quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015


Levante dos professores no Paraná deve se voltar contra Richa que "quebrou" o estado e Moro que promete fazer o mesmo com o país!

O estado do Paraná não é somente o centro político de uma "conspiração" que pretende desnacionalizar por completo a economia do país, hoje também o epicentro da luta de massas contra a política de "ajuste" e arrocho salarial que vem sendo levada a cabo pelos governos estaduais e central. Ontem (25/02) uma multidão de cerca de 50 mil trabalhadores públicos, tendo como vanguarda os professores em greve, ocupou as ruas de Curitiba para denunciar a fraude administrativa do governo do tucano Beto Richa. A constatação da falência do estado, logo após a reeleição de Richa onde os "cofres públicos" irrigaram generosamente grandes grupos econômicos da região, forjou o envio de um "Pacotaço" para aprovação da Assembleia Legislativa. Este "Pacotaço" como ficou conhecido, estava dividido em dois projetos de lei que se aprovados implantariam um novo aumento de impostos, a extinção dos quinquênios, alterações nas gratificações e na carreira do funcionalismo e a alteração de benefícios como o auxílio-transporte. Além disso, permitiriam ao governo tucano se apropriar de R$ 8 bilhões de um fundo previdenciário (Paraná Previdência) dos servidores estaduais, colocando em risco suas aposentadorias e pensões, além de empurrar com a "barriga" essa enorme dívida para os próximos governos eleitos. A reação dos professores e também de outras categorias foi imediata contra a "insanidade" neoliberal do playboy Richa, a greve da educação logo foi deflagrada e se estendeu de forma organizada para todas as regiões do estado. Hoje a paralisação já dura quase vinte dias, marcando terreno com atividades vitoriosas como a combativa ocupação da Assembleia Legislativa que impediu os deputados governistas aprovassem o "Pacotaço" de Richa. A greve dos professores mobiliza cerca de cinquenta mil trabalhadores e ameaça "contaminar" o conjunto do funcionalismo público que vem demonstrando que não vai aceitar passivamente a política de austeridade de um governo corrupto. A enorme marcha sobre Curitiba foi histórica, atraindo a simpatia política de todos os explorados das regiões mais carentes da cidade "glamourizada" como um "eldorado" capitalista do Brasil. Mas a realidade falimentar do Paraná não é um fenômeno exclusivo deste estado, a "farra" monetária da reeleição deixou vários governos na mesma situação, Brasília e Ceará parecem caminhar na mesma direção. Como o Tesouro Nacional, agora sob o comando da equipe neoliberal de Levy, deliberou não mais endossar as dívidas dos estados, na maioria com organismos financeiros internacionais, muitos governadores já sentem o prenúncio de crise fiscal e muita luta por parte dos trabalhadores do setor público. Porém é necessário dar um norte de politização classista a estes combates sindicais e econômicos, e no estado do Paraná existe uma oportunidade única. Com a maquiagem de um combate a corrupção na Petrobras, no Paraná foi montada uma "força tarefa" chefiada pelo juiz federal Sérgio Moro, amigo íntimo de Richa, que pretende abrir o caminho para as transnacionais imperialistas controlarem o setor da construção pesada no país, além é claro de reduzir ao máximo a capacidade industrial da maior estatal da América Latina. A chamada operação "Lava Jato" é uma investida entreguista do tucanato associado aos trustes econômicos norte-americanos para finalizar a "privataria" iniciada por FHC. O Paraná foi escolhido como "berço" desta iniciativa quando era apresentado pela mídia corporativa como um "modelo de gestão" a ser seguido em todo país, mas agora o "castelo" simplesmente ruiu! O movimento de massas no estado deve seguir firme e ampliar ainda mais a luta para derrotar a ofensiva neoliberal do farsante Richa, mas também incluir em sua plataforma política a denúncia do embuste do juiz Moro e sua operação "Lava Jato".

Os servidores públicos e os trabalhadores devem lutar contra o governo Richa e também para pôr fim a “República do Paraná” que deseja via a Operação “Lava Jato” impor o falido “modelo” de privatização e destruição das estatais para todo o país. As relações entre Beto Richa e Sérgio Moro são bastante “íntimas”. A esposa do juiz Moro é assessora do PSDB. Rosângela Wolff de Quadros Moro é assessora jurídica de Flávio José Arns, vice-governador do Paraná, eleito na chapa encabeça por Beto Richa (PSDB). Ela faz parte do escritório de Advocacia Zucolotto Associados em Maringá que defende várias empresas privadas do ramo do Petróleo, como: INGRAX com sede no Rio de Janeiro, Helix da Shell Oil Company, subsidiária nos Estados Unidos da Royal Dutch Shell, uma multinacional petrolífera de origem anglo-holandesa, que está entre as maiores empresas petrolíferas do mundo ávidas. Todas essas empresas desejam que a Petrobras seja esquartejada e privatizada, objetivo final da "Lava Jato". Não bastasse isso, o primo do juiz, Cesar Moro Tozetto, financiou a campanha eleitoral de Richa com doações milionárias. Cesar Moro é proprietário da maior rede de Supermercados do Paraná, à Tozetto Supermercados e também é Presidente da Associação Paranaense de Supermercados. Como se observa, trata-se de uma ampla rede tucana que atua tanto para atacar as conquistas dos trabalhadores, como para abrir caminho para uma ofensiva da direita a nível nacional via a “Lava Jato”, tendo como base a destruição da Petrobras e a criminalização dos movimentos sociais. Neste longo elo de ligação está também o atual Secretário de Segurança do Paraná, o deputado federal tucano Fernando Francischini, que é delegado da PF e faz a ponte direta entre Moro e Richa. Francischini é conhecido no Paraná, como o "Rei dos Vazamentos", fornecendo para a Veja, Folha e Globo, as informações sobre as “delações premiadas” (em tese em segredo de justiça) que tem como alvo o PT. A mando de Richa e em conluio com Moro, o tucano com fortes vínculos com a PF no estado é o principal responsável pelo “vazoduto” que tem instrumentalizado as manchetes de jornais, capas de revistas e longas reportagens nas TVs, que visam desgastar o governo Dilma, a Petrobras e o PT e encobrir os escândalos envolvendo os dirigentes do PSDB, como o do Banestado. Como se observa, a ofensiva de Richa contra os professores e demais servidores públicos é parte de uma cruzada mais ampla pela entrega da economia nacional aos trustes estrangeiros, em que Moro atua sob a fachada de "moralizador" mas no fundo é representante dos interesses imperialistas em nosso país, sendo parceiro do governador tucano nesta empreitada sinistra!

A mobilização dos professores e servidores do Paraná vem se tornando um exemplo de luta para outros estados e uma preocupação para o tucanato que desejava descarregar o desgaste da corrupção burguesa apenas no PT e no governo Dilma. Enquanto a mídia dedica generoso tempo de TV e páginas dos jornalões ao “Petrolão” encobre a mobilização multitudinária contra o PSDB no Paraná, justamente porque neste estado de fato existem manifestações de massas contra a gestão Richa. Lutam contra as medidas do governo tucano que encaminhou para a Assembleia Legislativa um conjunto de ajustes de austeridade como presente natalino, estabelecendo um novo regime previdenciário para o funcionalismo estadual, com teto máximo do INSS para o benefício da aposentadoria (cerca de R$ 4.600,00). Quem quiser receber acima desse valor, deve contribuir para um regime de previdência complementar. Além disso, aplicou os 11% de contribuição previdenciária para os que já estão aposentados (no Paraná, esse desconto nunca fora cobrado). O governo também passou a dispor de 15% da receita do estado, para remanejamento, sem precisar consultar o Legislativo. E pode se apropriar de R$ 90 milhões dos R$ 140 milhões que seriam destinados à defensoria pública. Somando-se a esse primeiro pacote de maldades, ocorreu uma ampliação dos tributos estaduais, que ficou conhecido como Tarifaço: aumento de 40% do IPVA e aumento da alíquota de ICMS para combustíveis e outros produtos de consumo popular. A resistência massiva a esses ataques do tucanato ocorre enquanto os atos pró-impeachment de Dilma até agora foram minúsculos. A direita e a Rede Globo esperam o dia 15 de março para tentar dar alguma legitimidade popular ao engodo golpista mas enquanto isso os trabalhadores estão saindo as ruas contra as medidas draconianas impostas pelos governos estaduais. Em Brasília, por exemplo, os professores seguiram o exemplo do Paraná e deflagraram greve geral contra o governo Rollemberg (PSB), que apoiou Aécio no segundo turno das eleições presidenciais. Em uma das maiores assembleias da categoria nos últimos anos, os professores do Distrito Federal forçaram o Sinpro-DF a decretar paralisação até sexta-feira, dia 27. A categoria sofre um dos maiores ataques já recebidos em seus direitos elementares. Existe todo um plano de contingência de gastos do GDF que está sendo aplicado nas costas dos professores. Se todos os benefícios, verbas e direitos dos professores não forem pagos, a categoria deve deliberar pela greve por tempo indeterminado! Está claro que somente a ação direta pode derrotar o “ajuste fiscal” dos governos estaduais e do Planalto, sob o comando do odiado Levy. A mobilização popular em defesa de seus direitos e conquistas é o caminho para derrotar a oposição conservadora e superar a política de colaboração de classes da Frente Popular, que paralisa o movimento operário enquanto Dilma desfere seu pacote de maldades neoliberais contra os trabalhadores!

A direção da APP-Sindicato, que dirige a luta dos professores do Paraná, é composta por correntes sindicais cutistas, como a DS (que é a maioria da direção), a Articulação Sindical e O Trabalho. Passando claramente por cima dos limites que a direção sindical impôs no início da mobilização, os trabalhadores superaram a tentativa de limitar o movimento de luta a uma ação de “pressão” sobre a máfias de deputados que dominam a ALEP (Assembleia Legislativa): impediram o funcionamento da “casa do povo” e que os deputados aprovassem o “pacotaço” com um conjunto de medidas contra o povo que o governo queria impor; obrigando os deputados (que tiveram que fugir de camburão) e, depois, o próprio governo a recuar em seus planos de cortes de mais de R$ 11 bilhões do orçamento do Estado (cerca de 25%). Na marcha deste dia 25, os trabalhadores percorreram as ruas do centro da cidade até o palácio do Governo, aguardando o fim da reunião do Comando com os representantes de Richa. Apesar da reunião não ter apresentado nenhum tipo de avanço, além do que já havia sido conquistado com as duas ocupações da Assembleia Legislativa, a direção estadual da APP-Sindicato subiu no carro de som para dar a entender aos trabalhadores que a greve poderia terminar, que as negociações estão chegando ao final e já não teria mais motivo para os trabalhadores continuarem com os braços cruzados. A diretoria da APP quer usar uma pauta mínima, para facilitar a retirada de duzentos mil trabalhadores da greve facilitando assim o serviço do PSDB de atacar mais à frente os direitos e benefícios dos servidores públicos estaduais, quando estes estiverem trabalhando. O momento exige outro caminho: o levante dos professores no Paraná deve se voltar contra Richa que “quebrou” o estado e Moro que promete fazer o mesmo com o país! Desde a LBI, que foi a primeira corrente política a defender a mobilização unitária contra Richa e Moro, declaramos que os professores não devem recuar, mas aprofundar sua mobilização para impor uma derrota histórica ao tucanato e no curso da sua radicalizada luta ter também como alvo a denúncia frontal do embuste do juiz Sergio Moro e sua Operação político-policial “Lava Jato” cujo objetivo final é abrir caminho para a destruição da Petrobras e a entrega da economia nacional à rapina dos abutres imperialistas!