DE 31 DE MARÇO A 28 DE ABRIL: UM MÊS DE TRÉGUA DAS
BUROCRACIAS SINDICAIS PARA O GOVERNO TEMER SANCIONAR A TERCEIRIZAÇÃO TOTAL E O
PARLAMENTO APROVAR A REFORMA TRABALHISTA... ROMPER COM A POLÍTICA DE
COLABORAÇÃO DE CLASSES DA CUT E DO PT, AVALIZADA PELO PSOL/MAIS! CONVOCAR
IMEDIATAMENTE UMA VERDADEIRA GREVE GERAL DE 48HS!
Todo arco da esquerda reformista (PT, PCdoB e PSOL) e os
revisionistas do trotskismo (PSTU, CST, MAIS...) vem comemorando
“unitariamente” a convocação da “Greve Geral” marcada para 28 de Abril. Esses
agrupamentos, da Conlutas até a CUT, passando pela Frente Povo Sem Medo e a
Frente Brasil Popular celebram a grande
aliança que irá “parar o país”. O que esses senhores querem encobrir com sua
falsa euforia é que uma Greve Geral de verdade, de no mínimo 48hs, deveria ter
sido convocada imediatamente e não daqui há mais de um mês, havendo claramente
disposição dos trabalhadores neste momento para tal demonstração de força nas
ruas e nos locais de trabalho. O calendário da burguesia até o 28A é a sanção
presidencial da Terceirização Total por parte de Temer e a aprovação na
primeira quinzena de abril da famigerada Reforma Trabalhista. A nota comum
lançada pelas centrais sindicais (CSB, CTB, CUT, FS, NCST, UGT, CGTB,
Intersindical e CSP-Conlutas) convocando o 28A afirma “O objetivo é enviar ao
governo um contundente alerta de que a sociedade e a classe trabalhadora não
aceitarão as propostas da reforma previdenciária, trabalhista e o projeto de
terceirização aprovado pela Câmara dos Deputados, no último dia 23 de março. Na
opinião das lideranças, trata-se do desmonte da previdência pública e a
retirada dos direitos trabalhistas, garantidos pela CLT. Por isso, conclamamos
toda a sociedade, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a
paralisar o Brasil”. Em resumo, para barrar esses duros ataques um dia de
paralisação daqui há um mês, na véspera do feriado de 1º de Maio. Fica claro
para a burguesia que a burocracia sindical não está seriamente organizando a
luta para derrotar as reformas neoliberais e a terceirização. Tanto que a
própria Conlutas (PSTU) foi obrigada a reconhecer tal manobra “É inaceitável
participar deste circo montado pelo governo Temer de uma pretensa negociação
para retirar direitos dos trabalhadores. Só um chamado unitário pelas centrais
sindicais de uma Greve Geral pode barrar as reformas de Temer e derrubar seu
governo de vez. É o que tem defendido a CSP-Conlutas insistentemente nas
reuniões das centrais e, infelizmente, até agora não foi encampado por todos.
(CSP-Conlutas - 24/03/2017). Durante esse período de trégua Rodrigo Maia quer
aprovar a reforma trabalhista na primeira quinzena de abril e Temer já terá
sancionado o PL 4302 da terceirização e o senado votado o outro projeto de
terceirização, o PL 4330. Com essa série de ataques planejada para abril, qual
o motivo de permitir que o Congresso e o golpista Temer concretizem seus planos
sem organizar a maior resistência nas base? A resposta é negociar as bases da
entrega de nossos direitos com governo, com já vem fazendo a FS e a UGT. A
CUT-CTB recorrem a uma tática mais sutil: permitem que Temer aprove o grosso do
ajuste neoliberal e fazem manifestações pontuais contra as reformas mas que não
as coloquem de fato em xeque, esperando que o parlamento burguês aprove esse
pacote de maldades enquanto patrocinam ilusões no Lula 2018, quando o candidato
do PT somente denunciaria eleitoralmente os ataques perpetrados por Temer.
Trata-se de uma clara divisão de tarefas! Tanto que convocam o 31M com o eixo
político de "Fora Temer, Diretas Já!" declarando "Só há uma forma de brecar o desmonte do
Estado brasileiro e a pauta de retirada de direitos: ir às ruas e pressionar os
deputados e senadores em seus domicílios eleitorais. Os trabalhadores e
trabalhadoras demonstraram nos dias 08 e 15 de março que haverá muita luta e
mobilização contra essa agenda. Continuaremos nas ruas pelo Fora Temer e
Diretas, Já! Rumo à greve geral no dia 28 de abril!". Nesse grande acordo,
o PSOL-MAIS e, em certa medida, a Conlutas e o PSTU, avalizam esse política de
adornar com ares combativos a manobra da burocracia sindical da CUT, CTB e da
FS. Desde os sindicalistas revolucionários da TRS-LBI que intervimos no 8M e no
15M defendendo a convocação de uma verdadeira Greve Geral, temos a
responsabilidade de denunciar o engodo em curso e alertamos que o 28A convocado
tardiamente mais se aproxima de um “feriadão prolongado” do que uma verdadeira
Greve Geral, que para enfrentar os ataques de Temer e dos patrões deveria ser
inicialmente de 48hs. Nesse sentido, interviremos no próximo 31M, “Dia Nacional
de Mobilização” denunciando o caráter fraudulento das iniciativas da burocracia
sindical e apontando a necessidade da ruptura com a política de colaboração de
classes da CUT e do PT, avalizada pelo PSOL/MAIS. A necessidade de uma
verdadeira Greve Geral, com a paralisação da produção, ocupação de fábricas e
terras, sem funcionamento total dos transportes e bancos, mais do que nunca
está na ordem do dia! Para tanto a vanguarda classista deve superar a política
nefasta da burocracia sindical e da Frente Popular, forjando uma alternativa de
direção revolucionária para o movimento de massas!