LOGO APÓS APOIAR O PACOTAÇO DE PRIVATIZAÇÕES DO GOVERNO
DILMA, PT VOLTA ATRÁS E AFIRMA QUE ACEITARÁ (COM MUITA GRATIDÃO!) FINANCIAMENTO
DAS GRANDES CORPORAÇÕES CAPITALISTAS
Ainda sob o impacto imediato da prisão de seu tesoureiro
nacional (João Vaccari), orquestrada pela famigerada "Operação Lava
Jato", Rui Falcão (presidente do PT) convocou a imprensa para declarar que
seu partido não mais aceitaria doações (legais) de empresas privadas para seus
candidatos ou mesmo para o próprio partido. A decisão do DN do PT, partido que
nas últimas eleições presidenciais foi aquinhoado com o maior volume financeiro
oriundo das grandes corporações capitalistas, tinha por objetivo tentar estancar
a crescente rejeição de seus simpatizantes diante das revelações das enormes somas
de dinheiro recebida por seus dirigentes e candidatos principalmente pela via
de empreiteiras, bancos e do agronegócio. Neste ínterim a Câmara dos Deputados
no curso das votações da farsesca "Reforma Política" rejeitou a
proposta de financiamento público (estatal) das campanhas eleitorais,
impulsionada pelo PT, PCdoB e PSOL, provocando imediatamente um recuo no
"ímpeto" dos petistas em serem bancados somente pelo Fundo Partidário
e por contribuições de simpatizantes do partido. Registre-se o fato que o PT
receberá somente neste ano de 2015 do Fundo Partidário a "pequena
bagatela" de cerca de 120 milhões de Reais, o que parece não saciar os
apetites vorazes de sua direção burguesa diante das cifras dez vezes maiores
obtidas junto aos grandes grupos econômicos. Pois muito bem, às vésperas de seu
congresso nacional, que se inicia hoje (11/06) na cidade de Salvador, o mesmo
Rui Falcão voltou atrás no que tinha anunciado em 17 de abril. Agora o PT
declara que a "normalidade" foi restabelecida e que doações de
empresas "serão novamente muito bem recebidas". Não por mera
casualidade no início desta semana o PT avalizou integralmente o pacotaço neoliberal
das privatizações no estratégico setor de infraestrutura nacional. Foi a
sinergia perfeita entre a doação do patrimônio estatal para a inciativa privada
(financiada com dinheiro de um banco "público", BNDES) e a generosa
doação das empresas privadas para o caixa do PT. Alterando o curso de tímidas
críticas ao ajuste fiscal comandado pelo rentista Levy, a esquerda petista e
similares políticos fora do partido também manifestaram apoio ao
"PIL", como a "salvação da lavoura", leia-se os supostos
"investimentos internacionais do mercado financeiro estão de volta!"
No mesmo compasso estes setores "de esquerda" seguirão a liderança de
Lula e Falcão que não admitem abrir mão da "colaboração" financeira
das grandes corporações capitalistas, afinal a grana acaba sobrando para todo mundo.
Os Marxistas Leninistas, extremamente minoritários mas íntegros em sua moral
revolucionária, não podem admitir o recebimento de nenhum financiamento
eleitoral das classes dominantes, seja pela forma do Estado burguês ou pela via
das corporações capitalistas. A decomposição política e programática do PT em
mais um partido da esquerda burguesa, confirma a lógica de ferro abstraída por
Trotsky quando se referia ao fenômeno da Social Democracia europeia, como dizia
um velho ditado russo: "Quem paga o violinista cigano tem o direito de
ouvir a polca".