terça-feira, 28 de março de 2017

BUROCRACIAS SINDICAIS MARCAM PARA 28 DE ABRIL: GREVE GERAL OU FERIADÃO PROLONGADO?

As centrais sindicais acabam de anunciar a convocação de uma greve geral para o próximo 28 de abril, uma sexta-feira véspera do feriadão de Primeiro de Maio. Em primeiro lugar chama logo a atenção de que a proposta das burocracias sindicais não corresponde a organização de uma verdadeira greve geral, que no mínimo deveria ser de uma paralisação de 48 horas. Em segundo lugar a marcação de uma data para mais de um mês após a aprovação da quebra da CLT pela Câmara Federal de bandidos, equivale realmente a uma trégua das burocracias sindicais em relação ao governo golpista que terá boa margem para sancionar o PL 4302 sem a imediata resistência dos trabalhadores. A estratégia das cúpulas das centrais consiste na pressão parlamentar para arrancar algum tipo de negociação com o governo golpista. Em particular a CUT trabalha na perspectiva do máximo desgaste político eleitoral do arco golpista, para "semear" a candidatura de Lula em cada manifestação nacional, formalmente convocada como "greve geral", mas longe de pretender paralisar os ramos fundamentais da produção para derrotar as medidas neoliberais e anti-operárias. A Conlutas e Intersindical (PSTU e PSOL respectivamente) são meros apêndices da CUT quando se trata de organização de greves, ficando a "demarcação" política para o campo meramente eleitoral. É óbvio que as forças da Frente Popular não pretendem impor derrota alguma na agenda do ajuste, muito pelo contrário torcem para que Temer finalize o "trabalho sujo" iniciado no governo Dilma para que a candidatura de Lula fique livre de assumir estes mesmos "compromissos" com os rentistas, como fez em 2002 com a repugnante "Carta aos Brasileiros". Com a "Greve Geral" colada ao feriado de Primeiro de Maio, esta data que deveria ser comemorada com muita luta, deverá ser utilizada pelo PT como palanque eleitoral de lançamento da candidatura Lula para disputar o Planalto em 2018. O proletariado carrega fortes ilusões políticas na Frente Popular e ainda acredita que um novo governo Lula poderá ser a alavanca necessária para obter e manter suas conquistas sociais ameaçadas pela quadrilha golpista. Como Marxistas Revolucionários sabemos bem que o PT representa programaticamente setores da burguesia nacional que neste momento estão sendo achacados pelo capital financeiro internacional, mas que de forma alguma podem catalizar os interesses imediatos ou históricos da classe operária, portanto Lula é a representação eleitoral destes segmentos da classe dominante. Não se trata de exigir uma "autocrítica" do PT, como sonham os revisionistas do MAIS e do PSOL, não é uma questão de erro de "aprendizagem" para Lula e sim um signo de sua natureza de classe ligada ao capital. Mesmo com o alto custo político de falar a verdade para as massas por dura que seja, continuaremos a defender vigorosamente a organização de uma verdadeira greve geral com ocupações de fábrica, inicialmente de 48 horas, denunciando o caráter fraudulento das iniciativas da burocracia sindical.