POR QUE TSIPRAS SE CURVA DIANTE DE MERKEL? PERMANECER NA ZONA DO EURO REPRESENTA MAIORES SOFRIMENTOS PARA O PROLETARIADO GREGO!
A mídia corporativa internacional tem acompanhado com lupa o
desenrolar acerca das últimas negociações da dívida pública grega com os
organismos multilaterais europeus, ou seja, a famigerada Troika. O governo
Tsipras tem até 30 de junho para quitar uma dívida de 1,6 bilhões de euros com
o FMI, além disto necessita de cerca de 7,2 bilhões de euros de fundos
bloqueados para saldar compromissos internos e de sua conta corrente
internacional. O ministro de Estado da Grécia, Alekos Flambouraris, disse ao
canal grego de televisão Mega, neste sábado (20/06), que o primeiro-ministro do
país, Alexis Tsipras, está contemplando reduzir o limiar fiscal para os lucros
corporativos e intensificar a proibição de "esquemas de aposentadoria
antecipada". Com essa nova proposta, Tsipras pretende chegar a um acordo
com os credores internacionais. Até agora o BC europeu tem rejeitado todos os
esforços do novo governo, encabeçado pelo Syriza, para permanecer na chamada
zona do Euro, exigindo uma pauta financeira impossível de ser cumprida em tão
pouco tempo. A decisão agora parece estar exclusivamente nas mãos da "Kaiser"
Merkel, após Tsipras ter chegado ao seu limite de humilhação e traído todos os
compromissos de não impor mais arrocho fiscal ao povo grego. Tsipras em um
recente pronunciamento ao parlamento grego, às vésperas de completar seis meses
de governo, afirmou que a estratégia do Syriza para tirar o país da recessão
econômica e catástrofe social é conseguir financiar em melhores condições a
enorme dívida estatal, o que significa na prática poder continuar a emitir
títulos do Tesouro grego para serem negociados no mercado financeiro europeu,
vejamos em suas próprias palavras: "O Banco Central Europeu usa tática
semelhante: a asfixia financeira que tentam impor à Grécia só confirma isso.
Desde o dia 20 de fevereiro, está vigente uma proibição, emitida pelo BCE, que
limita a emissão de bônus do Tesouro grego – proibição que não tem qualquer
base legal, porque a validade do acordo de empréstimo foi prorrogada e o país
está em processo de negociação. Pois mesmo assim o BCE insiste em suas táticas
de simulação de afogamento". A questão de fundo deste debate, já abordado
por nós em artigos anteriores, é que em condições "piores ou
melhores" a política de continuar "rolando" a dívida grega (emissão
de novos títulos) só irá adiar e avolumar o tamanho do "rombo"
financeiro com a UE. A reivindicação de Tsipras para o BC europeu voltar a
liberar (ou mesmo desbloquear) bônus para a Grécia representa uma "bola de
neve" histórica para o orçamento estatal, independente de juros bem
reduzidos. Enquanto se agacha para refinanciar uma dívida inteiramente
fraudulenta, Tsipras segue prometendo a Troika maiores sacrifícios para o
proletariado grego, como o controle das aposentadorias. A Grécia não deve pagar
um único euro de uma dívida forjada que foi elevada nos últimos 30 anos em mais
de 2000%! A cada nova rodada de negociações de sua dívida na última década,
para a Grécia conseguir um milhão de euros tinha que emitir títulos no valor do
dobro da face de cada bônus, desta forma o crédito internacional se transformou
em uma arma letal contra sua própria economia. A permanência da Grécia na zona
do neoliberalismo europeu, ao contrário do que afirma o Syriza, representa a
submissão do país as potências imperialistas. Se a economia grega precisa
escoar sua produção, diante de um possível boicote da UE frente a uma ruptura
com o euro, deve então buscar uma aliança comercial com a Rússia e China e
outros países não alinhados com Washington. Porém uma resolução desta
envergadura exige a formação de um novo bloco de poder na Grécia, de caráter
operário e revolucionário, o que o pequeno burguês Tsipras está bem
distante...
Como se observa o objetivo do imperialismo europeu é que o governo Tsipras continue a atacar os trabalhadores sem lançar mão de qualquer medida demagógica como referendos e consultas, que poderiam desestabilizar o regime. A Troika exige a liberação por parte do governo das demissões no setor privado e o corte nas pensões, medidas de Tsipras começa a aceitar com as propostas para o novo acordo a ser discutido na reunião do Eurogrupo durante esta semana. Tanto que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, falou, nesta segunda-feira, na possibilidade de se chegar a um acordo com a Grécia "no fim desta semana" depois de, na reunião de hoje, os ministros das Finanças terem feito uma primeira avaliação das novas propostas gregas. Segundo disse em conferência de imprensa o também ministro das Finanças holandês, as novas propostas enviadas pelo Governo helénico "são bem-vindas" e representam "passos positivos" em direção a um entendimento: “Usaremos estas novas propostas gregas como base para um acordo. Se tudo correr bem, podemos chegar a um acordo no final desta semana", afirmou Dijsselbloem, após cerca de duas horas de reunião dos ministros das Finanças da zona euro. Na verdade a palavra final está nas mãos de Angela Merkel, o que demonstra o nível de subserviência a que chegou o governo grego.
Como se observa o objetivo do imperialismo europeu é que o governo Tsipras continue a atacar os trabalhadores sem lançar mão de qualquer medida demagógica como referendos e consultas, que poderiam desestabilizar o regime. A Troika exige a liberação por parte do governo das demissões no setor privado e o corte nas pensões, medidas de Tsipras começa a aceitar com as propostas para o novo acordo a ser discutido na reunião do Eurogrupo durante esta semana. Tanto que o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, falou, nesta segunda-feira, na possibilidade de se chegar a um acordo com a Grécia "no fim desta semana" depois de, na reunião de hoje, os ministros das Finanças terem feito uma primeira avaliação das novas propostas gregas. Segundo disse em conferência de imprensa o também ministro das Finanças holandês, as novas propostas enviadas pelo Governo helénico "são bem-vindas" e representam "passos positivos" em direção a um entendimento: “Usaremos estas novas propostas gregas como base para um acordo. Se tudo correr bem, podemos chegar a um acordo no final desta semana", afirmou Dijsselbloem, após cerca de duas horas de reunião dos ministros das Finanças da zona euro. Na verdade a palavra final está nas mãos de Angela Merkel, o que demonstra o nível de subserviência a que chegou o governo grego.
A única medida justa a se tomar neste momento do ponto de
vista dos trabalhadores e do povo explorado é o não pagamento das dívidas,
voltando a riqueza nacional para o desenvolvimento do país e para a melhoria de
vida dos trabalhadores, expropriando a burguesia nativa e as transnacionais.
Isto significa também romper com o FMI, o BCE e a própria União Europeia, buscando
uma aliança comercial com a Rússia e China e outros países não alinhados com o
imperialismo europeu e a Casa Branca, um caminho soberano que o governo Tsipras
e o Syriza se negam a tomar. O vice-ministro das Finanças da Rússia, Sergei
Storchak, inclusive convidou Atenas a participar do banco de desenvolvimento
dos BRICS, um medida tática que serviria para deixar a Grécia livre dos medidas
draconianas da Troika. Entretanto tudo aponto em sentido contrário. Ao capitular à UE desde o início, incluindo a aceitação
do pagamento da dívida ilegítima e submisso aos ditames da Troika, o cenário
estava pronto para que o Syriza traísse todas as suas limitadas promessas. As
piores traições foram não restabelecer pagamentos de pensões, não restabelecer
o salário mínimo, não reverter privatizações, não finalizar programas de
austeridade e não aumentar fundos para educação, saúde e habitação. Como já
alertamos anteriormente, o fulcro da crise capitalista vai muito além do modelo
monetário adotado por um país ou mesmo uma comunidade de países, como é o caso
da União Europeia. Sem abordar com radicalidade o verdadeiro cerne da questão
em debate, os trabalhadores, principais vítimas da ciranda financeira vigente,
ficaram à deriva dos projetos populistas e “antineoliberais” para superar o
impasse de uma economia capitalista falida, mas que não deixará a cena
histórica sem a construção de uma alternativa socialista e revolucionária.
Frente a esta realidade escorchante, a PAME, conjunto de
sindicatos dirigidos pelo KKE e que tem peso social e político entre a classe
operária deve neste momento ser o polo de resistência classista a política
entreguista do Syrzia. Nesse sentido chamamos a conformação de uma frente
política anticapitalista que tenha o KKE em sua vanguarda, cabendo aos genuínos
trotskistas intervir neste processo para que os ativistas combativos e
militantes que se proclamem leninistas combatam a político pró-imperialista do
governo Tsipras e superem no curso da luta política e ideológica os limites da
posição do stalinismo! Somente desta forma poderemos derrotar mais uma gerência
socialdemocrata de “esquerda” à serviço da Troika! A tarefa dos
Marxistas-Leninistas neste momento crucial da luta de classe na Grécia é
organizar desde as bases operárias e populares a luta direta contra a política
de colaboração de classes do Syriza e não semear falsas expectativas no governo
burguês sob o comando de Alexis Tsipras como faz grande parte da família
revisionista do trotskismo!