Escândalo de corrupção no Ministério dos Esportes: parece que é o “fim de jogo” para Orlando Silva e o PCdoB
Já é consecutivamente o quinto ministro do governo Dilma, em menos de um ano de gestão estatal, a se ver envolvido em pesadas denúncias de corrupção. A “bola da vez” agora é o ministro Orlando Silva, da pasta dos esportes, indicado pelo PCdoB para substituir Agnelo Queiroz que trocou de partido e se elegeu governador do DF pela legenda do PT. A reacionária revista “Veja”, uma espécie de “caça corruptos” do governo da frente popular e fã de “carteirinha” dos bandidos demo-tucanos, revelou em sua última edição um esquema de desvio de recursos do Ministério dos Esportes pela via do programa “segundo tempo”. A denúncia foi feita por um policial militar e ex-militante do PCdoB, João Dias, que acusou o partido de intermediar a contratação de ONGs para o “segundo tempo” em troca de uma comissão de 20% do valor pago pelo Ministério dos Esportes. O esquema montado pelo PCdoB teria desviado nos últimos oito anos do governo petista um valor de mais de 40 milhões de reais, permeando as gestões de Agnelo e Orlando.
Em que pese as denúncias terem partido da “Veja”, fica absolutamente claro que a contratação de ONGs para a prestação de serviços que deveriam ser operados por agentes públicos é uma fonte induzida de corrupção e desvio de verbas estatais. Também não se trata de um simples caso de corrupção pessoal de mais um ministro do governo Dilma, já que todos os ministros “jogam neste mesmo time”. Este episódio que envolve Orlando, ex-presidente da UNE, é parte integrante do processo de corrupção ideológica do PCdoB ao regime democrático burguês, fazendo com que os ex-Stalinistas abandonassem completamente a estratégia da revolução socialista e da ditadura do proletariado. O “new” PCdoB, convertido às alianças políticas com as piores oligarquias desde os tempos da “Nova República”, adaptou-se ao projeto de colaboração de classes da frente popular, cumprido a função auxiliar de sabotar a ação direta da classe operária. Figuras comprometidas com os grandes grupos capitalistas, como Aldo Rabelo e Haroldo Lima, continuam a ocupar postos de direção no PCdoB, sem o menor constrangimento, revelando o atual caráter programático “nacional-desenvolvimentista” do partido, em completa contradição com seu passado Stalinista de “esquerda”, quando protagonizou a guerrilha do Araguaia.
Desgraçadamente, o PCdoB não está sozinho no processo de integração ao regime da democracia dos ricos, outros agrupamentos stalinistas como o MR8 e também pseudo “trotsquistas” como o PSTU, seguiram o curso da cooptação material do Estado burguês. Nestes exemplos onde a origem da degeneração sempre começa com a “revisão” programática do Leninismo e termina miseravelmente com o suborno de seus dirigentes pelo capital em troca de “favores” na luta de classes, não se trata de uma “questão ética” e sim ideológica. Sabemos muito bem que na atual etapa de franco retrocesso na consciência do proletariado mundial, após a derrubada contrarrevolucionária da URSS, manter firmes e intransigentes os princípios comunistas não é uma tarefa “singela”. Não é nenhum segredo que os movimentos sociais deste período histórico, como por exemplo, os “indignados” tenham como eixo central a rejeição política ao marxismo-leninismo e a repulsa programática a ditadura do proletariado. Trata-se de uma enorme fissura entre a ação e a consciência das massas, por onde germina o “vírus” da corrupção e cooptação da esquerda reformista, do qual o PCdoB é mais um trágico elemento.