APÓS 55 ANOS DE BLOQUEIO ECONÔMICO DO IMPERIALISMO IANQUE,
NOSSA RESPOSTA CONTINUA SENDO A DEFESA INCONDICIONAL DE CUBA E DAS CONQUISTAS
DA REVOLUÇÃO!
Nesse mês de fevereiro se completa 55 anos do bloqueio econômico do imperialismo ianque a Cuba, que já provocou um prejuízo superior a US$ 1,5 trilhão segundo o governo da Ilha Operária. Por ordem do então presidente “democrata” Kennedy, a Casa Branca suspendeu em fevereiro de 1962 as relações comerciais com o Estado operário cubano, além de proibir linhas de crédito e vários outros tipos de intercâmbios. A medida era uma retaliação às nacionalizações de empresas norte-americanas e às crescentes relações com a URSS. Essa política tem sido levada a cabo até hoje, sendo renovada sistematicamente por outro “democrata”, Obama, pondo assim um fim às ilusões da burocracia castrista que acreditou inicialmente que este alteraria as relações políticas entre Cuba e os EUA. Hoje, o bloqueio é usado como fonte de forte pressão para impor dificuldades econômicas ao povo cubano e, ao mesmo tempo, serve de chantagem para o incremento da abertura gradual capitalista por parte da atual direção stalinista do PCC, sob o comando de Raul Castro, opositora frontal do programa trotskista da revolução permanente em escala mundial.
Com a liquidação contrarrevolucionária da URSS no início dos
anos 90, os efeitos do bloqueio econômico ianque se fizeram sentir ainda mais
ferozmente. A derrubada do Muro de Berlim e a liquidação da URSS no final da
década de 80, saudada como um “avanço ao socialismo” por grupos revisionistas
como a LIT/PSTU, MRT/PTS e afins, forçou a direção castrista a adotar uma série
de medidas de mercado para incrementar a atividade econômica na Ilha,
completamente sufocada e esgotada pela ausência de relações comerciais com
países capitalistas. Até então a ilha mantinha 85% de seu intercâmbio econômico
e comercial com a URSS. Com o fim do Estado operário Soviético Cuba deixa de
receber abruptamente 14 milhões de toneladas de combustível ao ano a preço
abaixo do mercado mundial, quando a produção nacional chegava a no máximo 500
mil toneladas anuais. O desaparecimento das condições vantajosas do comércio de
Cuba com o Leste europeu e, fundamentalmente, com a URSS fez caírem as
exportações cubanas em mais de 70% em apenas três anos, entre 1989 e 1993. Como
produto dessa situação 1/3 do PIB caiu, dividido na redução de 50% da produção
da agricultura, 30% da indústria e 70% da construção civil. Em resposta à Lei
de Torricelli e a Lei Helms-Burton que reforçaram o bloqueio econômico, o
governo cubano aprovou a Lei de Inversões Estrangeiras, em 1995, que
flexibilizou o monopólio do comércio exterior, permite investimentos do capital
estrangeiro em ramos centrais da economia, autoriza a remessa integral dos
lucros e dissolveu a Junta Central de Planificação, órgão responsável pela
planificação da economia no Estado operário.
Inicialmente Fidel Castro, no comando do aparelho stalinista
do PCC, escondeu a nocividade destas medidas e buscou identificá-las com a NEP
de Lenin, quando na verdade sua política não estava baseada na expansão da
revolução mundial, como podemos ver claramente nas relações que Cuba
estabeleceu com o chavismo, apoiando o “presidente bolivariano” em sua política
nacionalista-burguesa de não-ruptura radical com o modo de produção
capitalista, ou como fez anteriormente com a Nicarágua de Daniel Ortega. Hoje
esta orientação está clara nas resoluções dos Congressos do PCC, condensadas
nas palavras de Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional do Poder
Popular: “O socialismo não é a propriedade pública de todos os meios de
produção. A luta política e nosso próprio voluntarismo conduziram a exageros no
passado, que precisam ser retificados. Não podemos mais compreender o
empreendedorismo privado, sob controle do Estado, apenas como uma concessão
temporária. Essa atividade deve ter seu lugar em nosso modelo socialista. Para
essa tarefa, precisamos entender qual o socialismo possível, capaz de trazer
desenvolvimento e prosperidade para as novas gerações. Não temos medo de
criticar nossos próprios erros, pois não há outra forma de construir um projeto
histórico de nação.” (Opera Mundi, 08/02/12). Ao contrário dessa apologia a
abertura feita pela direção stalinista, que ataca direitos históricos dos
trabalhadores, os genuínos trotskistas não escondem por um só momento a
angustiante realidade por que passa Cuba, abraçada pelo urso imperialista,
produto do isolamento da própria etapa contrarrevolucionária aberta com o fim
da URSS e da ação da burocracia stalinista que segue firme negando a vigência
histórica da revolução internacional.
Alertamos que os “ziguezagues” do castrismo diante da
ofensiva mundial do imperialismo ianque, acreditando nas "boas
intenções" dos Democratas ianques, colocam em risco a defesa das
conquistas históricas da revolução cubana, que mesmo debilitadas por um
bloqueio criminoso, permanecem socialmente vigentes para o proletariado da ilha
operária. Os próximos passos da Casa Branca , mesmo com o idiota Trump no
comando, estão bastante claros: primeiro a chantagem “democrática”, utilizando
a dissidência contrarrevolucionária como as “Damas de Branco” ou os ataques
midiáticos da blogueira-mercenária Yoani Sánchez, posteriormente a tradicional
agressão militar como vimos na Líbia e Síria. Quando se completam os 55 anos do
bloqueio econômico do imperialismo ianque a Cuba, reafirmamos que somente a
mobilização internacionalista da classe operária poderá fazer frente aos planos
do império para aniquilar totalmente a enorme referência mundial da revolução
cubana. Frente às provocações ianques sobre o Estado operário cubano, a posição
dos Marxistas Revolucionários deve ser a sua defesa incondicional, para na
trincheira da luta contra o imperialismo preparar as condições para a revolução
política. A destruição do Estado operário cubano seja pela via da agressão
militar ou da contrarrevolução “democrática”, inspirada na farseca “revolução
árabe” apoiada por todo arco revisionista, não por acaso os mesmos canalhas de
“esquerda” que clamam pela “derrubada da ditadura dos irmãos Castro”,
representará uma enorme derrota para o proletariado da América Latina, abrindo
um período sem precedentes de avanço imperialista. Por isso, nossa resposta
continua sendo a defesa incondicional do Estado Operário de Cuba e das
conquistas sociais da revolução!