segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

NÃO AO ENVIO DE TROPAS DO EXÉRCITO PARA GARANTIR A APLICAÇÃO DO AJUSTE NEOLIBERAL NOS ESTADOS! NENHUM APOIO AS GREVES REACIONÁRIAS DA PM! CONSTRUIR COMITÊS DE AUTODEFESA E MILÍCIAS OPERÁRIAS!


O governo golpista de Temer acaba de anunciar que enviará tropas do Exército para o Rio de Janeiro. Depois do Espírito Santo, o estado fluminense será o próximo a ser ocupado por homens das Forças Armadas. A pedido do governador Pezão, que aplica duramente o ajuste neoliberal contra os trabalhadores assim como Temer, o rato canalha do PMDB autorizou o uso dos soldados em um momento onde mulheres de policiais militares iniciaram há três dias uma mobilização parecida com a do Espírito Santo e está colocada a possibilidade de uma greve da PM no Rio às vésperas do Carnaval. Em oposição a vergonhosa conduta da esquerda revisionista (PSTU, MAIS, CST, TPOR) e do reformismo em geral (PT, PCdoB e PSOL) que vêm apoiando as greve policiais apresentando os policias como  “trabalhadores fardados”, reproduzimos o artigo publicado há 5 anos pela LBI que analisou o envio de tropas do Exército quando houve a greve da PM da Bahia. Hoje, como naquele momento, defendemos o Derrotismo Revolucionário diante de qualquer enfrentamento entre as forças do aparato repressivo, já que os comunistas leninistas não estão na trincheira de nenhum dos dois bandos reacionários e antipopulares, apontado uma saída própria dos trabalhadores contra todas as alas da reação burguesa, o que passa por não prestar qualquer apoio as greves reacionárias da PM e rechaçar o envio de tropas federais aos estados, construindo comitês de auto-defesa e milícias operárias para forjar uma alternativa própria dos explorados, o principal alvo da repressão das PM´s e das FFAA!

DIANTE DO POSSÍVEL ENFRENTAMENTO ENTRE AS TROPAS DO EXÉRCITO E A PM, A DEFESA DO DERROTISMO REVOLUCIONÁRIO É A ÚNICA POSIÇÃO DE CLASSE
(BLOG DA LBI, 07.02.2012)

Com toda justeza de um grande revolucionário que nunca temeu “quebrar os ovos” para fazer a “omelete” da política marxista, Lenin afirmava que diante de um confronto entre duas forças sociais absolutamente reacionárias o proletariado não tinha nenhuma trincheira de combate, a posição do proletariado deveria ser a defesa do derrotismo revolucionário. “Quando dois ladrões se enfrentam que morram os dois” é a celebre frase do dirigente bolchevique para definir de maneira pedagógica para as massas sua política do “derrotismo revolucionário”. Hoje com a greve dos facínoras policiais militares da Bahia e o possível enfrentamento com as tropas federais do exército, a serviço do governo neoliberal do PT, os comunistas leninistas defendem o derrotismo revolucionário, diante dos dois bandos reacionários e antipopulares.

De um lado o governo petista do ex-sindicalista, Jaques Wagner, que deu continuidade à política de arrocho salarial do Carlismo, do outro o movimento “sindical” dos policiais militares, dirigido pelo oportunista Marco Prisco ex-candidato a deputado estadual pelo PTC em 2010 e atual postulante a vereador na chapa tucana. No “terceiro” campo uma população trabalhadora, oprimida e negra, vítima das maiores brutalidades de uma polícia militar racista e de um governo de “esquerda” submisso aos interesses de uma elite dominante preconceituosa. Quando chegarem a um “acordo”, os dois bandos criminosos, governo do PT e sua PM, se voltarão unidos contra as lutas populares, com toda a ferocidade que lhes ordenar os grandes capitalistas e latifundiários baianos.

Não faltaram as vozes na “esquerda” reformista em defesa da greve dos policiais, os arautos do “tradeunismo” vulgar dizem que são “trabalhadores fardados” e nesta condição vítimas da exploração e arrocho salarial como os outros servidores públicos. Os policiais, como uma categoria social, realmente são assalariados (e na sua grande maioria de origem proletária) e nisto se resume seu único “denominador comum” com os trabalhadores. Como um destacamento de “serviços especiais” do Estado burguês, os policiais não fazem parte da classe trabalhadora, como demonstrou o próprio Lenin, em seu excepcional artigo sobre os serviços de “inteligência” do regime tsarista. A polícia cumprindo a função social de um destacamento armado para preservar a propriedade privada dos meios de produção, jamais poderia ser considerada parte integrante da classe trabalhadora, pelo menos para os que têm referência no marxismo histórico. Somente revisionistas mais decompostos podem acreditar que a função da polícia em uma sociedade de classes é cuidar da “segurança pública”, de todos os cidadãos independente de sua posição na cadeia produtiva. A verdadeira “proteção” da polícia é dada apenas a burguesia nos momentos em se sente “ameaçada” de seus lucros pelas lutas do proletariado.

Enquanto os parlamentares da frente popular (PT, PCdoB) condenam os “excessos” da greve da PM baiana, suas centrais sindicais (CUT e CTB) tratam de fazer a tradicional demagogia sindicalista apoiando as reivindicações salariais do movimento “grevista”. Já a “oposição de esquerda”, PSTU e PSOL, convoca a mais irrestrita e acrítica solidariedade aos mesmos policiais militares que acabaram de chacinar covardemente a população indefesa da ocupação do Pinheirinho em São José dos Campos. Seguindo o legado de Lenin e Trotsky, os comunistas sem nenhum “compromisso” com o “sindicalismo” policial e tampouco com a patifaria da frente popular, afirmam em alto som sua defesa do derrotismo revolucionário na atual crise política do estado capitalista e suas forças de segurança. A classe operária deve abstrair as lições deste enfrentamento interburguês e se preparar para organizar sua própria defesa militar diante da brutal ofensiva patronal em curso.

É evidente que as "greves" de policiais e bombeiros cria certa desestabilização dos governos estaduais. Mas nem toda desestabilização é favorável aos trabalhadores, particularmente quando seu móvel se apóia em tendências fascistizantes e reacionárias. Na Bahia ocorre uma desestabilização reacionária à custa de dezenas de moradores de rua, pobres e negros mortos pelos policiais "em luta". A vitória deste movimento que desestabiliza o governo petista não representa uma vitória dos trabalhadores, ao contrário, levaria as forças policiais a estarem melhor remuneradas para realizar sua função social, garantir a propriedade privada e os interesses da burguesia em geral. Em resumo, fortaleceria o Estado burguês. Apesar das greves das polícias potenciarem um quadro de crise em um setor vital para a burguesia, como das forças repressivas, não é apoiando as reivindicações da polícia a melhor forma de acelerar a fissura aberta no seio das próprias classes dominantes.

Apesar de todos esses elementos, que apontam para o fortalecimento do aparato repressivo e recrudescimento das tendências fascistizantes, a esmagadora maioria da esquerda brasileira vem apoiando as reivindicações do movimento policial, desde o PSTU e PSOL, passando pela TPOR e chegando mesmo ao PCB. Trata-se de uma completa desmoralização ideológica dessas correntes. Enquanto isto, a CUT e a CTB fazem de tudo para servir a dois senhores: apoiar aos governos da frente popular e seguir em seu "sindicalismo de resultados", buscando um acordo, como prega o PCdoB ao afirmar que "Fazer greve é legítimo; negociar é obrigação da luta e do governo. Chegar a bom termo é uma exigência da população, uma obrigação de quem luta e de quem governa" (Vermelho, 08/02). Afora a LBI, que se colocou abertamente contra qualquer apoio a reacionária greve policial, inclusive se posicionando no curso desse "movimento", seja no Ceará, na Bahia ou no Rio de Janeiro, o conjunto das forças políticas que se dizem da "esquerda" não governista apóiam a paralisação dos agentes da repressão.

No marco da "oposição de esquerda", a deputada Janira Rocha do PSOL-MTL, aliada do PSTU na Conlutas e uma das mais entusiastas defensoras da aliança com o PV de Gabeira no Rio de Janeiro, é uma das "assessoras" do comando de greve policial fluminense, tendo "orientado" o Cabo Benevenuto Daciolo a impulsionar o movimento antes do carnaval para pressionar o governo Cabral, sustentado por uma aliança entre PMDB e PT, a atender as reacionárias reivindicações da corporação militar. No seu sítio, Janira afirma: "crise de segurança, mandato tem lado" e sai em defesa do mafioso Marco Prisco, dirigente da greve baiana, declarando "Prisco é um lutador, não interessa seu partido, o conheço há quase 10 anos e sempre o vi batalhando por sua categoria e pelos interesses de sua família. Acho uma pena que ele esteja no PSDB, mas isso, neste momento, não é importante. O que interessa é que sua ação de luta hoje, não tem nada a ver com PSDB, mas sim com os interesses de tantos policiais sofridos que vem, há muito, sendo enganados pelo governo Jaques Wagner, que se tivesse respeitado a Lei, dado a Gratificação e cumprido com a anistia votada pelo Congresso Nacional, teria evitado tudo isso. Um governo pedante!". Logo depois de lavar a cara de Prisco, a parlamentar do PSOL e do MTL vocifera: "Assim como a posição nacional do partido - de solidariedade às justas demandas das forças de segurança pelo Brasil e em defesa da PEC 300 - sempre me mostrei solidária ao movimento reivindicatório dos policiais". Está claro que Janira e o PSOL, além de desejarem tirar todos os dividendos eleitorais possíveis da greve, estão ao lado dos algozes da classe operária e do povo pobre, tanto que a parlamentar em seu discurso na Alerj no dia 07/02 declarou: "Aqui o crime, os corruptos de toda ordem não vão pensar, só porque haverá uma greve, que poderão fazer o que quiserem porque existirá uma mobilização. Muito pelo contrário, eles vão estar mais atentos ainda e alguns criminosos que durante o processo normal não caem nas mãos da polícia talvez durante a greve venham a cair".

Os cretinos do PSTU já têm uma posição conhecida ao chamar a solidariedade à greve dos estupradores e assassinos do Pinheirinho, não se envergonham disso! O que mudou nestes últimos dias é que sua política reacionária está se desmoralizando a olhos vistos diante do visível caráter mafioso e direitista da paralisação. Na defensiva, o PSTU chega a querer inocentar a PM baiana pelos seus crimes, alegando que "ao menos durante o dia, a vida em Salvador seguiu algo próximo do 'normal'... O que a greve acrescentou à rotina de medo da população foi algo como um 'toque de recolher' ao final da tarde. À noite, a violência aumenta, além dos bairros mais periféricos viverem momentos de 'acerto de contas'" (08/02). Não esqueçamos que esses canalhas, os mesmos que apoiaram os "rebeldes" da OTAN na Líbia, cinicamente apresentam a reacionária greve policial que espalhou o terror fascista nos bairros proletários de Fortaleza como a antessala de uma "crise revolucionária" no Ceará. O que ocorreu na realidade foi o recrudescimento das tendências fascistizantes entre a população, particularmente na classe média, que apoiou a greve clamando por mais segurança, ou seja, reforço do aparato policial para defender a propriedade privada e seus negócios!

Já o PCB da Bahia lançou uma nota em que defende escandalosamente a "Dignificação e valorização do trabalhador policial, com a adoção de novos planos de cargos e salários, remuneração decente, preparo profissional e equipamento adequado" (Comitê Regional do Partido Comunista Brasileiro no Estado da Bahia, Salvador, 08 de fevereiro de 2012). O PCB ainda acredita em uma "polícia cidadã", nos marcos de um estado burguês. Como se vê, esses senhores, agora sem qualquer malabarismo político, defendem não só as reivindicações salariais dos jagunços de farda da burguesia mas o seu "equipamento adequado", ou seja, melhores condições (armas, munições, coletes, viaturas) para atacar os trabalhadores. Como nos ensinou Lenin, os policiais não fazem parte da classe trabalhadora, são um destacamento ideologicamente preparado para "servir" a burguesia em seu ódio de classe mais profundo contra a população pobre, não foi por acaso que os mais destacados "líderes" grevistas são os mais identificados com a selvagem repressão à população negra e pobre dos bairros periféricos

Por sua vez a TPOR nos diz que "Os marxistas defendem o direito dos policiais se amotinarem contra os governos que lhes impõem as más condições de existência. A repressão sofrida, como a ocorrida pelos bombeiros na greve do Rio de Janeiro, politiza e desintegra o aparato repressivo. O POR apoia o levante armado dos policiais" (Massas, 426, 18 de janeiro a 1 fevereiro 2012). Trata-se justamente do oposto! Está em curso um fortalecimento do aparato repressivo e as reivindicações da greve vão justamente neste sentido, nunca para "desintegrá-lo" como dizem os idiotas da TPOR. Como alertava Trotsky "O fato de que a polícia foi originalmente recrutada em grande número dentre os trabalhadores social-democratas não quer dizer nada. Aqui também a consciência é determinada pela existência. O trabalhador que se torna um policial a serviço do Estado capitalista, é um policial burguês, e não um trabalhador... Todo policial sabe que, apesar de os governos poderem mudar, a polícia permanece." (E agora, questões vitais para o proletariado alemão, 1932).

Vale a pena registrar a posição dos ratos covardes do PCO. Depois de ficar dias e dias em silêncio sepulcral diante da greve da PM, quando seu sítio na internet noticia todo tipo de bobagens, Causa Operária rompeu a letargia para reclamar em Editorial de letras garrafais: "Greve da PM: governo quer a polícia reprimindo a população" (Sítio PCO, 11/02)! Pasmem, mas a seita acredita que a polícia teria outra função no Estado burguês que não seja "reprimir a população"! Na verdade, a posição do PCO reflete sua ânsia de romper com as posições anteriores copiadas do PO argentino contra as greves policiais e embarcar junto com o morenismo na "solidariedade" à paralisação dos cães de guarda da burguesia, clamando que os policiais sejam "aliados" dos trabalhadores. Não por acaso, o PCO afirma em aberta simpatia à greve policial: "Não se pode aceitar que se busque pretextos para reprimir uma greve. Os policiais não estão sendo punidos por nenhum crime, mas apenas por ter feito uma greve", como se fosse uma simples greve de trabalhadores e não de um destacamento especial armado para preservar a propriedade privada dos meios de produção. Depois de dedicar 95% do artigo para denunciar a repressão à greve policial sem combater suas reivindicações reacionárias e a direção abertamente de direita do "movimento", Causa Operária, em uma tentativa desesperada de fugir de sua própria impotência declara: "Não se trata de apoiar ou não a greve". Como não, cara-pálida! Estamos diante de uma posição de princípio para os revolucionários marxistas, apoiar ou não a greve dos que formam o aparato de repressão da burguesia, cujas reivindicações se atendidas incrementam sua força na perseguição aos trabalhadores! Em seu oportunismo, o PCO age de maneira vergonhosa, primeiro patrocinando ilusões que a polícia pode ter outro papel que não seja o de reprimir os trabalhadores, depois se solidarizando entusiasticamente com a greve frente a repressão estatal e, por fim, fingindo não apoiá-la com a desculpa esfarrapada de que "não se trata de apoiar ou não a greve". Como alerta o dito popular, "para o bom entendedor meia palavra basta", o PCO está apoiando envergonhadamente, pelas "portas dos fundos", a reacionária greve policial!

Em oposição ao malabarismo oportunista do PCO, é bom reafirmar nossa posição: ainda que a LBI não seja partidária da prisão das lideranças grevistas ou da repressão a seu "movimento", porque estas ações dos governos burgueses fortalecem as tendências de recrudescimento do regime contra os trabalhadores, declaramos em alto e bom som que não apoiamos a reacionária greve policial. Mais do que isto! Em caso de um possível enfrentamento entre as tropas do Exército/Força de Segurança Nacional e a PM, defendemos o derrotismo revolucionário como única posição justa de classe, já que os comunistas leninistas não estão na trincheira de nenhum dos dois bandos reacionários e antipopulares. Seguimos o que pregava Lenin ao declarar que diante de um confronto entre duas forças sociais absolutamente reacionárias o proletariado não tinha nenhuma trincheira de combate, sintetizada na célebre frase "Quando dois ladrões se enfrentam que morram os dois".

Por fim lembremos que diante desse consenso na grande família revisionista, a LER foi a única corrente que não adotou a mesma posição de seu "campo" político tradicional, mas fez um malabarismo de forma absolutamente inconsequente porque suas posições políticas e ideológicas provam que compartilha da mesma orientação programática de adaptação ao Estado burguês e seu regime democratizante daqueles que diz criticar. Esses morenistas enrustidos se dizem "Pela dissolução de todas as forças policiais" (site LER, 09/02). Aqui reside a compreensão que o aparato estatal burguês poder ser "dissolvido" de forma pacífica (institucional), por meio de um ato de um governo burguês, plebiscito ou mudança constitucional. Tal posição só poderia passar pela cabeça de uma corrente democratizante até a medula, que não se cansa de sonhar com a "dissolução das PMs" à margem da verdadeira destruição violenta do aparato repressivo da burguesia como parte da consolidação das milícias armadas do proletariado e dos comitês de autodefesa em um meio a uma insurreição revolucionária que rompa a hierarquia das tropas e coloque sob o comando militar e político do proletariado os setores das FFAA que se voltarem contra os generais e a burguesia. Como não defende os comitês de autodefesa armados para destruir o aparato repressivo, a LER chegou a esquizofrenia de convidar Marcelo Freixo, do PSOL, o apoiador confesso das UPPs, a organizar uma campanha pela retirada das tropas policiais dos morros e favelas!