Hoje (18/F) juízes, promotores e procuradores de justiça
marcham na Argentina exigindo a "cabeça" de Cristina: Um prenúncio do
que pode ocorrer amanhã no Brasil?
Hoje, 18 de fevereiro, está previsto ocorrer uma gigantesca manifestação em Buenos Aires contra o governo Cristina Kirchner, quando se completa um mês da "misteriosa" morte do promotor federal Alberto Nisman. A multitudinária mobilização denominada de "Marcha do Silêncio" é impulsionada por um amplo arco político de forças conservadoras de oposição, contando também com a simpatia de algumas organizações da esquerda revisionista, tendo como objetivo central a deposição da presidenta Cristina, acusada indiretamente pelo assassinato de Nisman. O suicídio do promotor de justiça ainda é a versão oficial dos organismos responsáveis pela investigação do caso, embora a cada dia apareça na mídia corporativa (inimiga visceral da corrente Kirchnerista) uma nova "revelação" que aponta para algum flanco do governo. O clima de comoção nacional gerada pela abrupta morte de Nisman, com um tiro na cabeça, rapidamente foi galvanizado pelos setores da direita, da qual o próprio promotor era um forte referência política. Nisman estava em plena cruzada para acusar Cristina pelo encobrimento dos autores criminais do atentado à AMIA ocorrido em 1994. Segundo o reacionário promotor o governo CFK vinha protegendo organizações terroristas islâmicas, como o Hezbolah, em função de acordos comerciais celebrados entre Argentina e o Irã. Pouco antes de morrer Nisman buscava apresentar "provas" a uma comissão do parlamento argentino (uma espécie de CPI), onde exigiria o início do processo de deposição de Cristina. Obviamente que neste quadro de intensa polarização, o surgimento do "cadáver Nisman" catapultou todos os adversários políticos e econômicos do governo a saírem às ruas para exigir a derrubada da presidenta Cristina. A marcha de hoje é freneticamente patrocinada pela mídia "murdochiana", que prometeu vingança após a aprovação de uma tímida lei de regulamentação dos meios jornalísticos, porém conta ainda com o pesado aval da mais alta hierarquia da justiça argentina. São imprevisíveis os desdobramentos políticos do "dia after", a única certeza é que se a mega "Marcha do Silêncio" conseguir produzir mais "defuntos" políticos será o governo CFK que poderá "morrer" prematuramente. A repercussão da iniciativa política dos juízes e procuradores argentinos já se fez sentir no Brasil, não por coincidência a mídia global promove entusiasticamente a figura do magistrado Sérgio Moro encarregado de criminalizar o PT na malfadada "Operação Lava Jato". Até mesmo o decadente Joaquim Barbosa resolveu sair das catacumbas e reivindicar a "degola" do inofensivo ministro Eduardo "Soneca" Cardozo. Neste ano acontecerão eleições presidenciais na Argentina, o ciclo estatal CFK está bastante desgastado por uma crise econômica que reduziu importantes conquistas operárias obtidas nos anos de Peronismo. Cristina, ao contrário de sua "colega" Dilma, assumiu algumas "pelejas" com setores da burguesia nativa, em particular os "sojeros" e barões da mídia como o grupo "Clarín". Dilma trilha um caminho diferente, nomeia o agro- negócio para a pasta da Agricultura e irriga fartamente a famiglia Marinho com verbas estatais, sem falar no fato de convocar rentistas para controlar o Ministério da Fazenda. Comparações entre a situação política da Argentina e Brasil são inevitáveis, similaridade evidente ocorre com forças conservadoras da extrema direita (encrustadas no aparelho estatal) que "salivam" com o impeachment de Cristina e Dilma. Porém se na Argentina o calibre central da burguesia nacional aspira por uma mudança do núcleo político estatal no Brasil ocorre o oposto. As oligarquias financeiras sustentam o governo da Frente Popular do PT na medida em que é o único regime político (colaboração de classes) que pode garantir a estabilidade social, e nesta senda implementar um agressivo receituário neoliberal contra as massas.
Hoje, 18 de fevereiro, está previsto ocorrer uma gigantesca manifestação em Buenos Aires contra o governo Cristina Kirchner, quando se completa um mês da "misteriosa" morte do promotor federal Alberto Nisman. A multitudinária mobilização denominada de "Marcha do Silêncio" é impulsionada por um amplo arco político de forças conservadoras de oposição, contando também com a simpatia de algumas organizações da esquerda revisionista, tendo como objetivo central a deposição da presidenta Cristina, acusada indiretamente pelo assassinato de Nisman. O suicídio do promotor de justiça ainda é a versão oficial dos organismos responsáveis pela investigação do caso, embora a cada dia apareça na mídia corporativa (inimiga visceral da corrente Kirchnerista) uma nova "revelação" que aponta para algum flanco do governo. O clima de comoção nacional gerada pela abrupta morte de Nisman, com um tiro na cabeça, rapidamente foi galvanizado pelos setores da direita, da qual o próprio promotor era um forte referência política. Nisman estava em plena cruzada para acusar Cristina pelo encobrimento dos autores criminais do atentado à AMIA ocorrido em 1994. Segundo o reacionário promotor o governo CFK vinha protegendo organizações terroristas islâmicas, como o Hezbolah, em função de acordos comerciais celebrados entre Argentina e o Irã. Pouco antes de morrer Nisman buscava apresentar "provas" a uma comissão do parlamento argentino (uma espécie de CPI), onde exigiria o início do processo de deposição de Cristina. Obviamente que neste quadro de intensa polarização, o surgimento do "cadáver Nisman" catapultou todos os adversários políticos e econômicos do governo a saírem às ruas para exigir a derrubada da presidenta Cristina. A marcha de hoje é freneticamente patrocinada pela mídia "murdochiana", que prometeu vingança após a aprovação de uma tímida lei de regulamentação dos meios jornalísticos, porém conta ainda com o pesado aval da mais alta hierarquia da justiça argentina. São imprevisíveis os desdobramentos políticos do "dia after", a única certeza é que se a mega "Marcha do Silêncio" conseguir produzir mais "defuntos" políticos será o governo CFK que poderá "morrer" prematuramente. A repercussão da iniciativa política dos juízes e procuradores argentinos já se fez sentir no Brasil, não por coincidência a mídia global promove entusiasticamente a figura do magistrado Sérgio Moro encarregado de criminalizar o PT na malfadada "Operação Lava Jato". Até mesmo o decadente Joaquim Barbosa resolveu sair das catacumbas e reivindicar a "degola" do inofensivo ministro Eduardo "Soneca" Cardozo. Neste ano acontecerão eleições presidenciais na Argentina, o ciclo estatal CFK está bastante desgastado por uma crise econômica que reduziu importantes conquistas operárias obtidas nos anos de Peronismo. Cristina, ao contrário de sua "colega" Dilma, assumiu algumas "pelejas" com setores da burguesia nativa, em particular os "sojeros" e barões da mídia como o grupo "Clarín". Dilma trilha um caminho diferente, nomeia o agro- negócio para a pasta da Agricultura e irriga fartamente a famiglia Marinho com verbas estatais, sem falar no fato de convocar rentistas para controlar o Ministério da Fazenda. Comparações entre a situação política da Argentina e Brasil são inevitáveis, similaridade evidente ocorre com forças conservadoras da extrema direita (encrustadas no aparelho estatal) que "salivam" com o impeachment de Cristina e Dilma. Porém se na Argentina o calibre central da burguesia nacional aspira por uma mudança do núcleo político estatal no Brasil ocorre o oposto. As oligarquias financeiras sustentam o governo da Frente Popular do PT na medida em que é o único regime político (colaboração de classes) que pode garantir a estabilidade social, e nesta senda implementar um agressivo receituário neoliberal contra as massas.
Na Argentina as alas mais destemperadas e fascistas prometem
transformar o 18F em "tomada da Casa Rosada", residência oficial da
presidência que se localiza no centro de Buenos Aires. Estes setores
"hidrófobos", ligados à embaixada de Israel e Mossad, sequer
pretendem esperar as eleições gerais de outubro, embora esta não seja a
política oficial do comando da oposição conservadora. O principal candidato
presidencial do bloco de oposição, Sérgio Massa da Frente Renovadora, parece
seguir o calendário institucional confiante em uma vitória "quase
certa" em outubro. Massa, um ex-dissidente do governo CFK, tem fortes
vínculos com o PSDB paulista, o qual o recepcionou no final do ano passado já
como futuro presidente argentino.
O fato que realmente chama a atenção na conjuntura política
argentina não é a realização de uma larga marcha opositora contra o governo,
acalentada por uma classe média portenha que historicamente tem ódio de classe
do Peronismo. Outras tantas já ocorreram sob as "barbas" de Cristina.
Mas o que acontece neste momento com a "Marcha do Silêncio" é uma
aberta articulação política entre o "poder Judiciário" e uma facção
da burguesia nacional, esta "santa aliança" espera apenas o ingresso
das FFAA para desatar um golpe de estado quebrando desta forma a chamada "ordem
democrática". Desgraçadamente o governo CFK se mostra impotente diante
desta ofensiva golpista, que se for consumada poderá produzir consequências
políticas desastrosas para todo o continente latino.
O mais estarrecedor desta situação muito delicada para o
movimento operário argentino é a conduta oportunista do revisionismo do
Trotsquismo, quase todo perfilado na Frente de Esquerda (FIT), que parece
torcer por um triunfo do bloco reacionário. Para a FIT o único elemento que
realmente importa é a conquista de uma "nutrida" bancada parlamentar
nas próximas eleições. O deputado nacional pelo Partido Obrero (integrante da
FIT), Néstor Pitrola, chegou a chancelar no parlamento um documento do PRO (partido
de direita do prefeito Macri) contra o governo CFK. Já o delirante grupo
Morenista "Esquerda Socialista" (IS), também integrante da FIT, acusa
seus companheiros do PO e PTS de "covardia política" por não estarem
juntos a oposição patronal na "Marcha do Silêncio".
A combativa classe operária argentina assiste politicamente
paralisada o avanço das forças da direita que marcham não somente em oposição
ao governo nacionalista burguês dos Kirchner, mas fundamentalmente contra o
conjunto das conquistas democráticas, arrancadas com muita luta e sangue pelo
proletariado. Sem fazer recuar nossas bandeiras históricas e tampouco renunciar
a independência de classe, a conjuntura impõe uma política de frente única com
todas as forças democráticas que estejam dispostas a se mobilizar contra as
investidas golpistas. Neste processo de combate de classe contra classe, pela
via da ação direta, é que forjará o núcleo construtor de um genuíno partido
operário revolucionário.