segunda-feira, 20 de março de 2017

“LAVA JATO DA CARNE” ATACA OS FRIGORÍFICOS NACIONAIS: A VERDADEIRA “CARNE PODRE” É O MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA QUE ARRASTA A HUMANIDADE PARA A MORTE EM NOME DA EXPANSÃO DAS TAXAS DE LUCRO! PELA GESTÃO OPERÁRIA DA JBS E BRF! ESTATIZAÇÃO SOB O CONTROLE DOS 
TRABALHADORES!


Aparentemente buscando dar holofotes a participação de Lula e dos governos do PT nas negociatas envolvendo os grandes frigoríficos nacionais com o BNDES desde 2003, a Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (17) a Operação Carne Fraca, com foco na venda ilegal de carnes por frigoríficos. O delegado federal responsável pela operação é Mauricio Moscardi Grillo, um dos membros da famigerada Força Tarefa da Lava Jato. Alguns dos principais frigoríficos do país estão na mira da operação, como BRF, JBS e Seara. A Operação foi a maior já realizada pela PF, envolvendo mais de 1.100 policiais em seis estados do País e no Distrito Federal, apontou grandes nomes da indústria alimentícia, como a JBS (dona da Seara, BigFrango e Friboi) e a BRF Brasil (que controla marcas como Sandia e Perdigão). A Justiça Federal do Paraná, diretamente influenciada por Moro, determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das investigadas. O JBS, entre as suas muitas aquisições financiadas com empréstimos do BNDES, comprou a Seara durante o governo Lula. Foi o frigorífico que recebeu maior volume de empréstimos e de aporte de capital do banco para ser o grande campeão nacional no segmento de carne. O atual ministro da Justiça de Temer, Osmar Serraglio, também é citado na investigação. Ele aparece em grampo interceptado pela operação conversando com o suposto líder do esquema criminoso, o qual chama de “grande chefe”. O “grande chefe” é Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, estado de Serraglio e conhecido perseguidor de servidores do órgão, que lideraria uma quadrilha de fiscais escalados para liberar produtos estragados ou com o prazo de validade vencido. Eles agiam em conluio com executivos das gigantes BRF e JBS. De acordo com a Polícia Federal, um dos frigoríficos investigados pela Operação Carne Fraca, usava notas fiscais falsas para regularizar carnes que já tinham passado da data de validade. A Justiça determinou 27 prisões preventivas, além de 11 temporárias e mais 77 mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a depor. Empresas também compravam notas de produtos com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) para justificar a compra de carnes que, em alguns casos, estavam podres. Para disfarçar o sabor da carne para os consumidores, a empresa usava um produto químico, o ácido ascórbico, em quantidade acima do permitido pela legislação. Gravações telefônicas obtidas ao longo de dois anos mostraram uma série de irregularidades, tanto em empresas pequenas e médias quanto em grandes companhias, como a BRF e a JBS, e as respectivas subsidiárias delas. As ilegalidades contavam com o apoio de fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), cujo trabalho era justamente evitar esses problemas. Eles recebiam comissões (propinas) em dinheiro e também em mercadorias das empresas, para favorecerem as empresas tanto com afrouxamento da fiscalização, quanto com a obtenção de licenças de funcionamento de locais que deveriam ser interditados. Os fiscais envolvidos no esquema eram, em muitos casos, chefes de superintendências. Essa “descoberta” da PF revela o que já muito sabíamos, que todos esses produtos “industrializados” pelas grandes empresas, em todas a áreas, são adulterados para aumentar a taxa de lucro e reduzir as perdas. A verdadeira “Carne Podre” é o capitalismo que arrasta a humanidade para a morte e a barbárie. Que todos os partidos burgueses, do PMDB ao PT estão envolvidos não resta dúvida, mas o objetivo central desse “braço” da operação Operação Lava Jato parece ser debilitar o setor frigorífico nacional, que tem forte presença no mercado mundial. A operação da PF fez com que as ações dos frigoríficos despencassem mais de 8% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Não esqueçamos que na Europa escândalos análogos forma denunciados, com o uso de carne de cavalo sendo vendida como bovina. Diante dessa realidade, os Marxistas Revolucionários defendem a estatização de todos os grandes frigoríficos sobre o controle dos trabalhadores. Uma greve operária para impor o controle direto da produção e a distribuição, exigindo que os trabalhadores dirijam as empresas, coloca-se na ordem do dia, antes que a “Lava Jato da Carne” quebre esses frigoríficos em nome do "combate a corrupção" como vem fazendo com a Petrobrás e as grandes empreiteiras nacionais.