quinta-feira, 11 de junho de 2015


LOGO APÓS APOIAR O PACOTAÇO DE PRIVATIZAÇÕES DO GOVERNO DILMA, PT VOLTA ATRÁS E AFIRMA QUE ACEITARÁ (COM MUITA GRATIDÃO!) FINANCIAMENTO DAS GRANDES CORPORAÇÕES CAPITALISTAS

Ainda sob o impacto imediato da prisão de seu tesoureiro nacional (João Vaccari), orquestrada pela famigerada "Operação Lava Jato", Rui Falcão (presidente do PT) convocou a imprensa para declarar que seu partido não mais aceitaria doações (legais) de empresas privadas para seus candidatos ou mesmo para o próprio partido. A decisão do DN do PT, partido que nas últimas eleições presidenciais foi aquinhoado com o maior volume financeiro oriundo das grandes corporações capitalistas, tinha por objetivo tentar estancar a crescente rejeição de seus simpatizantes diante das revelações das enormes somas de dinheiro recebida por seus dirigentes e candidatos principalmente pela via de empreiteiras, bancos e do agronegócio. Neste ínterim a Câmara dos Deputados no curso das votações da farsesca "Reforma Política" rejeitou a proposta de financiamento público (estatal) das campanhas eleitorais, impulsionada pelo PT, PCdoB e PSOL, provocando imediatamente um recuo no "ímpeto" dos petistas em serem bancados somente pelo Fundo Partidário e por contribuições de simpatizantes do partido. Registre-se o fato que o PT receberá somente neste ano de 2015 do Fundo Partidário a "pequena bagatela" de cerca de 120 milhões de Reais, o que parece não saciar os apetites vorazes de sua direção burguesa diante das cifras dez vezes maiores obtidas junto aos grandes grupos econômicos. Pois muito bem, às vésperas de seu congresso nacional, que se inicia hoje (11/06) na cidade de Salvador, o mesmo Rui Falcão voltou atrás no que tinha anunciado em 17 de abril. Agora o PT declara que a "normalidade" foi restabelecida e que doações de empresas "serão novamente muito bem recebidas". Não por mera casualidade no início desta semana o PT avalizou integralmente o pacotaço neoliberal das privatizações no estratégico setor de infraestrutura nacional. Foi a sinergia perfeita entre a doação do patrimônio estatal para a inciativa privada (financiada com dinheiro de um banco "público", BNDES) e a generosa doação das empresas privadas para o caixa do PT. Alterando o curso de tímidas críticas ao ajuste fiscal comandado pelo rentista Levy, a esquerda petista e similares políticos fora do partido também manifestaram apoio ao "PIL", como a "salvação da lavoura", leia-se os supostos "investimentos internacionais do mercado financeiro estão de volta!" No mesmo compasso estes setores "de esquerda" seguirão a liderança de Lula e Falcão que não admitem abrir mão da "colaboração" financeira das grandes corporações capitalistas, afinal a grana acaba sobrando para todo mundo. Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários mas íntegros em sua moral revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum financiamento eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado burguês ou pela via das corporações capitalistas. A decomposição política e programática do PT em mais um partido da esquerda burguesa, confirma a lógica de ferro abstraída por Trotsky quando se referia ao fenômeno da Social Democracia europeia, como dizia um velho ditado russo: "Quem paga o violinista cigano tem o direito de ouvir a polca".