Ofensiva imperialista no Oriente exige fim do regime da oligarquia Assad, enquanto mercenários made in CIA formam seu “Conselho Nacional Sírio”
“A queda do regime sírio do presidente Bashar al-Assad, que reprime há meses uma mobilização opositora, é questão de tempo”, afirmou nesta segunda-feira, 03/10, em Tel Aviv, o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, também anunciando novas sanções comerciais ao país, impedindo que empresas norte-americanas vendam equipamentos de telecomunicações para a Síria. Não por acaso, no mesmo dia, grupos de oposição de direita agrupados no “Revolução Síria 2011” se reuniram em Istambul, na Turquia, e anunciaram a criação do Conselho Nacional Sírio (CNS) nos mesmos moldes do CNT formado pelos mercenários “rebeldes” líbios. Seus membros, exilados na Europa, exigiram uma intervenção “humanitária” internacional: “O Conselho demanda que governos e organizações internacionais assumam as suas responsabilidades no apoio à população síria, que a protejam e interrompam os crimes e as violações de direitos humanos cometidos pelo regime atual ilegítimo”, diz o comunicado (G1, 03/10). Usando mais uma vez cinicamente seu discurso humanitário, o representante do imperialismo ianque respondeu aos seus parceiros da oposição afirmando que “Está claro que é questão de tempo. Quando se mata seu próprio povo de um modo tão indiscriminado como tem sido feito nos últimos meses, fica bem claro que o governo perde toda sua legitimidade" (Idem), declarou Panetta em coletiva conjunta com o ministro da Defesa israelense, Ehud Barak. No mesmo tom, a ONU informou que a suposta repressão do regime Assad já havia provocado a morte mais de 2.700 pessoas desde que teve início dos conflitos em março passado.
Neste contexto, soa como patético a esquerda revisionista apresentar as ações das arquirreacionárias tribos sírias da oposição de direita como mobilizações espontâneas por “democracia”. O Mossad e a Arábia Saudita têm apoiado grupos islâmicos Salafi, os quais se tornaram ativos no Sul da Síria no início do movimento de protesto em Daraa em meados de março. Já o governo turco do primeiro-ministro Recep Tayyib está apoiando grupos de oposição sírios no exílio e ao mesmo tempo também “rebeldes” armados da Fraternidade Muçulmana no Norte da Síria. A Fraternidade Muçulmana síria, cuja liderança encontra-se exilada no Reino Unido está por trás dos protestos, tendo apoio do M16 britânico. Todos esses grupos integram o chamando Conselho Nacional Sírio (CNS) anunciado não por acaso em Istambul, Turquia!
Dominar o Oriente Médio, debilitar ao máximo ou derrubar os regimes que tem fortes fricções com Washington e controlar os povos que lutam contra o imperialismo: esses são os verdadeiros objetivos da “revolução árabe” saudada por Obama e apoiada pelos revisionistas do trotskismo. A LIT mal consegue esconder seu verdadeiro desejo de ver o imperialismo agredir a Síria quando declara que “apesar de ameaçar com sanções, o imperialismo norte-americano não retira seu embaixador do país, nem pressiona para a uma ação internacional contra Assad, incluindo seu indiciamento pelo Tribunal Penal Internacional; ou ainda não busca convencer a Liga Árabe, que expulsou a Líbia a fazer o mesmo com a Síria” (sítio PSTU, 12/08). Além disso, apóia as forças burguesas arquirreacionárias vendendo-as como "revolucionárias", declarando que “Saudamos as organizações populares que, com coragem e desapego as suas próprias vidas, enfrentam ao ditador Assad. Entre elas, destacamos o aparecimento e a atuação das Comissões de Coordenação Local da Síria, redes que coordenam os protestos e que surgiram ao calor da luta revolucionária, compostas basicamente de jovens e setores populares que jogam um papel independente.” (Declaração LIT, 25/08). A própria imprensa burguesa informa amplamente que “O Conselho Nacional Sírio (CNS) reúne todas as tendências políticas, em particular os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que dirigem as manifestações no país, os liberais, a Irmandade Muçulmana, que está proibida há muito tempo na Síria, além de curdos e assírios. A organização conta com um secretariado geral de 29 pessoas, representantes de sete correntes da oposição: seis representantes dos LCC, cinco da Irmandade Muçulmana e das tribos, quatro pela Declaração de Damasco, quatro pela corrente liberal dirigida por Ghalioune, quatro curdos, um cristão e cinco independentes” (G1, 03/10).
Está colocado frente a escalada política e militar do imperialismo em apoio aos "rebeldes" made in CIA na Síria e na Líbia combater para que a luta dos povos do Oriente Médio não sirva para o imperialismo debilitar os regimes que têm fricções com a Casa Branca (Irã e Síria), ou mesmo como cínico pretexto para justificar intervenções militares “humanitárias” como a que ocorre atualmente na Líbia. Cabe aos marxistas leninistas na trincheira da luta contra o imperialismo e pelas reivindicações imediatas e históricas das massas árabes postarem-se em frente única com os governos atacados pelas tropas da OTAN e combater os planos de agressão das potências capitalistas sobre as nações semicoloniais da região.