terça-feira, 15 de setembro de 2020

PANTANAL EM CHAMAS: LATIFUNDIÁRIOS, BOLSONARO E SALLES DESTROEM VEGETAÇÃO NATIVA E MATAM ANIMAIS SILVESTRES PARA AMPLIAR ÁREA DE PASTO E PLANTIO, ENGORDANDO LUCROS DO AGRONEGÓCIO

O mar de chamas já ‘devorou’ vários milhares de quilômetros quadrados da maior zona úmida do mundo, o Pantanal. A imensa maioria dos incêndios que têm ocorrido são causados pelos grandes produtores de grãos e criadores de gado. O fogo natural acontece por causa de raios, sempre associado ao período de chuvas. Como não tem chovido, então é claro que o grande latifúndio é o causador principal da tragédia. De 1º de janeiro a 31 de agosto deste ano, o INPE, responsável pelo monitoramento ambiental por satélite no Brasil, contabilizou 10.316 focos de incêndio no Pantanal, mais de três vezes mais do que no mesmo período do ano anterior, uma realidade patrocinada pelos latifundiários e o governo Bolsonaro-Salles.

Nos primeiros sete meses deste ano, o principal rio do Pantanal atingiu o menor nível em quase cinco décadas. A chuva foi escassa. O desmatamento cresceu. Os incêndios aumentaram. E a fiscalização praticamente acabou. Julho foi o mês em que o Pantanal mais pegou fogo nos últimos 22 anos. Um dos fatores associados à falta de chuva no Pantanal e em outros biomas brasileiros é a degradação da Amazônia. Com a aceleração do desmatamento da Amazônia, ao longo dos anos, o período de chuvas tem encurtado e as secas se tornaram mais severas na região central e sudeste do país. A realidade da seca no Pantanal se torna ainda mais complicada devido a uma situação recorrente na região: a expansão do desmatamento no bioma e em seu entorno.

A principal causa da expansão do desmatamento no Pantanal é o crescimento do agronegócio na região. Há décadas, o bioma convive com a produção extensiva de gado. Cerca de 15% da área do Pantanal foi convertida em pastagem. Outra situação que se tornou comum recentemente é o aumento das plantações de grãos. Nos últimos anos, houve mudança na cultura do Pantanal. Muitas terras foram substituídas por áreas de grãos. Há bastante plantação de soja na região em amplas áreas desmatadas. 

Nós revolucionários defendemos que a verdadeira defesa do meio-ambiente só pode ser realizada através da aliança do campesinato pobre com o proletariado do campo e da cidade através da luta pela revolução agrária que exproprie os latifundiários através da construção de comitês de autodefesa armados, preservando a vida dos lutadores ameaçados pelo terror dos grandes proprietários, acobertados pelo governo Bolsonaro-Salles.

Os Marxistas Leninistas dizemos claramente que só a revolução socialista, com a expropriação da burguesia em nível mundial e a liquidação do modo de produção capitalista podem pôr um fim às forças destrutivas, às guerras e aos monopólios predadores que ameaçam a existência da humanidade.

Somente o proletariado mundial, urbano e rural, e seus aliados históricos como o campesinato pobre, será capaz de travar uma luta consequente para expropriar o latifúndio, as grandes empresas e os monopólios por meio da luta pela revolução proletária e o socialismo!

Nesse sentido, fazemos também a polêmica com os próprios “ecossocialistas” que buscam novas vanguardas justamente para negar a luta de classes como motor da história e o método da violência revolucionária e a ditadura do proletariado como únicos meios capazes de salvar a humanidade da barbárie capitalista. O saque e a destruição do homem e da natureza são consequências do modo de produção, apropriação e distribuição capitalistas, que não tem como ser planejada e racionalizada, mas sim liquidada pelos trabalhadores. Não por coincidência no Brasil os “ambientalistas” atuam em conjunto com as ONGs manipuladas pelo imperialismo ianque e europeu para se passarem como “baluarte das florestas”.

Para os Revolucionários, o combate efetivo em defesa das reservas naturais, jamais poderá ser realizado em aliança política com empresários, ONGs e setores ligados as diversas ala do imperialismo e seu projeto de “capital verde”. Contra esta farsa, denunciamos a impossibilidade de haver qualquer preservação da própria espécie humana assim como do meio-ambiente, das florestas e das fontes aquáticas sob o tacão dos grandes monopólios transnacionais, já que o capitalismo leva a humanidade à barbárie e às guerras de espoliação impondo fome, miséria e desemprego.

Ao mesmo tempo, desmascaramos os charlatões que através do chamado “ecossocialismo” não fazem mais que reforçar a tese revisionista de que o proletariado está superado como direção política da revolução socialista apresentando as “novas vanguardas” (verdes, luta de gênero) como eixo principal da “utopia” de uma “economia sustentável”. Eles “esquecem” que o conceito de forças produtivas elaborado por Marx, engloba fundamentalmente a força de trabalho, ou em outras palavras, o proletariado, a força produtiva principal. Em uma sociedade que condena a maioria da população, inclusive nos países imperialistas, à miséria absoluta as forças produtivas efetivamente deixaram de crescer e só podem voltar a fazê-lo através da Revolução Proletária para garantir a existência da humanidade em harmonia com a Natureza em um futuro comunista.