EDITORIAL
Para o Brasil não girar
à direita, o movimento operário deve ser o protagonista do cenário nacional
A esquerda ainda procura
entender o se passa no Brasil após a avalanche de protestos que cruzou as
principais cidades do país. As passeatas da juventude contra o aumento das
tarifas no transporte público, que tiveram origem em São Paulo e no Rio,
receberam um “carinhoso” tratamento por parte da oligarquia política dominante (PT,
PCdoB, PSDB ,PMDB etc...), sendo inicialmente desqualificados como “Vândalos e
Baderneiros”. Até mesmo a esquerda revisionista que apoiava inicialmente a
convocatória do MPL para os protestos, como o PSTU e PSOL, deu um passo de lado
afirmando que não avalizava os “atos de vandalismo” ocorridos na Av. Paulista,
na mesma linha do sindicato dos Metroviários/SP (CONLUTAS) que afirmou não ter
nenhum comprometimento político com as mobilizações que estavam ocorrendo.
Lamentável papel ocupou a prefeita “comunista” em exercício, Nádia Campeão (PCdoB),
sintetizando uma posição comum da esquerda declarou à Rede Globo no dia 12/06: “Acho
que, depois dos acontecimentos nessas três manifestações, a vontade dos
manifestantes não é dialogar. Os métodos utilizados afastam o diálogo, não
aproximam. Não podemos aceitar que o objetivo seja criar transtorno. O diálogo
nessas condições não é possível”. Para trazer a “solidariedade” da esquerda
petista (DS, OT, EM), não aos manifestantes e sim ao fascista Alckmin, entrou
em cena o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, oferecendo os “préstimos” da PF
para monitorar o movimento. Mesmo isolados os corajosos “vândalos” do MPL
seguiram com o movimento, que também chegou com muita força no Rio, organizando
passeatas ainda maiores, catalisando desta forma o sentimento de “puteza” do conjunto
da juventude oprimida por este regime da “Democracia dos Ricos”. Mas os quadros
estrategistas da mídia “murdochiana” percebendo o potencial explosivo das
mobilizações resolveram “abraçar” o movimento, e com a ajuda do reacionário
grupo internacional “Anonymous” conseguiram “pautar” o movimento com bandeiras “cívicas
e patrióticas”. Este foi o sinal verde para que milícias neofascistas e hordas
da classe média direitista ocupassem as marchas para impor o “terror”
indiscriminadamente contra todas as organizações da esquerda, contando
inclusive com apoio de grupos anarquistas, muito influentes neste período de
completa despolitização de setores mais atrasados da juventude plebeia.
Ganhando um caráter multitudinário nacional, o movimento das ruas não é homogêneo
e tampouco conseguiu assumir centralizadamente o eixo tão sonhado pelo “PIG”,
do “Fora Dilma”. “Comendo pelas beiradas” a reação midiática tenta pelo menos
unificar politicamente os protestos na “luta” contra a PEC 37, já contando com
o apoio do PSOL,PSTU e PCB. Trata-se de uma manobra antidemocrática da
burguesia que pretende transformar a corja reacionária do ministério público (Roberto
Gurgel e Cia.) em um superpoder neste país. A única certeza mesmo que temos é
que se o movimento operário organizado não se fizer presente e atuante
politicamente nestas mobilizações, com seu próprio programa classista, a
dinâmica do movimento nacional penderá inexoravelmente para a direita,
colocando o país na sinistra trilha da reação imperialista mundial.
A reacionária onda de ufanismo “patrioteiro” e a rejeição agressiva de uma grande parcela dos manifestantes aos partidos de esquerda é um fenômeno político bem mais profundo do que o desgaste provocado por dez anos de governos burgueses da Frente Popular, ainda que este fator contribua em muito com a “desmoralização” da esquerda reformista. Como podemos aferir também a esquerda “socialista” não “chapa branca” foi alvo da fúria direitista, vinda de manifestantes que não poderiam ser propriamente definidos como “desiludidos” com a prática do PT. Como sempre, os revisionistas do marxismo tentam justificar a guinada à direita das massas (mesmo sendo espancados e expulsos das passeatas) como um fator “progressivo”, afinal seria uma consequência da “repulsa ao governo Dilma” e, portanto, passível de ser “capitalizada” pela esquerda em outra oportunidade, muito provavelmente nas próximas eleições... Acontece que estas tendências reacionárias da população (claramente expressa nas manifestações) são produto direto da etapa mundial contrarrevolucionária, gerando um “vazio” ideológico na luta de massas, ainda que esta se mobilize com métodos radicalizados. A chamada “crise de representação” não tem nada de “avançado”, sob a ótica do marxismo, é um reflexo internacional da eliminação das conquistas sociais dos Estados operários e da histórica derrota sofrida pela esquerda estalinista no Leste europeu. A ausência de uma autêntica direção revolucionária (mais além dos revisionistas que flertam com a social democracia) nestes processos políticos só agrava esta situação e acaba potenciando um “caldo de cultura” favorável ao crescimento de vertentes anticomunistas no seio das massas.
Veja o sumário da mais
recente edição do Jornal Luta Operária - Nº 260 – Edição Especial - Junho/2013
EDITORIAL
Para o Brasil não girar à direita, o movimento operário deve ser o protagonista do cenário nacional
PIG
FOMENTA IMPEACHMENT DA PRESIDENTE
Os Marxistas revolucionários devem apoiar a campanha pelo “Fora Dilma” no curso dos atuais protestos nacionais?
RENTISTAS
FAZEM A FESTA!
Na calada dos protestos Brasil sofre ataque especulativo e perde dez bilhões de Dólares de suas reservas cambiais
AS
APARÊNCIAS ENGANAM
Falsa simetria entre “Diretas Já”, o “Fora Collor” e as atuais mobilizações pode levar a esquerda a cometer gravíssimos equívocos
“NOVA”
DIREITA AVANÇA
Após recuo de Haddad e Cia., “Anonymous” dita a pauta do movimento
MARCHAS
NACIONAIS DE PROTESTO NO BRASIL
Que rumo seguir?
BANDOS
NEONAZISTAS EM AÇÃO
Milícia anticomunista agride e expulsa militante do PCR do ato na Sé. A resposta do movimento deve ser a adoção de um programa socialista diante do esgotamento do regime burguês!
ALERTA
POLÍTICO
Protestos nacionais da juventude sem um eixo programático e uma direção classista podem ser canalizados pelo “PIG” para um viés reacionário
“PRIMAVERA
VERDE-AMARELA”
No Brasil “família” revisionista prova do seu próprio “veneno” internacional
ELEIÇÕES
NO IRÃ
Regime dos Aiatolás elege o “reformista” Hassan Rohani na tentativa de celebrar um acordo vergonhoso com o imperialismo ianque
“FRENTE
ÚNICA PRÓ-IMPERIALISTA”
(Muy) “Amigos da Síria” decidem liberar armas pesadas para os “rebeldes”. Os revisionistas da LIT festejam!
LIGA
BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA
http://www.lbiqi.org/
A reacionária onda de ufanismo “patrioteiro” e a rejeição agressiva de uma grande parcela dos manifestantes aos partidos de esquerda é um fenômeno político bem mais profundo do que o desgaste provocado por dez anos de governos burgueses da Frente Popular, ainda que este fator contribua em muito com a “desmoralização” da esquerda reformista. Como podemos aferir também a esquerda “socialista” não “chapa branca” foi alvo da fúria direitista, vinda de manifestantes que não poderiam ser propriamente definidos como “desiludidos” com a prática do PT. Como sempre, os revisionistas do marxismo tentam justificar a guinada à direita das massas (mesmo sendo espancados e expulsos das passeatas) como um fator “progressivo”, afinal seria uma consequência da “repulsa ao governo Dilma” e, portanto, passível de ser “capitalizada” pela esquerda em outra oportunidade, muito provavelmente nas próximas eleições... Acontece que estas tendências reacionárias da população (claramente expressa nas manifestações) são produto direto da etapa mundial contrarrevolucionária, gerando um “vazio” ideológico na luta de massas, ainda que esta se mobilize com métodos radicalizados. A chamada “crise de representação” não tem nada de “avançado”, sob a ótica do marxismo, é um reflexo internacional da eliminação das conquistas sociais dos Estados operários e da histórica derrota sofrida pela esquerda estalinista no Leste europeu. A ausência de uma autêntica direção revolucionária (mais além dos revisionistas que flertam com a social democracia) nestes processos políticos só agrava esta situação e acaba potenciando um “caldo de cultura” favorável ao crescimento de vertentes anticomunistas no seio das massas.
A adoção de uma agenda
que contemple as reivindicações mais imediatas dos trabalhadores, em substituição
à difusa pauta “verde amarela” induzida pela mídia, está ligada diretamente a
capacidade de tomar a direção política do movimento nacional das mãos dos que
manipulam hoje as chamadas “redes sociais” na internet, o que não implica
necessariamente a disputa “por dentro” mantendo-se o atual quadro. Não se trata
de uma tarefa fácil, posto que a própria esquerda perdeu em muito seu vínculo
direto com o proletariado, reduzindo sua área de influência aos aparatos
sindicais burocratizados. Convocar as mobilizações majoritariamente pela “Rede”
pressupõe atingir um certo público atomizado e “individualizado”, ou seja
indivíduos mais despolitizados que não integram e nem participam de entidades
de massas. “Facebookeiros” são por excelência uma “audiência” nos atos muito
mais propícia a um discurso reacionário e ações violentas contra a esquerda. É
necessário primeiro estabelecer um norte de classe aos protestos nacionais e
como consequência lógica mobilizar os próprios trabalhadores mais conscientes e
a população oprimida das periferias, que com certeza não serão encontrada em
nenhum “Orkut” ou “Face” da vida...
Outra questão vigente
colocada é como enfrentar as hordas de nazi-mauricinhos que cada vez mais e em
maior número nos protestos tem atacado indiscriminadamente as correntes de
esquerda, do socialdemocrata PT até a Trotsquista LBI. Alguns agrupamentos tem
defendido a formação de blocos antifascistas ou mesmo uma suposta “frente única
operária” para a defesa da esquerda. O próprio PT convocou a organização de uma
massiva coluna de toda a esquerda para a passeata do dia 20 em SP, “onda
vermelha”, que acabou virando uma “marolinha laranja” em função da pouca
receptividade de suas bases ao chamado. O PSTU que sonhou “surfar” na maré
anti-Dilma desatada pela direita, acabou mesmo tendo é que se juntar ao PT para
não apanhar, Zé Maria participou até de um ato no Sindicato dos Químicos/SP
(21/06) ao lado de Rui falcão, onde debateram a formação de uma aliança para as
próximas manifestações. Nós da LBI temos como princípio programático a defesa
ativa de todo militante do movimento social, independente das divergências
políticas ou metodológicas, diante de qualquer perseguição ou violência sofrida
pela via do Estado capitalista ou de milícias neofascistas. Mas neste momento
organizar colunas ou blocos comuns nas manifestações com partidos da base da
Frente Popular ou com os “OTANISTAS” do PSTU/PSOL significa legitimar a própria
plataforma política que conduziu a hegemonia da direita neste processo de
mobilização. A melhor alternativa de combate às ações da direita reside na
própria mudança da estratégia de condução do movimento, e não na diluição dos
revolucionários em um mesmo bloco com o governo do PT ou mesmo a pró-imperialista
“oposição de esquerda”. Para derrotar efetivamente o “furacão verde-amarelo” é
necessário não a “onda bandeira vermelha” do PT, mas redirecionar as
mobilizações para a classe operária e seus aliados, por que nestas a “mauriçada”
direitista e as hordas fascistas não terão a coragem de sequer passar por perto
de nossas “foices e martelos”.
Os Marxistas Leninistas
da LBI veem com bastante preocupação o momento que o país atravessa, fomos a
primeira corrente da esquerda a alertar o desvio do movimento, enquanto o
conjunto do revisionismo (e até mesmo setores oficialistas da esquerda)
delirava com alucinações oportunistas do tipo: “rebelião popular” no Brasil.
Não se trata agora de recuar, ou perfilar-se com o governo Dilma, temendo o
potencial revolucionário das massas e da juventude em luta. A perspectiva
aberta impõe uma enérgica ação da esquerda comunista para evitar um triunfo das
forças mais retrógradas deste país. Somente o proletariado organizado,
protagonizando com suas ações políticas o cenário nacional, poderá “virar o
jogo” a favor da construção de uma verdadeira alternativa embrionária de poder
socialista. Convocamos os genuínos comunistas e todos os coletivos classistas
do país a se empenharem com a LBI nesta tarefa revolucionária da qual depende o
êxito ou a derrota destas mobilizações nacionais em curso.
Para o Brasil não girar à direita, o movimento operário deve ser o protagonista do cenário nacional
Os Marxistas revolucionários devem apoiar a campanha pelo “Fora Dilma” no curso dos atuais protestos nacionais?
Na calada dos protestos Brasil sofre ataque especulativo e perde dez bilhões de Dólares de suas reservas cambiais
Falsa simetria entre “Diretas Já”, o “Fora Collor” e as atuais mobilizações pode levar a esquerda a cometer gravíssimos equívocos
Após recuo de Haddad e Cia., “Anonymous” dita a pauta do movimento
Que rumo seguir?
Milícia anticomunista agride e expulsa militante do PCR do ato na Sé. A resposta do movimento deve ser a adoção de um programa socialista diante do esgotamento do regime burguês!
Protestos nacionais da juventude sem um eixo programático e uma direção classista podem ser canalizados pelo “PIG” para um viés reacionário
No Brasil “família” revisionista prova do seu próprio “veneno” internacional
Regime dos Aiatolás elege o “reformista” Hassan Rohani na tentativa de celebrar um acordo vergonhoso com o imperialismo ianque
(Muy) “Amigos da Síria” decidem liberar armas pesadas para os “rebeldes”. Os revisionistas da LIT festejam!
http://www.lbiqi.org/