Fritado pela própria Dilma, Orlando cai arrastando o PCdoB para a vala comum da corrupção burguesa nacional
A queda de Orlando já estava “cantada” desde que as denúncias da arquirreacionária revista “VEJA”, colocaram o PCdoB no centro da berlinda política do país. O esquema corrupto de contratação de ONGs para a execução de projetos públicos, não é monopólio do PCdoB, tampouco do PT, foi introduzido maciçamente ainda na gestão estatal tucana de FHC. Mas foi pela via das ONGs que a frente popular, no governo central, estabeleceu uma rede de cooptação e corrupção de centenas de lideranças do movimento de massas. Reproduzindo o esquema das ONGs no ministério dos esportes, com o programa “Segundo Tempo”, Orlando retirava das escolas públicas a obrigação de oferecer a prática esportiva aos seus alunos, transferindo para entidades privadas um dever elementar do Estado para com a juventude. As ONGs, indicadas pelo PCdoB, passaram a receber “generosas” verbas públicas para gerenciar o programa “Segundo Tempo”, retribuindo a “gentileza” em forma de “comissões” para o partido.
O fato das denúncias terem partido da fascista “VEJA” e de um policial delinquente, diga-se de passagem ex-filiado ao PCdoB justamente para por em prática o malfadado programa do Ministério dos Esportes, não anula a gravidade da verdadeira “privataria” colocada em marcha por Orlando e seu partido “comunista”. Se os bandidos da burguesia midiática agora cinicamente clamam por “ética” no trato da “coisa pública”, esqueceram que foram os primeiros a incentivar a tal “Parceria Público Privada”, na qual o PCdoB embarcou sem o menor constrangimento ideológico. A decomposição programática dos pseudocomunistas é tamanha, que admitem “administrar” o Estado capitalista em parceria com as piores máfias da burguesia, como a oligarquia Sarney, com a qual coabitam no Ministério do Turismo.
O que chama a atenção na demissão de Orlando foi a “fritura” interna do ministro, operada nos bastidores do próprio Palácio do Planalto. Sem a exibição de fitas de áudio e vídeo que pudessem comprometer a figura pessoal de Orlando, o PCdoB esperava contornar a crise política e se manter no cargo, mas não foi isto que aconteceu. A própria Dilma através do seu “aríete” jurídico, o Procurador Geral da República Roberto Gurgel, mandou abrir uma investigação no STF contra Orlando, ao contrário do que fez com outras denúncias de corrupção, onde os ministros envolvidos estavam ligados a bandos burgueses de maior calibre político, como o PMDB. O “insuspeito” supremo logo aceitou o pedido feito por Gurgel, selando assim a sorte de Orlando, mais uma “vítima” do fogo-amigo da frente popular. Acontece que os polpudos “negócios” que o Ministério dos Esportes vem traficando em torno da Copa do mundo e das Olimpíadas no Brasil, despertaram o apetite voraz das quadrilhas que habitam o condomínio corrupto e moralmente decomposto da frente popular. O governo Dilma ainda tentou “emplacar” de imediato o nome do “coringa” Aldo Rebelo para a pasta dos esportes, um “comunista” já formatado integralmente para servir às classes dominantes, e visto com muita desconfiança no interior do próprio PCdoB, mas a manobra não deu certo.
Para os ex-Stalinistas do PCdoB, uma organização da esquerda reformista que abandonou o leninismo e a estratégia da revolução socialista, resta o “consolo” de ter sobrevivido nas tetas do Estado burguês, apesar da profunda desmoralização política a que foi submetido. Seus parceiros reformistas como o PCB agora “tripudiam” em cima dos fatos, olvidando que estiveram juntos na campanha eleitoral de Lula em 2002, repetindo o apoio no segundo turno em 2006 e da própria Dilma em 2010. Por sua vez, os “probos” da oposição de esquerda, como o PSTU, querem se juntar ao movimento dos “cansados e indignados” da franja tucana, para moralizar o Estado burguês, estes revisionistas não passam de uma escória política, sedenta para se aliarem à direita, como fizeram na Líbia e agora pretendem repetir a dose na Venezuela e em Cuba. Para se combater realmente a corrupção que assola o país, inerente a estrutura de qualquer Estado burguês, independente do matiz político de seu governo de turno, é necessária a adoção de uma estratégia revolucionária que aponte o norte programático da ditadura do proletariado.