sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Espanha às vésperas do triunfo eleitoral da direita fascista do PP

O estado Espanhol tem frequentado as manchetes da mídia global em função da grave recessão econômica por que atravessa. Nesta semana as raposas das “agências de riscos” norte-americanas rebaixaram as notas dos títulos financeiros e bancos espanhóis com o objetivo de criar pânico no mercado bursátil e, com isso, favorecer a capitalização “fácil” dos Soros e Buffets da vida... O ataque às condições de vida da população trabalhadora, com destaque aos índices extremados de desemprego, tem causado a reação dos chamados “indignados”, um setor fundamentalmente da juventude que não consegue adentrar no mercado de trabalho. O 15-M, como ficou conhecido mundialmente este movimento, ganhou dimensão internacional por sua “peculiaridade” antipartidária e pela rejeição veemente ao socialismo revolucionário, considerado como uma forma “autoritária” de regime social.

Mas o que é realmente pouco debatido na esquerda mundial sobre a Espanha é o fato de o país estar à beira de uma “catástrofe” política, com o iminente triunfo eleitoral da direita fascista do PP nas próximas eleições gerais marcadas para 20 de novembro. O atual governo do PSOE, que tem na figura de José Luis Zapatero sua principal expressão de massas, no “poder” desde 2004, “lavou as mãos” preparando o retorno exitoso da direita franquista. As pesquisas apontam uma vitória aplastante do candidato à presidência do governo espanhol pelo PP, Mariano Rajoy, com cerca de 60% dos votos, contra apenas 30% do candidato social-democrata, o ex-ministro do interior Alfredo Rubalcada. Outros 10% do eleitorado se dividiriam entre partidos e coalizões menores como “Esquerda Unida”, Bascos e os Ecologistas.

Como já tínhamos apontado anteriormente, a antecipação das eleições parlamentares por parte de Zapatero significou uma verdadeira declaração de renúncia. Desta forma Zapatero pavimentou, com a adoção de uma série de medidas antioperárias, a vitória do PP, que irá terminar o trabalho “sujo” deixado pelo PSOE. O retorno do Franquismo à chefia do governo espanhol não é uma simples questão do jogo “do perde ganha eleitoral” da “democracia” parlamentar, como poderia ser interpretado com a ascensão do PS na França e a provável derrota do direitista Sarkozy. É emblemático para a classe operária europeia, e também mundial, o significado do triunfo da direita fascista no país da derrota da guerra civil, justamente em um período de profunda crise capitalista como a que atravessamos neste momento histórico de brutal ofensiva imperialista. Começam a soprar os ventos da reação, sobre o proletariado espanhol carente de uma perspectiva revolucionária e refém de alternativas pequeno-burguesas, como o 15-M.