sexta-feira, 31 de março de 2017

RETROCESSO NO 31M: COM PEQUENOS ATOS DOMESTICADOS DE PROTESTO FRENTE POPULAR BUSCA APENAS DESGASTAR ELEITORALMENTE O GOVERNO TEMER


Pequenos atos de rua, alguns bloqueios de estradas... nada de paralisação de fábricas, bancos e transportes. No máximo os operários da planta da Volks de Taubaté, no interior de SP, adiaram a entrada por duas horas. No início da manhã vias foram fechadas em capitais como São Paulo, Salvador, Vitória e Recife. A tarde ocorreram atos em São Paulo, Rio e Fortaleza. Esse é o balanço preliminar deste 31M. A maior concentração ocorreu na Av. Paulista, agregando cerca de 20 mil pessoas mais nem chegou perto dos 100 mil que se aglomeraram em torno do MASP no 15M. Nenhum ônibus ou metrô parou, as principais categorias trabalharam normalmente. Não poderia ser diferente, não houve qualquer mobilização nas bases para um verdadeiro “dia de luta”. De fato inicialmente a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular haviam convocado para esta data atos pelo “Fora Temer, Diretas Já”, dando um claro eixo eleitoral a manifestação. Só depois agregou-se secundariamente a luta contra as reformas da previdência, trabalhista e a Terceirização. Confirmou-se plenamente os prognósticos feitos pela LBI que estava em curso uma trégua da burocracia sindical ao governo Temer. O retrocesso do 31M é apenas a primeira expressão desse verdadeiro “balde de água fria” na organização de uma verdadeira Greve Geral no país. Quando alertamos que o conjunto da burocracia sindical estava dando uma trégua de um mês ao governo Temer marcando a “Greve Geral” somente para o dia 28 de Abril e ainda mais com um caráter de “feriadão prolongado”, muitos na “esquerda” nos criticaram. Ficaram revoltados com nossa correta denúncia justamente porque desmascaramos essa manobra podre avalizado pelos reformistas (PT, PCdoB e PSOL) assim como pelos revisionistas do trotskismo (PSTU, PCO, MAIS, CST...). O que dizem agora? Apenas se lamentam pelo recuo das mobilizações sem explicar que esse esvaziamento é produto de uma política consciente da Frente Popular que não deseja radicalizar a luta de classes mas fazer pequenos protestos pontuais controlados que desgastem o golpista Temer mas assegure ao Planalto a estabilidade política necessária para ele avançar o máximo o ajuste neoliberal, restando a Lula apenas o papel de criticar as medidas já aprovadas no parlamento no circo eleitoral de 2018. Como não fazemos parte desse grande acordo de colaboração de classes entre PT e PSOL revelamos que esse é justamente o cerne nefasto da política do reformismo de conjunto, que tem o PSTU e a Conlutas como avalistas coadjuvantes, apenas criticam pontualmente os limites dessa política, mas ao final seguem como seus operadores “radicais”. Esse balanço inicial do 31M não só confirma nossos prognósticos mas aponta que a suposta “Greve Geral” de 28 de Abril, após um mês de trégua a Temer, pode não passar de um “feriadão prolongado” se a vanguarda classista não impor nas bases por meio de assembleias uma verdadeira paralisação nacional, com ocupação de fábricas, bancos e do transporte. Alertamos mais uma vez que para derrotar os duros ataques da burguesia fazem-se necessárias verdadeiras medidas de luta, radicalizadas, que paralisem a produção e não apenas “atos de protestos” domesticados e esvaziados como desgraçadamente foi esse 31M, assim nos ensinou Trotsky: “Olhar a realidade de frente, não procurar a linha de menor resistência, chamar as coisas pelo seu nome, dizer a verdade às massas, por mais amarga que seja, não temer obstáculo, ser rigoroso nas pequenas como nas grandes coisas; ousar quando chegar a hora da ação. Tais são as regras da IV Internacional”.
HÁ 53 ANOS DO GOLPE MILITAR: TIRAR AS LIÇÕES DA DERROTA HISTÓRICA DE 1964 PARA RESISTIR À ESCALADA FASCISTA NOS DIAS ATUAIS SEM PATROCINAR ILUSÕES NA DEMOCRACIA BURGUESA E NA FRENTE POPULAR


Neste 31 de Março completam-se 53 anos do golpe militar de 1964. A data foi escolhida pelos generais golpistas em conluio com a cúpula da UDN e setores do próprio PSD para desencadear a ação militar que levaria à renúncia do presidente João Goulart. O governo de João Goulart (Jango) foi o último de uma geração de governos nacionalistas burgueses, surgidos com Getúlio Vargas e parcialmente Juscelino Kubitschek que defendiam um desenvolvimento nacional “autônomo” da burguesia brasileira. Para isto, tentaram melhorar as condições de infraestrutura para o desenvolvimento da indústria de transformação, como a expansão da siderurgia, das usinas hidrelétricas, a instalação da indústria da construção naval, a expansão da indústria automobilística e a abertura de novas rodovias, unindo regiões até então isoladas do país. Todavia, a industrialização do país fortaleceu numérica e politicamente ao movimento operário. O ascenso das massas e o amadurecimento das condições objetivas para a revolução socialista sempre atemorizaram mais à tacanha burguesia nacional do que submeter-se à condição de sócia minoritária dos negócios do grande capital ianque, renunciando a seus sonhos nacional-desenvolvimentistas. Por isso, historicamente, a burguesia brasileira se mostrou incapaz de romper com o imperialismo e resolver plenamente as tarefas democráticas e de emancipação nacional pendentes no país, como a reforma agrária, a ruptura com o atraso e a dependência econômica frente ao imperialismo, o fim do analfabetismo e das desigualdades regionais. As “Reformas de Base” eram apresentadas como uma solução para a crise gerada pelo atraso nacional. Visando a ampliação do mercado interno, medidas como a desapropriação dos latifúndios improdutivos e a distribuição de terras às massas camponesas tinham como objetivo, além de fomentar o crescimento do número de trabalhadores com poder de compra, estendendo os direitos trabalhistas às massas assalariadas agrícolas, aumentar a produção de gêneros alimentícios a baixo custo para ampliar o mercado consumidor de produtos da indústria nacional. Para aumentar o poder aquisitivo dos trabalhadores urbanos, além do salário mínimo, repouso remunerado, férias e 13º salário, o governo prometia uma nova política habitacional que estimularia a redução dos custos dos aluguéis. O projeto das Reformas de Base buscava também a ampliar o mercado externo por meio do incremento das relações comerciais com os Estados operários, como China e a URSS. Para conter a sangria de recursos financeiros nacionais, propunha a limitação às remessas de lucro das empresas estrangeiras para o exterior. Mas, em si, as “Reformas de Base” estavam longe de representar uma ameaça ao capitalismo. O ascenso do movimento operário e popular, cujas mobilizações, impulsionadas pela luta em defesa das reformas de base, vinham crescendo rapidamente desde o início da década de 1960, era o que realmente constituía o centro das preocupações da burguesia e do imperialismo ianque. As grandiosas manifestações de massas em defesa das reformas eram utilizadas por João Goulart muito mais para chantagear os setores reacionários da burguesia e o imperialismo, exigindo que estes fizessem a opção entre o projeto burguês nacionalista das reformas ou a revolução social e o comunismo. A essa chantagem, os setores conservadores da burguesia nacional, com o apoio da igreja católica e do imperialismo ianque, responderam com a reacionária Marcha da Família com Deus pela Liberdade (que os neonazistas pretendem reeditar agora) e com golpe contrarrevolucionário de 31 de Março, como uma ação preventiva diante do crescimento do movimento das massas operárias e camponesas, que se manifestava em inúmeras greves e embriões de duplo poder, como as Ligas Camponesas no Nordeste.

quarta-feira, 29 de março de 2017

DE 31 DE MARÇO A 28 DE ABRIL: UM MÊS DE TRÉGUA DAS BUROCRACIAS SINDICAIS PARA O GOVERNO TEMER SANCIONAR A TERCEIRIZAÇÃO TOTAL E O PARLAMENTO APROVAR A REFORMA TRABALHISTA... ROMPER COM A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DA CUT E DO PT, AVALIZADA PELO PSOL/MAIS! CONVOCAR IMEDIATAMENTE UMA VERDADEIRA GREVE GERAL DE 48HS!


Todo arco da esquerda reformista (PT, PCdoB e PSOL) e os revisionistas do trotskismo (PSTU, CST, MAIS...) vem comemorando “unitariamente” a convocação da “Greve Geral” marcada para 28 de Abril. Esses agrupamentos, da Conlutas até a CUT, passando pela Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular celebram a grande aliança que irá “parar o país”. O que esses senhores querem encobrir com sua falsa euforia é que uma Greve Geral de verdade, de no mínimo 48hs, deveria ter sido convocada imediatamente e não daqui há mais de um mês, havendo claramente disposição dos trabalhadores neste momento para tal demonstração de força nas ruas e nos locais de trabalho. O calendário da burguesia até o 28A é a sanção presidencial da Terceirização Total por parte de Temer e a aprovação na primeira quinzena de abril da famigerada Reforma Trabalhista. A nota comum lançada pelas centrais sindicais (CSB, CTB, CUT, FS, NCST, UGT, CGTB, Intersindical e CSP-Conlutas) convocando o 28A afirma “O objetivo é enviar ao governo um contundente alerta de que a sociedade e a classe trabalhadora não aceitarão as propostas da reforma previdenciária, trabalhista e o projeto de terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados, no último dia 23 de março. Na opinião das lideranças, trata-se do desmonte da previdência pública e a retirada dos direitos trabalhistas, garantidos pela CLT. Por isso, conclamamos toda a sociedade, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a paralisar o Brasil”. Em resumo, para barrar esses duros ataques um dia de paralisação daqui há um mês, na véspera do feriado de 1º de Maio. Fica claro para a burguesia que a burocracia sindical não está seriamente organizando a luta para derrotar as reformas neoliberais e a terceirização. Tanto que a própria Conlutas (PSTU) foi obrigada a reconhecer tal manobra “É inaceitável participar deste circo montado pelo governo Temer de uma pretensa negociação para retirar direitos dos trabalhadores. Só um chamado unitário pelas centrais sindicais de uma Greve Geral pode barrar as reformas de Temer e derrubar seu governo de vez. É o que tem defendido a CSP-Conlutas insistentemente nas reuniões das centrais e, infelizmente, até agora não foi encampado por todos. (CSP-Conlutas - 24/03/2017). Durante esse período de trégua Rodrigo Maia quer aprovar a reforma trabalhista na primeira quinzena de abril e Temer já terá sancionado o PL 4302 da terceirização e o senado votado o outro projeto de terceirização, o PL 4330. Com essa série de ataques planejada para abril, qual o motivo de permitir que o Congresso e o golpista Temer concretizem seus planos sem organizar a maior resistência nas base? A resposta é negociar as bases da entrega de nossos direitos com governo, com já vem fazendo a FS e a UGT. A CUT-CTB recorrem a uma tática mais sutil: permitem que Temer aprove o grosso do ajuste neoliberal e fazem manifestações pontuais contra as reformas mas que não as coloquem de fato em xeque, esperando que o parlamento burguês aprove esse pacote de maldades enquanto patrocinam ilusões no Lula 2018, quando o candidato do PT somente denunciaria eleitoralmente os ataques perpetrados por Temer. Trata-se de uma clara divisão de tarefas! Tanto que convocam o 31M com o eixo político de "Fora Temer, Diretas Já!" declarando "Só há uma forma de brecar o desmonte do Estado brasileiro e a pauta de retirada de direitos: ir às ruas e pressionar os deputados e senadores em seus domicílios eleitorais. Os trabalhadores e trabalhadoras demonstraram nos dias 08 e 15 de março que haverá muita luta e mobilização contra essa agenda. Continuaremos nas ruas pelo Fora Temer e Diretas, Já! Rumo à greve geral no dia 28 de abril!". Nesse grande acordo, o PSOL-MAIS e, em certa medida, a Conlutas e o PSTU, avalizam esse política de adornar com ares combativos a manobra da burocracia sindical da CUT, CTB e da FS. Desde os sindicalistas revolucionários da TRS-LBI que intervimos no 8M e no 15M defendendo a convocação de uma verdadeira Greve Geral, temos a responsabilidade de denunciar o engodo em curso e alertamos que o 28A convocado tardiamente mais se aproxima de um “feriadão prolongado” do que uma verdadeira Greve Geral, que para enfrentar os ataques de Temer e dos patrões deveria ser inicialmente de 48hs. Nesse sentido, interviremos no próximo 31M, “Dia Nacional de Mobilização” denunciando o caráter fraudulento das iniciativas da burocracia sindical e apontando a necessidade da ruptura com a política de colaboração de classes da CUT e do PT, avalizada pelo PSOL/MAIS. A necessidade de uma verdadeira Greve Geral, com a paralisação da produção, ocupação de fábricas e terras, sem funcionamento total dos transportes e bancos, mais do que nunca está na ordem do dia! Para tanto a vanguarda classista deve superar a política nefasta da burocracia sindical e da Frente Popular, forjando uma alternativa de direção revolucionária para o movimento de massas!

terça-feira, 28 de março de 2017

BUROCRACIAS SINDICAIS MARCAM PARA 28 DE ABRIL: GREVE GERAL OU FERIADÃO PROLONGADO?

As centrais sindicais acabam de anunciar a convocação de uma greve geral para o próximo 28 de abril, uma sexta-feira véspera do feriadão de Primeiro de Maio. Em primeiro lugar chama logo a atenção de que a proposta das burocracias sindicais não corresponde a organização de uma verdadeira greve geral, que no mínimo deveria ser de uma paralisação de 48 horas. Em segundo lugar a marcação de uma data para mais de um mês após a aprovação da quebra da CLT pela Câmara Federal de bandidos, equivale realmente a uma trégua das burocracias sindicais em relação ao governo golpista que terá boa margem para sancionar o PL 4302 sem a imediata resistência dos trabalhadores. A estratégia das cúpulas das centrais consiste na pressão parlamentar para arrancar algum tipo de negociação com o governo golpista. Em particular a CUT trabalha na perspectiva do máximo desgaste político eleitoral do arco golpista, para "semear" a candidatura de Lula em cada manifestação nacional, formalmente convocada como "greve geral", mas longe de pretender paralisar os ramos fundamentais da produção para derrotar as medidas neoliberais e anti-operárias. A Conlutas e Intersindical (PSTU e PSOL respectivamente) são meros apêndices da CUT quando se trata de organização de greves, ficando a "demarcação" política para o campo meramente eleitoral. É óbvio que as forças da Frente Popular não pretendem impor derrota alguma na agenda do ajuste, muito pelo contrário torcem para que Temer finalize o "trabalho sujo" iniciado no governo Dilma para que a candidatura de Lula fique livre de assumir estes mesmos "compromissos" com os rentistas, como fez em 2002 com a repugnante "Carta aos Brasileiros". Com a "Greve Geral" colada ao feriado de Primeiro de Maio, esta data que deveria ser comemorada com muita luta, deverá ser utilizada pelo PT como palanque eleitoral de lançamento da candidatura Lula para disputar o Planalto em 2018. O proletariado carrega fortes ilusões políticas na Frente Popular e ainda acredita que um novo governo Lula poderá ser a alavanca necessária para obter e manter suas conquistas sociais ameaçadas pela quadrilha golpista. Como Marxistas Revolucionários sabemos bem que o PT representa programaticamente setores da burguesia nacional que neste momento estão sendo achacados pelo capital financeiro internacional, mas que de forma alguma podem catalizar os interesses imediatos ou históricos da classe operária, portanto Lula é a representação eleitoral destes segmentos da classe dominante. Não se trata de exigir uma "autocrítica" do PT, como sonham os revisionistas do MAIS e do PSOL, não é uma questão de erro de "aprendizagem" para Lula e sim um signo de sua natureza de classe ligada ao capital. Mesmo com o alto custo político de falar a verdade para as massas por dura que seja, continuaremos a defender vigorosamente a organização de uma verdadeira greve geral com ocupações de fábrica, inicialmente de 48 horas, denunciando o caráter fraudulento das iniciativas da burocracia sindical.

segunda-feira, 27 de março de 2017

FIASCO DO 26M: CICLO POLÍTICO EM FORTE BAIXA DA DIREITA É REFLEXO DO ESGOTAMENTO PRECOCE DO GOLPE E DA "RESSURREIÇÃO" DO PT E DE LULA


Menos de dez mil pessoas em todo país saíram às ruas neste último domingo para apoiar a marcha da direita patrocinada pela "República de Curitiba" e seus apêndices fascistas. Foi um duro golpe nas pretensões palacianas do justiceiro Moro, logo às vésperas da audiência com o ex-presidente Lula no próximo 3 de maio. O fiasco não foi propriamente uma surpresa, desde a posse de Trump e o assassinato do ministro Teori, Moro tem encontrado dificuldades de convergir todos os setores burgueses do país em sua escalada política de instaurar um regime bonapartista em substituição ao velho modelo de "colaboração de classes" hegemonizado pelos governos do PT nos últimos 13 anos. Como a Casa Branca parece ainda não ter "dono", Moro se sente inseguro para contar com o apoio integral do imperialismo ianque em sua "cavalgada" ao poder . O golpe parlamentar contra Dilma foi bem sucedido com a decisiva impulsão da "República de Curitiba", também avançaram rapidamente medidas neoliberais agressivas iniciadas ainda pelo então ministro Joaquim Levy, porém no plano da tática de como formatar o novo governo pós Temer há um grande impasse no seio das classes dominantes. Se é um fato objetivo que o golpista Temer "derrete" a cada passo de seu governo, também é fato que não há consenso na burguesia sobre o que colocar em seu lugar. Em resumo o "salvador da pátria" Moro já não é mais uma "unanimidade nacional", e este 26M foi uma prova cabal desta nova realidade. Em contrapartida a fênix do PT renasce com toda força nas asas de um Lula confiante que voltará ao poder diante do pântano econômico em que o Brasil está submerso. Nós da LBI nunca estivemos entre aqueles que decretaram o "fim do ciclo histórico do lulismo", nem mesmo nos momentos de maior ascensão da direita golpista pró impeachment, as próprias mobilizações ocorridas ainda em 2015 e 2016 em apoio a permanência de Dilma revelaram que o cacife político do PT estava muito longe de chegar ao fim. O que realmente se esgotou foi o ciclo estatal da Frente Popular, baseado na bolha de crédito e no "boom" das comodities agro-minerais no mercado internacional. Aqueles no interior da esquerda que pensavam que uma simples votação de Freixo na disputa da prefeitura do Rio (garantindo sua ida ao segundo turno) representava a superação definitiva do PT, devem estar apreensivos com a absoluta "preferência popular" por Lula em 2018. As manifestações do último dia nacional de luta (15M) puderam aferir o fenômeno político que o PT representa na esquerda. Entretanto este "recall" político do PT não garante inexoravelmente a vitória de Lula, pelo simples fato de que não possa apresentar um projeto econômico para a burguesia nacional como fez em 2002. As reformas neoliberais exigidas pelo capital financeiro ainda tem um longo caminho a percorrer e Temer se mostra completamente incapaz de concluir a "encomenda" apenas em seu mandato tampão. Lula é refém dos rentistas do mercado a quem serviu muito bem em seu governo, e o máximo que poderá garantir para a burguesia é a contenção do movimento de massas no marco da institucionalidade capitalista, neste sentido sua vaga de "segundo colocado" na disputa eleitoral parece assegurada. Porém a burguesia busca um plano para sair da recessão em uma situação econômica internacional completamente desfavorável, no momento o único lastro confiável são os EUA, que não pretende apostar mais suas fichas na esquerda burguesa latino-americana. Neste impasse de "alternativas" para uma nova gestão estatal segura para o capital, Moro (provavelmente lançado pela REDE) e o tucano Alckmin devem ser os possíveis adversários eleitorais da Frente Popular, enquanto Lula cumpre o papel de disseminar as ilusões no movimento social de sua vitória garantida em 2018. O PSOL caminha no fio da navalha entre apoiar o PT ou lançar uma candidatura "laranja" para favorecer a direita na briga pelo Planalto, embora as tendências de "esquerda" do partido prefiram esta segunda opção. Para os Marxistas Revolucionários o impasse político da direita burguesa deveria ser aproveitado com uma ofensiva independente do movimento operário e popular, sem ilusões eleitorais e com o foco voltado na construção de uma alternativa de poder socialista do proletariado. A preparação de uma "GREVE GERAL PRA VALER" é o primeiro passo para derrubar o governo golpista, abrindo caminho não para as eleições e sua carcomida democracia dos ricos, mas sim para a revolução!

quinta-feira, 23 de março de 2017

PARLAMENTO APROVA A TERCEIRIZAÇÃO TOTAL SEM RESISTÊNCIA NAS RUAS: OS EFEITOS NEFASTOS DA POLÍTICA DE “LULA 2018” UNIDA A PARALISIA DA CUT PRESERVAM O GOLPISTA TEMER E SEUS DUROS ATAQUES NEOLIBERAIS


Sob o comando do canalha Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi apoiado pelo PCdoB e grande parte do PT para a presidência da Câmara dos Deputados, o parlamento aprovou na noite desta quarta-feira (22.03) o projeto de lei (PL 4302/98) da era FHC que regulamenta a terceirização no Brasil, permitindo que ela seja praticada na atividade-meio e na atividade-fim. O projeto foi apresentado durante o governo FHC e já foi aprovado pelo Senado, portanto segue agora, após as votações dos destaques, apenas para a sanção do golpista Temer. O texto precariza de vez o mercado de trabalho no Brasil, permitindo que todas as atividades de uma empresa sejam terceirizadas, inclusive a principal. Numa escola, por exemplo, até os professores poderão ser contratados de forma terceirizada. Com isso, patrões poderão contratar seus funcionários sem garantias como férias, décimo-terceiro, licença-maternidade, abono salarial e outros direitos trabalhistas. O trabalho temporário também foi ampliado de 3 para 9 meses. Na primeira votação, com 275 votos a 28 e 46 abstenções, foi rejeitado dispositivo do texto do Senado e mantido trecho da redação da Câmara, sobre trabalho temporário, para deixar claro que essa modalidade poderá ser usada nas atividades-fim e nas atividades-meio da empresa. Na segunda votação, 231 deputados aprovam o texto-base do projeto de lei, contra 188 que votaram “não” e 8 abstenções. Mesmo sabendo da votação, nenhuma medida de luta foi convocada pelas centrais sindicais como CUT e a CTB para barrar o projeto. Ao contrário, a única “iniciativa” convocada pela CUT, através de seu presidente Wagner Freitas, foi o patético pedido na véspera para que se enviasse cartas, SMS e e-mails para “pressionar” os deputados. Lembremos que em 2015 enquanto a bancada do PT fazia demagogia na Câmara contra o PL 4330 (outro projeto de terceirização), ministros do governo Dilma negociavam no parlamento os termos da precarização do trabalho no Brasil. Apesar de todo o “falatório” dos petistas contra a terceirização no país, devemos refrescar a memória que durante o governo Dilma foi implementada uma vasta rede de trabalho precarizado nas empresas estatais e na própria administração direta. Só na PETROBRAS a força de trabalho precarizada correspondia em 2016 a mais de 50% da empresa, inclusive em áreas estratégicas! Já naquele momento, a CUT restringiu sua “resistência” ao projeto de terceirização a uma pequena manifestação no Congresso Nacional, sem convocar as bases dos sindicatos através de assembleias a paralisar suas atividades em repúdio ao drástico golpe neoliberal orquestrado com a cumplicidade de Dilma. Agora nem isso!!! Este ataque gigantesco aos trabalhadores comprova é que necessário convocar a luta direta para derrubar o governo golpista de Temer e não alimentar expectativas no terreno eleitoral e no chamado da Frente Popular de Lula 2018 enquanto as reformas neoliberais são aprovadas no parlamento. O falso “recuo” de Temer na Reforma da Previdência (ao supostamente retirar os servidores estaduais e municipais) visa justamente aprovar o ataque no Parlamento sem resistência, contando para isso com a paralisia da CUT e do PT. Outra mobilização como o 15M rumo a Greve Geral já deveria ter sido convocada para enterrar as reformas neoliberais, mas ao invés disso, Lula e o PT estão em frenética campanha eleitoral. A saída para os explorados é construir nas ruas e através de sua ação direta a luta por derrubar já Temer, o regime golpista e suas reformas neoliberais, como demonstrou a disposição de luta dos trabalhadores no 15M! Nesse sentido, é preciso superar a política de colaboração de classes da CUT e do PT que ao não organizar a resistência operária e popular permitiu a imposição desta derrota histórica aos trabalhadores!

quarta-feira, 22 de março de 2017

EDUARDO GUIMARÃES, DO BLOG DA CIDADANIA, FOI SEQUESTRADO PELO FASCISTA JUIZ MORO: NOSSO VEEMENTE REPÚDIO AO REGIME DE EXCEÇÃO PATROCINADO PELA FAMIGERADA OPERAÇÃO LAVA JATO NÃO IMPEDE DE ALERTAR QUE O BLOGUEIRO FOI VÍTIMA DE SUA PRÓPRIA POLÍTICA EM DEFESA DA CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS QUANDO ESTES QUESTIONAVAM O GOVERNO DILMA (PT)!


Eduardo Guimarães do Blog da Cidadania foi literalmente sequestrado ontem (21.03) pela PF a mando do Juiz Moro, em mais um capítulo aberrante do regime de exceção que a “República de Curitiba” busca impor ao país. Sua condução coercitiva foi completamente ilegal do ponto de vista da própria Constituição burguesa e de seu farsante “Estado democrático de Direito”. 

terça-feira, 21 de março de 2017

GREVE DOS PROFESSORES DE FORTALEZA COMPLETA UMA SEMANA: ROBERTO CLÁUDIO (PDT) IMPÕE ARROCHO SALARIAL E ATAQUE A PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES... É O REPRESENTANTE DA OLIGARQUIA GOMES, QUE O PT APRESENTA COMO ALIADA, COPIANDO O GOLPISTA TEMER!


Desde 15 de Março os Professores de Fortaleza estão em greve, iniciada no “Dia Nacional de Paralisação e Mobilizações”. Enfrentamos os ataques do prefeito Roberto Cláudio (PDT), representante da oligarquia Gomes, que vem impondo arrocho salarial, precarizando o Instituto de Previdência do Município (IPM) e lançando uma série de medidas que atacam conquistas e direitos dos servidores públicos. Desta forma, Roberto Cláudio copia o pacote de maldades do golpista Temer (PMDB), demonstrando que os irmãos Gomes e seus aliados na prefeitura e no Governo do Estado do Ceará (Camilo Santana) não são aliados na luta contra a Reforma da Previdência, como alegam cinicamente PT e PCdoB no interior dos movimentos sociais. Ao contrário, Camilo Santana (PT) aplaudiu a privatização do aeroporto de Fortaleza por Temer e anunciou um reajuste miserável de 2% para o funcionalismo. Durante a greve, várias mobilizações estão sendo realizadas como a ocupação do IPM, arrastão nas escolas e passeatas. Hoje, dia 21.03, ocorreu a assembleia geral da categoria, onde foi aprovado aprofundar a mobilização nas escolas para arrancar na audiência marcada para sexta-feira (24.03) o aumento salarial de 7,64% (índice do piso nacional do magistério) e o fim dos ataques à previdência dos servidores e do conjunto dos trabalhadores, assim como o ato do prefeito que suspende as pecúnias. A Oposição de Luta da TRS-LBI tem intervindo ativamente na paralisação, atuou no dia 15.03 na grande marcha pelo centro de Fortaleza, somou forças na ocupação do IPM, sempre apontando que tanto Temer como Roberto Cláudio (que foi apoiado pelo PT no segundo turno das eleições municiais) só podem ser derrotados na luta direta, com a ampliação da greve e sua radicalização. Nesse combate, nos delimitamos com a direção majoritária do SINDIUTE, ligado a corrente petista Articulação, que busca fechar um acordo rebaixado com prefeitura, assim como criticamos o PSTU que como minoria na direção está completamente adaptado no seu papel de sócio menor da burocracia sindical cutista. Do ponto de vista mais geral, quando um amplo setor da vanguarda ligada a Frente Popular patrocina ilusões em uma chapa presidencial formada entre Lula (PT) e Ciro (PDT) em 2018, os sindicalistas revolucionários da TRS-LBI defendem a construção da Greve Geral e derrubada revolucionária do golpista Temer, não depositando nenhuma ilusão no circo eleitoral da democracia dos ricos! Por sua vez, é preciso denunciar que Ciro Gomes e Roberto Cláudio não são aliados dos trabalhadores como apresenta a Frente Popular, mas nossos inimigos de classe que impõem o arrocho salarial e o ataque à previdência dos servidores. Nosso caminho deve ser a luta direta para derrotar o conjunto dos governos burgueses e construir uma alternativa de poder dos trabalhadores!
O FBI AMEAÇA PRENDER O PRÓPRIO PRESIDENTE DOS EUA: O GOLPE DE ESTADO CONTRA O "PALHAÇO REACIONÁRIO" TRUMP AVANÇA A CONTA GOTAS...


O chefe máximo da Polícia Federal dos Estados Unidos (FBI), James Comey, protagonizou hoje um ato completamente inédito em toda a história republicana ianque, ameaçou o presidente Trump em plena audiência no Congresso Nacional. Comey reconheceu nesta segunda-feira (20) que o FBI está investigando as ligações de Donald Trump com a Rússia, e ainda desmentiu afirmações de seu superior hierárquico: “Não há como sustentar as declarações de Trump e nós investigamos isso com cuidado dentro do FBI”, afirmou James. Além de desmentir o presidente Trump o diretor geral do FBI revelou que desde julho, o FBI está investigando as tentativas do governo russo de interferir nas eleições americanas e a ligação da campanha de Donald com a Rússia e Putin. Nesta audiência no Congresso Americano, Comey esteve acompanhado do diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA), o poderoso almirante Mike Rogers, que não só referendou as ameaças do FBI como também acusou Trump de mentiroso ao citar os supostos grampos do qual o atual presidente dos EUA se diz vítima. A posição de "indisciplina" de dois altos comandantes de órgãos de segurança dos EUA contra a presidência da república foi precedida por várias sentenças judiciais de primeira instância em oposição as determinações do governo Trump em relação a imigração. Somados, estes gravíssimos fatos da conjuntura nos EUA, revelam uma clara anomalia no regime político ianque sinalizando a possibilidade cada vez mais concreta da iminência de um golpe de estado, que pela primeira vez poderia ser vitorioso no país que é o "símbolo da democracia ocidental". A LBI caracterizou com muita precisão esta tendência golpista no "coração" do imperialismo, imediatamente após a vitória eleitoral do "palhaço reacionário" Donald Trump, em uma série de três artigos publicados no jornal Luta Operária de janeiro deste ano, e que agora reproduzimos na íntegra para nossos leitores do BLOG. Também não podemos nos abster da denúncia política do nefasto papel jogado pelo partido Democrata, controlado pelo clã dos Clintons, na preparação da marcha do golpe de estado que visa retroceder as conquistas democráticas do proletariado norte-americano. A histeria social anti Putin, semeada em grande parte pela madame Hillary, é apenas uma cortina de fumaça para deixar o imperialismo ianque de "mãos livres" (sem competidor bélico global) em sua escalada de ataques a povos e nações oprimidas. Desgraçadamente a esquerda revisionista embarca MAIS uma vez na cantilena conservadora contra a Rússia, engrossando o caldo político direitista dos cânones "Democratas", que pretendem apear Trump da Casa Branca. Os militantes lúcidos da esquerda revolucionária podem imaginar muito bem o que seria um novo governo ianque controlado diretamente pelos generais e falcões Democratas do Pentágono, ou seja um retrocesso histórico ímpar para o conjunto da classe operária internacional.

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segunda-feira, 20 de março de 2017

20 DE MARÇO DE 2003 – IMPERIALISMO IANQUE INVADE O IRAQUE: INTERNACIONALISTAS PROLETÁRIOS DA LBI DEFENDERAM A VITÓRIA MILITAR DA NAÇÃO OPRIMIDA E A FRENTE ÚNICA COM SADAN HUSSEIN PARA DERROTAR AS TROPAS NEOCOLONIALISTAS!


Neste 20 de março completa-se 14 anos da invasão das forças imperialistas anglo-ianques no Iraque. Como pontuamos na época, a guerra foi lastreada por uma brutal ofensiva ideológica, política e militar do imperialismo, aberta com a derrota histórica sofrida pelo proletariado mundial com a liquidação da URSS e dos Estados operários do Leste europeu. Com o projeto “neoliberal” chegando ao seu esgotamento e sem um contraponto político e militar ao seu poderio, como era realizado pela ex-URSS, o imperialismo ianque sentiu-se à vontade para adotar uma política de ofensiva militar baseada nas tendências nazi-fascistas. Essa política tomou impulso após os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono com a escusa do combate ao terrorismo. A necessidade econômica de se apoderar da segunda maior reserva de petróleo do mundo e a primeira em água do Oriente Médio, abrindo a possibilidade de controlar o preço do barril de petróleo no mundo inteiro, levou Bush a desferir o ataque ao Iraque. Detendo a supremacia bélica do planeta, Casa Branca avaliou que não era preciso a formação de grandes blocos de alianças militares para invadir e ocupar países de pequeno e médio porte, como foi o caso do Iraque. A militância da LBI defendeu desde o primeiro momento a consigna de “Vitória militar ao Iraque” porque acreditávamos no enorme potencial de luta das massas árabes e iraquianas, apesar de não depositarmos nenhuma confiança no regime burguês nacionalista de Saddam Hussein, sempre propenso a um acordo com os bandidos imperialistas, como o pactuado em 91. Para recordar a análise que fizemos a época tão atual, reproduzimos abaixo as “Teses Trotskistas acerca da ocupação militar ianque sobre o Iraque”, extraídas do livro “Guerra de rapina contra o Iraque”, lançado pela LBI em abril de 2003.


TESES TROTSKISTAS ACERCA DA OCUPAÇÃO MILITAR SOBRE O IRAQUE

(ABRIL/2003)

1. Após 12 anos, Bush Júnior completa o "serviço" iniciado por seu pai na guerra do Golfo em 1991, invadindo militarmente o Iraque e aniquilando o regime de Saddam Hussein. O triunfo militar norte-americano, ancorado em menor escala pelo imperialismo inglês, marca um novo período de correlação de forças entre as classes sociais na arena mundial, aberto após o ataque sofrido no 11 de setembro. A nova doutrina de segurança nacional do governo Bush de "ataques preventivos" é reflexo direto da ofensiva imperialista mundial, desencadeada com a queda dos Estados operários do Leste europeu e da ex-URSS. A ocupação militar no Afeganistão foi o balão de ensaio para o novo passo, ou melhor, para a passagem de um período da ofensiva mundial ao atual momento de extremo recrudescimento, com a vitória militar sobre o Iraque. A ofensiva imperialista iniciada em 89, consolidada com o triunfo militar sobre a Iugoslávia (1999), um antigo país da "cortina de ferro" (Pacto de Varsóvia), atinge agora um ponto de inflexão mais profundo, pavimentando uma perspectiva de guerras de ocupação a diversos países e, ao mesmo tempo, de fomentar contrarrevoluções internas sob pressão dos EUA. A lista dos prováveis alvos ianques vão desde Cuba à Coréia do Norte, do Irã à Síria, da Colômbia ao Zimbábue. É óbvio que não irão desencadear uma "guerra total" imediatamente. Referimo-nos a um novo período histórico, dentro da etapa mundial de ofensiva imperialista aberta em 89, ou seja, estamos projetando uma caracterização para os próximos 15 anos. Se até o 11 de setembro de 2001, o imperialismo ianque mesclava sua ofensiva sobre os povos com políticas de "cooptação democrática" ou "reação democrática", como a convocação de eleições presidenciais na Nicarágua em 1990 e os Acordos de Oslo entre a OLP e o Estado sionista em 1993, o período pós 11 de setembro é marcado pela contrarrevolução aberta em toda linha, o que inclui guerras de ocupação sem nenhuma justificativa, ampliação da presença militar ianque em todo o planeta (desde o 11 de setembro, os EUA instalaram mais 17 bases militares em vários países), deposição pela via da contrarrevolução interna de governos "adversários" etc.. Se alguns pontos relacionados acima não são propriamente uma "novidade" para a política imperialista, sua utilização de forma ininterrupta, e sem nenhum "revés" registra o ingresso de um novo período político, claramente ultrarreacionário e, portanto, desfavorável ao proletariado mundial.
“LAVA JATO DA CARNE” ATACA OS FRIGORÍFICOS NACIONAIS: A VERDADEIRA “CARNE PODRE” É O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA QUE ARRASTA A HUMANIDADE PARA A MORTE EM NOME DA EXPANSÃO DAS TAXAS DE LUCRO! PELA GESTÃO OPERÁRIA DA JBS E BRF! ESTATIZAÇÃO SOB O CONTROLE DOS 
TRABALHADORES!


Aparentemente buscando dar holofotes a participação de Lula e dos governos do PT nas negociatas envolvendo os grandes frigoríficos nacionais com o BNDES desde 2003, a Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (17) a Operação Carne Fraca, com foco na venda ilegal de carnes por frigoríficos. O delegado federal responsável pela operação é Mauricio Moscardi Grillo, um dos membros da famigerada Força Tarefa da Lava Jato. Alguns dos principais frigoríficos do país estão na mira da operação, como BRF, JBS e Seara. A Operação foi a maior já realizada pela PF, envolvendo mais de 1.100 policiais em seis estados do País e no Distrito Federal, apontou grandes nomes da indústria alimentícia, como a JBS (dona da Seara, BigFrango e Friboi) e a BRF Brasil (que controla marcas como Sandia e Perdigão). A Justiça Federal do Paraná, diretamente influenciada por Moro, determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das investigadas. O JBS, entre as suas muitas aquisições financiadas com empréstimos do BNDES, comprou a Seara durante o governo Lula. Foi o frigorífico que recebeu maior volume de empréstimos e de aporte de capital do banco para ser o grande campeão nacional no segmento de carne. O atual ministro da Justiça de Temer, Osmar Serraglio, também é citado na investigação. Ele aparece em grampo interceptado pela operação conversando com o suposto líder do esquema criminoso, o qual chama de “grande chefe”. O “grande chefe” é Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, estado de Serraglio e conhecido perseguidor de servidores do órgão, que lideraria uma quadrilha de fiscais escalados para liberar produtos estragados ou com o prazo de validade vencido. Eles agiam em conluio com executivos das gigantes BRF e JBS. De acordo com a Polícia Federal, um dos frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca, usava notas fiscais falsas para regularizar carnes que já tinham passado da data de validade. A Justiça determinou 27 prisões preventivas, além de 11 temporárias e mais 77 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a depor. Empresas também compravam notas de produtos com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para justificar a compra de carnes que, em alguns casos, estavam podres. Para disfarçar o sabor da carne para os consumidores, a empresa usava um produto químico, o ácido ascórbico, em quantidade acima do permitido pela legislação. Gravações telefônicas obtidas ao longo de dois anos mostraram uma série de irregularidades, tanto em empresas pequenas e médias quanto em grandes companhias, como a BRF e a JBS, e as respectivas subsidiárias delas. As ilegalidades contavam com o apoio de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cujo trabalho era justamente evitar esses problemas. Eles recebiam comissões (propinas) em dinheiro e também em mercadorias das empresas, para favorecerem as empresas tanto com afrouxamento da fiscalização, quanto com a obtenção de licenças de funcionamento de locais que deveriam ser interditados. Os fiscais envolvidos no esquema eram, em muitos casos, chefes de superintendências. Essa “descoberta” da PF revela o que já muito sabíamos, que todos esses produtos “industrializados” pelas grandes empresas, em todas a áreas, são adulterados para aumentar a taxa de lucro e reduzir as perdas. A verdadeira “Carne Podre” é o capitalismo que arrasta a humanidade para a morte e a barbárie. Que todos os partidos burgueses, do PMDB ao PT estão envolvidos não resta dúvida, mas o objetivo central desse “braço” da operação Operação Lava Jato parece ser debilitar o setor frigorífico nacional, que tem forte presença no mercado mundial. A operação da PF fez com que as ações dos frigoríficos despencassem mais de 8% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Não esqueçamos que na Europa escândalos análogos forma denunciados, com o uso de carne de cavalo sendo vendida como bovina. Diante dessa realidade, os Marxistas Revolucionários defendem a estatização de todos os grandes frigoríficos sobre o controle dos trabalhadores. Uma greve operária para impor o controle direto da produção e a distribuição, exigindo que os trabalhadores dirijam as empresas, coloca-se na ordem do dia, antes que a “Lava Jato da Carne” quebre esses frigoríficos em nome do "combate a corrupção" como vem fazendo com a Petrobrás e as grandes empreiteiras nacionais.

domingo, 19 de março de 2017

Há 146 ANOS O PRIMEIRO GOVERNO OPERÁRIO DA HISTÓRIA ERA ESMAGADO PELA VIOLENTA REAÇÃO BURGUESA: A COMUNA DE PARIS E SUAS LIÇÕES PROGRAMÁTICAS PARA O COMBATE DOS MARXISTAS REVOLUCIONÁRIOS


Em meio à guerra contra a Prússia em 18 de março de 1871, os operários de Paris se levantam contra a fome, a miséria e a covardia dos dirigentes burgueses que comandavam o Estado francês perante o conflito bélico que massacrava o povo. Isto porque o exército prussiano marchava sobre Paris aniquilando impiedosamente as tropas regulares francesas, sem que a burguesia respondesse à altura. Ao contrário, o covarde governo francês foge das áreas de conflito e articula a rendição sem luta, atitude que se batia frontalmente com o espírito combativo da Guarda Nacional dos trabalhadores armados, ainda com um caráter sumamente moderado, composta por operários, republicanos, milicianos, além de uma pequena burguesia em decadência econômica. Porém, quando Napoleão III e o exército francês quiseram tomar os armamentos do povo para assinar a humilhante rendição, o processo revolucionário começou a avançar em passos largos, acendendo o estopim da revolta contra o Estado burguês e dando início à Comuna de Paris (18 de março/1871). Os explorados, o proletariado independentemente do regime burguês passou a se organizar por bairros, criaram comitês de autodefesa para se proteger não só do exército prussiano nas cercanias de Paris como também da repressão das próprias tropas francesas. Houve várias tentativas do gabinete francês em derrotar o governo revolucionário, mas foram todas fracassadas devido à forte resistência e paixão popular em defender seus interesses históricos. Nascia a partir de então, o primeiro governo operário da História, o qual apesar de sua brevidade nos deixou como importante legado as lições programáticas desta luta titânica, além de mostrar-nos o caminho a ser seguido pelo movimento operário para derrotar o Estado burguês e seus acólitos: a Revolução e a Ditadura Proletária! Como analisou Marx, o proletariado finalmente encontrou a “forma de exercer sua ditadura de classe”, ou “um poder novo, verdadeiramente democrático”. O poder antes da Comuna encontrava-se nas mãos dos latifundiários, da nobreza, do clero e capitalistas. A Revolução, doravante pôs os destinos não só de Paris como da Humanidade nas mãos do proletariado (Guarda Nacional)! Em um curto período de existência (18 de março de 1871 a 28 de maio de 1871) promoveu profundas mudanças sociais e econômicas: substituiu o exército permanente pelo armamento do povo pobre, proclamou a separação entre a Igreja e Estado, declarou a educação pública, laica e gratuita, instituiu a igualdade dos sexos, a habitação como um direito de todos, abolição da polícia etc., tudo decidido em assembleias populares através da democracia direta. Claro, os erros também foram muitos, como por exemplo, não confiscar a propriedade dos meios de produção que seus “donos” abandonaram, desarticulação entre campo e cidade e dentro da própria Comuna (que tinha a maioria de blanquistas), enfim, tratou-se de uma etapa de aprendizado revolucionário da classe operária...As medidas dos Comunardos eram tão avançadas programaticamente à época que receberam o justo ódio da burguesia, quando no fatídico dia 28 de maio de 1871 o chacal criminoso Thiers alia-se com o exército inimigo comandado por Bismarck que liberta cerca de 100 mil prisioneiros franceses para marchar sobre Paris revolucionária e esmagar em sangue o governo da Comuna. Os combates duraram sete dias de puro heroísmo dos Comunardos, encerrando-se numa selvagem carnificina... Marx e Engels elaboraram uma viva análise do que fora este importante fato histórico para a luta de classes em nível mundial em seus acertos e erros, a qual pode ser conferida no rigoroso texto logo abaixo:

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“Na alvorada de 18 de Março, Paris foi despertada por este grito de trovão: VIVE LA COMMUNE! O que é, pois a Comuna, essa esfinge que põe tão duramente à prova o entendimento burguês?

Os proletários da capital - dizia o Comitê Central no seu manifesto de 18 de Março - no meio das fraquezas e das traições das classes governantes, compreenderam que chegara para eles a hora de salvar a situação assumindo a direção dos assuntos públicos... O proletariado... compreendeu que era seu dever imperioso e seu direito absoluto tomar nas suas mãos o seu próprio destino e assegurar o triunfo, apoderando-se do poder.

Mas a classe operária não se pode contentar com tomar o aparelho de Estado tal como ele é e de o pôr a funcionar por sua própria conta.

sábado, 18 de março de 2017

OPERAÇÃO "CARNE FRACA" E POVO BRASILEIRO VIVENDO EM "CARNE E OSSO" NO CAPITALISMO


Em mais uma operação para midiotas a PF deflagrou a chamada "Operação Carne Fraca", revelando uma descoberta "espetacular" de que linguiças são feitas com carnes podres, fato já apontado pelo lendário barão alemão Bismarck há mais de dois séculos atrás no próprio país que lançou o produto para o mundo! Porém a "incrível" descoberta da PF não é tão singela quanto parece e tampouco está focada em qualquer defesa do consumidor. A nossa dependente economia nacional tem um tripé básico de sustentação: Minerais, Agronegócio e as Empreiteiras, os dois primeiros itens voltados basicamente para o mercado mundial e as mega construtoras ligadas a infraestrutura brasileira bancada pelo Estado. A "República de Curitiba" já tinha se encarregado de desorganizar a Petrobras e as grandes Empreiteiras, agora quer por suas mãos na liquidação do Agronegócio, começando pela paralização na exportação da proteína animal brasileira. É óbvio que a camarilha togada e sua Polícia "particular" Federal segue orientações diretas do Departamento de Estado dos EUA, interessado em abocanhar nosso petróleo cru, quebrar a reserva de mercado nacional das obras públicas e de quebra hegemonizar a exportação de carne para os mercados asiáticos e europeus. Somente estes três setores fundamentais da economia brasileira movimentaram cerca de 22 trilhões de dólares ao longo da última década, precisa ser muito estúpido para não enxergar os interesses comerciais do imperialismo nesta súbita movimetação "ética" da "impoluta" magistratura tupiniquin. Entretanto a "Carne Fraca" dos delegados fascistas não serve somente aos objetivos das transnacionais da proteína ianque, visa quebrar uma "rica" fonte de financiamento das campanhas eleitorais da Frente Popular. Todos sabem que a JBS foi transformada no governo Lula, de um simplório açougue familiar a uma gigante mundial na produção de carne, pela via de uma série de financiamentos bilionários do BNDES. Este não foi o caso da BRF Foods, que já detinha uma parcela muito significativa do mercado nacional, mas com a entrada de Abilio Diniz( ex-Pão de Açúcar) na empresa, também partiu com força para dominar o segmento internacional, em comum com a JBS a proximidade com o governo do PT e os "generosos" financiamentos dos bancos estatais. Sem o dinheiro das empreiteiras e do agronegócio, agora sob o cerco da PF, o PT não tem como bancar suas campanhas eleitorais milionárias, podendo ficar reduzido a um quinto de sua nutrida estrutura logística. É claro que LULA continua a possuir um importante potencial eleitoral para 2018, praticamente já garantindo sua presença no segundo turno presidencial. Mas sem o aporte material e político da acuada burguesia nacional, o PT não conseguirá retornar ao Palácio do Planalto, pelo menos em um curto período histórico. Por isso mesmo a "República de Curitiba" decidiu que liberará Lula para a disputa eleitoral do próximo ano, no sentido de legitimar politicamente a vitória do próximo "Salvador da Pátria", porém o PT não poderá contar com a farta contribuição financeira de seus "companheiros" burgueses. Muito provavelmente empresas muito "amigas" da Frente Popular, como a Odebrecht e JBS serão quebradas, outras um pouco mais distantes do PT devem ser preservadas sob o compromisso de não mais contribuirem com a esquerda reformista. Quanto ao povo brasileiro, com ou sem a Friboi no mercado, na crise capitalista continuará vivendo em "carne e osso" e comendo veneno industrializado. Somente a revolução socialista poderá acabar com toda a fraude da economia privada dos meios de produção, já passa da hora de romper as ilusões na " fiscalização" do capital e na defesa da "sustentabilidade" da sociedade de classes antagônicas. A demolição violenta da edificação podre capitalista é o único caminho possível para a libertação do proletariado!

quinta-feira, 16 de março de 2017

“LULA LÁ”?: FRENTE POPULAR TRANSFORMA MANIFESTAÇÃO DO 15M NA PAULISTA EM ATO DE LANÇAMENTO DA CANDIDATURA PRESIDENCIAL DO PT, PATROCINANDO A NEFASTA ILUSÃO REFORMISTA DE QUE VAI FAZER A “ECONOMIA CAPITALISTA VOLTAR A CRESCER”


Aos gritos de “Olê, Olê, Olá, Lula, Lula!”, o dirigente máximo do PT e candidato presidencial para 2018 foi recebido ao final da manifestação na Av. Paulista, por vota das 19hs (Ver Vídeo). O público presente era a grande massa de petistas, militantes do MST, CMP, PCdoB, do PCO e sindicalistas ligadas a CUT-CTB, já que uma parcela dos ativistas se dispersaram antes da sua fala. A militância da LBI ficou presente para acompanhar in loco a intervenção do ex-presidente e fazer uma análise criteriosa da orientação que Lula estava passando para o conjunto da Frente Popular. Antes de mais nada é preciso enfatizar o notório clima de “palanque eleitoral” no final do 15M em São Paulo. Lula não se fez de rogado, recorrendo em sua oratória a toda sua demagogia habitual, mas o eixo central de sua linha política foi sem dúvida a defesa da necessidade da eleição de um governo legítimo para fazer as "mudanças", sendo as atuais mobilizações de massa contra as reformas neoliberais uma importante forma de pressão para a escolha de um novo presidente legitimado pelas urnas, que seria obviamente ele. Lula declarou do alto do carro de som “Quem pensa que o povo está contente, esse povo só vai parar quando elegerem um governo democraticamente eleito. Somente o povo na rua e quando a gente tiver um presidente legítimo, com a confiança da sociedade nós vamos fazer esse país voltar a crescer”. Em resumo, as atuais manifestações devem ter como objetivo estratégico a volta do PT ao Planalto. O mesmo PT que em 2003 fez a reforma da previdência para taxar os inativos, aumentar o tempo de contribuição e a idade mínima, a mesma gerência que com Dilma aplicou o ajuste neoliberal, reduzindo benefícios do INSS e restringindo pensões, o seguro-desemprego e privatizando via concessões. Por essa razão Lula alertou sobre a fragilidade do governo golpista e propôs à burguesia a adoção de um suposto “programa neodesenvolvimentista” depois de aprovada às reformas neoliberais no Congresso Nacional, tarefa que a própria Dilma não teve força para fazer em seu segundo mandado e por essa razão sofreu o impeachment. O petista, ao criticar as atuais mudanças na previdência, chegou a aconselhar Meirelles (presidente do BC na gestão da Frente Popular) e mesmo a Temer, dizendo que “O problema não é de dinheiro. Eu queria que o Meirelles estivesse ouvindo, o Temer também. Quando nós geramos 22 milhões de emprego, todas as categorias tinham aumento acima da inflação à previdência conseguiu aumentar sua arrecadação”. Em resumo, ele recorreu à “fórmula mágica” petista de apoiar as empresas e os microempreendedores para fazer a economia capitalista crescer, gerando pequenos ganhos aos trabalhadores. Lula e a direção nacional do PT ainda insistem em convencer as forças políticas da reação e da direita institucional que realizou o “melhor governo da história do Brasil” e por esta razão deve voltar ao Planalto via a reedição de um pacto de colaboração de classe.  O mais importante não foi dito e tampouco convocado o movimento de massas para derrotar nas ruas a ofensiva golpista que neste momento se concretiza na Reforma da Previdência, Lula não chamou a derrubada do governo Temer pelos trabalhadores em luta... Nem poderia, esse caminho vai contra a política de conciliação de classes, minaria qualquer chance de Lula ter ainda apoio de um setor burguês a sua candidatura presidencial. A estratégia adotada pela cúpula do PT consiste angariar o apoio da burguesia nacional a postulação de Lula, acontece que a classe dominante compreende que o ciclo histórico do “neodesenvolvimento” está encerrado. Por isso mesmo não é conveniente Lula chegar novamente ao Planalto em 2018. Usando seu prestígio popular como elemento de barganha frente a classe dominante, a intervenção de Lula no 15M de fato foi o ato de lançamento de sua campanha presidencial. Alertamos que é completamente equivocado esperar dos que iniciaram o ajuste neoliberal uma reação à altura do que a conjuntura exige, golpistas e a Frente Popular tem em comum a mesma subordinação programática ao capital financeiro, mais além da demagogia eleitoral da atual “oposição” ao projeto Temer. A vanguarda classista deve tomar a iniciativa política de convocar, não um lobby frente a este Congresso de corruptos, mas um verdadeiro chamado para a ação direta das massas, rumo à preparação da Greve Geral por tempo indeterminado, como bravamente e mesmo com a hostilização da Frente Popular defenderam os militantes da LBI na manifestação do 15M em São Paulo!

quarta-feira, 15 de março de 2017

MILITÂNCIA DA LBI INTERVÉM NACIONALMENTE NO 15M EM DEFESA DE UMA POLÍTICA REVOLUCIONÁRIA E DA CONSTRUÇÃO DO PARTIDO LENINISTA EM OPOSIÇÃO AO REFORMISMO E AO REVISIONISMO TROTSKISTA

Na Paulista, coluna da LBI é hostilizada pela Frente Popular
por denunciar a saída eleitoral
A militância da LBI interveio neste 15M em várias capitais como São Paulo, Natal e Fortaleza defendendo uma política revolucionária alternativa a orientação da Frente Popular e do PSOL. Na capital paulista, o ato ficou dividido entre as orientações expressas pelos carros de som da CUT, Conlutas e de setores do PT, que auxiliados pelo PCO, vergonhosamente defenderam a política do “Volta Dilma”. Nossos companheiros distribuíram centenas de panfletos e propagandearam a defesa da Greve Geral. O ato na Av. Paulista agrupou mais de 100 mil pessoas mas a política de colaboração de classes do PT e da CUT acabou por não apontar nenhuma perspectiva de luta ao final da manifestação, limitando-se a defesa de Lula 2018, que fez um discurso distracionista voltada a desgastar Temer e catapultar sua candidatura presidencial.

Contra o "Fora Temer" defendido pelo reformismo 
e os revisionistasLBI agitou a derrubada do golpista
Já em Natal, os manifestantes saíram em caminhada da Praça Gentil Ferreira, no Alecrim em direção à Praça Presidente Kennedy, na Cidade Alta. Mais de 10 mil pessoas participam do ato, que teve com um de seus eixos a luta contra a privatização da CAERN (Companhia de Água e Esgoto do RN). A CUT e a CTB não jogaram peso e negaram-se a unificar os trabalhadores nas ruas. A LBI que também intervém na categoria dos petroleiros como oposição classista, defendeu a luta por colocar Abaixo Temer, Construir a Greve Geral!

Em Natal, militância da LBI atuou na luta contra a privatização da
Companhia de Água e Esgoto (CAERN) 
Em Fortaleza, a manifestação contou com cerca de 10 mil pessoas. Os ônibus não pararam devido à política de paralisia da direção do SINTRO (PSTU, MAIS). Apesar disso, servidores públicos e professores paralisaram as escolas e universidades. A bancada da TRS-LBI interveio no ato e na passeata, distribuindo centenas de panfletos e conseguiu organizar um amplo setor de ativista para dar curso a greve dos professores da rede pública municipal.

Em Fortaleza, porta-voz da LBI, denunciou
a proposta "Diretas Já" defendida pelo PSOL/MAIS e PCdoB
 
A tarefa colocada para a militância da LBI a nível nacional é organizar o melhor dos lutadores e ativistas para intervir na luta de classes com um programa revolucionária que combata o governo golpista de Temer e suas reformas sem capitular a política de colaboração de classes do PT e PSOL, além de combater os revisionistas do trotskismo como o PSTU, MRT e MAIS!
UM PRIMEIRO BALANÇO DO 15M: FORTE DISPOSIÇÃO DE LUTA DAS BASES ESBARRAM NA POLÍTICA DE CONCILIAÇÃO DE CLASSES DAS DIREÇÕES FRENTE POPULISTAS DE OLHO NAS ELEIÇÕES DE 2018

Bancada da TRS-LBI no 15M em Fortaleza
O “Dia Nacional de Paralisação e Mobilizações” deste 15 de Março foi sem dúvida uma importante demonstração de força dos trabalhadores em todo o país. Houve um afluxo quase espontâneo aos atos e passeatas que ocorreram nas capitais, com paralisação de categorias como professores e servidores públicos. Os trabalhadores dos transportes paralisaram parcialmente, principalmente em São Paulo, por conta do não funcionamento do Metrô e dos Ônibus. As grandes fábricas do ABC foram forçadas adiar suas atividades por apenas uma hora, devido ao atraso na entrada dos operários. O mesmo ocorreu com algumas agências bancárias. O número de manifestantes superou a expectativa inicial previsto pelas centrais sindicais, demonstrando a imensa disposição de luta das bases. Desgraçadamente, no sentido inverso, a política das direções sindicais e particularmente da Frente Popular capitaneada pelo PT foi tentar canalizar o justo ódio popular para desgastar o governo golpista visando a disputa presidencial de 2018. No máximo setores da Frente Popular (Levante, PCdoB) e o PSOL reivindicaram as “Diretas Já”, mas o grosso das correntes petistas estavam engajadas na política de “Lula 2018”. Não por acaso o próprio presidenciável petista foi a Av. Paulista para participar da mais importante manifestação do país, justamente para concretizar essa orientação política. A militância da LBI se fez presente em vários atos e passeatas em todo o país, defendendo uma orientação oposta a proposta pela Frente Popular e o PSOL. Rompendo o cerco burocrático imposto pelas direções sindicais interviemos defendendo a convocação da Greve Geral e da construção de uma alternativa política por fora do circo eleitoral da democracia dos ricos. Nesse sentido, convocamos a vanguarda classista a lançar mão dos métodos de luta da classe operária sem depositar nenhuma ilusão no parlamento burguês e na política de lobby sobre o Congresso Nacional defendido pelas direções sindicais. A importante demonstração de força deste 15M revela que é possível organizar a classe operária e os camponeses pobres para paralisar o país, ocupar as fábricas, terras e meios de produção visando não só barrar as reformas neoliberais mas para ir além, derrubar Temer e forjar um poder próprio dos trabalhadores!

MARX O MAIOR REVOLUCIONÁRIO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE


Em uma magistral intervenção por ocasião da morte de Marx, no dia 14 de março de 1883, Engels relatava que seu amigo leal havia descoberto a lei especial do movimento dialético que rege o modo atual de produção capitalista e da sociedade burguesa. “A descoberta da mais-valia de repente jogou luz sobre o problema, na tentativa de resolver o que todas as investigações anteriores, de ambos os economistas burgueses e críticos socialistas, tinham tateado no escuro”. Concluiu Engels: “Era antes de tudo um revolucionário. Sua verdadeira missão na vida foi contribuir, de uma forma ou de outra, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais que a tinham trazido à existência; contribuir para a libertação do proletariado moderno, o primeiro a se tornar consciente de sua posição e de suas necessidades, consciente das condições de sua emancipação. Lutar era seu elemento. E ele lutou com uma paixão, uma tenacidade e um sucesso como poucos poderiam contestar. Como Comunistas Revolucionários aprendemos com o estudo da obra fundante do método do materialismo histórico e dialético, a perspectiva transformadora do proletariado como sujeito histórico e as teorias do valor-trabalho desenvolvidas por Marx – entre outras questões da atual crise do capitalismo e das experiências de luta pelo socialismo no mundo. Os problemas que Marx enfrentou eram questões de seu tempo presente e, para entendê-los, foi preciso estudar a realidade que se colocava concretamente e tudo o que a precedera. Lênin, o líder Bolchevique da grande Revolução Russa de 1917, ao discursar diante do 3º Congresso da Juventude Comunista da Rússia, em 2 de outubro de 1920, disse referindo-se a Marx: “Se vocês se colocarem a pergunta sobre por que a doutrina de Marx conseguiu se apoderar de milhões, ou dezenas de milhões de corações da classe mais revolucionária, receberiam uma só resposta: isso ocorreu porque Marx se baseou em fundamentos sólidos do pensamento humano acumulado na era do capitalismo; porque, havendo estudado as leis do desenvolvimento social, Karl Marx compreendeu a inevitabilidade do desenvolvimento do capitalismo, que conduz ao comunismo, e, sobretudo, o demonstrou com base no estudo o mais exato possível, o mais detalhado e profundo da própria sociedade capitalista, através da completa assimilação do que havia sido desenvolvido pela ciência de sua época. Tudo o quanto havia sido criado pela sociedade humana foi submetido por Marx à prova da crítica, sem que um só aspecto tenha escapado à sua atenção”. Novamente Engels, em seu prólogo à obra de Marx O 18 Brumário de Luís Bonaparte, diz que Marx havia descrito com tal maestria o curso da história na França, em sua ligação interna com as jornadas de fevereiro de 1848, que de forma tão brilhante descobriu em O Milagre, de 2 de dezembro (o dia em que se deu o golpe de Estado de Bonaparte, em 1851), o resultado necessário desta conexão, e “todas as novas revelações acontecidas naquela época não fizeram mais do que confirmar o quanto foram acertadas as reflexões de Marx sobre o curso daqueles acontecimentos históricos”. Essa capacidade de apreensão tão exata da realidade histórica viva,escreveu Engels: “Em uma clarividente penetração sobre a essência dos acontecimentos no momento mesmo em que se desenrolavam, é algo sem precedentes”. O legado teórico vivo de Marx que guia os Comunistas Revolucionários nos dias de hoje, não pode ser reverenciado nesta data histórica apenas de maneira formal, nós da LBI reivindicamos a vigência e integralidade da Ditadura do Proletariado como única via para iniciarmos a grande caminhada da humanidade para abolição definitiva das classes sociais. Nesse sentido publicamos na íntegra o discurso do Engels diante do túmulo de Karl Marx.

DISCURSO DIANTE DO TUMULO DE KARL MARX
Friedrich Engels (17 de Março de 1883)

“Em 14 de março, quando faltam 15 minutos para as 3 horas da tarde, deixou de pensar o maior pensador do presente. Ficou sozinho por escassos dois minutos, e sucedeu de encontramos ele em sua poltrona dormindo serenamente — dessa vez para sempre.

O que o proletariado militante da Europa e da América, o que a ciência histórica perdeu com a perda desse homem é impossível avaliar. Logo evidenciará-se a lacuna que a morte desse formidável espírito abriu.

terça-feira, 14 de março de 2017

15M - PARALISAR AS CATEGORIAS EM LUTA RUMO À GREVE GERAL CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA: NENHUMA ILUSÃO NA FALSA UNIDADE CELEBRADA PELA BUROCRACIA SINDICAL LIMITADA A PRESSIONAR O PARLAMENTO! SUPERAR A POLÍTICA EM DEFESA DO “FORA TEMER” PARA CATAPULTAR LULA E O PSOL NAS ELEIÇÕES DE 2018!


Muito se tem falado sobre a mobilização desse 15 de Março (15M) ser o primeiro passa para a construção da Greve Geral. Afora a paralisação nacional dos professores marcada já desde o começo do ano, o que se viu foi as centrais sindicais não jogarem muito peso para impedir o funcionamento das grandes fábricas, dos bancos e dos transportes. Ao que parece  o “Dia nacional de Paralisação e Mobilização” será marcado por atos de vanguarda em todo o país, sem organização nas bases, na medida que a maioria dos sindicatos não convocaram assembleias das suas categorias para organizar de fato a paralisação. Afora esse elemento, o mais importante é constatar que a ampla unidade construída em torno do 15M, que vai desde o PT até o PSTU, passando pela CUT, Conlutas, Força Sindical, UGT e Nova Central não é uma unidade para derrotar a reforma da previdência nas ruas e muito menos para colocar abaixo o governo golpista de Temer, mas sim uma frente político-sindical para pressionar o parlamento burguês a fazer modificações no projeto original enviado pelo Planalto ao Congresso Nacional. Essa falsa “unidade” por cima, celebrada pela Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e burocracia sindical amarela se choca com a ausência de organização nas bases das categorias e encobre com a verdadeira divisão política que existe sobre a Reforma da Previdência, na medida em que PT e PCdoB são favoráveis a alguns pontos da reforma, tanto que os governos Lula e Dilma promoveram ataques neoliberais nesta mesma direção, não esquecer a reforma de 2003 (taxação dos inativos, aumento da idade mínima e do tempo de contribuição) e o ajuste promovido por Joaquim Levy de 2015, com corte de benefícios do INSS e redução de pensões. Por sua vez, a FS, UGT e Nova Central ligadas a partidos burgueses como o PDT, PSDB e PMDB apoiam o governo Temer e apenas desejam barganhar algumas mudanças no projeto original, que afetam mais duramente as categorias que representam. Nesse sentido, a política do PSOL, PSTU e MAIS (Conlutas e Intersindical) de apresentar essa “ampla unidade” por si só como uma grande vitória encobre esse frágil acordo costurado por cima, que até o momento não expressou nenhum compromisso de paralisação concreta nas principais categorias que podem parar a produção e o setor financeiro, como metalúrgicos, bancários e trabalhadores nos transporte. Frente a esta realidade, os sindicalistas revolucionários da TRS-LBI intervirão nas diversas frentes de luta que atuam neste 15M chamando a construção da Greve Geral e a luta direta para barrar a Reforma da Previdência, mas alertando a vanguarda classista dos limites da política de colaboração de classes do PT e do PSOL. Nosso papel é estimular a luta  nas bases dos sindicatos por uma verdadeira política de enfrentamento com o governo Temer e o conjunto do regime político golpista, delimitando-se da orientação de patrocinar ilusões no circo eleitoral da democracia dos ricos!

segunda-feira, 13 de março de 2017

CHICO E KARNAL TENTAM SE ESQUIVAR DOS CONVESCOTES COM DESCULPAS ESFARRAPADAS: PARA OS PILANTROSKOS DO MAIS ALENCAR "SE ENGRANDECEU"


Parece inacreditável que em menos de um ano de rompimento com o PSTU, os pilantroskos do grupo MAIS já tenham até caracterizado o seu ex-dirigente Nahuel Moreno de um "bruto homofóbico", enquanto na sanha de conseguirem uma "vaga na sombra" do PSOL chamem o deputado Chico Alencar de "Grande", após o parlamentar ter participado de um convescote em Brasília com a nata da política burguesa de direita em nosso país. Por coincidência no mesmo período o professor Leandro Karnal, até então o novo "queridinho" da esquerda pequeno burguesa revelou para o mundo sua participação em um jantar na companhia do justiceiro fascista da "República de Curitiba", Sergio Moro. Como era de se esperar a repercussão da participação nos regabofes da reação foi péssima para ambos, tanto assim que logo Alencar e Karnal trataram de alinhavar desculpas esfarrapadas para tentar amenizar o "estrago" causado entre seus simpatizantes. Karnal o novo mago da auto-ajuda para tolos conseguiu produzir mais uma "pérola" no seu legado de lixo intelectual: "Tenho imensa curiosidade em conversar com pessoas que fazem parte da história. Como eu disse na página, adoraria ter um jantar com Ciro Gomes, com Maria da Penha, com Maria do Rosário, com Lula e com outras pessoas. Todos me ensinariam bastante sobre sua visão de mundo, o que faria eu pensar muito. Realmente gostaria disto". Chico Alencar longe de estabelecer uma auto crítica classista em sua postura de representar o "bobo da corte" da elite dominante, reafirmou o programa capitalista e reacionário do PSOL ao apoiar a famigerada Operação "Lava Jato" e a defesa da ética entre os representantes da burguesia: "Compareci ontem ao jantar dos 50 anos de jornalismo do Noblat – para o qual fui convidado por conhecê-lo há muito tempo e por ser colunista de seu blog. É evidente que isso não significa concordância com todas as suas posições.Nesta confraternização, eu era um dos poucos deputados de oposição. Como é de costume meu, usei da brincadeira para descontrair clima às vezes desconfortável." E depois concluir pela direita :"Para reiterar minha posição, de sempre, afirmo: acredito que a Lava Jato precisa investigar a fundo tudo e todos." Até aí nenhuma grande surpresa por parte do "vestal" parlamentar Social Democrata, o curioso mesmo foi a posição adotada pelos Morenistas arrependidos MAIS na apologia da posição de Chico Alencar: "No final das contas, Chico Alencar se engrandeceu ao tirar lições do triste episódio e vir a público se desculpar."(Sítio do MAIS 12/03). Parece que para os seguidores políticos do prof. Valério vale tudo mesmo para garantir um "lugar eleitoral ao Sol", digo no PSOL. Se Nahuel Moreno agora não passa de um "homofóbico" e Chico Alencar, que sequer reivindica formalmente a revolução socialista, se transformou em "grande", imaginem que com mais alguns meses o Marcelo Freixo virará o novo Trotsky do século XXI para estes revisionistas sem o menor rigor programático comunista. Os militantes do MAIS que na sequência da ruptura com o PSTU acusaram a LBI de "calúnia" quando já apontávamos o rumo de integração vergonhosa ao PSOL, nos devem no mínimo desculpas políticas diante de tamanha inflexão oportunista em tão pouco tempo...