sexta-feira, 7 de junho de 2013


Selvagem repressão policial a serviço dos governos Haddad e Alckmin. Liberdade imediata para os presos políticos da luta contra o aumento das passagens!

Nesta quinta-feira, 6 de junho, cerca de cinco mil estudantes que se concentravam em frente ao Teatro Municipal de São Paulo para protestar contra o abusivo aumento das passagens do transporte público (a tarifa de metrô, trem e ônibus subiu de R$ 3,00 para R$ 3,20) decidiram no início da noite sair em passeata rumo a Avenida Paulista. Em uma das maiores passeatas dos últimos anos, seguiram pelas ruas do centro da capital paulistana que, mesmo de forma ordeira foram constantemente provocados e alvos de bombas de gás pela Polícia Militar, a fim de justificar uma ação repressiva de maior envergadura. No entanto, ao chegar à Avenida Paulista, quando o ato estava programado para ser encerrado, a polícia sob as ordens do fascista governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB), cercou os manifestantes que já estavam se dispersando. O tucanalha não deixou por menos: “É preciso deixar claro que não é aceitável o que foi feito, é um absurdo sob todos os pontos de vista. Uma atitude totalmente absurda e a polícia tem que agir, a polícia não pode se omitir” (O Estado de S.Paulo, 7/6). Por isso ordenou que a PM atacasse com extrema violência e covardia com bombas de gás, balas de borracha, montando uma verdadeira arapuca para os manifestantes. Para se protegerem e enfrentar a selvageria policial, muitos se abrigaram em shoppings centeres e bloquearam as ruas com entulhos. Após esta covardia e truculência a polícia prendeu cerca de 15 pessoas sem qualquer justificativa, mais de 30 ativistas resultaram feridos com estilhaços de bombas e balas de borracha. O enfrentamento espontâneo com a polícia sintetiza todo o ódio que estudantes e trabalhadores têm em consequência de terem todos os dias ficar espremidos em ônibus, metrô e trens pagando passagens caríssimas pelos aumentos autorizadas por Alckmin e o prefeito Haddad (PT).


O que mais chama a atenção, além da brutalidade da repressão policial, foi a não convocação e a ausência das direções sindicais do ato, apesar da imensa indignação da maioria da população contra o aumento das passagens. O PSTU, por exemplo, que dirige o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, às vésperas da manifestação fechou um acordo com a direção do Metrô, impedindo a deflagração da greve da categoria, quebrando o potencial de unidade dos explorados, ao aceitar a proposta de “reajuste” de 5,3%... A conduta pacifista levada a cabo pelo Movimento pelo Passe Livre e sem um eixo claro de enfrentamento com os governos Haddad e Alckmin fez com que muitos manifestantes enfrentassem a polícia de forma espontânea e sem uma direção que centralizasse a multidão. Ao não traçar uma clara estratégia de combate aos governos tucano e petista, o movimento corre o risco de deixar que este potencial expresso pela massividade das manifestações disperse-se pela ausência de um norte político e prático de enfrentamento com os tubarões dos transportes, os quais são por lei subsidiados pela prefeitura em quase 1 bilhão ao ano! Meia dúzia de grupos empresariais detém o monopólio do transporte público, uma das molas mestras da exploração capitalista e um dos negócios mais rentáveis que envolve o “setor público” com pesados e mafiosos esquemas de corrupção. A selvagem repressão a que os estudantes e trabalhadores estiveram sujeitos nesta quinta-feira está a serviço precisamente dos trâmites entre os governos Alckmin e Haddad e as empresas privadas do transporte.

A luta pelo passe-livre deve ter como ponto estratégico a sua extensão para toda a juventude proletária e seus irmãos da classe trabalhadora. Vários protestos contra o aumento das passagens estão ocorrendo em todo o país (Rio de Janeiro, Goiânia, Natal...), sendo urgente organizar um encontro nacional da juventude para organizar e centralizar o combate aos governos estaduais, municipais e os grandes tubarões do transporte privado. Caso contrário, por falta de perspectivas, a combatividade latente das massas pode dispersar-se e perder o ímpeto. Defendemos, portanto, que se fortaleça a luta contra o aumento, já em vigor, impulsionando novas mobilizações com um eixo claro de combate: redução das tarifas, passe-livre já e estatização de todo o sistema de transporte coletivo, sob controle dos trabalhadores. Só assim as lutas dos explorados não serão em vão, na medida em que tomem em suas mãos o gerenciamento e organização dos transportes.

O passe-livre e um transporte público de qualidade para o povo trabalhador só será conquistado através da sua luta tenaz com o objetivo de estatizar sob seu controle direto todo o sistema de transporte, assim como os serviços públicos, para extinguir sua tarifa e tornar melhor suas condições de uso. Enquanto suas concessões estiverem reservadas a empresários em conluio com agentes da administração estatal, o caos e os péssimos serviços nos transportes tenderão a se agravar. É preciso impor a imediata redução da tarifa, até a conquista do passe-livre, assim como exigir a imediata libertação de todos os presos políticos lutadores contra o aumento das passagens, o que coloca na ordem do dia a paralisação das escolas e universidades, o fortalecimento das marchas nos centro das grandes cidades e nas periferias.