quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015


Rebaixamento da Petrobras pela Moodys: Os piratas imperialistas já começaram a agir!

A agência internacional de "classificação de riscos" Moodys acaba de rebaixar a "nota de crédito" da Petrobras, gerando um grande alvoroço no meio político e econômico nacional, mas o qual é mesmo o significado real deste rebaixamento e o que representa a tal agência Moodys para provocar um "pânico" na elite dominante? Em primeiro lugar temos que ser categóricos sobre as consequências econômicas deste rebaixamento dos "ratings" para a Petrobras: Nenhuma! Estas agências de risco são na verdade "porta vozes" do mercado financeiro e bursátil e como aves agourentas servem para "vocalizar" um iminente ataque especulativo contra um país ou mesmo uma grande empresa. Como já vínhamos denunciando vigorosamente a Petrobras está sob um ataque direto da chamada "Operação Lava Jato", que agora convoca no front internacional os piratas do cassino de Wall Street para complementar seu trabalho sujo contra a maior empresa estatal da América Latina. O objetivo do anúncio da Moodys, uma agência colateral dos rentistas, é dificultar a captação do crédito para amortizar a dívida financeira da Petrobras, forçando a venda de mais ações com poder de voto da estatal nas principais bolsas imperialistas. Mas o objetivo da Moodys não se limita a "bombardear" a Petrobras, o rebaixamento das notas da empresa pretende atingir o conjunto dos títulos públicos da dívida interna brasileira, o que pressionaria o governo a elevar mais uma vez a taxa básica de juros. Porém a "provocação" da Moodys, não é a primeira vez que atuou desta forma contra o país, pode ser respondida com uma decidida medida contra o capital financeiro na defesa da Petrobras: o confisco de todas as ações ordinárias (com direito a voto) em poder dos rentistas internacionais. Com esta resolução o governo colocaria uma "pá de cal" nas pretensões dos rentistas que usaram a Moodys para desvalorizar o capital da estatal, retirando definitivamente a Petrobras das oscilações do cassino financeiro. Hoje o Tesouro Nacional controla cerca de 40% das ações da Petrobras, o que expõe constantemente a estatal a "orgia" dos pregões de Wall Street. A própria diretoria da Petrobras, indicada pelo acionista majoritário no caso o governo brasileiro, é refém de grandes grupos econômicos que tem "assento" nas decisões da empresa. Somente a completa estatização da Petrobras pode neste momento acabar com o ataque especulativo que vem sofrendo e que ameaça sua própria existência enquanto empresa nacional. Mas desgraçadamente o governo Dilma aponta em outra direção. A equipe econômica palaciana, sob o comando do neoliberal Levy, diante do anúncio da Moodys caminha para atender as "reivindicações" dos rentistas. Levy pretende "enxugar" a estatal e garantir a remuneração sobrevalorizada dos acionistas "minoritários", em suas próprias palavras propõe " medidas para acalmar o mercado"... Já a oposição demotucana e seu novo "herói", o juiz Sergio Moro, preveem o "início do fim", afirmando que o "relatório" da Moodys representa a verdade fidedigna da Petrobras e a única solução "viável" seria o seu "esquartejamento".

A divisão de tarefas entre o ataque especulativo que sofre a Petrobras (desvalorização de suas ações e bloqueio de crédito) e a paralisação parcial de suas operações físicas no Brasil por conta da "Lava Jato" fazem parte de um mesmo processo da pirataria imperialista. Os que pensam que o objetivo final deste operativo da Casa Branca é apenas se apossar do "Pré-Sal" estão muito enganados, a rapinagem é bem mais profunda do que obter óleo cru a preços módicos na costa brasileira revertendo o atual regime de partilha. As corporações transnacionais do ramo de construção pesada, naval e energia de um modo geral, caminham na direção de dominar as fronteiras comerciais brasileiras destas áreas, ainda protegidas com alguma reserva nacional de mercado. Portanto estamos diante de uma "privataria II" de novo tipo, cujo cerne é a redução drástica das atividades da Petrobras (refino, construção naval etc...) e a eliminação das empresas nacionais da construção pesada. Para isto será necessário transpor algumas restrições legais impostas no Brasil aos trustes imperialistas, mas nada de tão "complicado" que este Congresso Nacional sob pressão da mídia "murdochiana" não possa aprovar.

Uma operação de "desmonte" desta envergadura, estamos falando da demolição das maiores empresas nacionais, deve necessariamente contar com um forte suporte do poder judiciário e também do governo central. No mínimo nos parece muito estranho que até o momento nenhum desembargador federal ou ministro do STJ ou STF tenha barrado as investidas inconstitucionais do juiz Sergio Moro. Quanto a passividade (para dizer o mínimo) do governo Dilma diante da "Lava Jato", não precisamos repetir que o comando econômico do Estado foi entregue a funcionários informais de Washington. Vale lembrar que a ordem para suspensão das obras das refinarias e paralisação de estaleiros partiu do Planalto, já que a "república de Curitiba" não tem atribuições legais para tanto.

Parece que diante da voracidade do apetite imperial e da "inércia" do governo Dilma, setores do PT resolveram esboçar alguma reação. O ato político realizado na sede da ABI no Rio de Janeiro com a presença de Lula revela um pequeno passo na defesa política da Petrobras. Mas ainda estamos muito distantes de organizar uma resposta na mesma altura do ataque imperialista, é necessário convocar uma ação de massas tendo como vanguarda os próprios operários da Petrobras. O proletariado está diante de um desafio histórico, se forem vitoriosos os planos do capital financeiro internacional para a economia do país ingressaremos em uma etapa ainda mais regressiva e neoliberal do que a vivida nos anos da privataria tucana na "era" FHC.