os cidadãos concordam ou não com o acordo
proposto, o qual foi posto em cima da mesa pela UE, FMI e BCE e refere-se à
continuação das medidas anti-povo para uma saída da crise capitalista, com a
Grécia permanecendo no Euro.
Responsáveis da coligação governamental apelam ao povo para
dizer "não" e tornam claro que este "não" no referendo será
interpretado pelo governo grego como aprovação para a sua própria proposta de
acordo com a UE, FMI, BCE, a qual, nas suas 47+8 páginas também contém duras
medidas anti-povo e anti-trabalhadores, com o objetivo de aumentar a
lucratividade do capital, do "crescimento" capitalista e da
permanência do país no euro. Como admite o governo SYRIZA-ANEL, o qual continua
a louvar a UE, "nosso lar europeu comum", a "façanha
europeia", esta proposta sua é 90% idêntica à proposta da UE, FMI e BCE e
tem pouco relacionamento com o que o SYRIZA prometeu antes das eleições.
O fascista Aurora Dourada, juntamente com os partidos da
coligação governamental (SYRIZA-ANEL), tomaram posição a favor de um
"não" e também apoiaram abertamente o retorno a uma divisa nacional.
Por outro lado, a oposição de direita ND, o socialdemocrata PASOK que governou
até Janeiro de 2015, juntamente com o POTAMI (que constitui um partido do
centro, essencialmente um partido reacionário) tomaram posição a favor de um
"sim" às medidas bárbaras da Troika, a quais, declaram eles, serão
interpretadas como sendo consentimento a "permanecer na UE a todo
custo".
Na realidade, ambas as respostas levam a um sim à
"UE" e à barbárie capitalista.Durante a sessão de 27/Junho do parlamento, a maioria
governamental do SYRIZA-ANEL rejeitou a proposta do KKE de que as seguintes
questões fossem colocadas perante o julgamento do povo grego no referendo:
NÃO ÀS PROPOSTA DE ACORDO DA UE-BCE-FMI E DO GOVERNO GREGO! DESLIGAMENTO DA UE – ABOLIÇÃO DO MEMORANDO E TODAS AS SUAS
LEIS DE APLICAÇÃO
Com esta postura, o governo demonstrou que quer chantagear o
povo levando-o a aprovar a sua proposta à troika, a qual é o outro lado da
mesma moeda. O que significa dizer: é pedir ao povo grego o seu consentimento
para os seus planos anti-povo e para arcar com as suas novas opções anti-povo,
ou através de um novo acordo alegadamente "melhorado" com as
organizações imperialistas, ou através de uma saída do euro e um retorno a uma
divisa nacional, algo a que o povo será chamado a pagar mais uma vez.
Nestas condições, o KKE conclama o povo a utilizar o
referendo como uma oportunidade para fortalecer a oposição à UE, a fortalecer a
luta pela única saída realista da barbárie capitalista de hoje. O conteúdo
desta saída é: RUPTURA-DESLIGAMENTO DA UE, CANCELAMENTO UNILATERAL DA DÍVIDA,
SOCIALIZAÇÃO DOS MONOPÓLIOS, PODER DOS TRABALHADORES E DO POVO.
O povo, através da sua atividade e da sua escolha no
referendo, deve responder ao engano da falsa pergunta colocada pelo governo e
rejeitar a proposta da UE-FMI-BCE e também a proposta do governo SYRIZA-ANEL.
Ambas contêm bárbaras medidas anti-povo, as quais serão acrescentadas ao
memorando e às leis de aplicação dos anteriores governos ND-PASOK. Ambos servem
os interesses do capital e dos lucros capitalistas.
O KKE enfatiza que o povo não deve escolher entre Scila e
Caribdis, mas deve exprimir, com todos os meios disponíveis e por todas as
vias, sua oposição à UE e seu memorando permanente no referendo. Ele deve
"cancelar" este dilema lançando dentro da urna eleitoral, como seu
voto, a proposta do KKE como seu voto
NÃO À PROPOSTA DA UE-FMI-BCE
NÃO À PROPOSTA DO GOVERNO
DESLIGAMENTO DA UE, COM O POVO NO PODER