DIA INTERNACIONAL DA MULHER TRABALHADORA: FAZER DO 8 DE
MARÇO UM MARCO NA LUTA CONTRA A DESTRUIÇÃO DA PREVIDÊNCIA PELO GOVERNO GOLPISTA
DE TEMER E DA DENÚNCIA DA POLÍTICA DE PARALISIA DA CUT E DO PT!
Existe um forte sentimento de indignação popular e revolta
contra o governo golpista de Temer e sua reforma neoliberal da previdência que
ataca os trabalhadores e em particular os direitos e conquistas das mulheres
operárias, aumentando o tempo de contribuição e idade, em um claro “Deus lhe
pague!”. Esses ataques tiveram um incremento no governo Dilma (PT), quando
houve a restrição das pensões para as viúvas e reduções nos benefícios do INSS.
Agora com Temer esse golpe aprofundou-se ainda mais. Desgraçadamente a CUT e a
CTB sabotaram a possibilidade de fazer no Brasil do 8 de Março um dia
internacional de paralisação como ocorrerá em outros países. Por sua vez, o PT
joga todas suas fichas nas eleições de 2018, avaliando que a aprovação das
reformas irá desgastar eleitoralmente o canalha do PMDB e abrir espaço para a
candidatura Lula. Tentaram até fazer desta data um dia em homenagem a Dilma
Roussef, que prepara sua candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul,
“esquecendo-se” que a então presidente atacou violentamente as conquistas e
direitos dos trabalhadores! Nossa tarefa é opor-se a essa política de paralisia
e fazer do dia internacional da mulher trabalhadora uma data que marque a luta
contra a destruição da previdência pela gang do PMDB-PSDB e de denúncia da
política de colaboração de classes da CUT e do PT. Em função desta dura
realidade devemos apontar nas manifestações deste 8 de Março a necessidade de
organizar um plano de lutas das principais categorias rumo a uma Greve Geral
desde as bases que contemple como eixo a derrubada das medidas palacianas e por
uma política de reposição salarial diante da crise inflacionária que se
avizinha, porque o verdadeiro “golpe” está sendo executado nos cortes dos
programas sociais do governo, no conluio para destruir a Petrobras e na
subtração das conquistas históricas dos trabalhadores. Para combater o governo
golpista de Temer, a Frente Popular e a direita reacionária é necessário
colocar abaixo o modo de produção capitalista e construir um movimento operário
feminino classista que coloque a mulher trabalhadora como vanguarda da luta sem
quartel contra o regime opressor dos homens e mulheres burguesas. Trata-se da
unidade do conjunto da classe trabalhadora sob um programa revolucionário para
derrotar a barbárie capitalista. Portanto, neste 8 de Março devemos lutar pela
superação do machismo que nasceu com a propriedade privada, do feminismo
policlassista e da mercantilização das relações pessoais, que só será
plenamente realizada com a abolição do modo de produção capitalista, por meio
da revolução socialista, destruindo qualquer forma de opressão contra as
mulheres trabalhadoras e a exploração de classe. A abolição da propriedade
privada é o elemento sine qua non para a libertação da mulher e o combate de
classe pelo comunismo!
Especificamente sobre os direitos democráticos da mulher, a
“esquerda” revisionista como PSOL e PSTU e seus satélites como a LER-QI, além
obviamente da própria frente popular (PT, PCdoB), sempre defende as “mulheres”
(independente do caráter de classe) em geral via rígida aplicação da “Lei Maria
da Penha” e as delegacias especializadas, tudo isso sem nenhum critério de
análise marxista. Quando uma mulher é assassinada ou agredida, ainda que seja
burguesa ou faça parte de seu submundo, esta esquerda “feminista” sem os
menores princípios de classe, reivindica que o Estado capitalista intervenha
como resolução policial para estes casos, configurando um campo completamente
distante da luta de classes e do marxismo revolucionário. O mais escandaloso é
que os que ontem defenderam a criação das delegacias da mulher para encarcerar
os “operários machistas” hoje são devotos da reacionária “Lei Maria da Penha”,
revelando assim a ausência de qualquer independência de classe na questão
feminista. O que estes vestais defensores das “mulheres em geral” não dizem é
que a mulher é encarada pelo sistema capitalista como uma mercadoria de consumo
e quanto mais se adequar aos padrões de beleza capitalista mais se incorpora
valor “agregado” a esta “mercadoria”, isto é, quanto mais bela pelos padrões
ocidentais, mais alto o valor do “produto” no leilão de seres humanos. Não à
toa, disseminam-se em todo o mundo academias e clínicas estéticas, onde o culto
ao corpo é a tônica e entendido como mais uma “necessidade” criada para o
consumo de um produto. O proletariado deve denunciar esta questão como parte
das barbaridades próprias do capitalismo senil a ser liquidado pela ação
consciente da classe trabalhadora, com independência diante da burguesia e seus
agentes, sejam de que sexo e cor forem.
A ruptura com esta concepção de mundo burguesa só será
possível através da violenta ação da classe operária contra seus algozes
capitalistas, sejam eles homens ou mulheres, através da revolução socialista, a
partir da qual pela necessidade de todo um coletivo, os interesses mesquinhos e
podres oriundos da velha sociedade de classes serão extintos. Os
revolucionários defendem consignas democráticas pela igualdade de direitos
entre os sexos, mas não mentem para as trabalhadoras dizendo que terão seus
sofrimentos derivados da opressão e da exploração de classe solucionados dentro
do capitalismo e menos ainda disseminam ilusões de que o aprimoramento do
aparato repressivo capitalista trará melhor sorte para elas. A luta pela libertação da mulher da opressão
do machismo capitalista pressupõe um combate sem tréguas a todas as ilusões no
movimento das mulheres trabalhadoras no Estado burguês, suas leis e seu aparato
repressivo, guardião da ordem social justificada pela ideologia burguesa e o
machismo que dela faz parte. Toda saída para o problema da opressão feminina
por dentro da democracia burguesa, como defendem o reformismo e o revisionismo
do trotskismo, conduz à divisão do proletariado entre gêneros distintos, ao
recrudescimento e ampliação do aparato repressivo estatal contra os
trabalhadores. Em outras palavras, o feminismo burguês é contrarrevolucionário
porque divide o proletariado, enfraquece sua luta e fortalece a repressão de
seus inimigos de classe!