“100 DIAS SEM TRÉGUA”: DE GEORGE FLOYD A JACOB BLAKE, NÃO
EXISTE REFORMA POSSÍVEL PARA O APARELHO REPRESSIVO DO ESTADO CAPITALISTA, SÓ A
REVOLUÇÃO SOCIALISTA APONTA UMA SAÍDA PARA A LUTA NEGRA!
Este fim de semana marcou 100 dias de protestos do povo negro e da juventude oprimida nos Estados Unidos contra o Estado policial. Desde o assassinato de George Floyd no “Dia da Memória” pelas mãos do departamento de polícia de Minneapolis, até o covarde fuzilamento pelas costas de Jacob Blake em Kenosha. Grandes manifestações populares foram realizadas em cidades rurais, bem como em grandes cidades urbanas em face de novos casos de brutalidade policial e assassinato, somados a uma campanha cada vez mais virulenta e violenta da “lei e da ordem” liderada pelo governo neofascista de Donald Trump, com a cumplicidade de toda cúpula do Partido Democrata, incluindo aí sua ala esquerda, o senador Bernie Sanders.
Os protestos foram multitudinários, multirraciais e multiétnicos, e estão sendo “recepcionados” com gás lacrimogêneo, granadas de atordoamento, acusações de terrorismo e prisões em massa pela polícia de choque em sua maior parte mobilizada por governadores e prefeitos Democratas e Republicanos, enquanto Trump e seu círculo fascista denunciam os manifestantes como anarquistas, socialistas e terroristas incitando vigilantes privados (milícias) a atacar o movimento de massas.
Desde o início dos protestos nos EUA em maio, pelo menos 19 manifestantes foram mortos, incluindo três somente nas últimas duas semanas. A tendência a radicalização da luta do povo negro oprimido, ameaça transbordar os estreitos limites reformista do “black lives matter”, em sua maior parte financiado por grupos econômicos interessados em ampliar o mercado interno de consumo.
Esta situação explosiva é apenas o prelúdio de um amplo movimento da classe trabalhadora, impulsionado pela pobreza que está sendo gerada pela crise econômica capitalista. A oligarquia empresarial-financeira dominante, ainda que se enriqueça sobre os ossos das vítimas da fome, sente-se sitiada e acuada pela ascensão do movimento, que ainda carece de um eixo programático socialista e de uma direção revolucionária. É necessário colocar as massas diretamente contra o capitalismo, cada vez mais desnudo ao mundo como um sistema falido e criminoso.
A amplitude e a duração dos protestos expressam a coragem e determinação de milhões em lutar por uma sociedade mais igualitária, livre de racismo, repressão e desigualdade social, ou seja uma sociedade socialista. Mas essa plataforma deve ser elevada a uma luta consciente pela revolução e que reunirá todos os setores da classe trabalhadora e da juventude. Para a realização desta síntese entre programa socialista e movimento de massas, é necessário a construção do Partido Comunista Revolucionário, tarefa há muito tempo apagada das consignas dos revisionistas, que estão de “corpo e alma” empenhados na eleição do criminoso Biden, como uma ala de esquerda do Partido Democrata.