GOVERNO DE “ESQUERDA” (PSOE-PODEMOS) E PREFEITURA DIREITISTA
DE MADRI (PP) DECRETAM CERCO POLICIAL-SANITÁRIO AOS BAIRROS POBRES NA ESPANHA: PANDEMIA
USADA PARA IMPOR TERROR ESTATAL UNE TODOS OS PARTIDOS BURGUESES
Após supostos novos casos de Covid-19, a Espanha confina cerca de 1 milhão em bairros pobres de Madri a partir de segunda-feira, 20.09. O governo de “esquerda” social-democrata (PSOE- Podemos) em acordo com a prefeitura direitista de Madri (PP) impuseram em conjunto restrições de entrada e saída a oito bairros, com 850 mil moradores, principalmente os mais pobres e que concentram boa parte da imigração. 13% da população da capital espanhola, que vivem em regiões desfavorecidas da zona sul, não poderão deixar seus bairros a não ser por motivos “essenciais” como trabalhar para manter a economia capitalista. O descumprimento das regras de restrição sanitária será punido com multas de pelo menos € 600 (cerca de R$ 3.800). As áreas afetadas pelas novas medidas de segurança localizam-se principalmente no sul da capital espanhola e na região da Grande Madri, onde a precariedade é maior do que em outras localidades e onde há graves problemas de superlotação. A falta de recursos econômicos faz com que muitas famílias, compostas principalmente por migrantes, sejam obrigadas a compartilhar pequenos espaços nesses bairros populares, onde a renda per capita também é muito inferior à média nacional, com abundância de trabalhadores manuais, que usam principalmente os transportes público. A polícia foi enviada para que o bloqueio seja cumprido, disseram as autoridades dos governo central e da prefeitura, o que demonstra a unidade dos partidos burgueses para impor o terror estatal usando a pandemia como pretexto.
Moradores dos bairros mais pobres de Madri se sentem
abandonados e estigmatizados e temem que estas novas restrições lhes roubem uma
fonte de renda valiosa. Vallecas, um dos bairros afetados pelas medidas, no sul
da capital, concentra um alto índice de pobreza e imigração e tem uma das
maiores taxas de infecção de Madri, seis vezes mais que o bairro nobre de
Chamberi, no norte. O sistema de saúde de Vallecas está "paralisado",
reclamou uma aposentada, Mari Paz Gonzalez. "Estamos abandonados. Eles nos
deixaram nas mãos de Deus". “Assim que você cruza a ponte, as coisas
mudam, desde que você mude de bairro", acrescentou outra aposentada,
Carmen Ibarra, nas ruas de Vallecas. “Essas restrições são totalmente inúteis
porque temos que viajar de uma área que tem muitos casos para outra que tem
menos e vamos espalhar”, disse Feli, 48 anos, funcionário público que mora em
Vallecas.
Todos os partidos governamentais a nível central e municipal (PSOE, Podemos, PP, Ciudadanos e
VOX) estão envolvidos no cerco policial-sanitário. Os termos do confinamento
foram acertados na reunião realizada na última quarta-feira, 16 de setembro,
pela ministra da Política Territorial e Função Pública, Carolina Darias, e pelo
presidente da Federação Espanhola de Municípios e Províncias (FEMP), Abel
Caballero. O governo central de "esquerda" social-democrata e a prefeitura de direita (PP), decretando
uma quarentena sem as mínimas condições de planejamento e proteção social,
acabou agravando a epidemia para uma situação de explosão de contaminação,
levando milhares de trabalhadores a se comprimirem em cômodos nas comunidades
pobres da Espanha, apontando o terror estatal permanente como resposta a miserável
condições de vida dos trabalhadores e dos imigrantes.