domingo, 1 de fevereiro de 2015


Anturragem Dilmista prepara "acordão" com o PMDB de Cunha para "rifar" Chinaglia: É o neopetismo em ação na eleição da Câmara dos Deputados

Visualizando uma derrota política que seria desastrosa para a governabilidade de Dilma, o governo neopetista "jogou a toalha" a poucas horas da eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados e mandou seus ministros abandonarem a campanha de Arlindo Chinaglia à presidência da Casa. O núcleo histórico do PT, ligado a Lula e Dirceu, ficou "revoltado " com a manobra de última hora do Planalto e mandou um recado para a anturragem Dilmista: manterá até o fim a candidatura do parlamentar membro do "Campo Majoritário" (corrente interna do PT) que já presidiu a Câmara anteriormente. As "bases" do acordão negociado junto ao vice Temer e o próprio deputado Eduardo Cunha seria a de um "rodízio" na direção da Câmara, o pemedebista ocuparia agora a presidência e Chinaglia seria conduzido no próximo biênio, 2017/2018. Ao que tudo indica Cunha aceitou receber os votos da base aliada do governo Dilma neste momento mas não teria se comprometido em apoiar o PT em 2017. O Planalto não perdeu tempo, já liberou bancadas importantes na Câmara como o PP, PR e PSD para sufragarem Cunha. Comenta-se nos bastidores do Congresso que o ministro Mercadante estaria à frente da "rasteira" em Chinaglia. A "traiçoeira" ação de Dilma pode até suavizar momentaneamente os ataques frontais de Cunha ao governo (levando em conta sua provável vitória), porém abrirá uma crise sem precedentes no interior do PT. Os passos do governo vem sendo determinados por uma novo "bloco de poder", bem alinhado com as teses neoliberais e o capital financeiro. Nesta vertente a condução de Cunha a presidência da Câmara é considerada mais um elemento de barganha das classes dominantes para "empurrar" o governo Dilma na rota de Washington e de seus interesses econômicos no país. Como todos sabem Cunha é o "homem" dos grandes negócios no Congresso nacional (particularmente das empreiteiras), Chinaglia poderia ser um importante "reforço" aos petistas que criticam abertamente a senda do "ajuste" fiscal e monetário trilhado plenamente por Dilma. Contudo a disputa da Câmara ainda não está totalmente definida, diante da fulminante inflexão do governo Dilma, Lula decidiu entrar diretamente na briga, pedindo pessoalmente votos para Chinaglia. A tucanalha decidiu apoiar formalmente as pretensões do deputado "socialista" Júlio Delgado, mas já se sabe que descarregará mesmo seus votos em Cunha, esperando um "retorno" desta ala do PMDB na corrida pelo controle do Senado. Esta eleição para a Câmara promete ter desdobramentos políticos para muito além das fronteiras parlamentares, vamos aguardar o resultado, que deverá ser definido em dois turnos, mas também acompanhar suas "sequelas" para a conjuntura nacional e partidária do país.