sábado, 5 de setembro de 2020

CHINA ANUNCIA OFICIALMENTE QUE SUA ECONOMIA SUPERARÁ OS EUA EM 2032: ENQUANTO A AGÊNCIA BLOOMBERG REGISTRA QUE MAIS DE 50 MILHÕES DE NORTE-AMERICANOS PASSARÃO FOME ESTE ANO

Mesmo com a guerra comercial em curso contra seu país, a economia chinesa ultrapassará a dos Estados Unidos e se tornará a maior do mundo em 2032. A afirmação consta em um relatório oficial do Centro de Estudos de Desenvolvimento do Conselho de Estado da China. O conflito entre a China e os Estados Unidos aumentará ainda mais nos próximos cinco anos, projeta o relatório do governo Xi Jiping. Entretanto a cúpula do Partido Comunista Chinês afirma que está cada vez mais coesa para enfrentar a ofensiva imperialista ianque, embora não esteja em seus planos o acirramento do conflito. A economia chinesa hoje se configura em um mix de pesados investimentos internacionais, acumulados ao longo de mais de trinta anos, combinado com a presença estatal em setores estratégicos, como ciência e tecnologia, além do monopólio da poderosa indústria armamentista.

Esses dois elementos, aparentemente contraditórios, mercado e planejamento estatal, estão permeados por um regime político forte e centralizado, herança da revolução socialista, e que se recusa a adotar mínimas medidas “formais e teatrais” em direção à democracia ocidental, caminho bem diferente do seguido pela Rússia e sua oligarquia restauracionista. Como estamos falando de um processo de transição em pleno curso e sob uma etapa histórica mundial de guerras e contrarrevoluções, além de o limiar da nova ordem do “capitalismo de controle sanitário”, é absolutamente prematuro “fechar” uma única caracterização sobre o que se costumou chamar de “fenômeno da economia chinesa”.

Mas o imperialismo ianque não permanece inerte ao “surto de crescimento econômico” da China, nem do ponto de vista financeiro híbrido ou militar. Na tentativa de desacelerar o desenvolvimento do gigante asiático, Washington poderia adotar até as medidas mais extremas, como confiscar títulos do Tesouro americano da China, obrigar outros países a impor um embargo de tecnologia a Pequim e excluir o regime de compensação financeira chinês do sistema de pagamentos em dólares.Isso sem falar é claro dos fustigamentos militares no mar do sul da China e da guerra híbrida impulsionada em Hong Kong e outras províncias com algum potencial de “rebeldia”.

No entanto, nem mesmo esses fatores podem impedir o vertiginoso crescimento econômico da China, concluiu o relatório do PCC. A participação do país na economia mundial aumentará para 18,1% em 2025 ante 16,2% em 2019, enquanto a participação dos Estados Unidos cairá para 21,9% ante 24,1% no mesmo período afirma o relatório.

Embora a taxa de crescimento anual média do produto interno bruto (PIB) da China poderá cair para 5% nos próximos cinco anos, ante 6,1% em 2019, o PIB per capita do país pode subir para US$ 14 trilhões até 2024, tirando o país da "armadilha da renda média" e colocando-o na categoria de "alta renda".  Como resultado, o tamanho da economia da China ultrapassará o da União Europeia em 2027 e ultrapassará o dos Estados Unidos em 2032, prevê o governo Xi Jinping. No entanto, alguns pesquisadores chineses não “oficiais”, admitem que a ambição da China em criar um enorme mercado interno, poupança e consumo de alto valor agregado, comparável aos dos países imperialistas, será restringida pela crescente disparidade de riqueza do país, pois não podemos omitir que a propriedade privada dos meios de produção foi restaurada, criando uma burguesia nacional patrimonialista, exatamente idêntica à dos regimes capitalistas.

Enquanto o Estado chinês projeta todo seu otimismo no potencial de sua economia, os dados do imperialismo ianque refletem exatamente o contrário, pessimismo e incertezas não só econômicas, mas também políticas no futuro do seu regime, ameaçado por uma nova seção nacional diante da crise. Segundo a agência Bloomberg, 58 milhões de pessoas nos Estados Unidos poderão passar fome ainda em 2020. Muitos cidadãos norte-americanos americanos cortaram profundamente seus orçamentos alimentares devido à falta de renda e desemprego. Já muitos agora comem apenas uma ou duas refeições por dia e a demanda nos bancos públicos de alimentos em todo o país cresceu como nunca antes.

No momento, os Estados Unidos têm uma população total de cerca de 328 milhões de pessoas, então o percentual citado por Bloomberg representa uma parte considerável do país. Como a maioria dos americanos vive "no esquecimento", perder o emprego pode levar uma família a uma situação terrível muito rapidamente.  Em todo o território, longas filas de pessoas dirigindo veículos de médio porte podem ser vistas esperando por até seis horas nos bancos de alimentos locais. Nas últimas 23 semanas da pandemia, mais de 58 milhões de americanos solicitaram seguro-desemprego e muitos deles se viram "repentinamente" incapazes de comprar alimentos. Para muitos deles, esta é a primeira vez que algo assim acontece na história recente do país. 

Como Marxistas podemos falar a “grosso modo” de dois “modelos” antagônicos, China e os EUA tem um passado distinto, um país vem da revolução socialista e mantém parte das conquistas operárias (embora seriamente ameaçadas com o avanço da restauração capitalista), outro era até poucas décadas atrás o “paraíso” do capitalismo liberal, às custas é claro da espoliação de suas colônias. Com quase 1,5 bilhão de habitantes a China eliminou a fome em seu território, após séculos de miséria para a maioria do seu povo. Os EUA com cerca de um quinto da população chinesa, está prestes a conhecer pela primeira vez a miséria absoluta para um quarto de seus habitantes. A conclusão Marxista não poderia ser outra, o único caminho progressista para humanidade  passa pela revolução, seja para revigorar as históricas conquistas operárias na China, ou para instaurar o ineditismo socialista em um país imperialista, como os EUA.