Todo apoio à luta dos operários do COMPERJ! Pagamento
imediato dos salários atrasados e estatização das empreiteiras que demitem! Em
defesa da Petrobras sob controle dos trabalhadores! Pela retomada das obras de
construção das refinarias!
3000 trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(COMPERJ) estão sem salário desde dezembro de 2014. Soma-se a este número
outros 500 operários que foram demitidos sem receber seus direitos trabalhistas
por empresas que prestam serviço para a Petrobras, como a Alusa. Frente a esta
realidade os trabalhadores ocuparam heroicamente a ponte Rio-Niterói no dia 10
de fevereiro e continuam na luta por seus empregos e direitos com manifestações
de rua. Desde a LBI nos solidarizamos com o combate de classe dos companheiros
e exigimos o pagamento integral dos salários, o pagamento das verbas
rescisórias dos demitidos e a reincorporação de todos ao trabalho. A crise na
Petrobras em função do ataque a companhia pelos rentistas internacionais e uma
direção corrupta completamente servil ao mercado não pode recair sobre os
ombros dos trabalhadores. O escândalo das “comissões” (propinas) pagas pelas
empreiteiras como a Alusa aos diretores da Petrobras, que vem desde o governo
tucano e continuou sobre a gerência petista, não pode ser o pretexto para
paralisar as obras, demitirem os trabalhadores e não pagarem seus direitos.
Defendemos a estatização de todas as empreiteiras, a retomada das obras das
refinarias-COMPERJ e o controle da Petrobras pelos trabalhadores! Nesse
sentido, nos somamos a convocatória da plenária do dia 26 de fevereiro para
organizar a resistência dos trabalhadores e cobrir sua luta da mais ampla
solidariedade, que se realizará no Sindpetro-RJ, para traçar ações de
organização da campanha “SOS Comperj: os trabalhadores não pagarão pela crise”.
Para combater a ofensiva da direita tucana que deseja a
privatização da Petrobras e a conduta covarde do PT que mantém a empresa
subordinada a rapina da bolsa de valores responsável pela queda das ações da
companhia, defendemos que a maior empresa da América Latina rompa todos os
contratos de terceirização e incorporem todos os trabalhadores aos seus
quadros, a fim de que esta possam retomar dignamente a construção das
refinarias para romper a dependência do Brasil no campo do refino e da produção
de diesel e nafta. A construção de pelo menos cinco grandes novas refinarias é
uma exigência não só para a economia capitalista do país, mas envolve a própria
soberania política e militar do Brasil, já que um país que depende das
multinacionais anglo-ianques do petróleo para abastecer inclusive sua frota
militar de aviões e navios não pode ser considerado minimamente “independente”.
De nada adianta a Petrobras bater recordes de extração do “Pré-sal” apresentado
falsamente como um conto de fadas para tirar o país do atraso para vendê-lo “in
natura” como óleo cru para os trustes internacionais do setor controlados pelo
capital financeiro. É óbvio que a função de “fazendão” do petróleo que cumpre
hoje a Petrobras só interessa ao imperialismo. Se o Brasil vende óleo cru e
depois compra combustíveis refinados com alto valor agregado jamais poderá
superar o déficit estrutural que paralisa o crescimento de nossa economia.
Desde a LBI, defendemos que a estatização da Petrobras sob
controle dos trabalhadores é uma justa bandeira para iniciar a “caminhada”
revolucionária pelo próprio poder proletário, erigindo um Estado de novo tipo
onde o mercado capitalista sucumba as exigências e necessidades da maioria
população trabalhadora. A luta dos companheiros do COMPERJ e das demais
refinarias paralisadas é o primeiro passo deste senda, tanto que depois de sua
assembleia no dia 10 de fevereiro os trabalhadores da Alusa decidiram
coletivamente retornar para a porta da sede central da Petrobrás para arrancar
uma negociação com a nova direção da Petrobras.
O ato surpresa no vão central da Ponte Rio-Niterói, realizado no mesmo
dia, forçou a mídia a voltar os holofotes para os trabalhadores do COMPERJ, que
não aguentam mais as enrolações da Alumini/Alusa e da direção da Petrobrás, e
não recebem seus salários há quase três meses.
A mobilização demonstra o nível que chegou a situação de dívidas e de
fome de suas famílias, que levam a luta se radicalizar para alcançar alguma
vitória. Os trabalhadores do COMPERJ estão em via de receberem um calote da
patronal. É preciso redobrar a solidariedade com os operários da Alusa e exigir
que a Petrobrás e Alusa sejam responsabilizadas e que os bens de todos
corruptos e corruptores sejam confiscados e usados em primeiro lugar para
garantir os salários e direitos de todos trabalhadores. Mas não apenas isso, é
necessário que a Petrobras reduza radicalmente seus investimentos em caríssimas
plataformas do “Pré-sal”, e ainda por cima partilhando a extração com empresas
estrangeiras, para voltar o caráter da estatal para o refino do petróleo e a
produção de combustível e derivados finos, mantendo é claro a extração do óleo
em bacias ou regiões de baixo custo. Para assumir esta nova política é
necessário um novo controlador para a Petrobras, ou seja, as organizações
independentes do proletariado rompendo frontalmente as “parcerias e
associações” da estatal com o capital financeiro e suas subsidiárias do setor
energético.
Para realmente defender a Petrobras da ofensiva privatista e
de seus gestores corruptos, em primeiro lugar se faz necessário levantar um
outro programa de gestão, produção e investimentos da estatal. Em segundo lugar
deve ficar cristalino que com os atuais controladores da Petrobras a empresa
caminha para uma crise letal, é tarefa da classe operária resgatar seu caráter
nacional, assumido seu controle político e administrativo. Por último é
importante compreender que não se conquistará o controle operário da Petrobras
no “marco exclusivo” de suas fronteiras, somente a instauração de um novo poder
político no país será capaz de introduzir a planificação socialista da
economia, condição “sine qua non” para extirpar definitivamente a corrupção
estrutural que permeia todo o modo de produção capitalista. Somente uma intervenção enérgica do movimento
operário e dos próprios trabalhadores da estatal poderá reverter este curso
integralmente nocivo aos interesses da nação, sendo a luta dos trabalhadores do
COMPERJ a ponta de lança desta tarefa!